Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, após a 27ª edição da Marcha para Jesus 2019 -São Paulo/SP

São Paulo/SP, 20 de junho de 2019

Presidente: Que prazer revê-los.

Jornalista: (…) colete a prova de balas. A sua vida ainda corre riscos?

Presidente: Eu não sou imortal, está ok? E você que está dizendo que estou com um colete. Alguma pergunta aí?

Jornalista: O senhor avaliou a entrevista  do general Santos Cruz?

Presidente: Eu não li ainda. O caso do Santos Cruz, é página virada.

Jornalista: Ele disse que o senhor se preocupa com o bobagem (...) deveria priorizar pessoas (...)

Presidente: Ele integrou, não sei que ele falou. Ele integrou o governo por 6 meses, nunca falou que tinha bobagem lá dentro.

Jornalista: (...) vai processar o senhor por falar fake news.

Presidente: Tu acha? Ele já é um próprio fake news.

Jornalista: Qual é a sua fonte (...)?

Presidente: Quem falou que eu disse que ele recebeu?

Jornalista: Seu filho falou ontem...

Presidente: Pergunta para o meu filho, ele responde pelos atos dele. Eu respondo pelos meus atos. Vamos fazer uma pergunta, por favor, eu respeito você, faz uma pergunta inteligente, meu Deus do céu. Como é que está o Brasil? O que a gente está fazendo? A esperança, a Previdência…

Jornalista: Qual sua pauta após a pauta Previdência para levar ao Congresso?

Presidente: Tem a reforma tributária, com toda certeza teremos investimentos de dentro e fora do País. Ninguém quer investir em um País que ano após ano tem  déficit.

Jornalista: Senhor presidente, quanto tempo os desempregados vão ter que esperar pela Reforma da Previdência?

Presidente: Olha, eu peguei o Brasil arrebentando economicamente. É um País assaltado, roubado. Olha a Petrobras, olha os fundos de pensões. Estamos trabalhando. Há algum ato de corrupção em 6 meses meu governo? Zero, sem problema nenhum.

Jornalista: E não há nada mais a ser feito?

Presidente: Olha, nós temos, lógico, a MP da Liberdade Econômica, tirar o estado, o peso do estado de cima de quem produz. Olha, e quem cria emprego não é o presidente. Quem cria emprego é a iniciativa privada. O presidente só cria emprego,  se ele cria cargos em comissão, se abre concurso. Nós queremos uma vez que os empreendedores têm o confiança em nós, eles vão investir.

Jornalista: Mas eles dizem que não têm segurança ainda para investir.

Presidente:  Você está dizendo. Os empresários, você que está dizendo isso aí. Para mim, então, têm dito que uma vez havendo essa Nova Previdência se restabelece a confiança em nosso Brasil. Ou vocês querem que volte o que era antes?

Jornalista: O senhor falou sobre a importância de ter uma classe política ética. Com o  ministro da Justiça envolvido nesse vazamento da Lava-jato, o senhor fica arranhado?

Presidente: Eu tenho dito que o senhor Sérgio Moro é um patrimônio nacional. Se nós estamos com estatais quebradas, fundo de pensões quebrados, o delatores devolvendo mais de 2 bilhões de reais. O País foi saqueado. Ele fez um excelente trabalho. Aético é essa quadrilha aqui, que tínhamos no passado, roubar o Brasil. E ele, conversando pelo que tudo indica, não através desses vazamento, mas conversa ele tem. O juiz conversa com ambas as parte.

Jornalista: O senhor acha normal isso?

Presidente: Nada demais. Se é que é verdade aquilo, se é que é verdade aquilo.

Jornalista: Inaudível

Presidente: Perguntar para… vocês tiveram chance de perguntar para ele ontem. Pergunta, eu não respondo por ele. O Sérgio Moro, é um patrimônio nacional.

Jornalista: Ele disse ao senhor porque ele não apresenta o celular?

Presidente: Não... E eu não vou jamais inquiri-lo, se perguntaram para ele ontem. O que vocês estão querendo? Que que é a perícia? Ô meu Deus do céu,  vocês querem voltar o que era antes? A impresa aqui é Lula Livre, é isso? É Lula livre, o bandido livre. Condenado por três instâncias, pelo amor de Deus, vamos ser, vamos ser coerentes. Por isso que cada vez mais, a imprensa cai no  descrédito no Brasil. Pelo amor de Deus.

Jornalista: Como o senhor acha que chegaram essas gravações?

Presidente: Olha, existe programa que dá para forjar uma conversa no zap, entre eu e você.

Jornalista: O senhor já decidiu voltar a demarcação das terras indígenas para o Ministério da Agricultura?

Presidente: Olha só, a iniciativa pelo artigo 61 da Constituição, do que trata da reestruturação do governo é competência minha. O Congresso diz sim ou não. Eu vetei o que o Congresso mudou e apresentei uma MP, dizendo, apoiando tudo aquilo que o Congresso fez. Tanto é que o Coaf está lá na nossa MP, está lá como com o Ministério da Fazenda.

Jornalista: Mas o Senado…

Presidente:  O que eu acertei com o Onyx Lorenzoni, a questão da Funai, se houvesse um acordo entre a cúpula da Câmara, dos partidos, nós retornaríamos para lá. Quem demarca terra terra indígena sou eu, não é ministro. Quem manda sou eu, nessa questão. entre tantas outras. Eu sou o presidente que assumo ônus e bônus. Vocês não acham que… Vamos conversar um pouquinho sobre o Brasil. Hoje eu sobrevoei aqui em Miracatu, que não vim aqui apenas para esse evento, o da minha cidade, eu sobrevoei montanhas de grafite. O mundo todo quer isso. Está faltando uma tecnologia, um pouco mais acurada para que se tire o grafeno de lá. E nos próximos 7 anos a previsão o mundo mexer com as maravilhas do grafite 1 trilhão de dólares. Estamos jogando, e lá tem índios vindo do Paraguai, aí brasileiros. Índios vindo do Paraguai, há mais de 10 anos estão ocupando a área. E querem um aumento da área. Não vão ter. Nós queremos é integrar o índio à; sociedade. Alguém acha que é uma região maior que o Sudeste já não suficiente para índios? Nós queremos continuar por acaso, mantendo o índio preso em suas reservas, como se fossem homens pré-históricos? Eles querem a nossa tecnologia, querem dentista, querem um médico. Eles querem internet, querem um carro, querem as maravilhas que nós temos em casa. Ou vocês querem tratar o índio como se fosse algo que não é ser humano? Já tem índios em (...) que estão plantando multado pelo Ibama no passado em 120 milhões de reais porque estavam plantando. Vamos anular essa multa. Não tem mais o Ibama multando os outros por aí. Não tem mais o Ibama atrapalhando quem quer produzir. Acabou essa brincadeira. Como estamos tirando das costas de vocês a multagem eletrônica, a indústria da multa. Quem tem prazer em dirigir aqui no Brasil? Só multa em cima de multa. Aqui em São Paulo, Niterói, Rio de Janeiro, é um esculacho. Faça uma viagem  Rio-Santos vai chegar lá com 100 pontos na carteira. Por isso, que eu estou, via projeto de lei, aumentando a pontuação. Porque o que acontece? Hoje em dia quem produz já bota ali na planilha de custo, preço da multa. Dessa maneira estamos ajudando a diminuir a inflação.

Jornalista: Inaudível

Presidente: Decreto das Armas. Vou começar, assim como vai deputados e senadores me procuram para vetar artigos de algo votado na Câmara e no Senado, eu procuro deputados e senadores para fazer valer também aquilo que eu acho que tá certo. Vou agora entrar em contato com os homens do campo. Vocês querem acabar com o porte rural? Se querem acabar vote para derrubar meu decreto. A bandidagem está muito bem armada por aí. Tem uma senadora hoje, eu falar o nome dela, está no meu Facebook, reverberando contra o decreto das Armas. Mas em questão de poucas semanas falou que dormia na fazenda com uma debaixo do travesseiro. Votaram contra o decreto ou contra o presidente Jair Bolsonaro? Tentando dar um recado para mim. Ninguém dá recado para mim. Eu converso com o parlamento numa boa. Se alguns querem dar o recado para mim, estão agindo de forma errada. O que que é governabilidade? Vocês da imprensa, o que é que é governabilidade para vocês? Me cobrando o tempo todo. Que que é governabilidade para vocês? Acabou, é outra forma de governabilidade agora e a  maioria dos parlamentares estão do nosso lado, tenho certeza disso.

Jornalista: Os parlamentares criticam o senhor porque o senhor está governando por decretos e MPs. O que o senhor responde a isso?

Presidente: O MP é muito simples. Eu fui o presidente que nos primeiros cinco meses, menos mandou MP ao parlamento. Está respondido a minha pergunta? O decreto  regulamenta a lei. O decreto regulamenta a lei. Agora, em nenhum momento lá no Senado, que eu ouví parte do debate, alguém apontou inconstitucionalidade, discutir o mérito. Mas nada além disso. Mais alguma coisa?

Jornalista: Inaudível

Presidente: General Ramos? É meu amigo desde 1973, com todo respeito, você nem era nascido ainda. Um general de 4 estrelas, foi assessor parlamentar por dois anos, foi adido militar em Israel, um vasto conhecimento de muita coisa que vai nos ajudar bastante lá. Mais alguma coisa aí?

Jornalista: Presidente, o senhor (..) reeleição.

Presidente: Olha, se tiver uma boa reforma política, eu posso até nesse caldeirão, jogar fora a possibilidade de reeleição. Posso fazer isso aí. Agora, se não tiver uma boa reforma política e se o povo quiser, estamos aí para continuar mais 4 anos.

Jornalista: … o senhor está com colete, confirma para a gente?

Presidente: Olha só, tudo bem pessoal. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos. Muito obrigado.