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Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante cerimônia de assinatura de acordos da Nova Fase da Operação Acolhida - Palácio do Planalto

Palácio do Planalto, 02 de outubro de 2019

 

 

Depois desse discurso, o Onyx não vai ser mais peão no jogo de xadrez.

          Meus senhores, minhas senhoras. Boa tarde.

          Quis Deus que eu estivesse aqui. Está sendo julgado - espero que tenha um bom resultado -, daqui a pouco, uma ação na qual nós pretendemos que a Polícia Federal tenha o direito de adentrar e tornar público a possibilidade de descobrirmos quem mandou me matar. Lamentavelmente, a OAB entrou com uma ação impedindo que a Polícia Federal fizesse seu trabalho no material apreendido na residência de um advogado. O advogado tem que ter a sua imunidade, assim como um parlamentar, mas não para cometer crimes. Agora, de onde vem tudo isso? Quem são as pessoas que entraram com essa ação? Esperamos agora conhecer quem são as pessoas que julgarão a possível derrubada da liminar.

          Mas, meus senhores e minhas senhoras.

Senhora Yuly Teran, o que aconteceu com a nossa querida, rica e próspera Venezuela? Não foi de uma hora para outra. Começou lá em 1999, quando uma pessoa, usando as armas da democracia, chegou ao poder. E era uma esperança para muitos no mundo, mas a máscara começou na cair. Ele começou a cooptar a população, aproveitando, como um país integrante da OPEP, começou a comprar o povo com projetos sociais. Mesmo quem não precisava passou a se beneficiar. E, ao longo do tempo, aquilo que, no meu entender, é mais importante do que a vida começou a ser perdida, que é a liberdade.

          E uma prova viva agora, general Pazuello, que quem decide se um povo vai viver na liberdade e na democracia são as suas Forças Armadas. Quer queiram, quer não queiram, essa é a verdade. Quem mantém a ditadura venezuelana são as suas Forças Armadas. Em outros países, como já tivemos momentos outros aqui, no Brasil, quem manteve a democracia e a liberdade foram as suas Forças Armadas.

          Muitos colegas nossos perderam as suas vidas. Outros tiveram a sua reputação destroçada. Mas a nossa liberdade foi garantida. Me desculpem, em 2016 eu consegui resgatar a honra de um grande coronel do Exército Brasileiro. É só colocar esse coronel de um lado e quem lhe combatia do outro. Esse coronel, infelizmente, está morto hoje. Mas quem lhe combatia, do outro lado, muitos estão vivos. E estão, Sérgio Moro, em Curitiba, graças à sua coragem, à sua determinação e à sua vontade de fazer cumprir a lei.

          O que sobra de tudo isso? Sobra a nossa liberdade. Tive a honra de falar ao mundo há poucos dias, na ONU, onde o assunto Venezuela foi trazido à tona. Mas, mais importante do que buscar resgatar a liberdade e a paz na Venezuela, que é difícil, e nós colaborarmos para que outros países vizinhos nossos não se aproximem daquilo que vive hoje o nosso querido povo venezuelano.

          Disse também, na ONU, que nós flertamos com o socialismo. Um regime que está dando muito certo, muito bem, na Venezuela. E a prova está aí: falta de liberdade, fome, miséria e violência.

          Conversamos rapidamente com a senhora Yuly, poucos segundos, perguntei se ela era mãe. Aqui tem muita gente que é mãe. Ela tem dois filhos. Onde eles estão? Na Venezuela. Ela poderia até estar no Brasil com os seus filhos, mas ela gostaria, na verdade, com toda certeza, estar em paz no seu país com seus filhos, seu esposo, parentes e amigos. Mas quisera o lamentável destino que muitos se entregassem às facilidades daquilo que era oferecido pelo regime, na época. Não se consegue entender como um país, integrante OPEP e rico, especialmente em ouro, se encontra na situação do momento.

          O Brasil não esteve longe disso. Somos mais ricos que a Venezuela. E, graças a Deus, fomos salvos por parte de muitos homens e mulheres que entenderam a situação crítica, em 2016, e deram um basta a uma situação.

          E o quadro político - eu já trabalhava, já fazia pré-campanha antes disso. Estive em Roraima por três vezes. Não fui até Pacaraima porque não tinha uma segurança adequada, porque risco, obviamente, como eu já tinha,  já de certa forma conhecido, corria. Mas ver irmãos venezuelanos de 12 a 50 anos de idade se prostituindo para não morrer de fome é triste, é doloroso e é lamentável.

          Nós nos livramos, mas não nos esqueçamos que o inimigo está aí do lado, o inimigo não dorme. O que alguns dizem, que o cara lá é inocente e fica o tempo todo massacrando, batendo na cabeça do povo, fizeram o mesmo há pouco tempo, dizendo que lutavam por democracia e não pela ditadura do proletariado.

          Cabe a todos nós se empenhar, fazer mais do que a sua parte, para zelar aquilo que você não pode usufruir sozinho, só pode usufruir em grupo, que é a liberdade, que é a paz, que é a esperança, que é ter o prazer de chegar em casa e encontrar esposa, esposo e filhos e levar a vida de paz naquele ambiente.

          O Brasil, peço a Deus, com a ajuda de todos, não flerte mais com o socialismo. Porque tem certas coisas que, depois de experimentá-la para se livrar dela é muito difícil e, por vezes, quase impossível.

          Nós nascemos para sermos livres. Não é porque eu cursei, porque eu fiquei no Exército por 15 anos, mas eu agradeço, na pessoa do ministro da Defesa, Fernando, a condução das Forças Armadas, de forma exemplar, de modo que nós, sim, cada vez mais respeitemos o próximo, os direitos de cada um, mas a liberdade acima de tudo.

          Nós juramos dar a vida pela Pátria. E todos nós, com toda certeza, devemos ter, dentro de si, que o nosso juramento maior é dar a vida pela nossa liberdade.

          Meu muito obrigado a todos vocês. Viva o nosso Brasil. Viva o nosso bravo povo venezuelano.