Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, na Cerimônia da 13° Cúpula do BRICS (Videoconferência) - Palácio do Planalto
Palácio do Planalto, 09 de setembro de 2021
Senhor Narendra Modi, da Índia,
Senhor Xi Jinping, da China,
Senhor Cyril Ramaphosa, da África do Sul,
Senhor Vladimir Putin, da Federação da Rússia,
Senhoras e senhores,
É uma honra para mim encontrar-me novamente com os líderes dos países do BRICS, na minha terceira Cúpula do agrupamento como Presidente do Brasil. Agradeço à presidência de turno indiana pelo excelente trabalho em 2021 e pela organização dessa reunião.
Infelizmente, não foi possível nos reunirmos pessoalmente, também neste ano, para discutir os temas de nossa cooperação. É uma pena não podermos experimentar conjuntamente a calorosa recepção do Primeiro-Ministro Modi, da qual pude desfrutar por ocasião de minha visita à Índia, em janeiro de 2020, visita esta que, até hoje, repercute positivamente nas nossas relações bilaterais. A Parceria Estratégica Brasil-Índia vive hoje um excelente momento. Diversos instrumentos assinados durante a viagem estão rendendo frutos, e nossa cooperação tem avançado, em especial nas áreas de ciência e tecnologia, energia e saúde, sobretudo no combate à pandemia de Covid-19. O comércio bilateral tem crescido, em mais um sinal da retomada de nossas economias e do potencial de nossas relações.
Lamento, igualmente, não ter a oportunidade de encontrar-me pessoalmente com os líderes dos demais países do BRICS, tanto para tratarmos de temas de nossa cooperação no âmbito do agrupamento, quanto para avançarmos nos temas bilaterais, como foi possível fazer em Brasília, em 2019, por ocasião da presidência de turno brasileira.
Aquela foi, por exemplo, a última ocasião em que me reuni pessoalmente com o Presidente Xi Jinping, quando discutimos temas da Parceria Estratégica Global entre nossos dois países, bem como o bom estado de nossas relações bilaterais em diversas vertentes, mais especialmente no âmbito comercial e de investimentos. Esta parceria se tem mostrado essencial para a gestão adequada da pandemia no Brasil, tendo em vista que parcela expressiva das vacinas oferecidas à população brasileira é produzida com insumos originários da China.
Também mantemos uma Parceria Estratégica com a África do Sul há mais de uma década e, juntos, temos contribuído para desenvolver dinâmica própria de coordenação, em favor do fortalecimento do BRICS. Nossos laços humanos e nossas similaridades tornam o diálogo fluido e natural em temas como defesa, ciência e tecnologia, meio ambiente, comércio e investimentos, entre outros, o que se reflete em nossos entendimentos no BRICS.
Com a Rússia, também desenvolvemos relações bilaterais de grande envergadura, que, a exemplo dos nossos laços com os demais países do BRICS, constituem Parceria Estratégica. Para além das excelentes relações políticas e da importância da nossa cooperação em ciência e tecnologia, e de nossas trocas comerciais, concentradas no agronegócio, temos interesse em diversificar nossa pauta exportadora, de forma condizente com o desenvolvimento de ambas as economias e para o benefício dos nossos povos.
Espero que, em breve, possamos ter a oportunidade de nos encontrarmos pessoalmente para tratarmos desses e de tantos outros temas de especial relevo para nossas agendas bilaterais e multilaterais. Enquanto essa possibilidade não se concretiza, lancemos mão de nossa já ampla experiência em encontros virtuais para mais uma reunião de líderes do BRICS. Estou certo de que, como em 2020, as limitações do encontro virtual não impedirão que tenhamos um diálogo rico e uma profícua 13ª Cúpula do agrupamento.
Muito obrigado a todos os senhores.