Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, na cerimônia de entrega da Medalha 25 de Janeiro no âmbito das comemorações do 458º aniversário de fundação da cidade de São Paulo
São Paulo-SP, 25 de janeiro de 2012
Eu queria iniciar saudando o presidente Fernando Henrique Cardoso, até porque espero que esse reconhecimento, que eu acho importante que nós tenhamos o hábito de fazer para os ex-presidentes da República, seja uma prática do Brasil democrático.
Queria também cumprimentar o vice-presidente da República, Michel Temer,
O governador Geraldo Alckmin,
A primeira-dama Lu Alckmin,
Cumprimentar o governador... o vice-governador do estado, Afif Domingos,
O Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo,
Queria dirigir um cumprimento especial e um agradecimento a essa figura capaz de agregar, capaz de criar vínculos fraternos, republicanos com pessoas as mais diferenciadas, que é o prefeito Gilberto Kassab, a quem sou muito grata por esta honraria.
Queria cumprimentar o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan Sartori,
O ministro Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República,
O senhor Eduardo Suplicy, senador,
O senhor José Serra, ex-governador de São Paulo,
O senhor Cláudio Lembo, ex-governador do estado de São Paulo,
A senhora Alda Marco Antonio, vice-prefeita de São Paulo,
Os senhores e as senhoras parlamentares aqui presentes,
Os senhores e as senhoras secretários estaduais e municipais,
Os senhores jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas,
A todos os paulistanos e aos paulistas aqui presentes,
Eu queria dizer para vocês que me honra muito participar desta festa nesta cidade que hoje faz 458 anos e que eu tive a honra de participar, um ano atrás, de uma cerimônia como esta que homenageou um grande brasileiro, uma pessoa que deu grandes serviços ao nosso país, o nosso querido e inesquecível José Alencar.
Eu recebo,com muita honra esta homenagem porque todos nós, brasileiros – eu não nasci aqui, eu sou mineira –, mas todos nós, brasileiros, sabemos o que São Paulo sempre significou no imaginário brasileiro. Era aqui que as pessoas que tinham esperança ou que buscavam um desafio ou queriam vencer na vida, era para aqui que os brasileiros se dirigiam.
Então, São Paulo teve sempre, para nós, brasileiros, um efeito simbólico muito grande. Era aqui que o Brasil crescia, era aqui que a riqueza era produzida, os trabalhadores tinham oportunidades, e esta cidade, sobretudo, tem, eu acho, um momento muito especial. Ela nasceu e foi nucleada em torno de um convento e de uma escola. Por isso, ela também foi um dos centros científicos e de cultura do nosso país e, por isso, teve presença não só na criação da modernidade econômica, mas foi presença também no nascimento do Modernismo no Brasil.
Eu tenho muito orgulho de ostentar esta medalha, que hoje, com a generosidade do prefeito Kassab, me foi entregue. E aí eu lembro da introdução de um livro do Roberto Pompeu de Toledo, em que ele diz que no aniversário de 450 anos da cidade de São Paulo foi feita uma pesquisa para detectar qual era a música que representava São Paulo. Duas músicas ganharam: a primeira, Trem das Onze, e a segunda música vencedora foi Sampa, uma do Adoniran e a outra do Caetano.
Na música do Caetano tem uma passagem que eu acho que reflete e que abre toda uma discussão, que é aquela passagem que... “alguma coisa acontece no meu coração quando eu cruzo a Ipiranga com a Avenida São João”. O Roberto Pompeu de Toledo, nesse livro que é magistral, dizia que era a admiração, a perplexidade, o absoluto estarrecimento diante daquele movimento, daquela impermanência, mas eu acho que tem outra... outro sentimento, outra sensação que passa no coração dos brasileiros, quando cruzam a Ipiranga com a Avenida São João, e eu acho que sempre foi uma sensação de esperança. Esperança de todos os... todos aqueles que, muitas vezes, saíram do Norte, do Nordeste deste país, em busca de ganhar sua vida, mas também uma imensa esperança de que nosso país pode ser do tamanho de São Paulo.
Eu acho, sobretudo, que essa esperança é que está sempre no coração e na cabeça da gente quando a gente cruza a Ipiranga com a Avenida São João. E, eu tenho certeza de que nós somos, hoje, um dos maiores e mais predestinados países do mundo. Temos, já no presente, muitas realizações e, sobretudo, estamos construindo, e eu tenho a certeza de que, cada vez mais com a contribuição de cada homem e de cada mulher, de cada governador e de cada prefeito, um Brasil melhor.
Mas, São Paulo, sem sombra de dúvida, com a sua capacidade de gerar riqueza, de gerar conhecimento e de gerar cultura é sempre e será sempre um farol para o nosso país. Por isso, eu fico emocionada e agradeço bastante ao nosso prefeito Kassab por esta homenagem.
Quero dizer a vocês que eu já honrava a cidade de São Paulo com amor pelas suas ruas, pela sua gente, mas, sobretudo, com a certeza de que se aqui nasceu a Idade Moderna, de que se aqui nasceu muito do que foram as grandes realizações do país, aqui também nasceu a capacidade deste país de ter uma relação generosa com as outras regiões, de gerar, também, desenvolvimento para todas as regiões do país. Por isso, São Paulo tem essa característica de esperança.
Muito obrigada.
Ouça a íntegra do discurso (09min09s) da Presidenta Dilma