Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante Cerimônia de Inauguração da Nova Planta de Farmoquímica Oncológica do Grupo Cristália - Itapira/SP
Itapira-SP, 06 de agosto de 2019
O brasileiro realmente é um valente, não desiste nunca. O espírito do Pacheco nos faz rejuvenescer, nos faz mais crente, mais objetivo e mais lutador. Precisamos para isso muita fé. E fé não falta nesse maravilhoso povo brasileiro. Muito obrigado Pacheco, muito obrigado brasileiros.
É uma satisfação estar aqui. Há poucas semanas, adentrou meu gabinete o senhor Pacheco e o senador Eduardo Gomes, do Tocantins, e me fizeram esse convite. A minha agenda realmente é complicada, mas tínhamos um evento em São Paulo, e eu aproveitei para voltar um pouquinho para esse meu querido interior de São Paulo.
E por economia protocolar não vou falar o nome de todo mundo que está aqui, mas eu queria cumprimentar o prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado. E por que? Porque eu já morei em Jundiaí nos idos de 1960. Morei na Vila Progresso e também no bairro Vianelo, na Rua João Scabin, 107. Isso tem uns 60 anos aproximadamente. Então, eu já fui vizinho de vocês. Depois de ter sido vizinho de vocês aqui, no Vale do Ribeira. E quis o destino que de lá eu fosse para o Exército e depois entrasse na política. E Deus me deu a vida, num segundo momento, e pelas mãos de vocês, ou grande parte de vocês, a missão de estar à frente do Executivo.
Eu me lembro, o ano passado, quando eu conversei com uma pessoa comum, que depois voltou a se encontrar comigo na Presidência, agora há poucas semanas. E ele me lembrou: “Ó, no passado você me disse que em 2019 estaria na Presidência ou na praia”. Eu falei: “e me dei mal”. Quando o político quer fazer as coisas, a vida não é fácil. Agora, quando ele é picareta, ele está sempre vivendo de discurso, nada mais além disso.
Eu não quero falar de mim, mas não é à toa que essa missão coube à minha pessoa. Primeiro que eu sou temente a Deus. Depois, que eu quero ver esse o Brasil melhorar. E nós temos tudo para dar certo. E andando pelo mundo, como eu estive em Israel, Japão e Coreia do Sul, com dinheiro meu. Folha de São Paulo, não foi dinheiro da Câmara, não.
Eu aprendi, como nessas terras longínquas, que foram destruídas na Segunda Guerra - como hoje é o dia, a gente homenageia os que se foram -, na bomba de Hiroshima, mas também vimos Estados formados há poucas décadas, como Israel, onde não tem nada lá, sequer petróleo, já que está numa região petrolífera. Mas como eles foram para frente? Não têm recursos minerais, não têm biodiversidade, não têm água potável suficiente para o seu povo, não têm regiões turísticas maravilhosas, naturais como nós temos. Praticamente não têm nada. Foram para frente como?
Basicamente investindo em tecnologia. Um país que não detém a tecnologia está condenado a ser escravo daqueles outros países que a detém. E estamos aqui num local que nos orgulha. Quando se fala em patente, eu lembro do INPI, quando se fala em registro, eu lembro da Anvisa, agências outras com poderes enormes para o bem ou para o mal. Quanto tempo leva um registro na Anvisa? Será que esse tempo todo justifica? Será que é um excesso de zelo ou só está procurando criar dificuldade para vender facilidade? As agências foram criada lá atrás, num presidente, um tal de FHC. Não vou entrar em detalhes sobre o que já falei sobre ele, no passado. Mas quando essas agências foram criadas, eu fiz um discurso na Câmara, pesado, lamento que naquela época não tinha TV Câmara, mas estão nas notas taquigráficas.
Infelizmente eu estava com a razão. As agências têm um poder enorme, repito, para o bem ou para o mal. A primeira agência que eu consegui, porque é prerrogativa do presidente, emplacar um nome foi exatamente a Anvisa. Lá já foi sabatinado no Senado, já tomou posse um médico, um almirante da nossa Marinha. Contem com uma pessoa lá dentro, que quer o bem do Brasil e quer não dificultar a vida daqueles que empreendem, daqueles que pesquisam e daqueles que realmente pensam, pensa no próximo.
Não é fácil a vida de presidente. É um milagre eu ter sobrevivido, outro ter conseguido as eleições e depois montar um time de ministros sem indicação política. Não falta alguns parlamentares, até do meu partido, que foram me cobrar aquilo que não lhes era devido e tivemos força para resistir. E conseguimos, além de garantir o que está na Constituição, a independência dos poderes, conseguimos botar um time de ponta. Um time realmente qualificado, que cada um está preocupado e empenhado em cumprir a sua missão no respectivo ministério.
Aos que me criticam, eu cito muito o caso, que tem a ver com os senhores, [d]o nosso ministro Marcos Pontes, o astronauta, o homem que cursou a Academia da Força Aérea, o ITA, é piloto de provas, depois foi para NASA, depois foi para o espaço. Compare ele com os ministros anteriores, da Ciência e Tecnologia. Os anteriores não sabem a diferença de lei da gravidade para gravidez. E estavam lá fazendo o quê? Não vou responder.
O Parlamento nosso é importantíssimo, é necessário para o nosso desenvolvimento. Grande parte dos parlamentares tem se comportado da forma que vocês, eleitores, esperam deles. Uma minoria, não. Agora, digo mais, eu respeito as instituições, mas eu devo lealdade apenas a vocês: povo brasileiro. Porque vocês tiveram a coragem de romper o continuísmo, o populismo, a demagogia que esse Brasil maravilhoso vivia, ao longo dos últimos 30 anos. Sem televisão, sem tempo de partido, sem recurso, com quase toda a mídia o tempo todo esculachando a gente: racista, homofóbico, fascista e seja lá o que for.
No dia de ontem eu retribuí parte daquilo que grande parte da mídia me atacou. Assinei uma Medida Provisória fazendo que os empresários, que gastavam milhões de reais para publicar, obrigatoriamente, por força de lei, seus balancetes nos jornais, agora podem fazê-lo no Diário Oficial da União, a custo zero. Não é uma retaliação contra a imprensa, é tirar o Estado de cima daquele que produz. E quem produz? São vocês.
Não estou sentindo cheiro de mortadela aqui. Aqui está quem trabalha, quem quer buscar o melhor para si e sua família e para o seu País, e que nós temos que ter, presidente da República, ministros, senadores, deputados federais, prefeitos, vereadores, deputados estaduais, que não atrapalhem a vida de vocês. Estamos desburocratizando o Brasil.
Vale a pena falar uma historinha aqui. Quando foi surpreendido, lamentavelmente, um militar da Força Aérea, com 39 quilos de cocaína, lá fora, alguns setores da mídia deu a entender que eu tinha a ver com aquele episódio. Quanto poderia ganhar com 40 quilos de cocaína? Quinhentos mil reais? Quanto eu posso ganhar… Cadê minha caneta Bic, me dá aí. Quanto eu posso ganhar com essa caneta Bic assinando coisas contra vocês, com risco quase zero?
Alguns acham que eu não me dei conta ainda da função que eu assumi. [Me] dei conta sim, porque ao longo de 28 anos de parlamentar eu sempre sonhava em poder servir a minha Pátria, depois de tê-la servido por 17 anos ao nosso querido Exército Brasileiro. O momento chegou. Estamos enfrentando desafios e buscando soluções para quem produz, a MP da Liberdade Econômica.
Vocês sabiam que o meu pai, que foi enterrado em [19]95, ainda está vivo? Porque a certidão de nascimento, para o País da burocracia, e de óbito, tem prazo de validade. Mudamos a Medida Provisória. Falta o Parlamento, obviamente, votar, na Câmara e no Senado. Mais de 100 itens que atrapalhava a vida de vocês, mandamos para o espaço, não com o Marcos Pontes, mas para o espaço no sentido figurado.
Nós temos tudo para mudar o nosso Brasil. Conversando com o doutor Pacheco, tenho falado, nas minhas viagens internacionais que o Brasil está de braços abertos para outros países que queiram, por parceria, explorar a nossa biodiversidade na Região Amazônica. Não podemos continuar tendo péssimos brasileiros ao nosso lado, divulgando números mentirosos, fazendo campanha contra a nossa pátria.
Não existiu prazer maior agora, em Osaka, por ocasião do G20, eu conversar com o Macron e Angela Merkel, não da forma que eles queriam a resposta que obtiveram. Após dizer para eles que o Brasil está sob nova direção, não voltei para cá para demarcar mais dezenas de terras indígenas ou quilombolas, que só dividem o nosso povo. O que eu quero para o índio, no Brasil, que em grande parte está na nossa Amazônia? Integrá-lo à sociedade, buscar parcerias com eles também, para a biodiversidade e exploração de recursos minerais. E hoje, pasmem, um grande jornal de fora do Brasil publica uma matéria aventando a possibilidade de intervenção militar de fora, no Brasil, contra o Johnny Bravo, que sou eu, que está desmatando a Amazônia. O que eu quero, e vou lutar, por uma Amazônia nossa. O que acontece de errado, vamos buscar solucionar. Mas ninguém no mundo tem moral para dizer para nós como devemos tratar nossas florestas.
Convidei essa dupla da Europa a voar de Boa Vista a Manaus, e se fosse detectado um quilômetro quadrado que fosse de desmatamento, eu diria que eles têm razão. Agora, convidei o contrário também, sobrevoar a Europa. Se encontrar um quilômetro quadrado de floresta, eu passo a ter razão. Nós não podemos fazer propaganda contra a nossa pátria.
Mas o momento de hoje é para comemorar o empreendedorismo e a coragem do meu novo amigo, o senhor Pacheco, nessa planta que visa, agora, buscar algo na oncologia. Acho que todos nós já tivemos parentes ou amigos que se foram em função disso. Eu o elogio, o cumprimento, juntamente com vocês, nesse empreendimento. Parabenizo o prefeito aqui, da cidade, por esse local estar à disposição desses novos e velhos patriotas, que não têm medo de investir.
E a vocês, meu povo, a nova direção do Brasil é um presidente que quer tirar o Estado de cima de quem produz, é um presidente que respeita a família tradicional brasileira, é um presidente que respeita a inocência da criança em sala de aula, que diz não a processos de legalização de drogas. É um presidente que está ao lado do povo brasileiro, que só tem um sonho: entregar, em janeiro de 2023, ou janeiro de [20]27, um Brasil melhor para quem, porventura, vier me suceder.
Meu muito obrigado a todos vocês. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos. Muito obrigado.