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Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro na Cerimônia de Imposição da Medalha Mérito Desportivo Militar - Rio de Janeiro/RJ

Bom dia a todos. 

É uma satisfação estar neste ambiente. E se me permitem, já que eu fui atleta das Forças Armadas por 4 anos. Todo mundo tem uma história em falar de atletismo e atleta militar é um pouco diferente do civil. Nós temos uma disciplina, uma hierarquia para seguir, mas dois fatos vem à minha cabeça nesse momento.

 Um nos idos 1979, portanto há 42 anos. Eu fui na minha cidade, era segundo tenente do Exército Brasileiro e chegando lá, era aniversário da cidade e tinha uma prova. 10 voltas na praça Nossa Senhora da Guia, aproximadamente 700 metros cada volta. E eu cheguei para ficar dois dias e não fui preparado, obviamente, para fazer nenhuma atividade esportiva. E me desafiaram para uma corrida na praça. Aniversário da cidade, era o ponto máximo naquele momento.

 A cidade não tinha mais que 4 mil habitantes, contando com a área rural. E eu resolvi correr na praça, mas com um detalhe: em volta da praça ela paralelepípedo, eu não tinha tênis, resolvi correr descalço. Enfrentei o desafio e quando faltavam aproximadamente 400 metros, tinha um cara na frente, 50 metros da cidade e eu dei um sprint no paralelepípedo descalço, que só nós sabemos da onde vem essa força naquele momento e ganhei a prova.

Obviamente, aquilo para mim era uma olimpíada. Na minha cidade, Minotauro, era um negócio terrível. Tem que ganhar aquele trem lá. Como vi alguns de vocês, como o boxeador nosso aqui, estava perdendo por pontos, mas no final ele reagiu. Essa força só quem realmente pratica, compete, sabe de onde vem.

E a outra, se me permite o comandante Garnier, o nosso comandante da Marinha, nosso almirante de Esquadra Garnier, passou aqui nessa escola. Ou melhor, nesse centro de formação. Também os idos 1980, 41 anos, vocês nem eram nascidos ainda. E um atleta tem as suas manias. Eu tinha a minha mania. Quando ia fazer pista de pentatlo militar, era o mesmo abrigo e a mesma calça militar. Com um detalhe: Eu nunca havia lavado aquelas duas peças. Eu não podia lavar. E desci em um café da manhã com aquela roupa, se alguém me visse sentado do outro lado da Avenida Brasil ia jogar uma moedinha no meu colo. Mas estava pronto para fazer a prova. Eis que aparece um almirante, fardado, de branco, impecável e vê quase um mendigo, como eu ali embaixo perto do corpo da guarda. Ele me deu uma bronca tão grande, mas tão grande, que eu estou molhado até hoje. 

Se tivesse como descobrir quem era o comandante em 1980, eu te agradeço aí, quero conversar com ele e obviamente, boas recordações. É muito fácil a gente entender a vida, é se colocar do lado daquela pessoa. 

Eu aprendi em Nioaque uma vez, eu era segundo tenente, coisa rara, um segundo tenente da Academia na fronteira. E tinha um soldado lá que resolvi puni-lo.  Naquele tempo, você mandava bater uma máquina, na punição e entregava para o subcomandante. Assim foi feito  e foi entregue. O subcomandante leu e falou o seguinte: olha, pelo que eu tô sabendo, se coloque no lugar do soldado e depois vem à tarde aqui, para a gente decidir se vai ser punido ou  não. Eu me coloquei no lugar do soldado e à tarde, me apresentei para o comandante, obviamente, e resolvi retirar a parte.

Então, na vida da gente, se a gente quer viver melhor, prezado Dom Orani,  missão difícil dele, eu sempre chamo de nosso último advogado. Missão difícil salvar certas almas aqui no Brasil. Mas nós, para vivermos melhor, devemos nos colocar do outro lado do balcão. Como aquela pessoa está sentindo, como um atleta está passando, quais as suas dificuldades. 

Como político, também. Como o povo está se sentido. Desde o primeiro dia da pandemia nunca deixei de estar no meio do povo. Sempre criticado pela mídia, sem máscara, mas quem obrigou 38 milhões de trabalhadores informais a ficar dentro de casa, onde a grande maioria desses trabalhadores labutavam de manhã para comer à noite, eu tinha que saber como eles se sentiam.  E buscamos solução. Juntamente com o Pedro da Caixa, o João Roma não estava conosco ainda, era o Onyx Lorenzoni, e nós buscamos solução e resolvemos contar o tal do Auxílio Emergencial.

 Então, prezados atletas, hoje me coloco no lugar de vocês. Sei o que cada um de você, em parte ou em grande parte, passou naqueles momentos lá no Japão. São anos e anos de treinamento, onde tudo é demonstrado, tudo é materializado em poucos segundos ou em poucos minutos. A responsabilidade é grande, o sacrifício enorme, mas nós temos no mundo 7 bilhões e meio de habitantes. Mesmo quem não ganhou a medalha, os meus cumprimentos, o meu reconhecimento pelo trabalho de cada um de vocês. Vocês proporcionaram para nós aqui no Brasil, temos problemas aqui, mas nesses momentos, foram momentos de alegria e satisfação e de confiança no seu povo.

 Hoje é o dia de vocês e como costumo às vezes fazer até piada sem graça, alguns acham. Mas reconhecer aqui que o General Heleno, também cursou educação física lá na Escola de Educação Física do Exército.Só que ele não foi citado, mas também não estava lembrando muito daquela época não.  Ele foi primeiro lugar dele, eu fui primeiro na minha turma, o Braga Neto foi 02 e lá na ponta lá, o Serginho, que particularmente é meu amigo de muito tempo, foi o 012 na turma dele também.

Então, o dia de hoje,meus cumprimentos a vocês. Eu queria aqui escolher um, porque eu queria dar uma medalha pessoal para ele e é pessoal. Se é pessoal não pode mostrar para ninguém. O sargento Hermes da Conceição, dá uma chegada aqui. É uma medalha pessoal, que tenho certeza que vai guardar para vida toda. Não posso dar para todo mundo, foi tiragem bastante reduzida. Enfia a porrada, guerreiro. Com flores não se ganha a guerra não, pessoal. Quando se fala em armamento, quem quer a paz, se prepare para a guerra. 

 A vocês todos, o meu muito obrigado como chefe da nação. Parabéns e todos nós estamos muito orgulhosos de vocês, bem como, a garotada paraolímpica também. Muito obrigado.