Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, após a Reunião do Conselho de Administração da Suframa - Manaus/AM
Jornalista: Olá presidente, boa tarde, Daniela Branches, da Rede Amazônica. Presidente, o senhor falou sobre a questão do desenvolvimento de priorizar essa questão do desenvolvimento na Amazônia, mas de forma prática o que o Governo Federal deve fazer nesse momento, visando o desenvolvimento também na Zona Franca de Manaus e da região como um todo?
Presidente: Muita coisa tem que ser desfeita no Brasil, o aparelhamento do Estado, com pessoas, com leis, a indústria da demarcação de terras indígenas ser presente por muito tempo aqui, aqui nós temos o superintendente do meu lado que vai participar aqui do Conselho de Administração da Suframa, onde terão dezenas de projetos discutidos, algumas dezenas de bilhões de reais investidos na região também para que a gente possa dar o devido desenvolvimento a região. Agora, em grande parte temos problemas com legislação ambiental, o nosso ministro é a pessoa adequada para tratar desse assunto, queremos o casamento do desenvolvimento com o progresso e estamos trabalhando nesse sentido, tenho certeza que nós atingiremos os nossos objetivos. Como disse lá, não é, é a questão das hipóteses, mas parece que essa região realmente é tão importante que antes do Brasil ser descoberto, pessoas, outros países já queriam dominá-la, tanto é que o Tratado de Tordesilhas em 1494.
Jornalista: Presidente, tudo bem? Alex Costa, do SBT, aqui, Presidente. Perguntaram ao senhor sobre os investimentos, não é? Existe um esses recursos uma quantidade grande de recursos que devem ser investidos aqui nessa região da Amazônia, de que forma que esses recursos vão ser aplicados, como que essas empresas vão chegar aqui?
Presidente: São projetos, agora, mais importante até do que isso, ou tão importante quanto isso, é nós deixarmos virem capital de fora para cá, suspendendo barreiras, desburocratizando. O Brasil é ainda um dos países mais difíceis de fazer negócio, internamente a nossa própria Medida Provisória da Liberdade Econômica sinaliza fortemente nesse sentido, nós queremos fazer uma reforma agora tributária com impostos federais apenas, que ao longo de 28 anos estive dentro da Câmara, quando se quer resolver União, Estados e Municípios não se chega a lugar nenhum... é dessa forma e dando liberdade. Quem cria emprego não é o Governo. Quando ele abre um concurso público ou cria cargo em comissão, quem cria emprego é a iniciativa privada e esses empregos virão através do livre comércio que nós estamos implementando no Brasil. Se quiser algo mais técnico o Menezes pode responder para vocês aqui.
Jornalista: Presidente, bom dia! Isabella Pina, Portal G1. Presidente, voltando sobre o assunto do grupo de hackers presos e da invasão ao seu celular, o senhor pode esclarecer se os celulares eram pessoais ou eles eram criptografados e também se o teor dessas mensagens elas não apontam, o senhor não encontra, indícios de concluo entre Dalagnol e o ministro Sérgio Moro?
Presidente: Não sei se entendi tua pergunta, eu não tenho nada a esconder, nem a minha vida particular. Qualquer informação estratégica eu trato, sempre tratei diretamente com os meus ministros, ou tratei diretamente com chefes de Estado, tive reuniões reservadas com Trump, Benjamin Netanyahu, com Piñera, com o Macri, com o Marito do Paraguai, entre outros. Essas informações você trata reservadamente e não estou preocupado ao tocante isso daí. Agora é um ato que fere a lei e esse pessoal com toda certeza será punido na forma da lei tendo em vista essas invasões de privacidade.
Jornalista: Presidente, Rádio Band News Manaus, Rosiene, o que vai acontecer com o IPI dos concentrados após dezembro, o decreto dá uma previsão aí de garantia do IPI até dezembro. A outra questão como preservar a Zona Franca na reforma tributária?
Presidente: Bem, essa questão do IPI está vindo num decrescente, passamos para dez agora, a previsão está a quatro na frente mas a gente pode conversar aqui com o Menezes, com o governador, e o que é do governador a gente conversa, nós estamos aberto ao diálogo, não queremos prejudicar em hipótese alguma a região e a gente vai suavemente respondendo aos anseios de todos. A Zona Franca é muito importante, criada pelo Marechal Castelo Branco em 67 para integrar para não entregar, assim como a Transamazônica, entre outras ações aqui na região, como o próprio presidente Geisel no aeroporto aqui também Eduardo Gomes, está certo? Então essa região aqui tem que ainda receber atenção do Estado, mas tenham certeza ninguém no mundo tem o potencial que vocês têm em biodiversidade, recursos minerais, água potável, tudo aqui, aqui tem tudo para dar certo e nós abrindo isso para que os brasileiros possam investir aqui. Para que outros países possam também, em parceria, buscar aqui a biodiversidade, a questão de parcerias também, agregar valor do que nós temos aqui, pode ter certeza que a região amazônica, que você viva ainda, será um grande sucesso econômico aqui no Brasil.
Jornalista: Presidente, Marcos Pontes, da Tiradentes, aqui a sua esquerda. A população aqui do Estado do Amazonas tem recebido informações sobre a falta de proteção à Zona Franca e também a questão da BR que nunca é asfaltada, nós queríamos que o senhor falasse em relação a isso. Há proteção permanente do Governo Federal em relação à Zona Franca e a BR vai ser asfaltada, Presidente?
Presidente: Olha, a questão da BR é questão ambiental, imagina se eu tivesse comigo aceitando indicação partidária, o Zequinha Sarney ministro do Meio Ambiente ou a Marina Silva, nunca vocês iriam ver essa região asfaltada, nunca, iam ter eram mais reservas indígenas aqui. Então nós estamos dando sinalização concreta que vamos buscar atendê-los porque há interesse nacional nisso e estamos com a Reforma da Previdência em andamento, espero que ela seja concluída brevemente, que é um tremendo sinalizador para o mundo e para dentro do Brasil que nós estamos fazendo o dever de casa, investimentos virão para o Brasil e podem ter certeza que é uma das obras prioritárias nossa. Se bem que independente disso, as partes onde as licenças ambientais já estão concedidas as obras começam agora, já acertaram com o Tarcísio, não é? Começa agora no verão amazônico do ano que vem começa.
Jornalista: Presidente, José Augusto, Record TV, o senhor deixou muito claro a importância da BR 319 para o Brasil, o senhor pode dizer se a conclusão, se a gente vai poder ir e vir, esse desejo antigo do amazonense, para o resto do Brasil ainda neste seu primeiro mandato?
Presidente: Acredito que sim, talvez tenha falado em ir e vir alguns índios ainda cobram pedágio aqui, impõem restrições em horários, estamos trabalhando nesse sentido, o linhão por exemplo de Manaus daqui a Boa Vista está bastante avançado, reuni o Conselho de Defesa Nacional, tratativas com a empresa que há seis anos não consegue botar essa obra para a frente, tendo em vista a questão ambiental indigenista, estão em fase final de solução, acho que esse linhão começa a ser construído com toda certeza ainda no corrente ano, tendo em vista que nós temos e pode ter certeza (...) de todo mundo, quem vai ser o futuro chefe do Ministério Público, alguém que tem uma visão de um Brasil diferente do que foi escrito até o ano passado.
Jornalista: Presidente, a reforma tributária... Como preservar a Zona Franca?
Presidente: Cadê o Paulo Guedes, está aí? Vai ser preservada, ele mesmo falou lá dentro, tem algumas especificidades que serão garantidas, é nesse caminho, não vai ser igual para todo mundo, ainda a região carece de uma ajuda Federal.
Jornalista: Presidente, Karine Leão, da Rádio Mix News, Programa Dezoito Horas. A Zona Franca de Manaus… Os empresários e futuros investidores, eles podem ficar tranquilos?
Presidente: Podem, olha só, eu viajei o mundo desde o início de 2015, quando eu pretendia disputar as eleições e sabia que não ia ter televisão, não é? Um partido político grande, não tem fundo partidário, ia ter grande parte da mídia contra mim, uma série de problemas e é difícil você ser recebido por pessoas do mundo afora com o manto da desconfiança. O Brasil perdeu muito ao longo dos últimos trinta anos nesse quesito e a nossa chegada é um sinalizador a essas pessoas de que o Brasil está mudando e estamos recuperando a confiança em nosso Brasil. Começa por aí o desenvolvimento e a mudança das coisas e a política é a mesma coisa, eu acho que todo mundo gostou aqui quando nós indicamos o ministro (...) ministério técnico, não fizemos um ministério como se fazia no passado, então hoje eu tenho aqui alguns ministros do meu lado aqui, que são pessoas competentes que tiveram total liberdade de escolher os seus ministros por indicações próprias, e de modo que hoje eu posso cobrar de qualquer ministro a solução de qualquer problema. Ele só não faz milagre, o resto está pronto para cumprir essa missão e, mais ainda, os ministros conversam entre si, não chega no ministro tal para tratar alguma coisa e fala: “ não, eu devo aqui a esse grupo político satisfação e não quero conversa”, isso não existe e a governabilidade está se fazendo presente, a grande maioria dos deputados e senadores entenderam, estão gostando dessa forma de fazer política e todo mundo ganha agindo dessa maneira.
Jornalista: Boa tarde, Presidente, Cíntia Blink, Portal Amazonas 1, primeiro eu gostaria de saber porque Paulo Guedes não está aqui respondendo a imprensa e segundo eu gostaria de saber se o senhor acredita que ele realmente é capaz de cuidar aqui da Zona Franca, já que ele é declaradamente contra o nosso modelo?
Presidente: Não, o que ele acabou de falar ali, olha só, por ocasião das eleições, lógico que o pessoal queria me trucidar, me jogar aí aos leões e perguntaram para mim posições minhas antigas no tocante à estatização do Estado. Sim, eu era favorável, mas eu respondi: o homem evolui, eu evoluo, você, Paulo Guedes e ele entendeu a importância estratégica dessa região amazônica, a continuar políticas anteriores sendo aplicada aqui para vocês a tendência é nós perdermos a Amazônia e uma coisa muito importante, que não é ficção, a questão do Triplo A que o pessoal trata nos porões das reuniões e G20, entre outros acordos de outros. Antes, Amazônia, Atlântica, 136 milhões de hectares por sobre o rio Solimões e Amazonas que estaria sobre a administração do mundo, perderíamos a nossa autonomia sobre a Amazônia, tudo isso em nome do meio ambiente. A Amazônia é nossa, vocês devem ter sabido o que que aconteceu numa conversa muito delicada, muito cavalheiresca entre eu e Macron, da França, e a senhora Angela Merkel, da Alemanha. Se fosse outro presidente qualquer viria para cá e demarcaria mais dez terras indígenas aqui no Amazonas, mais quilombolas na região não sei aonde, ampliaria parques nacionais etc...etc..etc...Não é essa a política do Brasil, somos respeitadores do meio ambiente mas o desenvolvimento se fará presente. Pessoal, muito obrigado.