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Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, na Reunião de trabalho com o prefeito de Chapecó, João Rodrigues

Liberdade acima de tudo. Pessoal, a nossa liberdade vale mais que a nossa própria vida.

 Estive aqui nesse local, com prefeito de Chapecó, o nosso João Rodrigues em 2016, aqui estava cheio, lotado. Discutimos a questão do malfadado Estatuto do Desarmamento e era também pré-candidato. Estive no total quatro vezes em Santa Catarina. Um estado pelo qual eu me apaixonei desde a primeira vez que estive aqui.

Todos nós, já decidimos alguma coisa ou muita coisa ao longo de nossa vida. Um casamento, um filho, um pedido de demissão, seja lá o que for, quantas vezes tivemos que decidir.  E nós sabemos, que pior que uma indecisão,  pior que uma decisão mal tomada, é uma indecisão. Ou vão tá lá ou vão para cá. Se ficar parado, o pior pode acontecer.

E tem uma passagem bíblica de provérbios 24:10:  se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena. Nós temos que unir forças para vencer esse inimigo. Não podemos ficar em casa ad aeternum esperando que a solução caia do céu. Lamentamos as mortes. É como em um campo de batalha, mas se nada fizermos, seremos derrotados.

Desde o início da pandemia, quando lá atrás nós fomos buscar nossos irmãos em Wuhan, na China. E os trouxermos, foram para Anápolis, foram sim,  submetidos a uma quarentena. Se fazia necessário, para aqueles que estavam em uma área contaminada naquele momento. Depois, sem problemas eles voltaram os seus lares, para os seus afazeres, mas a preocupação estava dentro do Governo Federal.

Começamos em março a tomar as decisões para enfrentar o vírus. Que qualquer um sabia, em especial os médicos, se algo acontece num país e 2, 3, 4  meses depois você fica sabendo, é sinal que aquilo praticamente hoje em dia, se espalhou pelo mundo todo.

Tivemos um primeiro ministro da Saúde, a gente não esperava enfrentar esse problema. E o protocolo dele era: fica em casa. Quando sentir falta de ar, vai para o hospital. Onde eu questionei, doutor Queiroga, olha, vai para casa, falta de ar vai para o hospital para fazer o quê? Para ser intubado? Por que não pode ter um tratamento imediato? Olha a questão do of Label, fora da bula, é um direito, é um dever do médico. Tem que buscar uma alternativa ou até mesmo se um paciente está com uma certa doença e não tem aquele remédio específico, comprovado cientificamente, tem que buscar outra alternativa.

Como a guerra do Pacífico. O soldado chegava ferido e não tinha sangue para transfusão, começou-se ali injetar água de coco na veia do ferido. E deu certo. É uma realidade ou não é? Começou-se uma grande preocupação, o que fazer então para combater o coronavírus? Chamei o ministro da época, no protocolo ele dizia que tinha que ministrar, que poderia ministrar tal medicamento, somente em estado grave. Eu falei para ele: Eu não sou médico, mas se estado grave, segundo o teu protocolo pode dar certo, por que não começa, desculpa a redundância, no início?

Houve um problema entre nós. Eu não sei como salvar vidas, eu não sou médico, não sou enfermeiro, mas eu não posso tolher a liberdade do médico ou até mesmo do enfermeiro. Ele tem que buscar uma alternativa para isso. Será que o sentir falta de ar, era para comprar respiradores a qualquer preço, naquela época? Daí apareceu a questão do achatamento da curva. Devemos achatar a curva, com medida de isolamento, para que os hospitais se preparem com leitos de UTI, com respiradores. 

Nós, Governo Federal, fizemos a nossa parte, mas era uma doença desconhecida por parte de governadores e prefeitos também. Mas fizemos a nossa parte. Apareceram as medidas restritivas, que nunca fui  favorável a elas,  a não ser em uma emergência. A não ser naquele momento, para você melhor preparar as suas unidades de saúde. Lamentavelmente isso continua valendo. Quem abre mão de um milímetro da sua liberdade, em troca de segurança, está condenado no futuro, não ter segurança e não ter liberdade.

Lamentamos todas as mortes. Eu fui acometido de covid, procurei não me apavorar, tomei o medicamento que todo mundo sabe qual foi. No dia seguinte tava bom. Muitos fizeram isso. Agora, não podemos admitir, impor limite a médico. Se o médico não quer aceitar aquele medicamento, que não receite. Se outro cidadão qualquer, acha que aquele medicamento não tá errado, não tá certo, que não tem comprovação científica, que não use, é liberdade dele. O off label, fora da bula, é o médico com o paciente.

Hoje tem aparecido medicamentos ainda não comprovados, que estão sendo testados e o médico tem essa liberdade, tem que ter. É um crime querer tolher a liberdade de um profissional de saúde. Desde o começo nós falamos em Brasília, temos dois problemas pela frente: o vírus e o desemprego. E as medidas ora anunciadas, depois que o Supremo Tribunal Federal, decidiu que cada estado, cada município, possa tomar as medidas restritivas que assim bem entender. Que essas medidas não pode ter um efeito colateral, mais danoso que o próprio vírus. 

Eu acho que eu sou o único líder mundial, que apanha isoladamente. O mais fácil é ficar do lado da massa, da grande maioria. Se evita problemas, não é acusado de genocida, não sofre ataques por parte de gente que pensa diferente de mim. O nosso inimigo é o vírus, não é o presidente, a governadora ou prefeito e dá para sairmos dessa.

Por que a minha vinda aqui a Chapecó? Conheço o João há algum tempo. parlamentar comigo, sofremos juntos injustiça da Câmara e fora da Câmara também. Forjou nossa amizade. E fiquei sabendo que ele queria ir a Brasília, falei, não, eu tenho que dar exemplo, eu vou a Chapecó. 

A imprensa sabe disso, vocês estavam fadados a ficar lá fora. Falei para o João: João aqui quem manda é você, por mim a imprensa entra. Se por você entra,  por mim também entra e está aqui a nossa imprensa. A nossa briga não é com a imprensa brasileira. O que nós queremos, é que cada vez mais essa imprensa divulgue a verdade dos fatos. Não é tolhendo, censurando, seja lá o que for, que nós vamos achar uma solução para esse grave problema que nós temos.

Eu prometo não falar em proxalutamida, porque se eu falar, já vai ser criminalizada a partir de agora. Eu acredito na ciência. A ciência por vezes demora. Vocês lembram lá, quem lê a bíblia, já assistiu o filme daquela época, da época de Cristo, quando ele nasceu. O grande mal daquele momento era a lepra. O leproso era isolado, distância dele. Hoje em dia temos lepra também. Continua, mas o mundo não acabou naquele momento. 

Depois para comer etapas, tivemos a questão da AIDS. No início dos anos 80, isso mesmo doutor Queiroga? Eu lembro que eu estava baixado no hospital com os quatro membros fraturados. E convivi com alguns que chegavam para baixar no Hospital Central do Exército. Naquela época, o que que foi usado para combater o HIV? o AZT, ou não foi? Coquetel de AZT, era comprovado cientificamente? Não. Se não tivesse usado, não chegaríamos no futuro ao coquetel. Que dá quase uma condição de vida normal a aquele que contraiu o vírus.

Agora, por que não se combateu também? Porque era o HIV, mas voltado a uma classe específica. Que tinham comportamentos sexuais diferenciados e também se contraía via injeção, via compartilhamento de agulhas. E ninguém foi contra. Isso foi ou não algum off label, algo fora da bula? E chegou-se  a bom termo no futuro. Até hoje ainda não temos uma vacina para isso.

 A mesma coisa agora a questão do covid-19. Por que essa campanha mundial contra métodos, contra médicos e contra quem fala no tratamento imediato. Por que isso? O que está acontecendo com o mundo? Olha o Brasil. Eu visito comunidades, antigamente o nome era outro, era favela. Sempre andei no meio do povo. 

As duas últimas que fui em Brasília, comunidade Chaparral. Minha senhora, dá para abrir a sua geladeira? Não tem mais nada lá dentro. Uma outra, manicure, ganho zero. Ganhava 3 mil por mês, passou para zero. A mesma coisa na comunidade Itapuã, sábado passado. Estão empobrecendo o povo brasileiro. Qual o nosso futuro sem emprego, sem economia? Por que determinados países da África, ninguém fala em vacinar? Porque não tem dinheiro. Não tem vacina hoje em dia, para todo mundo.

Na África não existe nada. Existe ivermectina, para combater a cegueira dos rios, combater outras coisas, junto com a hidroxicloroquina para combater a malária e procurem saber, o que acontece com aquele povo, no tocante à covid. Não vou entrar em detalhes aqui. Daqui a pouco vão me chamar de negacionista ou terraplanista. Não tem mais do que me acusar, depois daquelas quantidade de acusações que sofri durante a pré-campanha e a campanha de 2018.

 Mas nós temos que buscar alternativas. O próprio ministro disse, liberdade para o médico. Vamos buscar alternativas. Não vamos aceitar a política do fica em casa, fecha tudo, lockdown. O vírus não vai embora. Esse vírus, como outros, vieram para ficar. E vão ficar a vida toda. É praticamente impossível erradicá-lo. E até lá, vamos fazer o quê? Ver o nosso País empobrecer, ou ver pessoas, como existem milhões por aí, completamente esquecidas, abandonadas, sem nada para comer. 

Nós temos por volta, tínhamos 38 milhões de informais, que viviam fazendo o quê? De bico. Vendendo algo em praça pública, no cruzamento, na praia, no estádio, nas arquibancadas. Estão fazendo o que hoje em dia? Nada. Vivendo de favores do Estado. Eu não fico feliz em conceder auxílios, gostaria que não fosse necessário isso. Mas é para evitar um mal maior.

Eu tenho dito publicamente. Eu temo por problemas sociais gravíssimos no Brasil. Converso com as nossas Forças Armadas. Se eclodir isso pelo Brasil, o que nós vamos fazer? Temos efetivo para conter a quantidade de problemas que podemos ter pela frente? E outra, é uma explosão por maldade ou por necessidade? O que nós devemos fazer para evitar isso daí? Como nos preparar?

Não é hora de ver biografia. Tô me lixando para 22. Vai ter pancada de candidato aí. Seria muito mais fácil, a gente ficar quieto, se acomodar. Não tocando nesse assunto ou atender, como alguns querem, que da minha parte que eu posso fazer, um lockdown nacional. Não vai ter lockdown nacional. Como alguns ousam dizer por aí, que as Forças Armadas deveriam ajudar alguns governadores, nas suas medidas restritivas. O nosso Exército Brasileiro, não vai a rua para manter o povo dentro de casa. 

A liberdade não tem preço. Devemos fazer tudo possível para buscar soluções. Temos agora um ministro médico. Tínhamos outro militar, que fez também, reconhecido pelo próprio doutor Queiroga, um excelente trabalho no Ministério da Saúde. Foco de corrupção desenfreada. O maior câncer do Brasil, que mais matava no Brasil, era a corrupção. Estamos há 2 anos e três meses sem corrupção. É obrigação nossa. É obrigação da nossa parte. Mas não era assim.

Conseguimos formar um ministério técnico. Compare os nossos ministros  com os anteriores. Com todos os problemas que o Brasil vem atravessando, nós conseguimos fazer muita coisa. Com menos dinheiro, com orçamento achatado, com um teto para gastos. Se aparecer um problema em corrupção, a gente vai tomar providência. Que pode acontecer. Cada ministério é uma enormidade de afazeres que tem pela frente.

O Ministério do Desenvolvimento Regional, tem mais de 20 mil obras pelo Brasil. O Ministério do Tarcísio,  representado aqui pelo Marcelo, aqui do meu lado, é um Ministério também sempre cobiçado, vocês sabem por quem. Para melhor atender as necessidades do povo brasileiro ou as necessidades de alguns grupos? De alguns grupos, isso pesa para mim. Não me faltam problemas.

Eu não tirei dinheiro da imprensa por maldade. Era quase 3 bilhões por ano. De estatais e de orçamento nosso. E o dinheiro achava, acho que tem que ser usado para outra coisa. Se as estatais davam prejuízo de dezenas de bilhões de reais, hoje dão lucro de dezenas de bilhões de reais. Onde iam essa diferença no passado? Para onde ia? Não é fácil mudar isso aí. O que ia tá com a gente? 

Eu sou um Nero que tocou fogo na Amazônia, no Pantanal Sul. Sul mato grossense. É acusação o tempo todo. Não tem problema. Sabia que não ia ser fácil. Pegamos um extra, a pandemia. Que é lamentável, porque vem mortes atrás disso. Mas continuamos fazendo o que é possível. Não temos medo de decidir. Até mesmo quando tiver que trocar algum ministro. 

Eu sempre falo para os ministros, em especial, no tocante a pandemia. Não basta você fazer um excelente trabalho no seu ministério, tem que ter uma visão política maior. Saber do que está em jogo. O que alguns fazem, no tocante a pandemia, para buscar desgastar o governo. Falei no passado, que a vida de presidente não é boa. Não é boa para o presidente que quer fazer a coisa certa. Quando quer fazer a coisa errada, parece que é mais fácil no Brasil. Mas estamos mudando isso daí.

Eu quero parabenizar Santa Catarina, a nossa prezada governadora que está aqui. Eu acho que nem ela achava que ia ser governadora um dia, porque ninguém quer maldade para quem é o titular, né? Mas também pegou um problema sério pela frente. Tenho conversado com ela. Não é simpatizante a medida restritiva. Só tomará algumas localizadas, se for necessário. 

E a minha vinda aqui, porque não quero falar muito. Ainda tenho muito o que falar. Eu quero que Chapecó seja uma cidade, a ser olhada pelos demais 5.700 prefeitos do Brasil. Se bem que tem prefeitos, que estão na linha do João Rodrigues. Mas quando se fala em vidas, para nós, qualquer esforço é válido. temos que estudar Chapecó . Temos que ver as medidas tomadas pelo prefeito. As atuais medidas tomadas pela governadora.

Nessa época toda, muita coisa em concreto fizemos e tenho orgulho de dizer, uma das medidas mais importantes que tomamos, que evitou que um pouco mais de 10 milhões de pessoas perdessem o emprego, a ideia não veio de mim. Veio de um senador de Santa Catarina, o nosso Pronamp, senador Jorginho Mello. Que sempre teve boas ideias para nos trazer. 

Assim como, agradeço a bancada aqui, os deputados federais de Santa Catarina. Há pouco tivemos discutindo recursos e foram alocados recursos de lançamento, para as BRs de vocês aqui, que tem problemas de décadas. 

Como fui lembrado aqui pelo ministro das Relações Exteriores, o França, que ontem na conversa com o Putin, onde tratamos de vários assuntos. Um dos assuntos tratados, foi que eu pedi para ele o credenciamento de frigoríficos, para que nós possamos exportar para a Rússia como no passado. Nós importamos deles fertilizantes. Não é uma condição para importar mais fertilizantes. Se nós produzirmos mais, exportarmos mais, também vamos importar mais fertilizantes. 

E assim, nós vamos fazendo a nossa política. Eu peço a Deus que ilumine cada um dos que estão aqui, quem estão nos assistindo, para que juntos possamos buscar as melhores alternativas para melhor atender o nosso povo, para minorar a dor daqueles que perderam um ente querido. 

O problema está aí, soluções algumas aparecem, como a de Chapecó. Outras virão, como disse desde o começo. Temos que ter coragem para decidir. Se ficar parado esperando solução, o problema além desse do vírus, teremos outro, o desemprego. Que leva a depressão, leva a falta de esperança, leva a que outras doenças sejam agravadas. Parece que no Brasil só tem covid. Acabaram as outras mortes, os outros sofrimentos. Não, nós acreditamos no povo brasileiro. 

90% da população, um pouco mais, acredita em Deus. E acreditando em Deus, eu espero que daqui a pouco, como está previsto, o Supremo Tribunal Federal, julgar a liminar do ministro Cássio Nunes, ou que a liminar seja mantida, ou que alguém peça vistas, para que nós possamos discutir um pouco mais a abertura ou não de templos religiosos. Qual o último local que alguém procura antes de praticar um suicídio, que aumentou e muito no Brasil? São as igrejas. Quem não é cristão, que não vá. Mas não queira tirar o direito, a liberdade de quem quer procurar um pastor ou um padre. 

Estou muito feliz em estar aqui. Agradeço a Deus pela minha segunda vida e pela missão de conduzir os destinos do nosso querido Brasil. Imagine os senhores se aqui nesse local tivesse o Haddad do PT? Como estaria o Brasil? Olha os outros países, onde a esquerda fala mais alto. País aqui da América do Sul, como vizinho mais ao sul aqui dos senhores, como está a população lá. Cidade onde mais fechou no Brasil, onde mais morre gente por milhão de habitantes. 

Somos seres com capacidade de pensar. Coragem para decidir e dizer lá na frente, eu fiz o melhor de mim. Não pensei em consequências para si próprio ou na minha biografia. Poucos de nós, governadora, prefeito, ministros, outros prefeitos presentes, temos o privilégio de poder decidir. Não vamos decidir com aquilo que por muitas vezes outros pensam. Vamos decidir porque nós pensamos. Levando-se em conta pessoas sérias que estão do nosso lado, porque assim, podemos passar essa onde. Creio em Deus que brevemente estaremos livres disso tudo. 

Obrigado Chapecó, Santa Catarina e o meu Brasil.