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Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante visita inaugural ao Hospital Estadual dos Lagos – Nossa Senhora de Nazareth - Saquarema/RJ

Saquarema-RJ, 30 de junho de 2014

 

 

Primeiro, boa tarde a todos e a todas aqui presentes, à população dessa cidade maravilhosa e dessa região maravilhosa. Eu vinha vindo aqui hoje, gente, de helicóptero, com o governador Pezão e sempre é uma coisa fantástica perceber como este estado do Rio de Janeiro é bonito. Como bonito é, inclusive, essa região aqui, de Saquarema. Eu passei uma parte da minha infância – não vou dizer quando, por que vocês vão ficar estarrecidos de como eu sou nova –, eu passei uma parte da minha vida viajando por aqui, porque eu sou mineira, mineiro não te mar, então a gente vinha, né, passar aqui, as férias, aqui no Espírito Santo e passava por essa região e eu dormia em Araruama. Então, eu conhecia por terra, não conhecia... não tinha nunca sobrevoado aqui. Sei que Saquarema, por exemplo, é capital nacional do surf. Sei também que ela é uma das regiões mais bonitas aqui, com as suas praias e estava muito curiosa de ver onde era a Igreja Nossa Senhora de Nazaré, porque me disseram que era um lugar que tinha a maior... além de ser um lugar importante, do ponto de vista religioso, tinha uma das mais belas vistas, tanto da cidade para a Igreja de Nazareth, como da Igreja de Nazareth para o mar e para a cidade. E aí eu vi a Igreja de Nazareth, vindo de avião, falei: “Pezão, ali eu acho que é a Igreja de Nossa Senhora de Nazareth”. E o Pezão falou: “É, sim”, porque o Pezão conhece bem aqui. Então, eu estou muito feliz por isso.

Queria dizer para vocês que para mim é um prazer estar em mais uma inauguração com o nosso governador popularmente conhecido como Pezão. Eu chamo o Pezão, né, de Pezão, porque foi assim que eu o conheci. E eu quero lembrar que nós estamos nessa parceria há mais de sete anos. E nesses sete anos nós construímos, de fato, uma parceria republicana e conseguimos, eu acho, realizar, eu vou dizer para vocês, acho que conseguimos realizar as melhores obras possíveis para a população do estado do Rio de Janeiro. Essa parceria foi feita desde o governo do presidente Lula e do governo do governador Sérgio Cabral. E eu lembro muito bem quando o presidente, então o presidente Lula nomeou Pezão... Primeiro ele me nomeou “mãe do Pac” e, depois, ele nomeou o Pezão aqui, no estado do Rio, o “pai do PAC”. E isso por quê? Porque o Pezão era responsável pelas obras de infraestrutura. Então, eu estou aqui com esse Pezão, que foi responsável pelas obras de infraestrutura, pelos programas sociais, essa pessoa fantástica que quem conhece sabe da sua qualidade. E eu venho (falha no áudio) ...fazendo também parceria com os prefeitos.

E aí eu vou dizer que eu quero saltar o protocolo e cumprimentar diretamente, primeiro, a prefeita, que é a responsável aqui, pela... a Franciane Motta, que responsável (incompreensível), que é responsável por esse hospital que é uma obra fantástica. E depois eu vou dizer para vocês, porque eu vi muito hospital, eu estive em várias inaugurações, depois eu quero falar para vocês do que eu vejo nesse hospital. Mas eu quero, então, mostrar que essa parceria, ela se completou com os prefeitos. Aqui, com a Franciane Motta. Lá no Rio... Isso, palmas para Franciane. Lá no Rio, com o Eduardo Paes.

E aqui eu tenho certeza, e quero cumprimentar os prefeitos presentes: a prefeita Gracinha, de Iguaba… Graziela? Esse, vou falar uma coisa para vocês, esse “e” seu está difícil, hein? O “e” dela, Gracinha… É Graziela? É de médico, médico que escreve assim, para ninguém entender o que ele escreveu.

Eu queria também cumprimentar o Flávio, de Aperibe… pois é, Aperibé, vamos embora. Não, mas essa é moleza: Branca Mota, Bom Jesus; Solange, de Rio Bonito; Saulo, de Cantagalo, também fácil. Agora o Helil, Helil, de Itaboaraí; o André, de Búzios; o Anderson, de Araruama, Chumbinho, de São Pedro, facílimo, Chumbinho. Aguinaldinho; de Cambuci.

Esses prefeitos, governador e presidenta da República, somos os parceiros, somos aqueles que temos de olhar o interesse da população, o interesse daqueles que nos elegeram, porque quando a gente é eleito, eu sou presidenta de todos os brasileiros, o governador Pezão é governador de todos os fluminenses, e cada um de vocês é prefeito de toda a população dos seus municípios. E a gente tem de olhar para o interesse e para as obras que mais beneficiam as pessoas, aquelas que, de fato, mudam a vida.

E aqui eu também queria falar de uma pessoa, do deputado Paulo Melo, presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O depoimento do Paulo Melo foi um depoimento emocionante, porque mostra aquela característica que mais a gente respeita no brasileiro: são pessoas que não desistem nunca. E o Paulo Melo, sempre com essa cara alegre, sempre com esse ânimo, não, é sim, e com essa capacidade de brigar pelas coisas. E eu sei o quanto esse hospital tem valor para ele, eu sei o quanto ele lutou por esse hospital, o quanto esse hospital é importante também para toda a região.

Queria também cumprimentar os deputados federais que me acompanham aqui hoje, grandes parceiros, o Edson Santos e o Luiz Sérgio. Eu vou chegar nos estaduais.

Queria cumprimentar o deputado estadual Jânio Mendes,

Cumprimentar o nosso presidente da Caixa Econômica, o Jorge Hereda,

O secretário estadual de Saúde, Marcos Musafir,

O presidente da Câmara Municipal de Saquarema, o vereador Paulo Renato Teixeira,

A secretária municipal da Saúde, Ana Cristina Oliveira,

Tem uma pessoa que eu quero dirigir um cumprimento especial, porque eu o encontro em todas as obras, seja da área social, seja da área de infraestrutura aqui no Rio de Janeiro, que é o Ícaro, o Ícaro Moreno, presidente da Empresa de Obras Públicas do Rio de Janeiro. Se é lá no Alemão, com toda a questão de urbanização de favelas, eu encontro o Ícaro. Se é… eu tenho certeza que amanhã vou vê-lo lá no Arco Rodoviário, absoluta certeza. Enfim, em todos os projetos que nós fizemos, na área social, nos hospitais, em todas as áreas, lá está o Ícaro Moreno. E sempre era o Ícaro e o Pezão. Agora o Pezão virou, há um ano, governador, agora, há uns meses, governador. Então, parei de ver o Pezão em todas como o responsável pela obra de infraestrutura e passei a vê-lo como governador.

Queria cumprimentar também o diretor do Hospital Estadual dos Lagos, o Carlos Eduardo Coelho. Quando eu cumprimento o Carlos Eduardo, a quem eu agradeço toda a atenção dispensada, eu gostaria de cumprimentar, por meio dele, todos os profissionais de saúde deste hospital e os conselhos municipais de Saúde e estadual de Saúde.

Queria também cumprimentar representantes dos movimentos sociais, das associações de moradores da região dos Lagos.

Cumprimentar os senhores e as senhoras jornalistas, os fotógrafos e os cinegrafistas.

 

Uma coisa é certa: nós estamos aqui inaugurando um hospital de média-alta complexidade de grande qualidade. De grande qualidade, sobretudo com essa característica que eu acho que a saúde, sempre, todas as políticas de saúde, todas as obras, hospitais, UPAs, postos de saúde e programas como o Mais Médicos tem de ter, que é uma atenção especial com as pessoas, um cuidado para humanizar essa questão, a questão do atendimento médico em todos os seus níveis.

Quando a pessoa, de fato, precisa de um hospital, ela está numa situação de vulnerabilidade, até psicológica, porque é difícil a gente enfrentar um hospital. Então, o que me chamou imensa atenção aqui é a extrema qualidade, no que se refere às pessoas. Por exemplo, a gente vai na UTI neonatal de um bebê que acabou de nascer, eles criaram ali, no berçário, juntamente com toda uma decoração especial para criança, tinha até uma redinha. Mãe e vó sabe direitinho o que é botar uma criança recém-nascida numa redinha. Ela fica mais protegida. Tem uma delicadeza no atendimento. Sabe-se que junto com equipamentos da… extremamente sofisticados, tecnologicamente avançados, o que há de melhor, há também todos esses detalhes que mostram atenção. Isso se dá na UTI, se dá em todas as áreas que eu entrei, nas salas de cirurgia, enfim é um hospital, de fato, de qualidade. Tal como nós temos de construir em todos os lugares desse país. Em todos.

E eu, particularmente, fico muito satisfeita com o fato de nós contribuirmos para a manutenção deste hospital. Eu sei que a parte bastante cara é a manutenção. E isso o governo federal vai dar todos os anos a sua contribuição para manter aqui, na região, esse hospital de referência. Referência porque todos os municípios, aqui, dessa baixada litorânea, vão ser atendidos por hospital de alta qualidade - alta qualidade. É inadmissível que o nosso povo não tenha esse nível de saúde da mais alta qualidade.

Eu quero dizer para vocês que nós temos feito algumas coisas para alterar a situação dos serviços de saúde. O ministro da Saúde falou sobre o Mais Médicos. E nós estamos, trouxemos médicos para atender nos postos de saúde, nos municípios que pediram. Mas além do Mais Médicos, ou como parte do Mais Médicos, eu quero falar também do fato que nós temos de formar médicos no Brasil. Porque os Mais Médicos era assim: nós chamamos primeiro os médicos formados no Brasil. Quando, como era mais de 14 mil médicos, os médicos formados no Brasil não foram suficiente para preencher esses 14 mil que nós tínhamos de vagas para médicos, então chamamos médicos formados no exterior. E aí deu estes 14 mil e poucos médicos que vai dar origem a uma cobertura um pouco mais de 50 milhões de pessoas.

Mas nós queremos formar médicos aqui. Então, nós temos uma meta de criar faculdades de medicina pelo interior desse país, para formar o médico no interior porque nas áreas que falta médico no Brasil, se vocês verem o mapa, é assim: não falta médico nos grandes centros urbanos, nas áreas nobres, na periferia, falta. Não falta médico em todo o litoral do nosso país, no interior falta. Faltam médicos em todos os estados, mesmo nos ricos, como São Paulo. Falta médico nas regiões indígenas. Falta médico para as populações quilombolas, falta médico nas periferias das médias, pequenas cidades. Enfim, esse é um processo que nós olhamos, que a distribuição era muito difícil. Por isso, nós temos essa política de interiorizar a formação dos médicos. Sabe por quê? Porque o médico formado no local, ele cria vínculos, ele cria relações. Vai que ele casa? Vai que ele tenha uma namorada? Vai que ele tenha uma noiva? Vai que ele cria uma família? Já está lá estabelecido. Nós queremos interiorizar também os médicos no nosso país.

Além disso, é importante dizer que nós olhamos muito para a questão do transporte, da ambulância. Lá no governo do presidente Lula, o Chioro era, não era ministro, ele era lá do ministério. E ele foi responsável por duas coisas: primeiro, ressuscitar o Sistema de ambulâncias, Samu. Segundo, rejuvenescer. Ressuscitar e rejuvenescer. Eu gosto demais do Samu como sistema de atendimento, porque na hora da precisão, você precisa de uma ambulância para transportar alguém da sua família, eles estão lá, de prontidão.

Mas eu queria chamar atenção de vocês para um programa que é o programa Aqui Tem Farmácia Popular. Esse programa chamado Aqui Tem Farmácia Popular, ele fornece de forma gratuita, alguns tipos de medicamentos para aqueles brasileiros e brasileiras que têm problemas crônicos de saúde. Como é o caso de crianças, asma. Criança e jovem, asma. Então o remédio da asma, no Aqui Tem Farmácia Popular, que é uma rede de mais de 31 mil farmácias pelo Brasil afora, esse programa fornece remédio de asma gratuito, de diabetes e hipertensão. Por que nós fizemos isso? Porque as pessoas que sofrem dessas doenças, elas precisam de tratamento contínuo. Se elas não tiverem tratamento contínuo, porque “eu não tenho dinheiro para comprar o remédio, então eu não tenho tratamento contínuo.” Nós evitamos isso, e com isso o Brasil também ganha porque diminui a quantidade de internações, de risco de vida para essas pessoas, o que é muito bom. Eu falei desse programa porque eu descobri que tem algumas pessoas que não sabem que ele existe. E ele existe. Apesar de ele beneficiar milhões de brasileiros, tem gente que não sabe. Se tiver pressão alta, vai no posto médico, pede uma receita, o médico dá ou pede para o seu médico, o médico que você conhece, serve qualquer receita de médico e vai comprar o seu remédio de asma, de diabetes e de hipertensão na farmácia que está escrito “Aqui Tem Farmácia Popular”. Todas as grandes redes de farmácia estão qualificadas para isso e tem essa marca: “Aqui Tem Farmácia Popular.”

Bom, gente, eu queria falar uma outra coisa para vocês. Aqui em Saquarema, nós também, além de investir juntamente com estado e a prefeitura nesse hospital de referência, nós estamos também fazendo urbanização de assentamentos precários, não é, prefeito? Principalmente para elaboração de planos de habitação. E também implantação do sistema de abastecimento de água de Jaconé. Com isso, eu quero dizer para vocês que para nós é muito importante o desenvolvimento, a melhoria de vida das populações.

E aí eu vou encerrar minha fala falando um pouquinho e conversando com vocês sobre a Copa do Mundo, sobre a Copa do Mundo. Vocês viram que durante um tempo muito grande no Brasil falaram que a Copa ia ser um caos, falaram que não ia haver Copa. Teve gente que disse que os estádios não ficariam prontos, outros disseram que os aeroportos não ficariam prontos, outros disseram que não teria hotéis, outros disseram que o Brasil tinha doenças infecciosas, outros disseram que ia faltar luz. Nada disso aconteceu e nós estamos, de fato, fazendo a Copa das Copas. Os estádios estão aí para todo mundo ver, os estádios estão aí para todo mundo ver. Veja você, hein? Só falta a gente virar uma monarquia, não é? Já fomos, já fomos e não seremos mais, somos uma República.

Mas, além disso, eu queria destacar o fato, de que também o transporte para as diferentes arenas foi feito com toda a tranquilidade. Nesse processo tem um grande vencedor, o povo brasileiro, um grande vencedor, que deu uma lição de moral nessa questão do “não vai ter Copa”. Não só teve Copa, mas hoje eu estava lendo uma pesquisa dos jornais que dizia que a imprensa estrangeira disse que a nossa é, de fato, a Copa das Copas, não só em número de gols, mas eu quero dizer, na imensa capacidade desse nosso povo de ser hospitaleiro, de ser gentil.

E aí eu até vou falar para vocês que a gente pode colecionar histórias fantásticas. Eu vi uma na internet e fiquei estarrecida com essa história. Porque diziam que ia ser uma coisa horrorosa, porque ia ter manifestação, a polícia ia brigar com torcedor, que ia ser um horror. Aí eu vi a seguinte cena na internet: estava a Polícia Militar de um estado tocando dentro de um quadradinho separado, debaixo de um… no último ponto de entrada para o estádio, debaixo de um viaduto, estava lá a Polícia Militar de um estado fazendo, com a sua banda, tocando. Numa certa hora a banda da polícia começa a tocar Aquarela do Brasil. E vem tocando Aquarela do Brasil. Nisso aponta um grupo de holandeses, vestido de laranja, que não tocavam muito direito a Aquarela do Brasil, mas começaram a escutar e começaram a tocar a Aquarela do Brasil. Nisso, um policial militar abre, era uma dessas divisões igual a essa aqui da frente, abre a divisão e adentra a banda daqueles holandeses todos vestidos de laranja, tocando Aquarela do Brasil, nessa altura já tinham aprendido a tocar a Aquarela do Brasil e passam a tocar Aquarela do Brasil junto com a polícia. É isso o espírito deste país, é isso.

E inequivocamente, o estádio podia estar bonito como está, os BRTs, como está acontecendo no Rio, aquele BRT de 39 km que eu fui lá, o Transcarioca. Eu fui lá inaugurar junto com vocês. Você estava lá, Paulo Melo, estava o Pezão, estava o Eduardo Paes. E é bonito também, mas é 39 km, não é pouca coisa, é um BRT que é igualzinho a um metrô, só que é sobre superfície. Também você não vai dizer que os aeroportos não estão bons, os aeroportos todos estão funcionando. Nada disso adiantaria se a gente fosse um povo bravo, um povo irritado, um povo que não tivesse essa alegria que este país tem.

E aí, quando eu digo que nós demos uma goleada nos pessimistas, uma goleada naqueles que anunciavam o caos e a Copa está sendo um sucesso em todo o Brasil. Nós podemos todos ficar muito orgulhosos, muito orgulhosos, de cabeça erguida, com muita autoestima porque, de fato, este país está fazendo uma Copa do Mundo fantástica. E o nosso povo está fazendo também todo o possível para que ela seja um sucesso. Quero dizer para vocês que todos nós aqui somos grandes torcedores e que agora nós temos todos, os 201 milhões, criança de colo até o mais idoso dos brasileiros torcer para que nós também, lá no campo, tenhamos o que nós merecemos: uma vitória justa.

Obrigado.

 

 Ouça a íntegra (27min30s) do discurso da Presidenta Dilma Rousseff

 

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