Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, na Cerimônia de entrega das Medalhas da Ordem do Mérito Médico e Mérito Oswaldo Cruz - Palácio do Planalto
Senhores, senhoras.
Ministros, Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso.
Médicos, profissionais de saúde.
Eu quero dar um testemunho aqui. A única certeza que nós temos nessa vida é que um dia nós a deixaremos, o que é ver a morte de perto, que sensação é essa, a quem nós recorremos prezado Cezinha de Madureira?
Num primeiro momento, com toda a certeza, a maioria pensa em Deus. Em segundo plano respeitosamente aqui na terra são os profissionais de saúde.
Eu já tive dois encontros com a morte, não sou médico, o primeiro encontro idos de 1978. Um soldado cai de umas cordas, falsa baiana dentro de uma lagoa, o soldado era o soldado Celso, mais conhecido como Celso Negão e obviamente eu estava ali preparado para o pior, sabia que a qualquer momento poderia acontecer um problema com aqueles soldados que acreditavam em nós oficiais de praças.
Quando o Negão Celso caiu dentro da lagoa, eu já estava com a gandola desabotoada e o cadarço do meu coturno frouxo. Eu acredito que 10 segundos talvez menos saltei dentro da água apenas com a calça de instrução.
Naquele tempo, Tarcísio, eu me lembrava do nosso tempo da Academia Militar das Agulhas Negras, onde fim de semana uma das atividades minha além de jogar uma pelada era fazer 50 metros na piscina em apneia e sem pé de pato, eu tinha um preparo físico excepcional, eu era atletas das Forças Armadas de pentáculo militar.
Mas entre a teoria e a prática há uma distância muito grande, graças a Deus eu estava preparado, a segunda vez que desci o fundo da lagoa para procurar o Celso, uma lagoa que tinha de 2 metros e meio a três metros de profundidade, água doce, turva e o fundo lodoso. A segunda vez consegui encontrar o Negão Celso mas tinha preparado o meu plano como proceder porque sabia que ia ser agarrado, graças a Deus não fiquei mais do que 30 segundos dentro da água e consegui sair com o Negão Celso.
E eu tenho em meu peito aqui uma medalha do nosso Exército Brasileiro, é conhecida, é a nossa Medalha do Pacificador com Palma que é ofertada para quem realmente arrisca a sua vida pela vida de terceiros.
Acredito que em todos nós humanos esse sentimento está presente, obviamente a iniciativa de tomar uma decisão como essa depende de momento. Eu não posso exigir uma pessoa com idade ou sem o preparo que eu tinha fazer o que eu fiz, mas tive essa oportunidade, mas senti a morte de perto, os calafrios e tremores vieram depois disso.
Um outro momento também vi a morte de perto, idos meia dúzia de setembro de 2018, comigo lá também o Marcelo Álvaro Antônio entre outras pessoas, Praça Halfeld em Juiz de Fora. Saí de um carro que era escoltado pela Polícia Federal e eu tinha o maior efetivo da Polícia Federal ao meu lado por ser o candidato naquele momento que maior risco corria e no meio da multidão, eu até havia falado momentos antes que seria a última vez que eu iria enfrentar multidão daquela maneira porque estava num crescente a possibilidade de ser eleito e outros interesses deveriam ser levados em conta.
Uma das raras vezes que eu procurei o meu colete e não achei. Na hora eu usei aquele linguajar que quem estava do meu lado conhece vamos embora não vou deixar de enfrentar o povo, num bom sentido por falta, de um colete. O pior aconteceu, senti um soco na boca do estômago, jamais poderia imaginar que fosse uma facada, eu estava consciente, falavam comigo e eu dizia que havia levado um soco na boca do estômago, semelhante uma bola de futebol de salão, já levei muitas nas minhas peladas.
Fui obviamente perdendo os sentidos, graças à equipe da Polícia Federal que estava comigo, porque nenhuma segurança é infalível, mas graças ao planejamento da Polícia Federal, eles tinham traçado uma rota ao hospital mais próximo, no caso a Santa Casa de Juiz de Fora.
Lembro que quando cheguei na Santa Casa estava consciente ainda e um monte de gente branco do meu lado, começaram a cortar minha roupa e eu ouvi algo parecido como vamos operar ou vamos cortar a decisão daquele momento salvou a minha vida.
Um médico nós sabemos disso, ele tem que decidir porque se demorar muito para atuar o paciente pode ir embora a indecisão obviamente tiraria a minha vida, a decisão poderia salvá-la e lá entre esses da equipe o doutor Borsatto, aqui presente, obrigado doutor Borsatto.
Num segundo momento também importante a faca, a lâmina passou a menos de um centímetro das veias cava e mesentérica, confesso sou formado em educação física mas não tenho conhecimento com profundidade o que um ferimento nessas veias pode ocorrer, certamente a morte, um segundo milagre.
Logicamente na Santa Casa perdi os sentidos, só fui acordar entrando num avião e com a batida da maca nas laterais do mesmo, olho na frente uma pessoa que eu não tinha a menor ideia de quem era, eu não sabia onde estava e ela conversava comigo e tentava me acalmar.
Fui para São Paulo, do aeroporto até o hospital fui conduzido pelo helicóptero da nossa gloriosa Polícia Militar de São Paulo, chegando ao hospital tomei conhecimento de quem é que estava no voo comigo e em uma das passagens mais importantes com ele, eu comecei a conhecê-lo, comecei a admirá-lo, foi seis dias depois. Eu estava começando a me recuperar, começando a ter noção do que estava acontecendo e fui levado para fazer exames e na maca ainda depois dos exames, olhei para o lado e o doutor Macedo falou uma coisa que me abalou, vamos ter que operá-lo.
Eu que estava começando a me recuperar, tudo aquilo? Sonda nasogástrica entre outras coisas e quando ele falou, alguém falou quando? Ele disse agora. Foi a segunda grande cirurgia que eu fiz, cortando um pedaço do intestino, continuando o trabalho de remendar o intestino dada as várias perfurações.
Mas ali o doutor Macedo, aqui presente, continuou o trabalho de salvar uma vida que ele talvez não esperasse, viesse a ser o Chefe da Nação.
O que fica disso tudo, uma passagem bíblica que eu quero resumi-la, "nada temais nem mesmo a morte a não ser a morte eterna". Isso marca a gente, faz a gente ter coragem para decidir questões que interessam a 210 milhões de brasileiros.
Hoje eu me considero o médico da liberdade no Brasil, o que a nossa Nação passa, os interesses internos e externos no destino dessa Pátria faz com que além dos deveres diários que tenho para com a Nação eu tenho que pensar nessas pessoas que desejam a cadeira do poder por ambição, bem como, Paulo Guedes, o interesse de outras nações afinal de contas nós somos a segurança alimentar para muitas nações.
Me vem também uma parte de uma canção conhecida por todos, "a paz queremos com fervor, a guerra só nos causa dor, porém se a Pátria amada for um dia ultrajada lutaremos sem temor".
Quando assumi a Presidência entreguei nas mãos de Deus a minha vida, tudo farei, prezado Braga Neto, para garantir com todo respeito aos médicos, um bem mais sagrado do que a própria vida que é a nossa liberdade.
A vocês todos médicos e em especial os doutores Macedo e Borsatto, gratidão. Devo muito a vocês dois, a vocês dois pesa também a responsabilidade dos destinos dessa Pátria.
E a mim creio que sou suspeito para falar sobre possíveis virtudes mas tenham a certeza que a humildade está acima de tudo.
Muito obrigado a todos os profissionais de saúde pela dedicação que vocês têm, por uma vida difícil que tem porque vocês não tem hora para absolutamente nada mas vocês nos confortam e a certeza um dia todos nós estaremos no paraíso.
Muito obrigado a todos vocês.