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Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, na Cerimônia da 27º Agrishow - Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação

Ribeirão Preto/SP, 25 de abril de 2022

Senhoras e senhores, bom dia. Vamos sentar, por favor. 

Primeiro eu queria dizer uma coisa a vocês, eu jamais esperava ser  Presidente da República, já que aconteceu, entendo que é  uma missão de Deus, e a Ele eu agradeço a minha vida e essa missão, e reforçar aqui: Só Deus me tira daquela cadeira.

Não somos corajosos não, somos apenas coerentes, e a coerência  é  uma coisa que tem que ser inerente à política, só discurso não resolve, principalmente discurso em época de eleições. Dizer a vocês como há alguma especulação por aí, não vou entrar em detalhe, o decreto da graça e do indulto é constitucional e será cumprido. No passado soltavam bandidos, ninguém falava nada, hoje eu solto inocentes. 

Dizer a vocês agora o motivo da minha vinda aqui, primeiro agradeço o honroso convite, já estive aqui se eu não me engano 2017 ou 2018, 2018, fiquei nesse canto aqui e prestei muita atenção no que ia acontecer. Eu sempre assinei as listas para integrar a bancada do agronegócio em Brasília, participava e colaborava  na minha estatura que não era muito grande para esse enorme setor que é o agronegócio.

Dizer a vocês que a gente faz o possível por todos aqueles que produzem, e cada vez mais nós queremos que o estado participe das decisões de cada um de vocês, estado bom é aquele que não interfere, dá liberdade a quem quer produzir.

Tratando do agronegócio não é uma atividade isolada, depende também da indústria, depende também de outros fatores como foi descoberto há pouco tempo de fertilizantes. Desde 2008 eu já discursava na Câmara sobre uma grande área que nós temos de potássio que é na foz do rio Madeira, a história é muito longa, a Petrobras na época concedeu os direitos exploratórios a uma empresa brasileira vinculada a uma canadense, e depois eu descobri que isso fazia parte de uma maracutaia, porquê? Porque, pouco tempo depois, foi feito o distrato, obviamente que a Petrobras pagando uma fortuna para essa empresa brasileira, ou seja, faltou-se apurar no passado a indústria do distrato no Brasil também.

Temos um projeto do início do ano passado, que nasceu no ministério das Minas e Energias, do Almirante Bento (Ministro de Estado de Minas e Energia), e está repousando na Câmara, permitindo que essas áreas indígenas, se a respectiva etnia assim quiser, que possa explorar o subsolo, bem como, o indígena possa também exercer uma atividade lá dentro da sua propriedade, semelhante ao que o fazendeiro do lado executa. Ou seja, os indigenistas cada vez mais estão conosco também.

Como disse o Marcos Montes (Ex- Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações) aqui, era um problema até pouco tempo do MST,  não é a massa das pessoas que estavam no MST, temos lá o pessoal que tem um comportamento não compatível com o código penal que é, por exemplo, o Stédile (João Pedro Stédile) , Zé Rainha (José Rainha Júnior),  entre outros. Mas a massa, a  grande maioria são de pessoas trabalhadoras, o que fizemos no início do nosso governo, com a  ministra Tereza Cristina (Ministério da Agricultura)  e com Geraldo Melo, presidente do INCRA, fomos exatamente para titularizar terras pelo Brasil, isso está sendo feito de forma bastante competente, e a gratidão, o reconhecimento dessas pessoas simplesmente não tem preço. E agora então essas pessoas ao receber o título, passam a  ser parceiros, passam a ser companheiros de vocês, são pessoas que agora que tem uma propriedade privada que não quer que ela seja invadida também e quer cada vez mais produzir nela.

Há poucas semanas recebi a visita da senhora presidente da OMC, Organização Mundial do Comércio, e ela veio pedir para mim o quê? Que eu exportasse mais, primeiro, não temos aqui nenhum Brás no Campo e eu não exporto nada, quem exporta são você.  Mas nós não temos em estoque aquilo que ela nos pediu, e eu aproveitei e fiz um pedido para ela, em cima disso, que nos ajude que os fluxos de fertilizantes não sejam interrompidos para o Brasil e para o mundo, bem como os preços não continuem subindo dessa forma.

Há poucos dias tivemos o retorno dela, até publicaram aí, coisa rara a imprensa publicar boa notícia, publicou que o mundo não sobrevive sem os alimentos do Brasil.

Dizer a vocês, antes que a guerra eclodisse a 10 mil km de distância, eu estive conversando com o Presidente Putin (Presidente da Rússia), fui muito criticado por estar indo para lá. Fomos muito bem tratados, conversei  por quase quatro horas com o senhor Presidente da Rússia, obviamente, o assunto fertilizante fez parte da nossa pauta, e há poucos dias, após Inclusive a declaração de algumas pessoas que a minha ida lá havia sido num momento inoportuno, tivemos informações que quase 30 navios com fertilizantes estavam vindo da Rússia para o Brasil. Ou seja, a nossa política externa  que tem à frente o ministro Carlos França (Ministro de Estado das Relações Exteriores) é realmente reconhecida por todos nós, reconhecida pelo mundo afora, cada vez mais eles querem um negócio conosco, assim como, não é bom, nós termos um comércio só com um país, o mundo árabe, por exemplo, quer diversificar o seu comércio conosco. Todas as vezes que fomos para aquela região, tendo como precursora a Tereza Cristina (Ministério da Agricultura) e sua equipe, nós lá chegamos e muitos acordos, muitos negócios foram abertos. Obviamente, nos fizemos acompanhar também, de pessoas como os senhores que vão realmente definir essas questões de exportação de alimentos da nossa parte.

Temos aqui também presente, já que nós falamos agora há pouco aqui do INCRA e também da Embrapa, o Moretti (Celso Moretti) está aqui, uma pessoa fantástica participou comigo na penúltima live aqui em Brasília, quando ele falou do trigo. Hoje em dia nós produzimos 7 milhões de toneladas de trigo, precisamos de 12, e o Moretti apresentou um plano, já tinha apresentado antes e apresentou com mais detalhes um plano que desde 2019 a Embrapa tinha colocado em vigor. Nós temos como dobrar a quantidade de trigo que nós precisamos para consumir, ou seja, produzimos 7, importamos 5, mas podemos brevemente produzir 23 milhões de toneladas de trigo, isso vem da onde? Em parte de um milhão de hectares em Roraima que, obviamente, depende de irrigação, e Roraima é um estado fantástico é o estado mais rico do Brasil. Obviamente, foi impedido de desenvolver no passado dado a política de industrialização, ou melhor, política da potencialização de reservas indígenas. Nós temos no Brasil hoje em dia, vocês sabem o equivalente a uma região do tamanho a sudeste com reservas indígenas.

E vocês sabem também que dentro do Supremo Tribunal Federal, tem uma ação que está sendo levada avante pelo ministro Fachin (Luiz Edson Fachin) , querendo um novo Marco Temporal, se ele conseguir vitória nisso me restam duas coisas: entregar as chaves para o Supremo ou falar que não vou cumprir, eu não tenho alternativa.

O que nós queremos dos poderes do Brasil? É que olhem para o Brasil e não olhem para o poder. Cada um de cada poder se quiser disputar a Presidência, está aberto, tem vaga aí em vários partidos, oferecendo vagas, quem sabe essa pessoa seja a terceira via, e vai negociar na base da paz e amor com o mundo todo os nossos problemas. Deixar claro a vocês, quando se fala em paz e amor, quando acabou a minha reunião com o Putin, quase 3 horas, além da deferência dele me convidar para conhecer o seu gabinete, na situação onde nós nos apresentamos para a imprensa, e lá se fala para a imprensa e não deixa a imprensa perguntar, eu agradeci ao Putin, porque, por mais de uma vez, se discutiu, perante os grandes países, a soberania nossa sobre a Amazônia, ou seja, a relativização da nossa soberania sobre a região amazônica. E, nesses momentos, o Presidente Putin, com o seu poder de veto, falou que a Amazônia era dos brasileiros e encerrou a conversa.

Além do Moretti que eu falei do trigo aqui, temos uma pessoa fantástica entre nós também. Eu peço que se levante o Coronel Mello Araújo, presidente da CEAGESP. Vocês devem saber a importância da CEAGESP para o Brasil, lá transitam por dia 50 mil pessoas e, quando eu indiquei para nossa equipe econômica o nome do coronel da Polícia Militar de São Paulo, Ex-comandante da Rota, a equipe econômica falou o seguinte: temos que botar lá um gestor. Eu falei: não, lá não é lugar de gestor, lá é um caso de polícia e devemos botar  um coronel na CEAGESP, e obviamente a minha palavra prevaleceu.

Ali pessoal, só por curiosidade tem 4.000 empurradores de carrinho, pagavam por mês 160 reais de propina, que ia para um coleguinha nosso em Brasília. Até as que serviam cafezinho em torno de 200 pessoas, 270, pagavam também uma cota mensal. Quem quisesse um emprego para empurrar carrinho  na CEAGESP, tinha uma autoescola que cobrava 2 mil reais. Os poços lá, chamados de  pedra, eram negociados com propina com cédulas de 100 reais, 150, não tinha negociação, ou seja, era um antro de corrupção, além de tráfico de drogas, prostituição e outras coisas. O coronel resolveu a questão da CEAGESP em São Paulo. E, obviamente, todos passaram a ganhar com isso.

O que eu ia dizer para vocês, toda vez  que se toca fogo num ninho de rato, problemas eu passo a  ter em Brasília. A corrupção sempre esteve enraizada no Brasil. Se tivesse alguém lá de outro local com tanta preocupação com a corrupção como tem com fake news, ajudaria muito o Brasil estar numa situação bem melhor do que se encontra no momento.

Indo para o encerramento, eu quero dizer a  vocês de forma bastante rápida, o endividamento da Petrobras entre 2003 e 2015, vocês sabem quem estava à frente do governo federal nessa época, chegou na casa dos 900 bilhões de reais. Isso dá para fazer 60 transposições do Rio São Francisco. O desviado da Caixa Econômica Federal em torno de 46 bilhões de reais, daria para fazer 3 transposição do São Francisco, e também o BNDES que era usado para obras para fora do Brasil e para vender aviãozinho para amigos do governo aqui no Brasil.

Os malfeitos chegaram na casa dos 400 bilhões de reais. Isso é um breve retrato 3X4 de como era administrado o Brasil e como essa turma que fazia essas barbaridades no passado está fazendo para retornar a cena do crime, para roubar novamente a nossa Pátria. Ou seja, eu posso não ser o melhor Presidente do Brasil, não tem problema nenhum, mas sou aquele que realmente levamos ao pé da letra a missão que me deram de conduzir o destino do Brasil da melhor forma possível. E isso eu tenho demonstrado ao escolher ministros técnicos, ao não aceitar indicação política para ministério. Como nós temos aqui uma pessoa como o ministro Tarcísio (Tarcísio Gomes de Freitas) que jamais seria ministro em governos semelhantes aqueles que me antecederam. Como o próprio Ricardo Salles (Ricardo de Aquino Salles) que está aqui também, que jamais seria lembrado para ser ministro do Meio Ambiente. 

E dizer que o Salles, bem sabe disso, bem como o Juca (Joaquim Alvaro Pereira Leite) que é o nosso atual ministro do Meio Ambiente, no passado o ministério da Agricultura e do Meio Ambiente não falavam a mesma  linguagem, era problema em cima de problema, muitas vezes criavam problemas, criavam dificuldades para vender facilidade, para atender quem os indicaram para aquela função.

Dizer a vocês então, MST, resolvemos, titulação, a questão de armamento também, isso é muito importante para todos nós. Eu tenho dito: que povo armado jamais será escravizado.  

Nós temos aproximadamente, 600.000 mil CaCs no Brasil. Eu determinei a Defesa que tomasse providência para desburocratizar mais ainda o que for possível e atender os CaCs. Eu quero nesse ano pelo menos mais 100 mil CaCs no Brasil. E, quando se fala isso, o homem do campo, conseguimos junto ao Parlamento Brasileiro a posse estendida da arma de fogo. Ou seja, o cidadão, o homem do campo ou a mulher passou a ter a posse de arma de fogo não apenas dentro da sua propriedade, a tua casa, mas em todo o perímetro da mesma. Isso obviamente desestimula as invasões.inclusive, quem é CAC pode comprar fuzil. Se o fuzil está na mão do vagabundo por aí, por que é proibido para nós, cidadãos de bem? Não estou preocupado com o que vão falar por aí, que eu estou querendo armar a população, fazer isso, fazer aquilo. Eu quero sim, que todo cidadão de bem, caso deseje, tenha a sua arma registrada em casa.

Eu acho que não tenho mais o que falar. Gostaria de falar mais duas, três horas, mas a gente vai indo para o encerramento. Dizer que, apesar da dificuldade de ser Presidente, metade do meu tempo é lutar contra maus brasileiros que entram com ação ou tomam decisões contra o Governo Federal; a outra metade a gente trabalha para que o Brasil realmente alcance o lugar de destaque que ele merece no mundo; que, afinal de contas, ninguém tem o que nós temos. Eu costumo dizer, dizia lá na minha campanha, lá atrás: olha Israel. Vejam o que eles não têm e veja o que eles são; agora veja que o Brasil tem, o Brasil tem tudo, e o que não é. O que falta? Aí eu critico a minha classe, Carla Zambelli, eu critico a minha classe política, que eu continuo com a tese de deputado federal aqui por baixo dessa camisa aqui é porque o Executivo e o Legislativo trabalham juntos e vocês, como tem eleição no corrente ano, muitas vezes o cara fala: "vai votar em quem?" Primeiro que o problema é de vocês, não é meu, tá? Mas vou dar uma dica, eu vou dar uma dica no caso de deputado federal e de senador: veja como ele votou, por exemplo, a PEC do voto impresso. Vocês podem ver: nenhum parlamentar de esquerda, PT, PCdoB e PSOL, tem dúvida sobre a urna eletrônica, todos confiam 100%, é impressionante. Portanto, nosso lado não tem gente que confia também, né, principalmente depois de um aperto por parte do presidente ou líder do partido, então vejam como ele votou a PEC do voto impresso.

Veja também como ele votou na questão do Daniel Silveira, se é para manter o Daniel Silveira preso ou é para soltar o Daniel Silveira. Não tem o artigo 56 da Constituição? Que os deputados podem falar o que bem entender que ele é Inviolável? Que ele não pode ser punido civil e penalmente? Por que votaram para prender o parlamentar? E também outro dado bastante importante, foi votado no Parlamento, na Câmara, esses dias, a urgência do PL do fake news, atendendo Barroso ( Luís Roberto Barroso), atendendo o Fachin e atendendo o Alexandre de Moraes. Então esses caras que votaram sim, a  urgência, estão do lado daqueles que querem censurar as mídias sociais, a mídia de verdade que é essa nossa. E fiquem certos: o bem maior que a nossa própria vida é a nossa liberdade. Como militar, eu e o Braga Netto, juramos dar a vida pela Pátria, mas como cidadão, nós todos faremos muito mais do que isso pela nossa liberdade. 

   Eu quero cumprimentar a todos por este momento, em especial aqui o nosso Francisco Matturro, presidente da Agrishow; o João Marchesan, presidente da Abimaq; o nosso prefeito aqui de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira; bem como todos vocês, brasileiros, que trabalham de domingo a domingo, de sol a sol ou de chuva a chuva, para o bem da nossa Pátria. Mais do que os senhores colaboraram e muito com o nosso PIB, os senhores colaboram com a segurança alimentar, colaboram não, garantem a segurança alimentar do nosso Brasil e grande parte do mundo afora.

        Um grande abraço a todos vocês.