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Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, após a Celebração Internacional 2019: "Conquistando pelos olhos da Fé" - Brasília/DF

Brasília/DF, 19 de julho de 2019

 

Presidente: Rodovalho eu conheço há algum tempo, quero agradecer a gentileza do convite. Nós somos, graças a Deus, muito bem recebidos em qualquer lugar do Brasil. E isso nos anima e fortalece a lutar por um Brasil melhor para todos.

 

Jornalista: Presidente, bom dia. [ininteligível], do Valor. Queria esclarecer umas dúvidas aí sobre essa questão do FGTS, medidas que estão sendo planejadas e devem ser anunciadas na semana que vem, né? Deve ser mantido aí esse percentual de saque de até 35%? E também essa questão do saque quando o trabalhador é demitido sem justa causa, isso vai mudar alguma coisa? E a multa de 40%?

 

Presidente: Olha só, essa multa de 40% foi quando o Dornelles era ministro do Fernando Henrique Cardoso, aumentou a multa para evitar a demissão, ok? O que aconteceu depois disso? O pessoal não emprega mais por causa da multa. Nós estamos numa situação que nós temos que falar a verdade, é quase impossível ser patrão no Brasil. Defender empregado dá mais voto. Agora, a verdade é o patrão. Eu pretendo, estou falando com o Paulo Guedes, lançar o programa Minha Primeira Empresa, para todo mundo que reclama do patrão ter chance de ser patrão um dia. E eu tenho dito, falei durante a pré-campanha: "Um dia o trabalhador vai ter que decidir menos direito e emprego ou todos os direitos e desemprego". É uma realidade. Isso perde voto, ganha antipatia de pessoas populistas, de comunistas, tá certo? Muita gente bota na cabeça do povo que eu estou errado, que eu estou perseguindo o pobre, o trabalhador. Não é. Eu estou mostrando a verdade. Até para você contratar uma pessoa para trabalhar na tua casa é difícil. Vocês lembram da PEC da Doméstica? Eu fui o único deputado, o único, que em dois turnos votou contra. Não estou contra a doméstica. A doméstica é uma pessoa da nossa família. O que aconteceu de lá para cá? Diminuiu a taxa de emprego entre elas. Foram para onde? Informalidade ou foram ser diaristas. É uma realidade... É como o casamento, a pessoa se casa cheia de amor, se um começar a querer ter enorme direito em casa sobre o outro, a tendência é acabar o casamento. E o patrão e o empregado é quase que um casamento. O empregado, ele tem que olhar o patrão como a pessoa que tem que prosperar para melhorar o salário dele, e não como inimigos. É a velha divisão de classe. Não é só o negócio homo, hétero, branco e negro, rico e pobre, é empregado e patrão também. A esquerda prega isso o tempo todo para nos dividir, e eles se perpetuarem no poder ou voltar ao poder um dia.

 

Jornalista: Ou seja, a multa de 40% pode cair semana que vem?

 

Presidente: Está sendo estudado. Desconheço qualquer trabalho nesse sentido. O que eu tenho falado sempre, tá certo, e a esquerda faz muito bem, eles ganharam, no período de 64 a 85, a guerra das informações. Ganharam a guerra. Tanto é que as mentiras repetidas por muitas vezes, né, na cabeça de muitos, transformou-se em verdade. Então, qualquer coisa no sentido ao relacionamento patrão e empregado tem que, primeiro, fazer um trabalho muito grande junto aos meios de informação para você, lá na frente, quando tomar uma decisão, ter certeza que todos vão acolher aquela decisão para o bem de todos. Acha que eu estou feliz com 14 milhões de desempregados? Agora, como é que eu vou pedir para alguém empregar alguém, vamos assim dizer, né? Aí o cara vai falar: "Sabe a dificuldade? Você conhece a CLT?". Você paga outro salário, é difícil. E olha só, e na guerra comercial do mundo, nós temos uma das mãos de obra mais cara que existe. Qual é a nossa tendência? Continuarmos vivendo de commodities até quando? Quando acabar o subsolo, né? Alguma coisa acaba nas próximas décadas. Quando acabar isso, começar a exaurir aquilo que a terra pode produzir, mesmo você com corretivos, a gente vai viver do quê? Olha Israel, não tem nada. Olha o que eles são. Olha o que nós temos. Nós temos tudo. Olha que nós não somos. Isso a gente tem que mostrar para todos, levar a verdade para todos. Não vamos sair com políticas populistas, com política de bolsas. Eu fui criticado agora pouco, né: "Ah, tu falou que não passa fome no Brasil". Vocês lembram do Lula há pouco tempo, nas suas viagens ao exterior, dizendo que tínhamos 30 milhões de crianças na rua? É verdade ou é mentira? Mentira deslavada. Os chefes de Estado sempre quando saíam do Brasil esculhambavam a sua nação. E quando eu estive agora em Osaka, que eu falei de igual para igual com o Macron e com a Sra. Angela Merkel, alguns me criticaram. Eles queriam que eu voltasse para cá, demarcasse mais 50 reservas indígenas. Querem tratar o índio como se fosse o homem pré-histórico. O índio é igualzinho eu e você, tudo o que você quer, eu quero, ele também quer. E nós temos que proporcionar essa libertação. O índio não quer ser latifundiário, como são hoje dia os ianomâmis, 9 mil índios para duas vezes a extensão territorial do Rio de Janeiro. Áreas riquíssimas sobre a terra deles, eles têm que explorar, do que depender de mim. Tenho que ganhar a guerra de informação com o Parlamento e mandar uma proposta para lá. Podemos ser felizes e ser um país próspero, se nós seguirmos um tal de João, 8:32, ok?

 

Jornalista: Presidente, Gustavo Uribe, da Folha de São Paulo. O senhor chegou a comentar a respeito do FGTS, mas o que levou à decisão do Governo ser mandada para a semana que vem? Mais ajustes? Estudos novos?

 

Presidente: Não tem nada a ver, dois empresários, então... Por exemplo, se o Rodovalho vai me visitar e leva dois irmãos com ele, eu vou falar: "Fica aí fora"?. O Alcolumbre foi me visitar, estava na agenda, e levou dois empresários da construção civil que mexe com o Minha Casa, Minha Vida. Lógico que eles têm a preocupação deles, eu também tenho. É parecida com a deles. Nós não queremos que o projeto pare, afinal de contas, né? Meu pai foi comprar a primeira casa da vida dele quando tinha 35 anos de idade. Um martírio você viver de aluguel ou de favores, muitas vezes, com sete filhos atrás, no caso do meu pai. Então, nós queremos atender às pessoas.

 

Jornalista: O senhor pretende ouvir mais empresários?

 

Presidente: Eu ouço todo mundo. Você, estou te ouvindo agora, quem não tem nada, quem tem tudo, cristão, ateu. Eu ouço todo mundo, não tem problema, não.

 

Jornalista: Agora, só sobre o Ancine, o senhor já definiu mais ou menos o modelo que vai ser a Ancine?

 

Presidente: Bem, vamos lá.

 

Jornalista: Vai para uma outra secretaria?

 

Presidente: O que é que está decidido? Dinheiro público não vai ser usado para fazer filme pornográfico, e ponto final. Acho que ninguém pode concordar com isso.

 

Jornalista: Mas o modelo da Ancine.

 

Presidente: Primeiro, a Ancine, a sede acho que é no Leblon.

 

Jornalista:  Isso.

 

Presidente: Virão para Brasília. Aquelas noites badaladas, né, muita festa... Vão fazer em Brasília agora essa festa, né? Estamos estudando a possibilidade de... tem que ser lei, voltar a ser agência, ou, quem sabe, extingui-la. Deixa para a iniciativa fazer filme. Vocês já viram, não vou falar aqui, que eu estou com um pastor do meu lado, apesar de homem, né? O título dos filmes do nosso Brasil que estão aí fora no mercado? Pelo amor de Deus!

 

Jornalista: O senhor ontem falou da 'Bruna Surfistinha', o senhor chegou a assistir o filme?

 

Presidente: Eu, não, pô. Vou perder tempo com 'Bruna Surfistinha'? Eu estou com 64 anos de idade. Se bem que tenho uma filha de oito anos, sem aditivo, ok?

 

Jornalista: Presidente, Júlia Lindner, do Estadão. Eu só queria... Aqui. Eu queria saber, no início da semana teve uma decisão do ministro Dias Toffoli que afeta vários processos de corrupção e outros tipos de crime. O senhor foi eleito defendendo a bandeira, né, contra a corrupção, contra a criminalidade. O que o senhor acha dessa decisão e qual é o risco de isso prejudicar as investigações?

 

Presidente: E também defendendo a nossa Constituição, somos poderes harmônicos e independentes. Te respondi?

 

Jornalista:Mas o senhor acha que…

 

Presidente: Eu te respondi? Ele é presidente do Supremo Tribunal Federal. Somos independentes. Você acha justo o Dias Toffoli criticar algum decreto meu ou um projeto aprovado e sancionado, logicamente depois de ter passado pela Câmara? Se eu não quisesse combater a corrupção, não teria aceitado o Moro como ministro. Pronto.

 

Jornalista: E o senhor acha importante, por exemplo, órgãos de controle como Coaf, outras instituições, terem o seu trabalho mantido, inclusive, para embasar decisões judiciais?

 

Presidente: Olha, pelo o que eu sei, pelo o que está na lei, dados repassados, dependendo para quem, têm que ter uma decisão judicial. E o que é mais grave na legislação, os dados, uma vez publicizados, contaminam o processo. É o que eu posso te responder. Não sou jurista. Além de não ser economista, também não sou jurista.

 

Jornalista: Na reforma tributária, presidente, o senhor já avisou o ministro Guedes que não quer a CPMF de volta? É mais ou menos por aí?

 

Presidente: Bem, eu não trato quem trabalha comigo dessa forma, né? Eu converso. Então, na exposição do Marcos Cintra, reunião de ministros última, nós queremos é fazer uma reforma nos tributos federais. Nós vamos diminuir um montão de impostos. E a ideia do Onyx, né, o Paulo Guedes falou que vamos manter o percentual total. A ideia do Onyx, apoiada por mim, obviamente, né? Vamos ter que dar uma sinalização de a cada ano se reduza a carga tributária, nem que seja 0,000001.

 

Jornalista: Mas teve a proposta?

 

Presidente: Ele apresentou superficialmente a proposta dele e vai apresentá-la, falou que no início do agosto, já está bastante avançado, com a possibilidade de apresentar. Tá ok, pessoal? Obrigado aí. Estou num ambiente terrivelmente evangélico, com muito orgulho, tá ok, pessoal?

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