Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, antes do embarque do Rio Grande do Sul para Brasília -Porto Alegre/RS
Porto Alegre/RS, 12 de agosto de 2019
Presidente: Meus amigos da imprensa, é um prazer revê-los. Pois não?
Jornalista: (inaudível)
Presidente: Olha só, o que eu estou falando é o seguinte: eu estou comparando o Rio Grande do Sul com o que é Roraima, caso se configure a eleição da turma da Cristina Kirchner aqui no Sul. Só hoje, a Bolsa caiu 10% e o dólar subiu 30%. Quer recado mais claro do que isso? O mercado do mundo não admite mais o socialismo. O socialismo deu muito bem certo na Venezuela, por isso que a Venezuela está daquela maneira. É uma grande preocupação. Alguns podem falar: “Eu não tenho nada a ver com a eleição da Cristina”. Nós todos temos a ver, sim. Não queremos nossos irmãos argentinos fugindo de lá no futuro, porque, com a turma da Kirchner, a tendência é um regime semelhante da Venezuela na Argentina.
Jornalista: Presidente, Felipe Nabinger aqui, ao seu lado esquerdo, do Jornal NH, de Novo Hamburgo. O senhor e o ministro Tarcísio falaram, ali em Pelotas, sobre um investimento de 100 milhões na BR-116. O que que está previsto, além desses trechos, aqui, da região sul do estado? O que mais dá para dizer para os moradores, aqui, do Rio Grande do Sul, que têm essa obra como muito importante, não é?
Presidente: Uma resposta compartilhada: pegamos o Brasil arrebentado em seu orçamento. Não temos recursos para quase nada. Só estamos fazendo porque é um governo que não está roubando. Então, hoje de manhã, conversando com o Onyx, o Onyx com a bancada do Rio Grande do Sul que estava lá no aeroporto, com o Paulo Guedes, por telefone, ele, no sacrifício, liberou mais… vai liberar mais 100 milhões no corrente ano, para que mais 50 Km, aproximadamente, 55, seja duplicado aqui na BR-116.
Ministro Tarcísio: Bom, não vai parar por aí. São vários investimentos aqui no Rio Grande do Sul. Nós vamos concluir o contorno de Pelotas o ano que vem. A Ponte do Guaíba é outra prioridade, deve ficar pronta em outubro, vai ficar pronta em abril de 2020. Em outubro desse ano a gente inaugura o terminal lá do Aeroporto Salgado Filho. Nós temos investimentos também na BR-285, lá para São José dos Ausentes. Nós estamos estudando a extensão da 448, não é? Fazendo uma EVTEA da extensão na 448. Estamos estudando a concessão da 116 até Camacuã e o trecho da 290, de Eldorado até Pântano Grande. Enfim, vários investimentos em termos de aeroportos. Na próxima rodada de licitação de aeroportos nós teremos aeroportos de Pelotas, de Bagé, de Uruguaiana. E também estamos fazendo investimentos na aviação regional, com destaque aí para Caxias do Sul, que é um aeroporto também que vai atender a Serra Gaúcha. Então, são muitos investimentos do Governo Federal, que estará presente aqui, nos próximos anos, investindo forte na infraestrutura do Rio Grande do Sul.
Jornalista: Presidente, é RBS TV, Jonas Campos. O dinheiro do FGTS está sendo liberado para os trabalhadores...
Presidente: Cadê o Onyx?
Jornalista: Quando que o senhor considera que a economia vai ter uma retomada importante? Hoje saiu um indicador que houve um pequeno recuo novamente.
Presidente: Sim, está havendo. A economia não é uma canoa que você, com uma remada, vai para um lado ou vai para o outro. É um transatlântico. Nós estamos brigando para que ela se recupere. Em parte, devemos a não estar pior a Michel Temer, quando aprovou a reforma da CLT. Em parte, também, devemos a Michel Temer porque ele deu um grande passo na questão do Mercosul. Não está ainda essa união com a União Europeia em vigor, mas a sinalização foi muito bem-vinda. Então, nós estamos buscando para recuperar.
A Medida Provisória da Liberdade Econômica está para ser votada, talvez seja votada essa semana, amanhã, na Câmara. A questão do Fundo de Garantia, que começa agora, por esses dias aqui, a sua liberação, injeta algumas dezenas de bilhões de dólares na economia. A questão da antecipação agora, por lei, não é? Espero que o Congresso aprove a Medida Provisória, trazendo o 13º do aposentado e pensionista para agosto também ajuda.
Nós estamos fazendo de tudo para que nossa economia não entre numa situação complicada, não é? Nós queremos é reagir à reação, mas não é isso o suficiente, não é? Nós temos que, realmente, fazer o nosso dever de casa, aprovando a Reforma da Previdência no Senado, a reforma tributária vem logo em seguida, entre outras medidas, para a gente sinalizar para o mundo e para quem quer investir no Brasil, que nós temos responsabilidade, estamos no caminho certo e honraremos os nossos contratos.
Ministro Onyx Lorenzoni: Uma coisa muito importante que tem que ser dita é que o governo não busca o crescimento apenas pelo aumento do consumo. O caminho é o investimento, que é o que dá o crescimento sustentável. E o PPI, onde o ministro Tarcísio tem uma participação exponencial, ele trará muitos e muitos investimentos, inclusive alguns que estão previstos para o segundo semestre do ano que vem, nós estamos fazendo um esforço para antecipar para o primeiro, ou seja, é para injetar investimentos que sustentem o crescimento brasileiro de maneira forte nos próximos anos.
Presidente: Vamos ouvir por um minuto, aqui, o comandante do Comando Militar do Sul, o general Miotto, que o Exército Brasileiro está presente em todo o território nacional e, agora, tem um governo que, além de prestigiar o Exército Brasileiro, dá cada vez mais meios para que eles possam colaborar no desenvolvimento e na integração do Brasil.
General Miotto: Muito bem, presidente. Nós estamos aqui nessa obra, fazendo um trabalho de qualidade acima de tudo. E essa obra vai ser entregue no prazo. Digo melhor: vamos entregar antes do prazo. E a população pode confiar no seu Exército. Aqui é uma obra de gabarito. Os senhores podem ter certeza, estamos aqui para preservar vidas, vidas de pessoas que morrem nessa estrada em virtude de acidentes. É por isso que o Exército está aqui. Muito obrigado.
Jornalista: Presidente, Gabriel Jacobsen, Rádio Gaúcha. Aqui, ao lado das câmeras. Vou me levantar aqui. Presidente, o senhor anunciou, mais cedo, o fim do uso de radares móveis nas rodovias. Eu gostaria de saber do senhor se o senhor fundamentou essa decisão com base em estudos da Polícia Rodoviária Federal? Se o senhor consultou se...
Presidente: Não, a decisão, consultei… Quer complementar, não?
Jornalista: Não, eu ia perguntar se o senhor… a opinião da...
Presidente: Consultei muita gente, consultei, está certo? Agora, o uso não está sendo, no meu entender, adequado. Então, vai estar suspenso até segunda ordem isso daí. Chega de estudiosos e especialistas, não é? Só fazem assaltar o contribuinte. Estou tentando acabar com os radares fixos também, mas estou com problema na Justiça. E eu quero é dar liberdade para o povo. E aquele que se excede, a Polícia Rodoviária pode pará-lo, sim, e aplicar a multa que ele merece. Mas não ficar usando isso como caça-níquel no Brasil. No que depender de mim, isso vai acabar.
Jornalista: (...) concorda com isso?
Presidente: O presidente da República é o chefe supremo das Forças Armadas e também das polícias.
Jornalista: Presidente, aqui, Luciane Kohlmann, SBT, aqui. Presidente, o senhor falou sobre a prioridade, também, da Reforma Tributária, que já está sendo encaminhada, aí, para o Congresso. Sobre a possível volta da CPMF, presidente?
Presidente: Olha, o que eu determinei é que não existirá nova CPMF. Nós vamos é fundir impostos. E tudo aquilo que porventura surja de novo, nós vamos sondar, aí, a opinião pública, para tomar a decisão nesse sentido. E o Parlamento, como temos vários deputados e senadores aqui, que em grande parte têm ajudado, e muito, o Brasil, em especial nessas obras, está certo, também obviamente vão colaborar.
Estamos num governo que não vai impor nada. Nós queremos é desburocratizar, desregulamentar, tirar o Estado de quem produz. Nós queremos dar liberdade para o povo. Quem tem que decidir o destino do Brasil não sou eu, é a população. Saideira, aí.
Jornalista: Rodrigo (...) O senhor acredita que com esses lotes, agora, vai voltar a iniciativa privada? O que que o governo pretende, presidente, com os lotes que serão entregues aí com a duplicação da BR.
Ministro Tarcísio: Bom, primeiro é terminar a duplicação, é andar bem, porque isso, por si só, já vai salvar vidas, vai melhorar, diminuir tempo de viagem, diminuir custo, aí. Então, esse é o primeiro objetivo. Depois a gente vai pensar na gestão da rodovia. Estamos estudando, hoje, com o BNDES, então, uma concessão, a exemplo do que a gente fez esse ano na Rodovia de Integração do Sul, que pegaria o trecho de Camaquã até Porto Alegre. E também a 290, seria uma concessão só, de Eldorado até Pântano Grande.
Jornalista: Presidente, qual é o plano B para a embaixada dos Estados Unidos?
Presidente: Olha, se não for o meu filho, vai ser o filho de alguém. É muito simples, aí. A embaixada, por enquanto, chama-se Eduardo Bolsonaro. Depende dos senadores. Tem que perguntar para o Heinze aqui se ele vai votar favorável ou não. Heinze, cadê você, Heinze? Vem cá, tche, vai votar sim ou não? Vem cá, fala aqui, fala aqui. Vai votar para embaixador Eduardo?
Senador Heinze: Votamos, sim. Sim.
Presidente: Vota sim. Depende do Senado, o que o Senado decidir está decidido. O que eu posso falar? É difícil elogiar filho, não é? A amizade com a família Trump é um grande passo. Levante, do Lula para cá, o que de útil certas embaixadas trouxeram para o Brasil. Responda-me isso, mais nada. Então, no resto, ali, nós vamos tocar o barco. Ele sabe fritar hambúrguer, entregar pizza e fala inglês e espanhol muito bem também. É policial federal concursado, tem a carteirinha da OAB também, de prima, é o deputado mais votado da história do Brasil. Tem isso tudo do lado dele. E é filho do JB, está ok? Obrigado aí.