Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante cerimônia de inauguração da nova unidade industrial de PVC da Braskem
Marechal Deodoro-AL, 17 de agosto de 2012
Eu queria cumprimentar o governador do Estado de Alagoas, Teotonio Vilela Filho.
Cumprimentar também o vice-governador do Estado de Alagoas, José Thomaz Nonô, desejar-lhe feliz aniversário.
Cumprimentar os ministros de Estado que me acompanham aqui em Alagoas: o ministro Fernando Pimentel, de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general José Elito Siqueira; a ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas.
Queria também cumprimentar o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, o desembargador Sebastião Costa Filho,
Os senhores senadores Benedito de Lira e Renan Calheiros,
Os deputados federais Givaldo Carimbão e Vanderlei Siraque,
O senhor Carlos Fadigas, presidente da Braskem,
A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster,
O presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, presidente também do conselho da Braskem.
Queria cumprimentar o presidente da Associação dos Municípios de Alagoas e prefeito de Cajueiro, Antônio Palmery Melo Neto.
Um cumprimento especial ao Roberto Serafim da Silva, que representa neste ato os trabalhadores da Braskem aqui presentes, e por intermédio dele eu saúdo todos aqueles que participaram da construção deste grande projeto.
Queria cumprimentar os senhores e as senhoras jornalistas fotógrafos e cinegrafistas.
Eu tenho certeza de que essa inauguração da planta da Braskem, que aumenta a capacidade do nosso país de produzir PVC, é um momento muito importante. E é importante basicamente por dois motivos que se encontram aqui hoje: o primeiro é o fato de que nosso país tem tido empresários que continuam investindo mesmo considerando o cenário internacional, e é por isso que o Brasil hoje continua sendo um dos países que mais vai crescer e que tem tido uma postura de combate à crise que se caracteriza pela ampliação do investimento. E também pelo fato de que aqui nós estamos num dos estados do Nordeste do país, onde nós estamos vendo o surgimento de uma nova cadeia produtiva da indústria de plástico aqui no estado.
Esses dois fatos são muito simbólicos no Brasil de hoje. E são simbólicos, primeiro, porque essa nova unidade fabril, ela adiciona mais um capítulo numa história de sucesso que foi a retomada da indústria petroquímica em nosso país.
E aí eu quero lembrar o presidente Lula porque foi durante o governo do presidente Lula que nós tivemos a possibilidade de construir um novo caminho no qual a indústria petroquímica brasileira, cada vez mais … competitiva internacionalmente.
Por isso, eu acredito que esse investimento da Brasken, ele constrói um capítulo na história da nossa indústria que é o fato de que temos progressivamente (incompreensível) um player internacional, um agente internacional, uma empresa internacional e que tem condições de atuar em igualdade de condições com outros representantes da indústria petroquímica no mundo.
Hoje mais uma etapa se completa aqui. Aqui em Alagoas nós estamos vendo que surge uma fábrica de PVC que tem a ver com a mudança do nosso país. Com a mudança e com a construção e com a capacidade de ampliação de um novo caminho, que implica em desenvolver e incluir socialmente. Esse caminho que é responsável pela construção de um grande mercado interno e um grande mercado interno que é um grande demandador de produtos plásticos. Porque o PIB pode ser lido também pela importância que tem a indústria de plásticos na medida em que ela está em vários seguimentos industriais e também que ela faz parte dos bens de consumo duráveis, semiduráveis, que a população, quando a renda aumenta, demanda.
Portanto, aqui nós vemos um lugar em que de forma virtuosa se combinou o crescimento econômico e a inclusão social e também a distribuição regional da renda. Porque o Brasil tinha o hábito de crescer de forma concentrada. Não crescia no Norte e no Nordeste do país.
Hoje, nós estamos aqui comemorando a maior planta de PVC que não está localizada nas regiões tradicionais, mas sim, junto, primeiro, à cadeia de matéria-prima. Com isso, nós estamos racionalizando a logística, com isso nós estamos, também, beneficiando com emprego e renda, uma região importante.
Por isso o governo considera e comemora uma informação que me deram que é uma ampliação da cadeia de plástico aqui na região. A ampliação da cadeia de plástico aqui na região ela faz todo o sentido econômico e social. Econômico, porque sem dúvida o Nordeste tem sido a região com taxas de crescimento muito mais altas do que a média do Brasil. E portanto, aqui também há um grande mercado consumidor. Mas, sobretudo, porque estar no Nordeste vai ter de significar estar no Brasil. E por isso eu acredito que nós estaremos dando uma grande contribuição com o programa de ferrovias e rodovias em que vai colocar o Nordeste e o Brasil, em todas as suas regiões, dentro um do outro.
Queria também dizer que há uma iniciativa muito importante aqui de duas empresas. Numa parceria que eu acredito, fantástica, em termos de seus resultados. Que é entre a Odebrecht e a Petrobrás. E essa parceria que dá origem à empresa extremamente competitiva que é a Braskem, ela produz para o Brasil resultados muito vantajosos, porque diminui também a nossa importação de PVC, e nos torna, crescentemente, competidores internacionais nessa área. Por isso, também por esse lado, nós temos uma situação muito especial aqui hoje.
E eu aproveito a oportunidade para dizer que o nosso país, de fato, ele adotou um modelo que é um modelo vencedor, que nos trouxe até aqui. É um modelo com estabilidade macroeconômica, onde nós conseguimos controlar a inflação. Nós viemos, crescentemente, reduzindo os juros do país aos níveis praticados internacionalmente. Nós estamos com uma situação cambial que não é mais aquela valorização artificial do Real praticada nos períodos anteriores. E temos também, hoje, um objetivo muito importante do qual também essa fábrica faz parte, que é produzir cada vez de forma mais competitiva.
Essa é uma fábrica que está adotando o chamado estado da arte. Isso significa produzir mais, com mais eficiência e de forma a garantir preços competitivos.
Nós, hoje, estamos muito preocupados, no governo, com a questão do custo e da competitividade da indústria, por isso estamos fazendo uma série de atividades e programas que têm por objetivo reduzir o custo logístico do país.
A primeira etapa foi com o programa de investimento em rodovias e ferrovias. Na sequência, nós faremos um de portos e aeroportos, e também iremos mudar o patamar de custo da energia elétrica praticado no nosso país.
Como vocês têm acompanhado, nós também temos tido uma grande preocupação com a redução de tributos, e temos tido um conjunto de iniciativas para chegar a essa redução de forma, eu diria, mais horizontal.
Esse é um objetivo que o governo irá perseguir. Mas nós ainda temos um conjunto de desafios a encarar, no momento em que nós estamos vendo que o Brasil começa a reagir de forma mais significativa aos estímulos que o governo, desde o ano passado, vem fazendo para assegurar que esse país continue produzindo os empregos necessários e a renda necessária para que a sua população cresça, de forma a garantir um crescimento que seja um crescimento de renda, um crescimento de patamar de satisfação para o conjunto da nossa população.
E aí eu quero finalizar dizendo que nós vamos continuar estimulando a expansão da indústria aqui no Estado de Alagoas, vamos apoiar o turismo nas lindas e belíssimas praias dessa região, como a Praia do Francês, vamos continuar a fazer as obras necessárias para o desenvolvimento de Alagoas, como é o caso de uma obra que nós temos grande empenho, que é o Canal do Sertão alagoano, porque ele resolve de uma forma mais estruturante a questão da relação do povo de Alagoas com a seca. Nós queremos que, em que pese não controlarmos essa questão, que é da natureza , nós temos como minimizar através de obras da dimensão do Canal do Sertão alagoano, da dimensão também de levar a água pra todos, o que é muito importante.
E, sobretudo, eu queria dizer que o governo federal tem uma grande preocupação, também, no que se refere à questão da população mais fragilizada que recebe hoje ainda um nível de renda que nós não consideramos compatível com o queremos para o Brasil como um todo. Eu me refiro, aqui, aquela população que no nosso país ainda vive em situação de pobreza extrema. Que nós estamos ampliando o Bolsa Família e aumentando para essa população, principalmente para aquelas crianças, de zero a seis anos, nós queremos garantir para elas uma melhor distribuição de renda e, para isso, tem de aumentar a renda da família. Mas – falando da criança – eu queria dizer que nós estamos focados em assegurar trabalho para os adultos, mas para as crianças nós temos de ter uma preocupação específica. Eu queria dizer que nesse ano nós estaremos com os olhos voltados, aqui, para a situação educacional de Alagoas, no sentido de aumentar e de melhorar o desempenho das crianças.
E estamos fazendo porque todo o país que se desenvolveu teve educação em tempo integral. Todo o país. Não houve um país que tenha se desenvolvido e passado da condição de país pobre para a condição de país desenvolvido sem apostar em educação em tempo integral. E nós iremos fazer, e estamos já fazendo um esforço, de dirigir a educação em tempo integral para aquelas camadas da população mais pobres do país. Com isso, nós esperamos dar aqui uma grande contribuição no sentido da melhoria da condição dos jovens e das crianças.
E, finalmente, eu queria dizer que aqui no berço de um grande brasileiro que é, sem dúvida alguma, o proclamador da República, o Marechal Deodoro da Fonseca, eu me solidarizo a todos os ilustres alagoanos falados pelo governador Teotonio Vilela. Mas queria acrescentar um que eu acho que ele de forma deliberada e discreta não se referiu. Eu me refiro ao nosso grande democrata, senador Teotônio Vilela, que nós todos lembramos com orgulho e encantamento.
Agradeço a atenção de todos vocês. Cumprimento mais uma vez os trabalhadores, a Braskem, a Odebrecht e a Petrobras. Muito obrigada e recebam um beijo no coração.
Ouça a íntegra do discurso (17min) da Presidenta Dilma.