Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, na abertura da exposição das obras de Caravaggio
Brasília-DF, 05 de outubro de 2012
Eu queria iniciar agradecendo, aqui, os patrocinadores porque... sabe Carlinhos, eu estou muito feliz de te receber aqui. Então, eu queria agradecer os patrocinadores porque uma exposição dessa, ela exige certos cuidados.
Nós vamos ver seis obras de um grande, mas de um dos maiores pintores, não só... Que a Itália deu para o mundo.
E aí eu agradeço à Fiat, o Cledorvino Belini; agradeço à Caixa, o nosso querido Hereda; e agradeço, principalmente, ao embaixador da Itália no Brasil, senhor Gherardo de La Francesca.
Eu gostaria de dizer que... Eu gostaria de dizer, embaixador, que pra mim esse gesto da Embaixada Italiana no Brasil é um gesto que aproxima ainda mais o Brasil da Itália – e aproxima de uma forma especial, que é aquela que só a arte consegue fazer entre os povos –, mostrando o que tem de melhor na cultura italiana.
E eu queria dizer que pra mim é um momento especial porque nós estamos aqui numa obra moderna, original, que é o Palácio do Planalto e, ao mesmo tempo, estamos recebendo seis telas de um dos maiores pintores – que tem gente que diz que é do barroco, eu, especialmente, acho que ele é maneirista, mas essa é uma questão que também não tem grande importância –, mas é algo que eu considero encata... É um encantamento poder permitir que milhares de brasilienses que nasceram aqui ou que visitam essa cidade tenham acesso à essas seis obras.
Elas vêm de uma trajetória de uma quantidade imensa de gente procurando, fazendo fila, ficando horas na fila em São Paulo, em Minas Gerais, em BH para ver essas seis telas. Duas delas nunca saíram da Itália.
Ele é, sem sombra de dúvida, um grande pintor e um palácio de governo serve para várias coisas: serve para a gente passar os dias gerindo e se esforçando para governar bem o Brasil; mas deve servir, também, para que a gente possa expor grandes pintores.
E aí eu queria lembrar... nós fizermos o ano passado uma exposição por ocasião do Dia das Mulheres, uma exposição em que houve a presença de vinte e uma mil pessoas, sendo que nove mil eram crianças. Tenho certeza que elas, ao começar a enxergar, ao começar a curtir e a começar a contemplar essas pinturas, vão guardar isso para sempre. E vão fazer com que isso melhore a forma como se encara o mundo. Porque a arte é para isso: a arte é para dar essa dimensão, quase sagrada em relação à vida, que é a nossa capacidade de interpretar a vida, a natureza e o mundo.
Eu queria dizer que ele é um dos pintores que na minha vida mais me impressionaram. Acho que ele tem uma própria... a vida dele é extremamente dramática – para não dizer em alguns aspectos trágica – mas ele sempre foi um grande, um grande degustador da vida. E isso está expresso em cada pintura que ele nos legou.
Lamento, viu, embaixador, que a que eu mais gosto não tenha vindo, que é o Cupido Adormecido. Mas, tem outras tão ou mais bonitas para muitas outras pessoas.
Um abraço para vocês. E eu queria que a imprensa também tivesse direito – vou defender aqui o direito dos fotógrafos, dos jornalistas, dos cinegrafistas. Tenho certeza que a Marta e o Gilberto, em nome do governo, junto comigo estão falando, também, que vocês sejam muito bem vindos. E desfrutem desta exposição.
E queria, finalmente, finalizar dizendo aqui – estamos dois representantes de poderes: eu e o ministro Ayres Brito, que trouxe a sua filha. É um momento especial, também, para nós que estamos aqui em Brasília permanentemente.
Um abraço a todos.
Ouça a íntegra do discurso (05min37s) da Presidenta Dilma