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Discurso da Presidenta da República durante cerimônia de inauguração de unidades de educação infantil - Novo Hamburgo/RS

Novo Hamburgo-RS, 11 de outubro de 2013

 

Eu vou começar, gente, agradecendo a Ariane e ao meu querido Lucas, pela linda apresentação aqui. Mas, sobretudo, porque a vozinha da Ariane é linda, e o Lucas ficou ali, muito sério, segurando o microfone. Então, vou agradecer, e eu acho que essa cena, ela é muito simbólica da Semana da criança e, sobretudo, pelo fato que amanhã é o Dia da criança. Então, nós vamos aplaudir os brasileirinhos e as brasileirinhas de todo este país.

Queria cumprimentar o nosso governador em exercício do Rio Grande do Sul, Beto Grill,

Cumprimentar o Luis Lauermann, prefeito de Novo Hamburgo, e a minha querida Jorgia Seibel,

Queria cumprimentar os ministros que me acompanham: ministra Helena Chagas, da Secretaria de Comunicação Social; a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos; e o nosso querido ministro da Educação, que é responsável pelo Ministério da Educação, nosso querido Aloisio Mercadante.

Cumprimentar a deputada federal, a batalhadora Manuela D’Ávila,

Queria cumprimentar os deputados federais Assis Melo, o Dionilso Marcon, o Henrique Fontana, o Renato Molling e o Ronaldo Zulke, que muito nos ajudam lá em Brasília, na Câmara Federal.

Queria cumprimentar o vice-prefeito de Novo Hamburgo, o Roque Serpa,

O presidente da Câmara, o vereador Antônio Lucas,

Cumprimentar o ex-prefeito de Novo Hamburgo Tarcísio Zimmermann,

Queria cumprimentar aqui as diretoras Silvana Schaeffer e Catarine Tunê, diretoras das escolas municipais. E aqui eu queria saudar cada uma das professoras e dos professores, mas as professoras geralmente são maioria. Ao saudar as professoras, eu quero dizer que, no Brasil, o Dia da criança é um pouco também o Dia das mães e das professoras.

Por isso, eu queria aproveitar e saudar também todas aquelas funcionárias que ajudam as escolas deste país afora a funcionarem e a prestarem esse serviço essencial para o nosso país.

Queria também cumprimentar a Liliana Quevedo da Silva. E, ao saudar a Liliana, eu saúdo todas as mães e os pais dessas crianças aqui de Novo Hamburgo, mas também homenageando as mães e os pais, que são essenciais para a vida do nosso país.

Cumprimentar os senhores jornalistas, as senhoras jornalistas, os senhores fotógrafos, senhores cinegrafistas.

 

Eu queria iniciar dizendo para vocês que eu estou aqui hoje, num dos programas da educação do nosso Brasil que é essencial, que são as creches. Mas nós sabemos que a educação é um todo, ela vai da creche à pós-graduação. Mas na creche e nas escolas de ensino infantil, nas chamadas pré-escolas, há um fato que é essencial para o Brasil, que é onde você começa a atacar a raiz da desigualdade. Mas não só a raiz da desigualdade. Começa-se também a encarar uma das questões centrais para o Brasil, que é compreender que o caminho da educação é o caminho que vai garantir duas coisas ao mesmo tempo. Primeiro, que o Brasil dá aquele passo definitivo para não ser mais o país da desigualdade nem o país que tem uma parte da sua população na miséria. Todas as pessoas que com os programas de renda nós tiramos da miséria e da pobreza têm a sua saída sustentada se nós dermos a elas acesso à educação.

Então, o segundo caminho que a educação conduz é para uma sociedade de conhecimento, uma economia baseada na agregação de valor do conhecimento e não simplesmente no trabalho ou na atividade econômica extrativa.

Eu queria dizer a vocês que esse caminho da educação leva à nação desenvolvida, e que para eles, para a gente transitar por ele, algumas questões são essenciais. Primeiro, professores mais bem formados e bem remunerados. Todos nós que defendemos qualidade na educação temos que lembrar que a educação é fruto de uma capacidade dos seres humanos de transmitir para aqueles que são os mais novos, todos os conhecimentos, toda a história do conhecimento e da elevação do homem e da mulher à civilização.

Essa capacidade de transmissão, ela tem no professor, e na própria família, um dos elementos centrais. Por isso, um país não chega a ascender à educação de qualidade sem professores qualificados e sem que a sociedade, e aí não é o governo, não são os empresários, não são os trabalhadores, não é a academia, é toda a sociedade que dêem status ao professor. Status implica em remuneração adequada e reconhecimento integral ao professor, reconhecimento do papel dele, reconhecimento à professora e ao professor alfabetizador.

E aí eu quero dizer para vocês: eu sou presidenta da República, e aqui o meu querido prefeito, o Luiz Lauerman, ele e eu, e juntamente com o nosso governador em exercício, Beto Grill, nós sabemos que para ter uma modificação na educação no Brasil é preciso recursos. E aí vem a boa noticia: nós conseguimos aprovar na Câmara que os recursos dos royalties do petróleo e do Fundo Social do pré-sal vão para a educação. E nós temos de qualificar esses recursos.

E aí eu vou parar falando da creche. Eu acho que a creche ataca a raiz da desigualdade. Durante muito tempo eu falei que era fundamental que houvesse creche porque as mães precisavam trabalhar e ter onde deixar, num lugar de qualidade, onde deixar seus filhos. Eu ainda até falo isso, mas não é por isso que nós fazemos creches ou pré-escolas. Nós temos que fazer creches e pré-escolas é por causa deles, por causa das crianças, desses brasileirinhos e dessas brasileirinhas.

Hoje, o mundo evoluiu e sabe, pela neurociência, por vários outros conhecimentos adquiridos, que na primeira infância, tanto de zero a três anos, de zero a quatro, e depois de quatro a seis, se formam as condições que vão dar origem à maior capacidade das crianças de aprender.

Nós todos somos diferentes. Ninguém aqui, um é igual ao outro, nenhum de nós, mas as oportunidades têm que ser as mesmas, e aí as oportunidades iguais começam na creche. Por isso é que eu digo que a raiz da desigualdade lá está. Uma criança de classe média, cheia de incentivo, de jogos, acesso a livros, acesso a brinquedos pedagógicos, acesso aos estímulos da professora, com acolhimento, com carinho, ela se desenvolve com extrema rapidez. Quantos de nós aqui, mães, pais, avôs e avós, não sabem que o menino chega aos três anos, igual a esses daqui, e começa a bater um teclado de um Ipad que, para nós, levamos algum tempo aprendendo. Então, essas oportunidades, criar creches, e aí não é só o prédio, que é muito bonito. É nós sermos capazes de, dentro daquele prédio, colocar todas as oportunidades para os brasileirinhos e as brasileirinhas.

E aí eu fico muito feliz de dizer duas coisas. Nós resolvemos, viu, prefeito, um problema que tinha. A gente fazia a creche e levava um tempo para o dinheiro do Fundeb chegar. Agora, o governo federal banca esse tempo, concede os recursos antecipadamente, para dar qualidade para os prefeitos e as prefeitas.

Mas, tem mais, tem uma coisa que eu quero contar para vocês. Todas as creches, todas elas que têm crianças de famílias que recebem o Bolsa Família, portanto, crianças de famílias do Cadastro Único, que estão nos níveis de pobreza, todas essas creches têm direito de receber mais 50% para poder enfrentar o fato de que essas crianças precisam de mais atenção, de mais cuidados.

Nós temos que ter essa consciência porque, na verdade, as professoras e os professores que estão aqui são construtores de futuro. Futuro das crianças, de cada uma... dessa aventura que é a vida de cada um deles. Mas eles são construtores, além do futuro de cada uma dessas crianças, constroem o Brasil. O Brasil, se a gente for olhar e pensar naqueles brinquedos que as crianças fazem, dos tijolinhos, o Brasil é construído pelas professoras e os professores que hoje nós devemos homenagear. E é por isso que eu disse que o Dia da Criança tinha de ser o dia das mães e dos pais e dos professores e das professoras, porque nós sabemos que é com isso que nós vamos construir uma grande nação desenvolvida. Não há... eu sempre digo isso muitas vezes, só fui mal interpretada. Eu disse que um país não se mede pelo PIB. Um país tem que se medir pela qualidade de vida da população, é por aí que ele tem que ser medido. Eu posso ter um PIB desenvolvido, como até já foi o caso no Brasil, e ter uma situação social que deixa a desejar. Na verdade, o que nós queremos é que o PIB e a vida das pessoas melhorem em conjunto e que isso resulte num Brasil cada vez mais rico. Um Brasil mais rico, mais rico porque sua população está cada vez mais rica.

E aí eu completo dizendo o seguinte. Eu saio daqui com muita alegria. Me disseram que eu sou a primeira presidenta eleita a vir aqui em Novo Hamburgo. Muito me orgulha esse fato, até porque aqui eu estou em um estado que eu adotei. Eu tenho o estado onde eu nasci, me criei e do qual eu gosto muito, e tenho um estado que me acolheu e quando eu precisei, me adotou, e que eu adotei. Então eu fico muito feliz também de estar aqui.

E, finalmente, queria dizer para vocês, vejam só que boa agenda eu tenho aqui. Eu saio daqui e vou lá... dar a formatura, participar da diplomação de mais de mil alunos do Pronatec, que é um programa que eu tenho muito orgulho, a formação técnica e profissional de pessoas, adultos, jovens querendo o primeiro emprego, pessoas querendo melhorar de emprego, pessoas querendo se aperfeiçoar, pessoas que percebem que na vida a gente começa a estudar na idade deles e a gente nunca vai poder parar.

Um abraço a cada um dos meus amigos e das minhas amigas que estão aqui hoje, e a certeza, para cada um dos brasileirinhos, que este país, este século, esta década e todos os anos a partir de agora são os anos das crianças e dos jovens do nosso país.

Um grande abraço.

 

Ouça a íntegra (16min11s) do discurso da Presidenta Dilma