Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante Cerimônia de encerramento do Seminário de Indústria de Defesa - Buenos Aires/Argentina
Buenos Aires-Argentina, 06 de junho de 2019
Senhor ministro da Defesa da Argentina, Oscar Aguad,
Ministro da Defesa do Brasil, meu contemporâneo de Academia Militar das Agulhas Negras, Fernando Azevedo. Um ano mais antigo do que eu. Não precisava falar que estamos perfeitamente sintonizados com o destino do nosso Brasil. É o homem que ajuda o nosso Brasil a seguir o seu destino.
Senhores militares, civis,
Senhores da Indústria de Defesa,
Uma boa tarde a todos. Estou muito feliz de estar aqui na Argentina, sendo muito bem recebido pelo nosso presidente Macri. E aqui é um momento especial. Fiquei por 15 anos no Exército Brasileiro, da minha turma tem alguns aqui, como o (incompreensível). O atual comandante do Exército Brasileiro também é da minha turma. E, depois, fiquei por 28 anos dentro da Câmara dos Deputados. Vivi momentos bastante complicados porque, muitas vezes, não é o país o nosso inimigo, o potencial inimigo, ou os nossos adversários, estão dentro do nosso meio.
E nessa passagem pela Argentina me toma um sentimento muito especial de querer o bem para o povo daqui. Há pouco, Brasil e Argentina tiveram experiências que poderiam nos conduzir a um destino onde as vítimas seriam a liberdade e a democracia.
Um país forte belicamente é um país que fica longe de possibilidade de agressões, de invasões. Mas nós temos que fortalecer, primeiramente, o Brasil e a Argentina, é internamente. As brigas, as questões ideológicas, a população, através do voto deve escolher qual vocação quer para o seu país. Um milagre, no meu entender, aconteceu, no Brasil, com a minha vida e com a minha eleição. E quis a população escolher alguém que tinha valores diferentes daqueles que existiam até o momento na política.
Não há muita diferença com os demais países aqui da América do Sul. Então, para a nossa Argentina, a minha querida Argentina… Não vim aqui fazer política, mas a gente pede a Deus que ilumine os eleitores, agora em outubro, para que façam a opção pela razão, não pela emoção ou por aquilo que nós chamamos, no Brasil, o populismo.
Nós queremos, cada vez mais, nos integrar com a Argentina. Temos muita coisa em comum, somos complementares, quando se fala em construção de reatores e enriquecimento de urânio. Temos coisas que um país pode muito ajudar o outro. Temos o Mercosul pela frente. Se Deus quiser, nas próximas semanas resolveremos essa questão. Temos potencial energético aqui também, na Argentina, que interessa para nós e para a Argentina, entre tantas outras coisas.
Mas não podemos flertar com o abismo que por vezes bateu em nossa porta. Quantas vezes nós, militares das Forças Armadas, fizemos a nossa parte e fomos incompreendidos pela sociedade? O Brasil viveu o seu momento. A Lei da Anistia só valeu para um lado. Não temos militares presos no Brasil por essa questão, mas não foi fácil fazer com que a Lei da Anistia valesse para nós também, a duras penas. E nós sabemos quem está do outro lado do Brasil e da Argentina, e o que eles poderão fazer caso retornem ao poder. Não podemos flertar com isso. Não estou nominando partidos políticos aqui ou no Brasil. Mas cada um tem a consciência do que pode acontecer com a sua pátria.
Nós, militares, juramos dar a nossa vida pela pátria, aqui e no Brasil. Esse é o nosso juramento, esse é o nosso sentimento. Por 30 anos as Forças Armadas, no Brasil, foram relegadas ao terceiro plano. Criaram comissões para nos desgastar, para nos desacreditar perante a opinião pública. Porque nós, das Forças Armadas, somos o último obstáculo para o socialismo. Regime esse que não deu certo em lugar nenhum no mundo. Esse é o recado político, se me permitem tratar dessa maneira.
Quanto ao que foi discutido aqui, eu só tenho a parabenizá-los, porque é um objetivo que interessa a esses dois países. Agora, o presidente Macri, propus para ele, por ocasião do encontro nosso no G20, no Japão, juntarmos os países da América do Sul que tenham o mesmo norte, para encontrarmos com o presidente Trump, para que a experiência que eu vivi, na minha ida de há pouco aos Estados Unidos seja ali compartilhada por todos.
O mundo está completamente integrado. Queremos nos aproximar de todos, na questão comercial. E não podemos, por questão ideológica, buscar um caminho diferente daquele que tem como norte a democracia e a liberdade.
Então, nesse final de seminário, me permitem e me desculpem se exagerei em alguma coisa, mas não podemos perder uma oportunidade como essa, de dizer que, muitas vezes, as questões internas são muito mais importantes que as externas. E só um país unido pode, obviamente, ocupar o local de destaque que ele merece.
Muito obrigado aos senhores.
Ouça a íntegra (07min43s) do discurso do Presidente Jair Bolsonaro.