Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante cerimônia de entrega de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida
Juazeiro-BA, 05 de agosto de 2011
Eu queria dar um grande boa-noite para toda essa população, aqui, maravilhosa, de Juazeiro. Boa-noite, Juazeiro.
Depois de cumprimentar vocês, eu vou cumprimentar o nosso querido governador da Bahia, Jaques Wagner,
E o prefeito de Juazeiro, o prefeito Isaac de Carvalho,
Agora, eu vou cumprimentar, aqui, a Jane dos Santos Oliveira, a Jaciara Sampaio Silva, a Geise Amorim Nascimento, a Natércia Gonçalves Silva e a Maria da Conceição da Silva. Elas são as mulheres, as mães, as avós beneficiadas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida. E elas representam todos os 1.500 moradores, todas as 1.500 famílias beneficiadas. A elas, o meu cumprimento, a elas, a minha homenagem e, sobretudo, pelo fato de que o que nós estamos fazendo aqui hoje – nós, Presidenta, Governador e Prefeito – é cumprir uma obrigação do Estado brasileiro com as populações mais pobres. É um dever nosso assegurar que cada brasileiro, cada família brasileira, tenha o seu lar. E é isso que nós, hoje, estamos fazendo aqui. E, por isso, eu dirijo uma saudação especial a cada um daqueles que são os beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida.
Queria cumprimentar também os ministros que estão me acompanhando: o ministro Fernando Bezerra, da Integração Nacional; o ministro Mário Negromonte, das Cidades; a ministra Helena Chagas, da Secretaria de Comunicação Social,
Cumprimentar também o nosso João Lyra Neto, governador em exercício de Pernambuco,
Cumprimentar o presidente da Caixa Econômica Federal, o nosso querido Jorge Hereda,
Os senadores aqui, eleitos pelo povo baiano e que nos ajudam, lá em Brasília, na aprovação desses projetos estratégicos para o país, juntamente com os deputados federais: senadora – primeira senadora – Lídice da Mata, Walter Pinheiro, senador,
Os deputados federais Daniel Almeida, Joseph Bandeira e Rui Costa,
Queria cumprimentar também a equipe do ministro das Cidades, e aí, ao cumprimentar a Inês Magalhães, secretária nacional de Habitação, que tem uma dedicação extremamente forte ao programa Minha Casa, Minha Vida, eu saúdo toda a equipe do ministro das Cidades, o nosso companheiro – e não vamos esquecer – nosso companheiro baiano-pernambucano Mário Negromonte.
Vou dirigir um cumprimento especial aos prefeitos aqui presentes: o prefeito Delisio Oliveira, de Abaré; Agileu da Silva, de Andorinha; Alessandro Rodrigues, de Campo Alegre de Lourdes; Arsênio Gonçalves Neto, de Canudos; Claudinei Xavier Novato, de Capela do Alto Alegre; Orlando Xavier, de Casa Nova; Antônio Nascimento, de Jaguarari; Hugo Régis, prefeito em exercício de Remanso; Emanuel Ferreira, de Rodelas; Genilson da Silva, de Sobradinho; Jorge Luiz Lobo Rosa, de Uauá; cumprimentar a senhora vice-prefeita, Maria Gorete de Castro Araújo Souza,
Todos os jornalistas aqui presentes, os cinegrafistas e os fotógrafos.
Em maio deste ano, eu me encontrei lá em Brasília com o prefeito Isaac. Ele vinha com uma pintura da ponte e, de forma muito gentil, me convidou pra vir aqui no dia do aniversário da cidade, 15 de julho.
Eu disse para o prefeito que eu faria todo o esforço para vir. Não pude vir no dia 15 de julho, mas estou aqui hoje cumprindo a minha promessa. Eu queria ter participado das comemorações dos 133, não é Prefeito? Dos 133 anos de Juazeiro.
Primeiro, porque, aqui em Juazeiro... Eu quero dizer para vocês que eu sempre escutei todas as músicas que cantam em prosa e versos Juazeiro. Mas não é só por isso, por um outro motivo também: porque aqui é a terra do João Gilberto, da Ivete Sangalo, do Daniel Alves, mas também não é só por isso não. É porque aqui nós tínhamos este momento especial, que são as 1.500 casas do Minha Casa, Minha Vida.
Eu comecei esse programa junto com o presidente Lula e nós, naquela época, nos comprometemos a, até o final de 2010, ter 1 milhão de casas no Brasil inteiro contratadas, em processo de construção, e conseguimos.
Mas eu tenho muita alegria quando a gente vê a família recebendo a casa, recebendo cada uma a sua chave. A partir daí... a gente viu aqui o exemplo de cinco famílias. O que a gente vê? Primeiro, eu queria falar para as mulheres mães, para as mulheres avós, para as mulheres que estão aqui com os seus filhos. Quando eu vejo 1.500 casas sendo entregues, eu penso na mãe e nas crianças. Não é que depois eu não pense nos senhores homens – eu penso neles também – mas eu acho que, quando a gente tem essa grande oportunidade de ver uma chave sendo entregue, e sendo entregue para mulheres com filhos, eu tenho certeza de que o futuro deste país será melhor. E será melhor por quê? Porque criança protegida, criança com um teto, criança com um lar, assegura o presente, mas, sobretudo, assegura o futuro deste país.
O Minha Casa, Minha Vida, até o governador Jaques falou sobre isso, o Minha Casa, Minha Vida, ele é um programa que tem um objetivo fundamental: assegurar para as famílias um lar. E aí, a gente pode parar e pensar: “mas, afinal de contas, o que é um lar?” O lar é onde a gente cria os filhos; o lar é onde a gente pode receber a família e os amigos; o lar é onde a gente pode desenvolver uma coisa que talvez seja das melhores coisas do ser humano, nós podemos desenvolver afeto. Nós podemos ter um lugar onde nós nos protegemos com o afeto daqueles que nos são mais caros.
Por isso, um país, para ser um país, e mais do que um país, para ser uma nação e, portanto, para ser o lar de todos, tem de garantir que a população, que é a população que mais precisa, tenha acesso a sua casa própria, tenha acesso às condições fundamentais de vida, que são a proteção de um lar.
Eu fico muito honrada de estar aqui hoje inaugurando o Residencial São Francisco I, e agradeço ao prefeito essa estátua, fruto do artesanato aqui de Juazeiro. Agradeço pelo artesanato, por ser São Francisco e por sempre me lembrar deste residencial de 1.500 moradias, de 1.500 lares.
O Prefeito me avisou que daqui a pouco vão ser entregues mais mil residências: os residenciais de Moradas do Salitre e Praia do Rodeadouro. Eu também considero que esses residenciais serão fruto, justamente, desse imenso esforço feito por todos nós para assegurar que essa população, que nunca era olhada... porque não era olhada. Os governos anteriores aos do presidente Lula, muitas vezes, ou na grande maioria das vezes, ou todas as vezes, olharam as pessoas como se fossem números, não olharam para as pessoas mais pobres deste país olhando para elas e vendo que elas são, primeiro, capazes, segundo, se elas tiverem uma oportunidade, elas transformarão o nosso país.
Nós, não. Nós olhamos para essas pessoas como sendo a base da riqueza do nosso país. É à base da riqueza do nosso país, que é o povo brasileiro, que este programa, Minha Casa, Minha Vida, se dirige. Por isso, eu fico muito feliz de estar aqui no momento em que a gente, depois de ver todo o esforço do Hereda, como vocês podem ver – ele tinha cabelo antes – de o Hereda ter perdido uma parte dos seus belos cabelos, de todo o esforço e o empenho dos funcionários da Caixa, dos funcionários do Ministério das Cidades, de a gente ver os empresários que construíram essas moradias também, depois disso, o melhor, o momento fundamental é quando a chave é entregue. Por quê? Porque na hora em que a chave é entregue, a gente sabe que começou a mudança na vida da pessoa que recebeu a chave.
Agora nós mudamos: nós não vamos construir, nesse meu período de governo, 1 milhão. Nós vamos construir, no mínimo, 2 milhões de casas, e vamos sempre, sempre olhar primeiro para os que mais precisam, para aqueles que têm menos renda e não conseguem, com a sua renda, comprar uma casa. Então, Prefeito, vão ter outras rodadas, vão ter outros residenciais nesses próximos anos para a gente, com orgulho, estar aqui inaugurando.
Eu queria também falar para o Prefeito que essa parceria governo federal, governo Jaques Wagner, da Bahia, e as prefeituras, ela dá vários resultados. Aqui em Juazeiro, nós vamos começar a fazer o projeto das obras de saneamento no município para urbanizar quatro bairros – não é, Prefeito: o bairro de Alto da Aliança, Malhada da Areia, Vila Tiradentes e Jardim São Paulo.
Nós também temos um programa que, para mim, é muito importante, que é o programa de creches. A gente não faz creche só para que a mãe tenha onde colocar a criança. A gente faz creche por isso também, mas a gente faz creche, sobretudo, por um outro motivo: por causa da criança mesmo, porque é importantíssimo, no Brasil, que todas as crianças tenham oportunidades. E aí uma criança também que tem uma... que está em uma família de menor renda, ela tem de ter o direito a ter o acesso a todos os bens que tem uma criança de família que é mais rica. Por isso que eu acho a creche essencial. Todos os estudos demonstram que as crianças, aliás, que um adulto, ele vai ser um adulto mais completo se, quando ele for criança, e quando ele tiver entre... nos primeiros anos de vida, ele tiver acesso a todos os estímulos como livros, como conversa, como brinquedo, como lazer. E isso é fundamental para que uma criança vire um jovem que vai ser, mais tarde, um jovem bem-sucedido, e que vire depois um adulto com capacidade de ser um adulto que vai ter um emprego melhor, que vai poder dar renda maior para a sua família.
E o que nós queremos para o Brasil é isso: que todas as pessoas tenham acesso ao que há de melhor, no sentido de garantir a todos o acesso de uma riqueza padrão. Nós queremos um Brasil que seja, no mínimo, um país de classe média, mas não para alguns e os outros não, classe média para todos. Por isso que nós estamos preocupados em garantir escola de qualidade. Por isso que nós estamos preocupados em garantir escolas técnicas.
Ao mesmo tempo, nós temos de ter um outro compromisso: é olhar para aqueles que mais precisam. O Programa Minha Casa, Minha Vida junto com o Programa Brasil sem Miséria, e com outros programas, na área de saúde também, eles formam o elo de uma cadeia, o elo de uma cadeia de proteção que nós temos de ter para aqueles que são mais frágeis, elos de uma cadeia que se formam para criar uma corrente de proteção.
No Programa Brasil sem Miséria, o que nós olhamos é que tem uma população no Brasil, e muito concentrada aqui no estado da Bahia, dos 16 milhões de pessoas que são extremamente pobres, uma parte muito expressiva é constituída de moradores aqui da Bahia. Por isso... principalmente na região do semiárido... por isso, nós temos um programa focado na água, Água para Todos. Água para aqueles que moram no campo, através de cisternas.
E aqui, em Juazeiro, que está nas margens do São Francisco, onde há uma produção de frutas com qualidade reconhecida nacional e internacionalmente, nós, e eu aqui assumo com vocês um compromisso, eu virei aqui, junto com o ministro da Integração Regional [Nacional], lançar o Programa Nacional de Irrigação. Nós voltaremos, eu e o Ministro, aqui para tratar dessa questão tão cara aqui a Juazeiro, que é a irrigação.
E quero também dizer a vocês que nós iremos dar muita importância a uma rodovia aquática. Não é uma rodovia no asfalto, é... eu sei, uma rodovia aquática, que é essa coisa maravilhosa que é o São Francisco. Porque, durante muitos anos, o São Francisco foi a única estrada do Brasil, foi a única estrada que tinha no Brasil. Depois, com o passar do tempo e quando começou a cultura do carro, não deram mais importância por essa velha estrada que ligava o Brasil, do Centro-Sul ou do Sudeste ao Nordeste, que é o São Francisco.
Nós vamos voltar, no PAC 2, a ter um programa de hidrovias. E a prioridade das prioridades é a hidrovia do São Francisco de Pirapora a Juazeiro, nós vamos investir R$ 150 milhões, para assegurar que esse trecho seja completamente navegável. Com isso, vamos dar uma nova oportunidade para todas aquelas populações ribeirinhas.
E eu queria concluir dizendo para vocês que o Brasil que nós queremos é o Brasil desenvolvido com todos os brasileiros tendo acesso a renda e ao trabalho. Nós queremos um Brasil em que as crianças tenham oportunidades de serem o que quiserem. Nós queremos um Brasil em que o Nordeste, e a Bahia, e Pernambuco, que está aqui perto, sejam estados ricos e desenvolvidos.
Para o Brasil se orgulhar, é fundamental que a Bahia se orgulhe, que Pernambuco se orgulhe, e que os baianos se orgulhem de ser baianos. Porque, aqui na Bahia, tudo o que o governador conseguiu de projetos novos, de oportunidades novas, de investimentos novos seja um processo que continue, que não se interrompa.
Por isso, é fundamental que todos nós saibamos que depende de nós assegurar que tudo isso tenha continuidade. Depende dos empresários, dos trabalhadores, do Governador, do Prefeito, da Presidenta, dos seus ministros. Mas, sobretudo, sabe nas mãos de quem este país está? Este país está em muito boas mãos. Hoje, ele está nas mãos do povo brasileiro, que tem autoestima, que tem orgulho, fé, esperança e, sobretudo, que tem muita garra.
Confira a íntegra do discurso da Presidenta Dilma.