Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante Abertura da I Feira de Sustentabilidade do Polo Industrial de Manaus - Manaus/AM
Manaus-AM, 27 de novembro de 2019
Fiquem tranquilos, não vou passar de 50 minutos.
Meus amigos,
Povo ao qual eu devo lealdade, é uma satisfação estar aqui,
Prezados governadores, do Amazonas, do Acre, de Roraima,
Prezado presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães,
Arthur Virgílio, nosso prefeito,
Deputados Federais,
Empreendedores e empresários do Brasil e de fora do Brasil,
Muito obrigado por acreditarem em nosso governo. Nosso governo vem dando certo, os números bem demonstram isso daí. Nunca se viu uma taxa de juros tão baixa, 5%, uma inflação prevista abaixo da média da meta, o risco-Brasil diminuindo também. É a volta da confiança em nosso País, fruto de um trabalho, senhor prefeito, como o senhor bem disse, na questão da Zona Franca de Manaus, de um governo que escolheu 22 ministros com critério técnico. Em função disso vem dando certo, graças a Deus.
Não sou historiador, até porque gosto de ciências exatas. Mas, por coincidência, esse lado do Brasil, que é o coração da nossa Pátria, parece que, segundo a história, as datas, o interesse externo pela região preexistiam ao nosso descobrimento, em 1500. Em 1492 foi descoberta a América. 1494, Tratado de Tordesilhas para cá, a esquerda do mapa, a oeste, não pertencia ao reino de Portugal. E o Brasil só foi descoberto, então, meia dúzia de anos depois. E esse Tratado só foi revogado pelo Tratado de Madrid, em 1750. Uma tremenda coincidência.
Mas, realmente, estamos aqui, no pedaço de terra mais rico do mundo em minerais, biodiversidade, água potável, grandes áreas e a cobiça existe sobre essa região. E nós devemos nos preocupar com isso. O tempo passou. Em 1957, Juscelino, foi concebida, então, a Zona Franca de Manaus. E ela foi efetivada em 1967, pelo Presidente da República eleito no dia 11 de abril de [19]64, à luz da Constituição de [19]46. Como eu sempre digo: a verdade nos libertará. Então, a Zona Franca, em Manaus, nasceu, de fato, foi implementada de fato em [19]67. Objetivo: trazer essa Região para dentro do Brasil, mostrar que ela é nossa, ela está dentro dos 8 milhões e meio de quilômetros quadrados. A Amazônia é Brasil. Mas quando a riqueza é grande devemos redobrar a nossa preocupação com ela.
Final do governo Sarney. Muitas vezes se critica o presidente, não é? Mas todos os presidentes, sem exceção, têm um pontinho ou outro, no mínimo, que tem que ser rememorado. Final do governo Sarney, criação do Projeto Calha Norte. Algumas dezenas de pelotões de fronteira que poderiam servir ou que serviriam, de acordo com a história daquele momento, como polo de colonização, para que a nossa fronteira fosse realmente vivificada.
Bem, lamentavelmente, fraqueza de governos que sucederam José Sarney, veio a indústria das demarcações de terras indígenas. E nós temos o estado do Amazonas hoje, a maior parte, tomado por reservas indígenas, áreas de proteção ambiental, estações ecológicas, parques nacionais, entre outras políticas ambientalistas que, em parte, prejudicaram o crescimento do nosso Brasil.
E a Zona Franca de Manaus veio exatamente para mostrar que o Brasil é nosso, para integrá-lo ao resto do nosso País. E, hoje, os nossos irmãos índios em parte ainda, ou grande parte, vivem ou são condenados a viver como homens pré-históricos, dentro de uma terra indígena. Isso tem que mudar. O nosso índio é um irmão exatamente como qualquer um de nós. Assim como no passado a OIT 169 era utilizada contra o Brasil, hoje ela já começa a ser utilizada, por ironia do destino, a favor dos interesses do Brasil.
Estamos aos poucos, como os índios de Parecis, incorporando-os, integrando-os à sociedade. O índio quer produzir, quer plantar, quer os benefícios e as maravilhas da ciência, da economia. E temos uma política voltada para isso, sim. Todos nós somos brasileiros.
Na ONU deixei bem claro quem era o Brasil. E como eu fui criticado pela mídia do Brasil. Eu dei graças a Deus, porque era sinal que estava no caminho certo. Quero uma imprensa livre e independente, mas uma imprensa voltada para a verdade. E a verdade, essa que está aí: quantos, entre vocês aqui, são descendentes de índios? Por que reservar-lhe um espaço, dentro de uma terra onde você não possa fazer nada sobre ela?
Eu quero, no que depender de mim e do nosso Parlamento, passa pelo Parlamento - obrigado pela continência aí -, nós queremos o índio fazendo, dentro da sua terra, exatamente o que um fazendeiro faz do lado, na sua terra. Possa, inclusive, garimpar.
Eu, como Presidente da República, estou tendo dificuldade de saber, naquele roubo dos 700 quilos de ouro, em São Paulo, de onde vieram aquele ¼ de saco de pedras preciosas. Talvez, talvez, não posso afirmar, de terras indígenas. De lá tirado a preço de quê? Queremos que os nossos irmãos índios, caso desejem, garimpem sua terra, usem essa sua riqueza em causa da sua comunidade. Esse é o Brasil que nós queremos.
E essa Região aqui, cada vez mais legislações outras, no passado, ainda em vigor, sinalizam para nos comprometerem com retrocessos. A Zona Franca de Manaus é um símbolo, é uma garantia que, enquanto ela existir, a Amazônia é do Brasil.
E cada um de nós tem que fazer a sua parte. Eu costumo falar da virtude da gratidão. Pobre daquele que acha que chegou onde chegou devendo a si próprio aquele feito. Na política é muito comum. Acabam as eleições, cada um parte, não é? Cada um quer cuidar do seu legado, como se ele fosse o dono do pedaço e não devesse gratidão a ninguém. Aí está a fórmula do insucesso, a fórmula do fracasso.
Juntos, nós podemos fazer um Brasil melhor para todos. Ninguém tem o que nós temos. Viajei o mundo, no passado, e no presente tenho viajado. Temos recuperado a nossa confiança. Alguns commodities, no Brasil, porque o comércio está sendo implementado, subiram de preço. Mas fiquem tranquilos, não haverá tabelamento de preço.
Alguns fazendeiros têm dito para mim: “Eu quero criar mais gado, mas a legislação não me permite”. Assim como, até há pouco, a legislação, um decreto presidencial, não permitia o plantio de cana-de-açúcar no estado do Amazonas. Na hora de assinar o decreto tinha gente do meu lado, preocupado com o meu nome: “Você vai ser massacrado pelos ambientalistas”. Opa, se os ambientalistas atuais, atuais, vão me criticar, é sinal que estou no caminho certo. Assinamos o decreto, depois tive a grata satisfação de ver o presidente da Assembleia Legislativa do estado do Amazonas elogiando aquele ato nosso. Fiquei muito feliz com isso, um sinal de reconhecimento. E, mais, um sinal de que esse estado quer sair desse julgo ambiental.
Há pouco sofri sérios ataques na questão do desmatamento da Amazônia. Depois, na questão de focos de incêndio. Agora, pago um preço sobre óleo derramado, de forma criminosa, no meu entender, na costa do Brasil. Aos poucos a verdade aparece. Na época, há dois meses, falei que a questão de queimadas eram patrocinadas, sim, por ONGs. Eu conheço essa raça. Tirando as exceções, eu conheço esse pessoal. E, agora, a Polícia Civil do Pará concluiu um inquérito apontando para ONGs, para uma ONG, queimadas na Região Amazônica.
Meus senhores, se todos nós nos preocuparmos em entender a história, em entender interesses que existem sobre essa região, compreender que nós não poderemos continuar pobres pisando num solo rico, o Brasil vai mudar.
Falou-se há pouco na BR-319. Nesta área, em infraestrutura, temos feito mais com menos recursos. Mas por que tem mais obras feitas? Porque não tem roubalheira. E se um dia aparecer um desvio qualquer, nós vamos tomar as devidas providências.
O nosso ministro Tarcísio, capitão do Exército, meu companheiro, tem feito um trabalho excepcional. Não mede esforços para buscar dias melhores para todos nós, integrando o nosso País. Esteve aqui há poucos dias, o Tarcísio, tratando da navegação de cabotagem. Não podemos abandonar esse modal. Assim como recursos, como estive na Arábia Saudita, há poucas semanas, recursos virão para cá, para a infraestrutura. Eu já conversei com a equipe econômica. Pelo menos a metade vai para modal ferroviário.
Nós devemos fazer com que o Brasil realmente tenha uma infraestrutura capaz de circular em nosso território, em especial até região de portos, aquilo que nós produzimos para o bem-estar de cada um de nós.
Estou aqui, meus amigos, porque acredito em vocês. E vocês estão aqui porque acreditam no Brasil.
Não vai ser mais de 40 minutos. Estou encerrando aqui o meu pronunciamento. A gente vê de história, a gente olha para o Japão, destruído na Segunda Guerra, Coreia do Sul também, na Guerra das Coreias, problemas seríssimos, outros países que nada têm. E um exemplo emblemático: Israel. Lá, nem petróleo tem, não tem nada lá. E eu costumo dizer: olhem o que eles não têm e vejam o que eles são; agora, olhem o que nós, brasileiros, temos, e o que nós não somos. O que que falta, meu Deus do Céu! Falta cada um de nós fazer a sua parte.
Deus foi generoso demais para conosco. Vamos mudar o destino do Brasil. Assim como disse o prefeito sobre a Zona Franca, a mesma coisa é o nosso governo. Cada ministro tem a sua missão. Dei carta branca aos ministros. Eles realmente colocam abaixo de si aquelas pessoas, por indicação deles, que possam, realmente, alavancar o Brasil para o primeiro mundo.
Fiquei muito feliz, também há poucas semanas, por ocasião do Brics, não tanto pelo Brics mas pelos chefes de Estado que aqui vieram. Teve Xi Jinping, da China, teve aqui Putin, da Rússia, mais o presidente da Índia e da África do Sul. Fui convidado, porque a cada ano, por ocasião da festa da República da Índia, um chefe de Estado é convidado, fui convidado a comparecer na festa deles, no final de janeiro. Aceitei, com muita honra, o convite. Isso é um sinal que o Brasil está recuperando a sua confiança.
Emirados Árabes, Catar, fui convidado para o final mundial de clubes agora, pelo rei do Catar. Obviamente fica complicado, são quatro dias entre ida e volta e o jogo. Se bem que vou continuar torcendo pelo Flamengo. Está na nossa alma, na nossa cultura, na nossa história o futebol. Não é porque o meu Palmeiras não foi bem que eu vou torcer contra um time nosso que está disputando um torneio com o time de outros países. Isso é um sinal, no meu entender, modesta opinião, de união entre nós, que venha através do futebol, que venha através das tradições, das festas regionais.
Meus amigos,
Meus irmãos brasileiros,
Estou aqui muito feliz. Problemas não me faltam. Perseguições, calúnias, mentiras, ataque à família, ataque a pessoas que estão do meu lado, mas vale a pena esse sacrifício. Vale a pena, em especial, porque eu tenho uma família. E aqui, do meu lado, a minha querida esposa Michelle. A família é a base da sociedade. Com ela, nós venceremos qualquer obstáculo.
Muito obrigado a todos vocês. Nosso Brasil acima de tudo e nosso Deus acima de todos.