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Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, na Cerimônia de Lançamento das Autorizações Ferroviárias - Setembro Ferroviário- Palácio do Planalto

Palácio do Planalto, 02 de setembro de 2021

 

Senhores e senhoras, boa tarde.

A nossa vida, como a vida de um governo, se faz de momentos. Este é mais um momento excepcional de todos nós. Não é eu, não é o Tarcísio, somos todos nós que vamos mudar o nosso Brasil. O Tarcísio, foi um terceiro de uma escolha minha, que tinha gente que eu conhecia na frente dele. Quis o destino que essas pessoas que o antecederam, declinassem de ser ministro. E tinham bons argumentos naquele momento e queriam colaborar de outra forma e estão colaborando de outra forma. 

E quando apareceu o Tarciso, conheci naquele momento, apesar de com toda certeza, ele me conhecer da Câmara, até porque aparecia muito na Câmara. E quando se apresentou o currículo dele, porque quem trouxe também o Tarcísio, eu não fui pressionado por ninguém para escolher ministro. Era um compromisso de campanha, o critério técnico. Mas, Tarcísio, não basta você ser apenas competente, você tinha que ter algo mais que é tão falado hoje em dia, ter  liberdade para poder trabalhar. É um grito que o povo quer dar no próximo dia 7. Liberdade.

 Como técnico que pega um bom jogador, um bom centroavante, bota para jogar de zagueiro, não vai dar certo. Cada um na tua posição. E nós formamos um time de 23 ministros, por coincidência, o currículo do Tarcísio, foi trazido para mim, foi por outro colega, o Jorge Oliveira e pelo Wagner Rosário. Os três foram colegas de Colégio Militar aqui de Brasília. É o ensino,  é a base. Se não fosse essa base, não teria feito uma boa Academia Militar de Agulhas Negras, não teria sido aprovado no concurso para o IME e depois em um concurso de apenas 2 vagas, para Câmara. Ele foi o primeiro classificado. Tinha potencial, mas se não tivesse a liberdade e oportunidade, não teria chegado onde chegou.

E vejam uma coisa, meus senhores. Quando fala em se dedicar à Pátria. Até pouco tempo, era quase uma vergonha falar em Bandeira Nacional. A gente não via bandeiras pelo Brasil. Alguém duvida que o Tarcísio podia estar muito bem trabalhando em outro local? Ninguém tem dúvida disso. E quando já conversei com ele sobre isso, ele falou: eu tenho um compromisso contigo. Vamos sair juntos do Governo. Até lá eu vou me dedicar.

Problemas nós temos. Quantas vezes sozinho, a gente vai para um canto e conversa de igual para igual. Não tem problema nenhum. Não converso igual, eu sendo presidente e ele sendo ministro. Eu não tenho um cartão vermelho na minha mão, muito pelo contrário, eu fico chateado quando o outro lado não traz os problemas da forma que tem que ser trazido. 

Quantos momentos de angústia, deputados e senadores, nós passamos para indicar o nome para a ANTT. E vocês sabem quando uma pessoa quer investir e olha aquele ministério que lhe interessa, ele olha agência que tá do lado e de acordo com o perfil daqueles da agência, o negócio sai ou não sai. Como nós estamos em entendimento com a Câmara e com o Senado mudando as coisas do Brasil. Se o Tarcísio vai bem, os demais ministros vão bem também. A Caixa Econômica, o Banco Brasil, BNDES, estatais, todo mundo vai bem. Quando um cara faz um gol, os outros 10 comemoram.

E esse governo, não tô falando de mim, nada eu seria se não fosse esses 23, bem como, os 23 se não tivessem dezenas e centenas de servidores ao teu lado, também dedicados, não  teria chegado a lugar nenhum. Muitas das decisões nossas, a maioria, passam pela Câmara e pelo Senado. Temos vitórias e temos derrotas também. Passa pelo TCU, passa pelo Supremo Tribunal Federal, como estamos, segundo Paulo Guedes diz, modulando a questão dos precatórios. 

Como estamos vivendo um momento difícil hoje no Supremo também, sobre o novo marco, ou melhor, sobre o marco temporal. De acordo com a decisão que porventura saia, não digo hoje, mas nos próximos dias, no Supremo Tribunal Federal, Tereza Cristina, eu não sei o que nós faremos com o agronegócio. Que uma outra reserva indígena, umas outras reservas indígenas, equivalente a região sul do Brasil, deixo bem claro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Uma área desse tamanho, será agregada a uma área do tamanho da região sudeste, Minas, São Paulo, Rio e Espírito Santo, como reservas indígenas.

Hoje, cada 5 pessoas que se alimentam no mundo 1 prato vem do Brasil. Se isso for aprovado, com toda certeza, cada 15 pratos, 1 só virá do Brasil. Teremos aumento da inflação, escassez de alimentos. Fazendas sendo simplesmente destruídas por reservas ou outras por serem deslindadas por reservas não poderão mais ser produtivas. Olha a responsabilidade do Supremo Tribunal Federal que é importantíssimo para nós. Todos os Poderes são importantes. Quando um do meu ministério tá dando problema, como já tive, chama e conversa e nos acertamos. Quando um da Câmara, do Senado tá dando algum problema, é comum o líder partidário, o presidente da Câmara, conversar com o parlamentar. Quando um do Supremo Tribunal Federal começa a dar problemas, com toda a certeza o presidente, ou seus pares, devem conversar com ele.

Porque alguns de nós, que somos humanos, extrapolamos. Não podemos ficar refém de um do parlamento, um do Executivo, um do Supremo Tribunal Federal. Essa é a harmonia e a palavra em voga, liberdade. Hoje eu vi rapidamente o ministro Fux, no início da sessão, dizendo que não pode haver democracia, sem respeitar a Constituição. Palmas para o ministro Fux. Realmente não pode ter democracia, se nós não respeitarmos a Constituição, em todos os seus artigos, poderia dizer, principalmente o artigo quinto. O direito de ir e vir, o direito ao trabalho, o direito a ter uma religião,  como no outro artigo também,  a liberdade de expressão. 

 Imaginem dentro de nossas casas,  se um casal começasse uma, censurar o outro, vai destruir a família. O nosso Brasil, é um ajuntamento dessas famílias. Famílias sadias, país sadio. Eu duvido quem seja mais criticado do que eu nas mídias sociais. Mexem com gente da minha família quase o tempo todo. Não é por isso que eu vou começar a tomar providências para calar essas pessoas. Como já disse o nosso ministro Alexandre Moraes há pouco tempo:  quem não quer ser criticado, fica em casa. Parabéns Alexandre Moraes.

Um voto meu do passado do Ricardo Barros, do Bezerra, quantas vezes nós apanhamos e muito por causa de um voto. E sabíamos que voltando sim ou não, ia apanhar. Mas não é por causa disso, que nós vamos querer abusar da nossa autoridade, assim deve ser qualquer um de nós, integrantes dos 3 Poderes. Não podemos nós usar da força do poder que nós temos para censurar quem quer que seja, para desestabilizar a nação, para acirrar os ânimos. Ou somos democratas ou não somos. Essa liberdade é importante para todos nós. Não interessa dentro de casa, na rua ou no serviço. Se o Tarcísio não tivesse essa liberdade, ele até me elogia, bota alguma coisa na minha conta, mas vem dele. Mas ele faz isso porque sabe que eu apoio, sabe que eu quero isso. Não é porque somos capitães, que nós nos entendemos. Nos entendemos, porque somos civilizados, obedecemos as regras, eu tive votos e ele compartilha desses votos e sabe que o nosso trabalho é para o bem de 210 milhões de pessoas. 

Alguém já me viu brigando com algum Poder, alguma instituição? A não algo pontual? O Brasil está em paz no meu entender. Está faltando um ou outro, uma ou outra autoridade ter a humildade de reconhecer que extrapolou e trazer a paz no Brasil. Ninguém precisa temer o 7 de setembro. Eu já falei que se Deus quiser, eu estarei aqui na Esplanada, farei uso da palavra, como logo depois, tenho um compromisso em São Paulo dia 8, pretendo ocupar um carro de som na Paulista, que deve ter uns 2 milhões de pessoas. Pelo que tudo indica, vai ser um record de pessoas. O que que as pessoas estão fazendo lá? O que eles estão pedindo? O que que eles estão clamando? A não ser aquilo que o ministro Fux disse hoje em sua sessão: "não pode haver democracia, se não tiver respeito pela Constituição". Parabéns mais uma vez, ministro Fux. É isso que eu quero, Vossa Excelência quer, Arthur Lyra quer, Pacheco quer, todos nós queremos.

Mas muitas vezes falta a gente olhar para dentro de nós mesmos para ver se nós não somos aquela pessoa que está turvando aquela água. O que é turvar aquela água? É nossa paz aqui. Ninguém tem o que nós temos. A gente vê empresários aqui, assinando  compromissos, é porque estão acreditando no Brasil. Porque isso é recurso. A gente vê gente de fora também, que é a mesma coisa. 

Quando alguns criticam o governo, "Bolsonaro não faz uma boa política externa", por que não? Tivemos há pouco uma votação para um Conselho de uma cadeira não permanente da ONU, de 190 países, 182 votaram em nosso candidato.  Só não estamos viajando pelo mundo por causa ainda da pandemia. Deixo claro, Queiroga, você que tá no celular aí. Te mostrei meu IGG hoje,  991. Não vou entrar em detalhe. 

Obrigado Osmar Terra. A liberdade acima de tudo. Querer vir criar um passaporte da Covid, isso é um crime. Um crime. Querer impor regras por decretos estaduais ou municipais, violando incisos do artigo 5º da Constituição, isso é um crime. Liberdade acima de tudo. No mais, é correr para o braço pessoal. Não tem como não dar certo esse Governo. Não por mim, mas por vocês. Até que se não fosse assim, vocês não estariam aqui. 

Se estamos aqui  é porque acreditamos no que está acontecendo. Sei das minhas limitações. Pergunto às vezes, coisas óbvias para ministros. Ele fica  olhando meio espantado para mim. Eu prefiro que você me corrija aqui, do que eu cometa uma gafe em público. De vez em quando, eu comento  mesmo assim. Mas é esse entendimento, esse nosso entrosamento, a confiança entre nós, a liberdade que nós temos,  é que nós podemos ir para frente. 

Quantas vezes engulo sapo pela fosseta lacrimal? Agora, não é só o Executivo tem que engolir sapo. Ô Bezerra,  você também tem que engolir, Bezerra. O Poder Judiciário também tem que engolir algum sapo lá. E a maneira que nós temos de, via essa convivência, ter o orgulho, a satisfação e ser reconhecido pela população. 

Eu não estou organizando nada para o dia 7, apenas estou sendo convidado. Mas se algum integrante da mesa diretora da Câmara, da mesa diretora do Senado, do TCU, do TSE, do TST, do Supremo Tribunal Federal, quiser subir no carro de som comigo e ver 1.2 milhões de pessoas para frente e fazer o da palavra,  eu garanto essa palavra. Não teremos outro grito de independência, nós já somos independentes. Creio que o que acontecer no dia 7,  o mundo e vocês vão ver uma fotografia, um mar verde-amarelo pela frente. Como diz o velho ditado "uma boa imagem vale mais que um milhão de palavras". 

Essa imagem, Tarcísio, é para mostrar para o Ciro, para o Paulo Guedes, Azambuja, pro Mauro Mendes, Tereza Cristina, para vocês, falar: olha o que que eles estão pedindo? Estão pedindo nada mais do que o óbvio. Que nós tínhamos a obrigação de fazer. Por que um ou dois, não querem fazer. Que poder ele tem? É para dizer que eu mando? Eu tenho a caneta? A caneta, assim como uma arma, pode ser usada para o bem ou para o mal. E todos nós temos que ao ver um colega nosso, no caminho errado da prepotência, do autoritarismo, chegar nele. E se ele realmente tiver consciência,  ele recua. Quantas vezes nós não recuamos?

Até em casa, um casamento dura uma semana se um dos dois, em um dado momento, naquela primeira semana em casamento, não recuar. E aqui é a mesma coisa. Onde aquela pessoa tá errando e tem gente que era na Câmara, no senado , no Executivo, no Supremo Tribunal Federal, os outros tem que chegar e conversar. Não precisava estar vivendo em um momento de tensão por parte de alguns, o que vai acontecer dia 7. Vai acontecer um dos atos mais bonitos da nação. O povo de forma voluntária vai com a camisa verde-amarela, com sua família. Este mesmo povo como teve em movimentos anteriores, não depredaram um só prédio público, não tocaram fogo em pneu, não atiraram pedras em policiais, são pessoas do bem. Diferente do outro lado, são pessoas que querem o bem da nossa nação.

Me estendi um pouco demais, desculpa se eu falei muito. Mas falei com o coração para todos vocês. Muito obrigado. Um abraço a todos.