Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, na Cerimônia de Lançamento da Retomada do Turismo - Palácio do Planalto
Palácio do Planalto, 10 de novembro de 2020
Boa tarde.
Senhores e senhoras, se me permitem, eu quero rapidamente falar de três assuntos, do porquê o turismo é travado no Brasil. Está aqui o Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente. Está aqui o Marcelo, ministro do Turismo.
Por exemplo, Fernando de Noronha, se alguém quiser ir para lá, tem uma taxa estadual de R$ 73,52 por dia. E uma taxinha Federal, para quem quiser ir na praia, de R$ 110,00. Se você for estrangeiro, passa para 220. Quem vai numa pipoca dessa? Eu não quero falar palavrão aqui, porque eu sou uma pessoa bastante educada. Não tem como ir para frente essa pipoca, não tem. Agora, vamos tentar, prezado, Ricardo Salles, Marcelo Antônio, se o morador de Fernando de Noronha pode decidir sobre o seu futuro, falam tanto de democracia e liberdade.
Estou aqui com a praia do Sancho, esse feriadão não teve ninguém lá. Aqui do continente, um ditador disse que não, enquanto tiver covid não tem turismo nesse negócio aí. E fica por isso mesmo.
De vez em quando eu fico preocupado com o pessoal do turismo, empreendedores, da forma como eles lutam para vencer obstáculos e barreiras no Brasil. Vamos buscar a fazer a nossa parte, mas não depende muito também de mim apenas, depende do Parlamento, depende do governo estadual. Agora, criou-se dificuldade para vender facilidade talvez ou para emperrar o crescimento do Brasil.
Uma outra coisa simples, entre os três assuntos, simples. Tive um tempo atrás jet ski. Até já apanhei muito da imprensa, porque que tem jet ski é marajá. E lá atrás, para tirar habilitação de jet ski era uma prova simples. A capitania, prova teórica. Depois um maluco fez uma besteira na praia, atropelou um banhista, daí simplesmente tornou-se quase impossível tirar habilitação de jet ski. No corrente ano, entrei em contato com o comandante da Marinha e com o almirante responsável, desburocratizamos bastante, mas está longe ainda do ideal.
Vocês vão para minha região por exemplo, Vale do Ribeira. Ribeirão de Iguape, nesta época é um rio limpo, caudaloso, praticamente inexiste nada naquela região. Região mais pobre do estado de São Paulo, a não ser a mata. Se você quiser por exemplo, empreender, comprar 10, 15 jet skis para explorar aquilo com turista, você não pode fazer. Por quê? O cara chega lá, não tem habilitação, não pode andar de jet ski.
E tem países no mundo, que o elemento assina, o turista, um termo de responsabilidade. Aqui tudo é complicado. Parece o Estado o tempo todo tomando conta do cidadão, é um inimputável, é um irresponsável, não pode ter responsabilidade para nada. Tenha certeza que o ano que vem nós vamos resolver a questão da habilitação de jet ski. Porque daí, entram os lobbys, porque que vai no Parlamento. Já montei a minha auto-escola de jet ski, isso e aquilo e as dificuldades cada vez aumentam mais.
O último assunto. Que eu tive numa viagem fora do Brasil e um chefe de Estado falou que poderia gastar conosco, por volta de 1 bilhão de reais, para investir na Baía de Angra. Para fazer da Baía de Angra algo para invejar Cancún. E com todo respeito, eu estive em Cancún uma vez, é muito melhor a Baía de Angra.
Eu tenho uma recordação da Baía de Angra, uma multa de 10 mil reais, em um dia que não estava lá. É a recordação que tenho da Baía de Angra. Como o pessoal do Rio diz, quando vai para Niterói: Vá para Niterói e ganhe uma multa. Lá no Rio, o turista vai para Baía de Angra e ganha uma multa. Se bem que melhorou bastante isso aí, depois da nossa chegada lá. É isso mesmo ou não? Melhorou bastante, não é, Ricardo? Até o homem do campo disse que melhorou bastante a questão de Ibama e do ICMBio no Brasil, bastante. Vai melhorar mais ainda.
Agora, profissionais do Turismo, se eu quiser esse investimento, dinheiro de fora, para fazer uma maravilha na Baía de Angra, eu tenho que revogar um decreto. Agora você pode perguntar, revoga, presidente. Não, quem revoga decreto ambiental não é o presidente, é o Congresso. Então, essa turma de xiita ambiental, xiita ambiental, os baluartes do atraso no Brasil, que a imprensa gosta muito de defender essa turma, não é? Eu tenho que mandar um projeto para o Congresso. Agora, antes de mandar o projeto, eu converso com lideranças, vê se tem clima para gente botar o projeto para votação. Ainda não tem.
Em consequência, a Baía de Angra, a gente podia estar faturando alguns bilhões por ano com turismo, está lá, abandonada. E nós temos que, isso que acontece na Baía de Angra, já conversei com outros governadores, até informações que o governo da Bahia teria interesse, não sei se é verdade, como também de Goiás. Em revogar alguns decretos ambientais para o turismo.
Então, o país está travado. Um dinheiro fácil que entra para nós, é um dinheiro que, com todo respeito, exige pouco investimento, muitas vezes. Uma pousada lá em Fernando de Noronha está em média 2 mil reais, para mim, é dinheiro para caramba.
A imprensa fala um tanto do meu cartão corporativo. São três. Dois não tem nada a ver comigo. É para alimentar ema, a energia elétrica, dar comida pra 200 do Torto e lá do Alvorada. Muitas vezes passagem, combustível de gasolina para fora do Brasil. E tem um cartão corporativo, meu particular. De novo, 26 mil por mês que eu posso gastar onde quiser. Se eu quiser pegar o cartão, sacar os 26 mil e comprar em cerveja, eu compro cerveja. Não gastei nada até hoje. Continuem batendo em mim sobre o cartão corporativo, não tem problema.
Mas pra mim é caro demais. Dois mil reais em um bangalô, seja lá o que for, em Fernando de Noronha. Não pode continuar assim e por que é caro também? Porque quase ninguém pode ir para lá. É restrição de toda maneira.
Tinha até um gerador de energia lá, eólica, é isso mesmo? Um passarinho apareceu morto lá embaixo, acabou. Não tem mais energia eólica em Fernando de Noronha. E agora tem uma pequena termoelétrica lá, um gerador a óleo diesel, que os caras vão lá, com o carro elétrico e recarrega o carrinho, lá na geradora movida à diesel. É uma enganação.
Se eu não me engano, Cancún, por favor me corrija, fatura 12 bilhões de dólares por ano. Não tenho certeza, acho que é por aí. A gente poderia tranquilamente faturar 1 bilhão de dólares por ano, lá na Baía de Angra. E o Rio de Janeiro precisa disso. Precisa de emprego, precisa de impostos. O que está virando a Baía de Angra? Território de milícias, bandidagem. O marginal de fuzil já foi para a região de Angra. Um tempo atrás, tinham uns piratas de jet ski. Esses não precisam de habilitação. Esses não têm problema. Então, nós atrapalhamos a nossa própria vida.
Discurso bonito do Gilson, aqui. Meu irmão cabra da peste, aí lá de Pernambuco. Também o do Marcelo Antônio, indicação do Onyx para ser ministro, não é Onyx? Parabéns ao trabalho de vocês. A isenção de vistos no passado, ideia de vocês juntos com o pessoal do Turismo. Muita coisa foi feita, o socorro a vocês. Vocês foram à lona nessa pandemia, que foi super dimensionada. A manchete amanhã, ah, não tem carinho, não tem sentimento. Tenho sentimento com todos que morreram, mas super dimensionado. Tudo que eu falei sobre o vírus lá atrás e eu apanhava feito cão sarnento na porta da igreja, se comprova que é verdade agora. Até invenção de impostos para a vitamina D, tudo. Até isolamento vertical, que não podia ser daquela forma, fique em casa, economia, a gente vê depois. Afundaram vocês.
A política fácil, demagógica. Vendo prefeito mandar soldar porta de lojas de ferro em São Paulo, algemar mulher na praia de biquíni, uma covardia, uma patifaria. Só se vê isso em ditadura, pô. E me chamam de ditador ainda. Mas a economia, ela é vital, obviamente, pleonasmo abusivo, para a vida.
E quando se destrói um setor, uns setores, todos sofrem. E a morte por fome, como disse lá atrás, e agora essa imprensa aí, de papel, essa brincadeira que nós temos de imprensa no Brasil, já começa a falar que as mortes estão chegando e vão ser maior do que o próprio covid. Bem como, novas pesquisas, ainda não comprovadas oficialmente, mas estudos avançados têm mostrado que não chega a 20% o número de óbitos do covid, o resto foram outras causas. E nós aqui, em uma onda mundial, fechamos tudo. Um só país não fechou no mundo, pelo que eu tenha conhecimento. E lá está sendo diferente. E aqui, a coisa já começa a amedrontar o povo brasileiro, com uma segunda onda. Tem que enfrentar, porra. É a vida. Tem que enfrentar.
E digo mais, como Chefe de Estado, tenho que tomar decisões, que não me deixaram tomar. Não sei por que cargas d’água. E nós temos que decidir e decidindo, nós podemos acertar. Não decidindo, já erramos.
Então, o que faltou para nós não foi um líder. Faltou deixar um líder trabalhar. Que eu fui eleito para isso. Imagina se tivesse um Haddad no meu lugar? Ou se tivesse um governador de São Paulo em meu lugar? Como é que estaria o Brasil? Que desgraça estaria esse país? Semelhante aqui ao sul, Argentina, onde eles fecharam tudo. O pessoal está fugindo para o Uruguai já. Alguns já começam a ir para o Rio Grande do Sul. Será que Rio Grande do Sul vai se transformar em uma Roraima? Da Venezuela para Roraima, da Argentina para o Brasil? Nós não queremos isso. Rivalidade com a Argentina, apenas no futebol. Nada mais além disso.
Então, falta para todos nós a coragem. E digo pra vocês, empreendedores, eu sou empregado de vocês. Não tem que ter muita cerimônia para conversar comigo ou conversar com um ministro meu. Temos que buscar soluções e coragem para decidir. O Parlamento tem essa culpa também, nessas questões. Eu sei como funciona o Parlamento. E ali tem uma corrente forte de esquerda. Corrente do atraso. Corrente para dividir o que é dos outros, não o deles.
E parece que o Brasil não corre o risco de ir para esquerda em definitivo. Não temos um sistema sólido de votação no Brasil. Que é passível de fraude sim. Que tudo pode mudar no futuro com fraude. Eu entendo, que só me elegi presidente porque tive muito voto e não gastei nada não. 2 milhões de reais, arrecadado por vaquinha.
Não terão vocês, com todo o respeito, não vou jamais tecer elogios para mim, jamais. A minha vida aqui é uma desgraça. É problema o tempo todo, não tenho paz para absolutamente nada. Não posso mais tomar um caldo de cana na rua, comer um pastel. Assim quando saio vem essa imprensa perturbar. Pegar uma piada que eu faço com o Guaraná Jesus, para tentar me esculhambar.
Então, pessoal, nós temos que buscar mudanças. Não teremos outra oportunidade. Aí, vem uma turminha aí, falar de, ah, queremos um centro, nem ódio para lá, nem ódio para cá. Ódio é coisa de maricas, pô. Meu tempo de bullying na escola, era porrada. Agora, se chamar um cara de gordo é bullying. Nós temos como mudar o destino do Brasil. Não terão outra oportunidade.
O Macri na Argentina, é história, não conseguiu implementar as suas políticas. Começou a levar pancada dos seus seguidores, como levo agora também. Voltou a turma da Kirchner, Dilma, Maduro, Evo, que já está na Bolívia uma hora dessas de volta. E olha agora, como é que fica a situação? Os empresários tendo os seus bens desapropriados, aumentando, aí sim, absolutamente taxas e juros e taxas e impostos e o Brasil não pode ir para esse lado, meu Deus do Céu. A minha cadeira está à disposição. Não sou super-homem. Naquela pipoca lá tem kriptonita ou um formigueiro.
Eu vejo pessoas articulando para chegar lá, não por seus méritos. Mas criticando, falando mal, falando besteira o tempo todo, mentindo, provocando, caluniando, perseguindo os familiares o tempo todo. Não querem chegar por seus méritos, mas, sim, para derrubar quem está lá. Alguém acha que eu tenho um tesão em estar naquela cadeira? Está completamente equivocado. Preciso de ajuda para arrumar esse Brasil.
Acaba o Auxílio Emergencial em dezembro, como ficam esses quase 40 milhões, Onyx, de invisíveis? Que perderam tudo agora. O catador de latinha, não tinha latinha para catar na rua. Não tinha como vender um biscoito Globo na praia. Não tinha como vender um mate na arquibancada, no estádio de futebol. Tudo agora é pandemia. E acabar com esse negócio. Lamento os mortos, lamento, todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. O Sérgio vai morrer um dia, não é Serjão? Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas. Olha que prato cheio para a imprensa. Prato cheio para a urubuzada que está ali atrás.
Temos que enfrentar, peito aberto, lutar. Que geração é essa nossa? Que geração é a minha? A do Milton, é diferente, 60 anos de idade. A geração hoje em dia é Todinho, Nutella, zap. É uma realidade e pessoal, vocês sabem disso. Todo mundo que tem riqueza, não pode dizer que é feliz não. Ele tem que tomar cuidado com a riqueza. E está cheio de malandro de olho nela e o Brasil é um país riquíssimo.
Assistimos há pouco aí, um grande candidato à chefia de Estado dizer que se eu não apagar o fogo da Amazônia, levanta as barreiras comerciais contra o Brasil. E como é que nós podemos fazer frente à tudo isso? A perda da diplomacia, não dá, não é, Ernesto? Que quando acaba a saliva, tem que ter pólvora, senão não funciona. Precisa nem usar pólvora, mas tem que saber que tem. Esse é o mundo.
Ninguém tem o que nós temos. Não é só de riquezas minerais, biodiversidade, campos agricultáveis. Temos regiões turísticas também, uma fortuna. Nós temos que nos fortalecer, e como fortalecer? Liberando a economia, livre mercado. Dando liberdade para quem quer trabalhar, não enchendo o saco, não atrapalhando quem quer produzir.
Bacana este evento, bacana, mas e daí? E daí, imprensa? E daí, não é? Bateram tanto em mim no passado, e daí? Quer que faça o quê? Nós temos que tentar mudar o rumo do Brasil. Não teremos outra oportunidade. Não teremos um líder feito em um prazo de 2 anos, não vai aparecer. A não ser, em cima da grana, aí, aparece. Comprando um montão de coisas por aí. Em especial os marqueteiros. Fora isso, não terão outros líderes, em tão curto espaço de tempo. E a chance de mudar é essa. Eu estou me expondo aqui, podia estar quietinho. Vou sofrer uma saraivada de críticas da mídia, porque eu estou falando aqui. Que não estão acostumados a ouvir a verdade, é só fake news.
Senhores, me desculpem algum exagero, alguma coisa. É um desabafo, porque eu passei 28 anos dentro da Câmara e pedi a Deus para ter uma oportunidade um dia de mudar o Brasil. Eu posso até não mudar, mas eu vou tentar. Não estou preocupado com a minha biografia, se é que eu tenho biografia.
Muito obrigado a vocês.