Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante entrega do Discóbolo de Ouro - Palácio do Planalto
Palácio do Planalto, 02 de setembro de 2020
Eu não sou bom de discurso, não. O meu apelido era “cavalão”, no quartel, dado ao preparo físico.
É a segunda vez que eu recebo o Discóbolo na minha vida. O primeiro foi em [19]82, dez anos depois do general Heleno. Nós cursamos a Esefex, Escola de Educação Física do Exército. Agora mudou de nome, mas continua com o seu trabalho, no Rio de Janeiro.
Um dos cursos mais “pilados” no Exército Brasileiro é esse. E não só o Exército, que a Márcia aqui faz lá, bem como também, naquela época, do pessoal da Marinha, da Aeronáutica, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros. E se visse, fazia um outro curso, de técnico de futebol, naquela época, também, naquela época. Fazia o curso de auxiliar técnico de futebol naquela área lá.
Eu tive a felicidade de conviver com os craques do futebol, naquela época, quando eles iam embora faziam esse cursinho, esse pequeno curso de capacitação para ser técnico de futebol. Então, eu me considero um privilegiado nessa área.
Também fui atleta das Forças Armadas por quatro anos, ralação total, pentatlo militar. Por isso o “cavalão” tinha que pintar na área, não é? Senão, não teria graça, não.
Também, enquanto jovem, final dos anos 60, fazendo ginásio, também tínhamos lá um professor de Educação Física no ginásio, naquela época. E era uma pessoa extremamente respeitada, todos os professores eram, todos eram, naquela época, não é? Mas o professor de Educação Física era mais ainda. A gente procurava sempre ser amigo dele para ele escalar a gente no… geralmente tinha competição de vôlei e de basquete, eu fazia um pouco de cada coisa, e todo mundo gostava do professor de Educação Física, que era um grande amigo nosso, naquela época.
Entendo, sem qualquer outro espírito, entendo que realmente tem que ser mais valorizada essa profissão. Meu compromisso com vocês, já falei durante a campanha, passei… Eu passei para o Onyx, mas no momento passo para o Marcelo, que eu conheço ele há algum tempo. Eu tenho dois “negão”: o Hélio Negão e o Marcelo Negão. Está com ciúme não, não é, Onyx? Uma pessoa extremamente competente e pode nos auxiliar a levar essas propostas para sempre, para frente. E espero que tenhamos sucesso nessa empreitada aí. Então, o que for possível - vou deixar bem claro -, nós faremos.
E quando se fala, também, nessa tal de pandemia que, desde o começo apanhei muito, não é? Porque eu falava: “Quem tem um bom preparo, está bem de saúde, não tem que se preocupar”. É igual a uma chuva, pô. Se o cara está com problema, qualquer chuvinha vira, ali, uma pneumonia, e vai ter problema. Quando o cara está bem preparado, é o meu caso, apesar dos 65 anos - vocês vão chegar lá ainda, não adianta ficar rindo, vai chegar lá.
E, obviamente, isso vem de uma cultura que ele traz daquela formação, no caso, militar e, também, a minha paixão pela Educação Física. Tanto é que, quando eu cheguei lá, eu fui o 18º de Artilharia, de uma turma de 68, quer dizer, um aluno, ali, bom para médio. E quando eu cheguei lá na Esefex, eu falei: “Eu vou ser 01”. Não é, João? Eu vou ser 01 aqui, porque tem a parte física que contava, aí, em torno de 30% e a parte técnica, outra, de estudo, era 70%.
Então, quando, no dia seguinte, tinha uma prova prática, a gente via aqueles barrigudinhos, com todo respeito, tinha também na sala de vocês, não é? Que tinha uma corrida de 4 mil valendo grau, eu falo: “Olha, se tu passar correndo a madrugada toda, tu tira 10 amanhã”. Naquele tempo se falava numa tal estâmina, uma qualidade física que, uma vez adquirida, jamais se perderia. Eu acreditei naquilo e acho que está dando certo até hoje. Lógico, mudaram os conceitos, novas coisas acontecem nesses últimos tempos, mas eu acho que adquiri um preparo físico que me sinto bem, faço qualquer coisa, pratiquei muito caça submarina depois.
Depois de um acidente onde eu fraturei as “quatro patas”, principalmente os dois astrágalos, mudou de nome, tem um nome mais bonito agora. E eu fui, praticamente saí de um cavalão, de um pentatleta, etc, jogava uma pelada por dia, para uma cadeira de rodas por muito tempo, e tive que me adaptar. O único esporte que me adaptou, a partir daquele momento, foi mexer com água, que eu não gostava, que eu tomava banho todo dia, mas não gostava de esportes aquáticos. Então, comecei a entrar na caça submarina, é o que sobrou para mim. E lá no Rio, por exemplo - a costa toda do Brasil é maravilhosa para isso, não é? Eu acho que mantive um pouco o preparo físico em função daquilo, que nos ajuda. Estimulando a prática esportiva, você está ajudando, inclusive, a gastar menos com saúde, está ajudando a você ter menos briga em casa, porque se o cara gastou as energias lá fora - não é? -, chega em casa mais tranquilo e tem menos problema, e passa a ser um exemplo para a família.
Então, a profissão nossa realmente é meritória e nós temos que aproveitar o momento. A gente não sabe o que vai vir depois, não é? E aproveitar o momento por uma boa causa que é a causa de todos os senhores.
Então, estamos juntos nessa empreitada. Muito obrigado pelo Discóbolo. E, se Deus quiser, a gente vai, brevemente, atingir os objetivos que vocês queiram, via Marcelo e via Onyx, para o bem da nossa profissão e para o bem, aí, dos demais brasileiros que seria muito bom que tivessem um contato com gente como vocês no futuro. Muito obrigado aí.