Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, na cerimônia de lançamento da Pedra Fundamental e de batismo da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados V da Petrobras - Uberaba/MG
Uberaba-MG, 03 de maio de 2014
Eu garanto a vocês... olha, gente, eu garanto a todos vocês... primeiro eu vou dar boa tarde, depois eu vou garantir a todo mundo uma coisa: eu não vou ficar falando muito porque são 15 para as 3, e daqui a pouco a gente vai escutar um barulho estranho. É todos os nossos estômagos pedindo comida.
Primeiro, boa tarde a todos. Boa tarde aos uberabenses e aos mineiros aqui presentes... aliás, eu não sei se vocês notaram, mas só tem mineiro aqui nesse palco também: é eu, a Graça, o Beto Vasconcelos, o Maurício Muniz, o Fernando Pimentel e o Murilo, da Vale. E os outros que não são mineiros ganharam hoje ou ontem o título de mineiros, então os de fora aqui são todos mineiros, vocês podem ter certeza. Então, estamos em casa aqui hoje. Eu estou também, eu estou em casa também, como eu disse lá na ABCZ, a minha família, a família da minha mãe é aqui de Uberaba, ali na rua Vigário Silva que eles moravam. E meu pai e minha mãe se conheceram aqui e se casaram e foram para Belo Horizonte. Por pouco eu não sou uberabense, por muito pouco. Mas eu sempre fico feliz de estar aqui.
E eu queria cumprimentar o nosso governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho.
Cumprimentar a Graça Foster. E ao cumprimentar a Graça, presidenta da Petrobrás, eu cumprimento aqui, todos os funcionários da Petrobras, os trabalhadores da Petrobras, esses milhares de brasileiros que fazem dessa empresa a potência que ela é.
Cumprimento também o prefeito aqui de Uberaba, o Paulo Piau, que nos recebeu com toda fraternidade e eu agradeço essa recepção a ele e à senhora Heloisa Piau.
Cumprimento o prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado e digo que essa parceria Uberaba-Uberlândia é muito forte aqui para essa região e ela vai ajudar essa região ser cada vez maior e do tamanho dos sonhos do pessoal aqui do Triângulo Mineiro.
Cumprimento também uma pessoa muito querida para mim que é o Josué Alencar. Eu chamo ele de Josué Alencar, o nome dele é Josué Gomes da Silva, mas eu chamo ele de Josué Alencar pelo grande, eu vou falar para vocês, o grande carinho, a admiração e também um fato muito especial, eu não só convivi com o pai dele, José Alencar, mas eu convivi com ele também. Com o pai dele foi uma amizade à primeira vista. Tem amor à primeira vista, mas vocês podem ter certeza que tem uma coisa muito forte chamada amizade à primeira vista, daquelas que duram para sempre. E eu trago o José Alencar no meu coração. E trago também o Josué, porque o Josué tem aquilo que um pai do tamanho do José Alencar lega para o filho: a dignidade, a capacidade de trabalho, a seriedade e o compromisso com o nosso país.
Cumprimento também os ministros de estado que vieram comigo: o Edison Lobão, de Minas e Energia; o Neri Geller, da Agricultura; a Miriam, do Planejamento.
E cumprimento também uma parceira importante do governo que é a senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Agricultura e da Pecuária.
Cumprimento também os ex-ministros de estado aqui presentes: o Anderson Adauto, que foi prefeito dessa cidade; o Antônio Andrade, que é meu ex-ministro da Agricultura e que teve também uma participação grande, como mineiro que é, na questão da agricultura aqui em Uberaba, em Minas Gerais e em todo o Brasil. E finalmente eu cumprimento o ex-ministro do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio, Fernando Pimentel. O Fernando é outro dos mineiros aqui presentes, dos mineiros com tradição de luta e o Fernando foi ex-prefeito de Belo Horizonte.
Cumprimento também o deputado federal Odair Cunha.
Cumprimento dos deputados estaduais: Adelmo Leão, Bosco e Tony Carlos.
Dois mineiros trabalham na minha equipe de governo, os dois são uberabenses e eles disputam qual vai ser o mais ilustre dos mineiros: um é o Beto Vasconcelos e o outro é o Muniz, Maurício, o nosso querido Maurício Muniz.
O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, é daqueles que foi naturalizado, ontem, mineiro, ontem, uberabense. Então, esse, nós já conseguimos atrair para a mineiridade.
Cumprimento também o presidente da Cemig, o Djalma Moraes.
Cumprimento o presidente da Gasmig, José Carlos de Matos.
O presidente, representando o presidente da Federação das Indústrias, o Altamir de Araújo Rosso Filho.
Finalmente eu cumprimento um mineiro que é responsável por uma das grandes empresas desse país, a mineradora Vale, Murilo Ferreira.
Cumprimento o diretor da Toyo-Setal, José Luiz Fernandes.
Cumprimento também e quero destacar que ele fez um retrospecto importante da história da Petrobrás, que é o presidente... o diretor, aliás, do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais, o Leopoldino Martins.
Queria cumprimentar as senhoras e os senhores empresários aqui presentes.
Os fotógrafos, os cinegrafistas.
Dizer também, mais uma vez eu quero dizer que estou muito satisfeita de estar aqui hoje. Eu vim aqui primeiro como presidenta, eu já estive antes sem ser presidenta, mas como presidenta, como a Graça Foster disse para vocês, foi logo no início do meu governo. Eu tomei posse em 1º de janeiro de 2011, estive aqui 17 de março de 2011. E o motivo daquela visita foi justamente fazer o que nós estamos fazendo aqui hoje. O que nós estamos fazendo aqui hoje é ligar 3 pontos da nossa história. Primeiro, uma fábrica de nitrogenados, ela tem a ver com agricultura e a pecuária. Mas tem a ver, fundamentalmente, com a nossa agricultura. Estamos aqui hoje porque a agricultura do nosso país é um dos setores mais importantes do nosso país, pela produção de alimentos que gera para nós e para o mundo, pelas divisas que geram para nós, pelo desenvolvimento e pelo exemplo que representa. Então, nós estamos aqui tratando de um assunto seríssimo que é o seguinte: quanto mais a nossa agricultura tiver insumos de qualidade produzidos com as nossas riquezas, mais riqueza vamos gerar. Daí a importância dessa fábrica de nitrogenados, daí a importância da gente olhar para área de fertilizante e ver que ela é uma área estratégica para o Brasil.
Um país que tem todas as condições para ser, por exemplo, o maior produtor de soja, e não sou eu que estou dizendo, não sou eu que estou dizendo isso. Porque se fosse só eu, falavam: não, isso é mania de grandeza. O pessoal adora falar que a gente tem mania de grandeza, eu tenho mesmo, mania de grandeza, mas a mania de grandeza do Brasil que eu tenho. E por isso eu escutei isso de técnicos internacionais. O Brasil, certamente, tem todas as condições de passar para o 1º lugar na produção de soja. Mas se nós temos todo esse potencial, esse potencial de desenvolvimento da pecuária, tivemos hoje nos 80 anos da ABCZ, se nós temos essa força no agronegócio e na agricultura familiar, nós temos de nos preocupar com os insumos e com as condições que cercam a produção.
Então, hoje aqui nós estamos dando um grande passo para a questão da sustentabilidade da agricultura brasileira. Produzir fertilizantes é estratégico para o Brasil. É estratégico. E nós temos de produzi-los, quanto mais produzirmos usando a nossa riqueza, melhor.
E aí entra uma figura, uma figura chamada José Alencar. José Alencar, ele era uma pessoa extremamente determinada, muito determinada. Quando ele achava que uma coisa era justa, era certa, que tinha fundamento, ele lutava e lutava e lutava. Ele faz parte dessa característica do povo brasileiro que é o trabalho e a determinação. É o esforço e a determinação e é essa qualidade de ser uma pessoa que não olha só para si, olha para o seu país, para o seu estado e para sua região. Então, o José Alencar um dia me liga, ele me ligava muito, a gente conversava muito, eu não só gostava de conversar questões do governo com o José Alencar, mas eu gostava muito de escutar as histórias do José Alencar, porque o José Alencar contava causos, contava causos para mim que sou uma ótima ouvinte dos causos do Zé Alencar. Eram causos mineiros, com aquele gosto, aquele sabor que a esperteza do nosso homem e mulher do interior tem. E ele também contava causos dos políticos. Mas esse dia ele me liga dizendo para mim o seguinte: olha, tem uma coisa importante acontecendo. Tem aí uma fábrica de fertilizante nitrogenado que o pessoal, tá uma discussão danada, e por tudo que eu entendo e por tudo que eu vi, por tudo que me passaram, por tudo que li, eu tenho certeza que o lugar dela é em Minas Gerais. Mas não é só em Minas Gerais, é lá em Uberaba, no Triângulo Mineiro. E o vice-presidente da República falando pelo telefone me disse: “olha, eu vou daqui a uns dias lá na Petrobras falar com a Graça, depois falar com o presidente Gabrielli, e eu vou insistir na questão da localização.” E ele foi, e ele insistiu, e ele lá da reunião ligava para mim, e insistia, insistia sem... porque o José Alencar tem uma característica ótima também, ele nunca desistia. Se ele tinha convicção, ele não desistia, e é um exemplo para nós todos. Se a gente acreditar, a gente tem de lutar por aquilo. E aí, dito e feito, eu olhei o projeto com ele, falei com a Graça, falei com o Gabrielli, e estava visível que a melhor localização era aqui. Era aqui por causa do Triângulo Mineiro, por causa dessa questão que muitas pessoas falaram aqui. Aqui é o coração do Brasil, num sentido que aqui se localiza aonde bate, é perto de onde bate toda a energia do país. Então, ele olhou e disse para mim o seguinte: alcança... olha, alcança o Centro-Oeste; olha, alcança o Sul, alcança o Sudeste e alcança o norte desse país, e alcança o chamado “Mapitoba”. O que é o “Mapitoba”, gente? Vocês vão levar um susto, a presidenta inventou um lugar. Não é não. É que ele chamam de Mapitoba a junção de quatro estados Maranhão, MA; PI, Piauí; TO, Tocantins; BA, Bahia.
E ele disse o seguinte: durante muito tempo tiraram a Petrobras de várias atividades... ah, porque ela tinha de ser menor, ah, porque a Petrobras não pode fazer isso. Bom, mas se ela não fazia também ninguém fazia. Então, nós sempre achamos fundamental que a nossa maior empresa, a maior empresa desse país tivesse na área de fertilizante. Na verdade, o que aconteceu? Aconteceu justamente a junção dessas três partes. Para a Petrobras também era bom negócio entrar no negócio de fertilizantes. Fazia um equilíbrio muito bom com a sua produção de gás e as necessidades do mercado. De outro lado, o governo de Minas, inequivocamente, tinha vontade e determinação de fazer essa fábrica aqui.
No início, se vocês lembram do mapa que passou, era muito mais perto a gente fazer um gasoduto saindo de São Paulo para Uberaba. Acontece que São Paulo estava disputando gasoduto... gasoduto, não, a fábrica de fertilizante. É isso que acontece. E nós, durante 2 anos, ficamos -, porque já podia ter começado essa fábrica a mais tempo, é importante dizer isso -, nós ficamos 2 anos tentando construir um consenso para trazer o gás de São Paulo. Eu aplaudo, até porque eu acho a solução que acabou ocorrendo melhor. Eu aplaudo a solução que é a construção a partir do gasoduto da Cemig e Gasmig. Eu acho que, de fato, quando a gente olha para o mapa, a gente vê o tanto que esse gasoduto pode beneficiar outras regiões do estado. Isso vai ser muito bom para o estado de Minas Gerais, é muito bom para o Brasil, é muito bom para o agronegócio, e acho que demonstra a imensa capacidade da Petrobras de investir.
Quando eu falo da imensa capacidade da Petrobras investir, eu quero destacar que nos últimos anos, do governo do presidente Lula até o meu, o total que a Petrobras investiu foi 7 vezes, em dólar, o montante investido em 2002. E é isso que nós estamos vendo aqui hoje, isso aqui é uma prova. A Petrobras investe, ela é a maior empresa do Brasil tanto no que ela produz, mas, sobretudo, na capacidade de investimento, de geração de oportunidade para milhões de brasileiros. E o lucro líquido da Petrobras também cresceu muito, passou em reais de 8 bilhões para mais de 23 bilhões de reais.
Tudo isso mostra que é possível, quando você percebe que é inadmissível ficar querendo vender a Petrobras ou trocando nome da Petrobras, como nós jamais fizemos e repudiamos quem faz, é possível a empresa crescer. Tanto é assim que o valor da Petrobras, que era, quando chegamos em 2003 ao governo, de 15,5 bilhões de dólares, ela chegou a 94 bilhões de dólares. E é isso que quero dizer aqui hoje, é porque a Petrobras investe a favor do Brasil. Ganha quem? Ganha o Brasil, ganha o agronegócio, ganha essa região, ganha todo o estado de Minas Gerais, ganha o Brasil, mas ganha a Petrobras também, e isso é muito importante porque ela tem que ser uma empresa forte. Se não, daqui a pouco já estão falando outra vez o que falavam lá em 2000, 2001, 2002, e isso nós não deixaremos. E temos muito orgulho de que o “brás” seja “brás” de Brasil. Muito orgulho disso.
E eu encerro o meu discurso dizendo o seguinte: com esse “brás” de Brasil, nós empurraremos cada vez mais o nosso país para um momento de prosperidade cada vez maior distribuindo renda, fazendo a economia crescer e gerando oportunidades para nossa a agricultura, o nosso agronegócio e a nossa pecuária. Quero desejar um viva aqui para Uberaba. Viva Uberaba!
Ouça a íntegra do discurso (22min52s) da Presidenta Dilma