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Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, na cerimônia de inauguração do Centro de Controle de Operações do Tráfego e anúncio de doação de 19 ambulâncias para expansão do SAMU 192 de Minas Gerais - Belo Horizonte/MG

Belo Horizonte-MG, 08 de junho de 2014

 

Obrigada, muito obrigada. Boa tarde, porque já virou meio-dia.

Eu queria cumprimentar o nosso representante dos trabalhadores que contribuíram para a construção desse Centro de Operações, William Gonçalves dos Santos. Também, em nome dele, eu saúdo todos os trabalhadores que aqui em Minas estão construindo essa verdadeira revolução no trânsito que está sendo feita aqui pela prefeitura.

Fico muito honrada de ter essa parceira aqui, porque acredito que um dos grandes problemas que a nossa população hoje sofre é com a questão da mobilidade urbana. E aí, eu saúdo o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, e agradeço pela parceria.

Cumprimento os ministros de estado que hoje me acompanham: o ministro das Cidades, Gilberto Occhi, que por sinal é de Ubá, acabei de descobrir que ele é de Ubá. Por isso... mineiro. Por isso que ele cantou no final “Oh, Minas Gerais, quem te conhece não te esquece jamais.” Cumprimento também o ministro Arthur Chioro, da Saúde. Não sei se vocês sabem, mas o ministro Chioro tem uma ligação especial com a questão do Samu, porque em 2003, ele foi... ele participava do ministério do ministro Humberto Costa, no governo do presidente Lula, e naquela oportunidade ele que organizou o Samu. Na verdade, um sistema de atendimento de urgência que tinha, no passado, com outra dimensão e outras características menores, existido no Brasil. E esse sistema, então, ele foi resgatado, e naquela época o ministro, hoje ministro Chioro, foi responsável, e a gente chama o ministro de pai do Samu.

Queria cumprimentar o nosso ministro Clélio Campolina, da Ciência Tecnologia e Inovação, ex-reitor aqui da UFMG. E o ministro da Comunicação Social, Thomas Traumann… faltou, né? Pois é.

Os deputados federais presentes, Nilmário Miranda, Gabriel Guimarães, a Jô Moraes, a minha querida Jô Moraes, o Miguel Correa Júnior,

O deputado estadual Rogério Correia,

O vice-prefeito Délio Malheiros,

Cumprimentar o Maurício Muniz, que aqui reapresenta o ministério do Planejamento e é secretário do Programa de Aceleração de Crescimento, o PAC.

Cumprimentar o secretário nacional de transporte, Julio Santos,

Os secretários estaduais: Fabrício Torres Sampaio, de Transporte e Obras Públicas, que representa nesse ato o governador de Minas Gerais; o secretário Thiago Lacerda, de Turismo e Esporte.

Cumprimentar o diretor-presidente da BHTRANS, Ramon César.

Os vereadores Adriano Ventura, Juninho Pain e Silvinho Rezende.

Cumprimentar o diretor do COP, do Centro de Operações da Prefeitura de BH, brigadeiro José Alves Candez Neto.

Cumprimentar o comandante-geral da PM de Minas, coronel Márcio Martins Santana.

Cumprimentar o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários, senhor Ronaldo Batista,

O presidente Joel Jorge Guedes, do Sindicato das Empresas de Transporte.

Agradeço também aos músicos da Banda da Guarda Municipal de BH.

Queria cumprimentar os senhores e as senhoras jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas.

 

Eu, sempre que venho aqui em Belo Horizonte, fico impressionada quanto a nossa cidade cresceu. Eu ainda morava aqui quando a Avenida do Contorno deixou de contornar, de fato, a cidade. Mas, na verdade, a expansão foi muito maior. E hoje, a divisa entre as cidades da região, as cidades da nossa região metropolitana em BH, elas hoje são difusas. Esse é um crescimento muito normal numa cidade da importância de BH, não só no Brasil, mas no estado de Minas Gerais. E, necessariamente, nós temos de ter consciência, eu acho que o que nós estamos fazendo aqui hoje é mostrar essa consciência de que BH vai crescer ainda muito mais. Uma área tão estratégica para o Brasil, necessariamente terá um desenvolvimento cada vez maior. Daí porque o deslocamento das pessoas vai ser algo estratégico para o estado e para a capital dos mineiros. Daí porque eu acho significativo o conjunto de obras em mobilidade urbana levados a cabo aqui nessa parceria que nós temos, tanto com a prefeitura de Minas Gerais nessas obras concentradas aqui em Belo Horizonte, como com outros municípios do estado, e também com o governo do estado de Minas Gerais.

Eu sei que Minas Gerais - eu sou da época que, em Belo Horizonte, nós tínhamos um transporte que era raro no Brasil naquela época, que era o Interbairros. De um bairro, você, sem passar pelo centro, ia para outro bairro. Agora, o nível de integração vai exigir uma sofisticação cada vez maior. E vejo, com esse centro de operações, Belo Horizonte, pela prefeitura, pelo prefeito Márcio Lacerda, se qualificando, se capacitando para operar, monitorar e administrar, gerir a complexidade que decorre do fato de Belo Horizonte ser uma das maiores cidades do Brasil, com uma região metropolitana a ela associada.

No passado, no Brasil, nós não tivemos investimento do governo federal na área de transporte urbano de massa, na área de mobilidade. O governo federal tomou a decisão, e eu considero essa uma decisão histórica, de passar a investir em parceria, obviamente, prioritária com as prefeituras, que são as responsáveis pelo transporte de massa, passar a investir com elas. Porque os recursos necessários para construir aquilo que não foi construído por duas décadas, que é o sistema de transporte coletivo de qualidade, rápido, seguro e eficiente. Essa decisão de fazê-lo em parceria e fazer com que o governo federal passasse a participar, eu tenho certeza, tenho certeza que foi uma questão chave para que o Brasil tivesse uma série de realizações em mobilidade urbana.

À medida que a frota de automóveis cresceu, à medida que as ruas foram ficando pequenas, o tempo de deslocamento aumentou. Quando o tempo de deslocamento aumentou, surgiu uma unanimidade entre os moradores das grandes cidades do Brasil: nós temos de ter vias expressas. Sejam elas sobre trilho, o metrô, o VLT, sejam em vias segregadas, vias que só circulam, onde só circula ônibus. Esse sistema mostra uma clara preferência de quem assume a responsabilidade de fazê-lo pelo transporte coletivo. Não que nós não somos a favor que as pessoas tenham carro, afinal de contas, todo mundo quer ter seu carro, mas o que nós queremos garantir é que as pessoas, no dia-a-dia, na ida, na ida para o trabalho, na ida para o… para a escola, para o lazer, tenham a opção de um transporte rápido, seguro e eficiente. Para mim, essa é a importância desse sistema. A importância do BRT Antônio Carlos-Pedro Primeiro, em operação assistida desde o mês passado. Do BRT Cristiano Machado e do BRT da Área Central, em operação assistida desde março. E também do Corredor Pedro II que acaba de ser finalizado.

Fiquei impressionada com o Centro de Operações que o prefeito Márcio fez aqui e que hoje está sendo inaugurado. Tem uma central de controle de trânsito à altura do que é hoje e que será ainda mais amanhã, BH. E fiquei também impressionada com o acompanhamento feito em tempo real de cada um dos veículos, dos ônibus articulados do Move. Sem sombra de dúvida, esse empreendimento, somado a via 210 e ao Boulevard Arrudas/Tereza Cristina, fazem parte desse esforço que eu disse a vocês que é essencial que seja feito nas cidades do Brasil.

Eu estive domingo passado entregando junto com o prefeito Eduardo Paes o BRT Transcarioca. Esses dois sistemas, tanto esse de Belo Horizonte, todo articulado, fazem parte da matriz de responsabilidades da Copa. É um investimento significativo aqui, em torno de R$ 1,5 bilhão. A vantagem dele ter sido classificado como obra da Copa, muito bem falou o nosso prefeito, é acelerar a obra. Ela seria inexoravelmente feita porque, hoje, para vocês terem uma ideia, a carteira de obras de mobilidade do governo federal em apoio às prefeituras chega a R$ 143 bilhões. Dentro dessas obras, nós temos todas as obras relativas, por exemplo, ao metrô. Meu governo garantiu R$ 3 bilhões, quase 4; R$ 3,9 bilhões de recursos da União para os investimentos na retomada do metrô. Então, essas obras, elas constituem algo que faltava no Brasil, que era a presença do governo federal. Por quê? Porque geralmente elas exigem um volume de dinheiro muito grande, exigem que você financie no longo prazo. O quê que é financiar no longo prazo? É dar fôlego para quem faz, poder pagar, porque senão, não consegue pagar. Uma obra dessas, por exemplo, esses R$ 3 bilhões, quase R$ 4 bilhões, precisa de ter prazo adequado, tempo de financiamento: 30 anos. Precisa de ter carência, não pode exigir que o pagamento comece imediatamente: cinco anos. E uma taxa de juros adequada para o pagamento: 5%.

Nós autorizamos, lá em setembro de 2011, os recursos para expandir a linha 1, com a construção de duas novas estações, e também construir a linha 2, entre o Barreiro e o Calafate. E a linha 3, entre a Lagoinha e a Savassi. Este ano, nós autorizamos mais recursos para implantar a linha entre Santa Teresa e a Praça Raul Soares e expandir a linha 3, da Savassi até o Morro do Papagaio. Aliás, eu tenho uma relação forte com o Morro do Papagaio: eu comecei a fazer política comunitária no Morro do Papagaio, e naquela época já era um dos grandes bairros populares, com grande número de obras, de moradias irregulares e precárias.

Bom, mas eu queria dizer que quando todos esses quilômetros - que são em parceria, nós com o governo do estado, governo federal, governo do estado e a prefeitura - estiverem prontos, para vocês terem uma ideia, serão 22 quilômetros de metrô. E 22 quilômetros de metrô é muito importante numa cidade como Belo Horizonte. Na década de 80 e de 90 falavam: “ah, metrô é coisa de país rico. O Brasil não tem de fazer metrô.” Não. O Brasil tem de fazer metrô, tem de fazer BRT, tem de fazer todos os transportes para assegurar que hoje, um país que é a 7ª potência do mundo tenha condições de que a sua população possa mostrar um padrão de vida elevado.

Eu quero dizer que eu espero que nós tenhamos, nessa parceria, uma conclusão rápida dos projetos que estão sob a responsabilidade do governo do estado para que as obras do metrô possam ser concluídas com rapidez, beneficiando, portanto, a população aqui da grande BH.

Nós também temos outras obras importantes, eu acho que a do Anel Rodoviário, porque ele tem impacto na mobilidade aqui da cidade, é um muito importante. Nós liberamos para essa obra apenas, apenas para essa obra, R$ 1,3 bilhão. E nós também vamos construir o trecho Novo Sul, que liga as BRs 040 e 262 entre Betim e Nova Lima.

Todas essas obras estão acontecendo, e aí, eu acredito que a Copa teve esse papel de acelerar essas obras. Mas, mesmo considerando que aqui, perto do Mineirão, vai haver uma grande melhoria na mobilidade, elas não foram feitas para o uso exclusivo na Copa. Quando o turista for embora dessa cidade, e eu acredito que ela vai atrair muitos visitantes pela qualidade da cidade, pelo fato de que aqui, de fato, é o lugar que tem uma vida cultural extremamente intensa e atrativa, porque terão jogos também importantes realizados aqui. Eu acredito que o turista que vai sair daqui não vai levar na mala nem o estádio, nem a sobras do BRT feitas pelo prefeito Márcio, nem tampouco nenhuma das obras que permitirão nos hotéis - eu vi, inclusive, hotéis de qualidade aqui construídos e prontos -, não vai levar nada disso. Isso vai ficar de legado para a população. E o Brasil foi o único país que participou das 20 Copas, das 20 Copas. Nenhum outro país participou. Em todas as vezes que houve jogos da Copa, em todos os países, nós, quando visitamos os outros países fomos muito bem recebidos. Tenho certeza que o que o turista vai levar aqui de Belo Horizonte, no seu coração, vai ser essa recepção calorosa, humana, respeitosa que os mineiros e os belo-horizontinos são capazes de dar.

Tenho certeza também que a Copa vai ser uma festa. E é fundamental que as pessoas, que são a maioria da população brasileira, tenham o direito a usufruir dessa grande festa que começa nessa semana que vem, na quinta-feira.

Finalmente, eu queria dizer a vocês que eu tenho certeza que as 19 ambulâncias do Samu, que nós vamos destinar nesse momento e que vão ficar concentradas aqui na capital, para ampliar a capacidade de prestação de socorro durante a Copa, vão, assim que a Copa acabar e ser... e essas ambulâncias serem distribuídas por todos os municípios a qual, as... aos quais elas forem destinadas, que elas vão contribuir para melhoria da qualidade do atendimento de urgência tão essencial à pessoa que dele necessita. Eu tenho sempre um carinho imenso pelos médicos, pelos atendentes, pelos enfermeiros, pelos agentes de saúde do Samu, porque eles prestam um serviço que nós podemos chamar de heroicos.

Então eu termino dizendo: é essa a qualidade de serviço que nós queremos para a população de Belo Horizonte.

Um grande abraço, boa Copa para os mineiros. Tenho certeza que nós vamos mostrar um evento de alegria, de força e de civilidade do Brasil. Muito obrigada.

 

Ouça a íntegra do discurso (23min10s) da Presidenta Dilma