Você está aqui: Página Inicial > Presidência > Ex-Presidentes > Bolsonaro > Discursos > Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, no Lançamento de Linhas de Crédito para Aquicultura e Pesca -Palácio do Planalto

Discurso do Presidente da República, Jair Bolsonaro, no Lançamento de Linhas de Crédito para Aquicultura e Pesca -Palácio do Planalto

Palácio do Planalto, 12 de janeiro de 2022


Dado ao bom humor do Jorge Seif, eu resolvi falar um pouquinho aqui.

Eu o conheci bem antes das eleições junto com o pai dele, porque eu tava procurando alguém que entendesse e me falasse um pouco de pesca. Eu sou pescador artesanal, eu sou pescador de robalo em água doce lá, no Rio Ribeira de Iguape, Eldorado Paulista. Você pegava o camarão com a peneira, muitas vezes na peneirada, no capim, saia uma cobra d'água. Pegar camarão embaixo de pedra também, pegava umas traíra também naquele tempo, minha especialidade e também pratico a caça submarina ainda, né. Não vou mais a 20 metros na apneia, mas a 5 eu tô indo. Tô muito feliz com isso.

E apareceu lá em casa então, o velho Jorge Seif e o garoto. O Jorge Seif,  garoto, me olhava com olhar de peixe morto, ele não piscava. Mas ficou muito atento para tudo que acontecia. E o que marcou muito aquele momento, quando se fala em política? Quem eu era? Eu era um coitado, um desgraçado de um candidato que não tinha nada. A minha casa na Barra da Tijuca, tem 220 metros no total do terreno, mas vivia muito bem. Então, ele me deu uma aula como é que era a pesca no Brasil, eu não sabia e no final, né, eu falei para ele: quando é que a gente vai se encontrar de novo? Ele falou:  depois das eleições. Mas por que depois das eleições? Porque agora não vou ter tempo de falar mais contigo, eu vou trabalhar na sua campanha.

E assim ele fez, lá em Santa Catarina. E quem logo depois, coisa rara, pergunta aqui pro ministro Juca se tem alguém aqui indicado por mim em teu ministério, ou o França, ou o Braga Neto, ou o Guedes, Roma, Heleno, não tem ninguém indicado no ministério. Um dos raros ministérios que indiquei alguém, foi para Tereza Cristina o Jorge Seif, filho, para ser secretário da Pesca. Pelo seu conhecimento, pela sua bagagem e muito eu aprendi com ele. E confesso, que se eu soubesse do potencial todo, depois que ele assumiu o ministério, que tem a pesca no Brasil, eu teria mantido o Ministério da Pesca. E quando se fala em passar fome no Brasil, eu tive aqui uma PCH, uma  pequena PCH, PCH  já é pequena, uma lâmina de 1 hectare de água, dá de 10 a 15 toneladas de tilápia por ano. Isso, criação artesanal. Como se pode passar fome em um país como esse? 

Quando nós começamos a discutir com o presidente do Paraguai e o Marito, como usar o lago de Itaipu, com o Jorge Seif, tá faltando apenas o “ok” lá do Paraguai. Uma lâmina também de 100 por 100 compartilhada, em vez de 10 a 15 toneladas, produz de 100 a 150 toneladas de tilápia por ano. Como que você pode falar em passar fome nesse país? Não se justifica. 

Agora, como sempre falei, né, para dar um exemplo claro. Quando você critica o nosso governo,  eu faço uma comparação dos respectivos ministros. O Temer botou o Silva e Luna na Defesa, coisa rara, rara não, única, desde a criação da Defesa. E eu mantive essa tradição. Se o Temer não tivesse colocado, seria comigo. Em cada ministério tem a pessoa adequada que entende do assunto. E quando se fala, por exemplo, um exemplo ilustrativo, né, quem lembra quem foi o último ministro da Ciência e Tecnologia? Ninguém se lembra. Eu sei quem ele era. Não sabia diferença de gravidade para gravidez e era ministro.

 Assim eram os loteamentos e uma coisa vale a pena falar aqui: como mudou, Montezano, o Brasil. No início dos anos 90, não vou falar o ano exato para não identificar quem era o ministro, tinha uma armadura grega já falecida, que me procurou. Ela era do Rio, procurou um deputado do Rio. E eu consegui junto aquele ministério que ela pediu, uma audiência com o respectivo ministro. Fui com ela, mas não adentrei a sala, fiquei para o lado de fora. Depois de uns 30 minutos, essa senhora saiu cuspindo marimbondo, mostrando a bolsinha para mim, vê se eu tenho 10 milhões de dólares aqui. Fiquei na minha. Sabia pouco de política ainda, né.  Deputado me cobrou 10% de propina, que iria buscar esse dinheiro do BNDES, porque ela queria construir dois navios de casco duplo. Quando começou a maior preocupação com a questão ambiental, nesse tipo de embarcação quando havia acidente.

Mas não parou por aí. Alguns dias depois, no Plenário, Carla Zambelli, eu comentei com um deputado que eu havia aberto as portas de um ministério, para uma pessoa falar com o respectivo ministro. O deputado olhou para minha cara e falou: e você, deu quanto para arrumar essa audiência com o ministro? Essa é a história do Brasil. Não é uma exceção o que aconteceu comigo, é uma realidade. Esse era o nosso Brasil. E quando vejo aqui, o jovem Jorge Seif,   que eu chamo de zero meia dúzia, eu tenho cinco filhos, né, vou acabar adotando o Jorge, eu fico muito feliz pelo potencial que nós temos no Brasil. Não só na terra ou nas águas, o potencial de seres humanos, pessoas fantásticas, como ele disse, não teria possibilidade de estar em outro governo. Que tudo era loteado, tudo era acertado, como vejo agora. Não tenho provas, mas vou falar. Como é que aquele cidadão tá conseguindo apoios, apesar de uma vida pregressa imunda,  já loteando ministérios. Para um partido já ofereceu a Caixa Econômica, do Pedro, não pensem em vocês, que aparece 50 milhões no apartamento de alguém por aí e foi a fada madrinha que botou a varinha botou a 50 milhões lá dentro. Não. Com toda certeza, aquele ele veio da Caixa Econômica, lá atrás.

Então, o que mais me conforta, uma das poucas coisas, o que mais me conforta, é a qualidade das pessoas que eu pude indicar para poder trabalhar. O  lago de Itaipu, uma vez tendo o ok do Paraguai, vai aumentar nossa produção do pescado em 40%. Dá para imaginar o que é isso? Um lago completamente inútil no momento, a não ser obviamente,  para geração de energia. Assim se muda o Brasil.

Agora há pouco, críticas, aumento no preço do combustível. Eu posso interferir na Petrobras? Eu posso ligar para o Silva e Luna e falar: “não aumente”? Se tem legislação, quase uma dezena de instituições, que fazem acompanhamento de tudo que acontece lá. Isso tudo mudou como? Depois ai que ela foi assaltada. E quando se fala, “ah não tinha corrupção no passado, porque eu saí da cadeia”, voltou estaca zero, tinha corrupção. 

Dos 100 bilhões que a Petrobras pagou de dívidas o ano passado, meia dúzia bilhões, vieram de dinheiro de acordo de leniência e devolução por parte dos delatores. Um só delator devolveu 100 milhões. Da onde veio essa grana? E quererem reconduzir à cena do crime, o criminoso juntamente com Geraldo Alckmin. É isso que queremos para o nosso Brasil? 

Três nos de governo. Três anos na frente desse navio, mas com dois anos de mar revolto. A questão da pandemia, com óbitos, com problemas na economia, de vez em quando fico com os nervos à flor da pele, que eu quero resolver as coisas e somos impactados. Não temos aquela liberdade toda, como alguns acham que tenho. Se fosse no quartel, cheguei até capitão, no meu valor bateria, companhia, resolvia o assunto. Aqui não é um quartel, mas devemos ao máximo zelar pela hierarquia e disciplina aqui dentro, senão não funciona.

Não briguei com o presidente da Anvisa. Questionei sobre um assunto que era, que tinha que ser questionado. Só eu e ele, mais ninguém. De repente tá na imprensa essa questão. Como tenho tido conversas, às vezes ríspidas com ministros e fica entre nós dois, num canto. Hoje tem liberdade que, também colocar seu ponto de vista, para nós buscarmos o melhor para o nosso Brasil. 

O nosso país, foi um dos melhores que saiu, na questão da economia durante a pandemia. Ninguém conseguiu quase no mundo todo, fazer o quê nós fizemos. Evitamos um caos no Brasil e se instala-se um caos no Brasil de âmbito nacional, outros países pode meter o pé aqui dentro, como vem metendo o pé, em alguns outros aqui da América do Sul.

Fizemos o tal do Auxílio Emergencial, para evitar que houvessem saques a supermercado, entre tantas e tantas outras coisas. O que a gente fica chateado muitas vezes? Quando se fala na gasolina, vamos ver o que compõe o preço da gasolina, para criticar a pessoa certa, ou as pessoas certas ou buscar solução. E não atacar uma pessoa por atacar. Estamos vivendo um momento, mas começamos a tratá-lo desde março do ano passado.

O problema de fertilizantes, problema de defensivos, que pedi hoje para o garoto lá de São Paulo, o Frederico d'Ávila, deputado estadual, que além da Tereza Cristina, que obviamente tem a obrigação, mas na ponta da linha me traz dados, o quanto subiu estes insumos de 2020 para cá. Em média, quadruplicou o preço e o homem no campo não me critica, porque sabem da origem do problema. Sabem que nós podemos tá explorando potássio, na foz do rio Amazonas, no rio Madeira, mas não podemos fazer isso, porque demarcaram como terra indígena.

Nobres senadores de Roraima, o Macuxi Bolsonaro, aqui o Deilson, vocês não precisavam estar sofrendo com energia elétrica, lá em Roraima. Vocês têm o Vale do Rio Cotingo, que você e Deilson, sobrevôo comigo quando tive lá no final do ano passado. Temos tudo no Brasil. Temos energia, temos riquezas minerais, temos uma tabela periódica aqui em todo nosso território, temos um excelente relacionamento, França, como o mundo todo.

Eu te parabenizo, quando você tratou para liberar o Robson, que tava detido na Rússia. Num primeiro momento, o Robson, que não entrou com drogas, mas com um medicamento que é tido como droga lá,  ia pegar vinte anos de cadeia, pegou três. Conversamos com o governo Putin, se Deus quiser, estaremos lá no final de fevereiro e resolvemos uma questão que pode parecer simples, mas era um  brasileiro que tava detido, que podia pegar vinte anos de cadeia e já tá no Brasil.

Como tratamos a questão da Indonésia, a questão do jogador Alex. Que tinha teu passaporte retido. Como temos cada vez mais, ampliado nosso comércio. Batendo o recorde de exportação, de contratos, de acordos, é um país que funciona. Não tem como funcionar um país, se não tiver um presidente isento para fazer seu ministério. 

Eu apelo agora, também, aqui para nossos senadores, que dá um tremendo apoio para mim, por ocasião da indicação de agências. Quando se vive uma crise como essa, que temos problemas, quando se vai a respectiva agência, a gente não tem com quem conversar porque cada senador, não são todos, querem indicar a sua pessoa para lá, que nem sempre atende aos interesses públicos. Lamentavelmente, muitas vezes, eu vejo o Tarcísio, eu vejo o Bento, agoniado, porque o respectivo, a respectiva agência, está criando dificuldades. Para que? Não sei.

Concluindo aqui. Prezado Jorge Seif, é um orgulho muito grande, é motivo de muita satisfação para nós tê-lo à frente da Secretaria da Pesca e isso realmente nos ajuda, não só em divisas, mas em especial ao abastecimento interno do nosso país. A combater a fome, a combater a pobreza, porque isso dá emprego, também. Porque só com pessoas com esse espírito, que muitos de vocês, a maioria de vocês que trabalham comigo, poderiam tá muito bem aí fora, mas estão aqui dando sua cota de sacrifício ajudando esse Brasil aqui, realmente vencer a crise que se encontra no momento. E fazer também com que não volte para mãos de bandidos, canalhas, que ocupavam esse espaço aqui, para assaltar o país, para um projeto de poder. Que, cujo ato final, seria roubar a nossa liberdade.

 Muito obrigado a todos vocês.