Você está aqui: Página Inicial > Presidência > Ex-Presidentes > Bolsonaro > Entrevistas > Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, após Cerimônia de entrega da Medalha Mérito Mauá -Brasília/DF

Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, após Cerimônia de entrega da Medalha Mérito Mauá -Brasília/DF

Brasília/DF, 15 de agosto de 2019



Presidente: Boa tarde. É um prazer estar aqui na frente de vocês novamente.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Já estava previsto há três meses aproximadamente, pelo tempo, até.

 

Jornalista: (inaudível) ...fez uma operação com PMs e com agentes da PF, para (...) um celular, dentro de um Uber, numa comunidade, lá no Rio. 

 

Presidente: Esse foi o presidente que fez, ou outra pessoa? Ah, mas não tem nada a ver essa coisa com outra. É recuperar de um alfinete a um foguete. É missão deles, na medida do possível, atingir esse objetivo. Vamos falar um pouquinho de infraestrutura? Isso daí vai ajudar, e muito, a tirar o nosso País da situação difícil em que se encontra. Alguém tem uma pergunta sobre infraestrutura?

 

Jornalista: Eu tenho. Ministro Tarcísio, aqui. Tudo bom? Eu queria comentar com o senhor a respeito do despacho, hoje, sobre os radares. Quando é que vai ter um parecer sobre isso?

 

Ministro Tarcísio: Não, a gente já está discutindo, já temos estudos bastante avançados, dentro do prisma técnico, não é? Já temos, aí, praticamente uma nova resolução formatada. Então, é um assunto (falha no áudio) 

 

Jornalista: Sobre a Amazônia (...)

 

Presidente: Não, não. Eu recomendo à querida Angela Merkel que pegue essa grana e ajude a reflorestar a Amazônia.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Ah, a Noruega? A Noruega não é aquela que mata baleia lá em cima, no Polo Norte, não? Que explora petróleo também, lá? Não tem nada a dar exemplo para nós. Pega a grana e ajude a Angela Merkel a reflorestar a Alemanha.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Olha, vai chegar nas minhas mãos, semana que vem, e nós vamos ouvir os ministros, como é de praxe. E, de acordo com a orientação deles, a gente toma uma decisão.

 

Jornalista: Presidente, qual a avaliação que o senhor faz do governo nesse momento? Tá bem, tá positivo?

 

Presidente: Eu sou suspeito, não é? Hoje é dia de São Tarcísio, tá? E ele está fazendo milagre, realmente, não só o Tarcísio como outros ministros. Porque nós temos que ter um foco: o desenvolvimento do Brasil. E passa pela escolha do futuro PGR, uma pessoa que tenha um foco nesse norte. O que nós queremos é tirar o Brasil da situação complicada em que se encontra. Até fiz aqui uma historinha, para o Tarcísio aqui, porque, se você der para ele um mourão - que não seja o general, Mourão mesmo, não é? -, uma barra de aço, ele faz uma ferrovia.

Estamos fazendo milagre. Esse é o nosso entendimento do que acontece no nosso governo. Quisera eu ter um orçamento igual a de anos anteriores. Tem que dar uma apertada também, mas não uma apertada como a nossa. Com toda certeza, o Brasil estaria voando.

 

Jornalista: Presidente, o senhor já decidiu, já teve tempo de apreciar, o projeto de abuso de autoridade?

 

Presidente: Não, acabei de responder aqui. Vai chegar à minha mesa semana que vem, os ministros vão dar, cada um dar a sua opinião, sugestão de sanção ou alguns vetos e vamos tomar a decisão de forma bastante tranquila e serena.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Não, não. Tem autoridade que pratica abuso. Vocês estão vendo uma pessoa aqui. Eu sou réu por apologia ao estupro. Alguém me viu, alguma vez, falando que deve estuprar alguém no Brasil? Eu já fui réu, quase fui réu por crime ambiental. Fui autuado num dia, na hora que tinha acabado de botar o dedo no painel de presença na Câmara. Eu fiquei três anos respondendo por racismo, numa matéria editada pelo programa CQC. Eu acho que isso aí, essa questão, poderia ser resolvida numa semana, pegando a fita, pedindo a fita lá, com o Marcelo Tas. Por que que ele não entregou? Porque ele disse que ela foi reutilizada. Isso é uma piada.

Agora, existe abusos, somos seres humanos. Logicamente, você não pode cercear os trabalhos das instituições, você não pode cercear, mas a pessoa tem que ter responsabilidade quando faz algo, que é dever teu, mas tem que fazer baseado na lei. Abuso de autoridade de acordo… Ele tem que fazer o que tem que ser feito de acordo com a lei. E ponto final.

 

Jornalista: Presidente, quanto à PGR, o senhor não vai anunciar amanhã?

 

Presidente: Não.

 

Jornalista: Tem um outro prazo?

 

Presidente: Não, não tenho prazo não, porque senão vai dizer que eu estou recuando o tempo todo. Não tem prazo. Até eu estou muito feliz com o que me aconteceu, não é? A PGR, não temos nenhum problema se porventura até a data prevista não tiver uma pessoa exercendo efetivamente essa função.

 

Jornalista: Presidente, sobre os radares (...) terá uma resolução (...) O senhor acha que há possibilidade de, no futuro, se utilizar os radares de outra forma? Por exemplo, o senhor sempre falou que se usa os radares em retas, em (...) para multar. O senhor acha que…?

 

Presidente: Eu não faço parte do Contran, tá? Se eu tivesse que votar, não ia ter mais radar móvel no Brasil. Agora tem os fixos, que eu gostaria também de eliminá-los. Mas temos um problema com a Justiça, que o Tarcísio pode melhor explicar aqui.

 

Ministro Tarcísio: Não, a gente já está estudando. Fizemos um acordo com a Justiça, na verdade para deixar radares localizados em transições diárias de rodovia rural para rodovia urbana, em segmentos onde há muita concentração de acidente, onde a gente faça transição de velocidade, onde a gente faça convenientemente a sinalização, para que o radar sirva à finalidade dele, que é salvar vida. Então, tem que informar o condutor que ali ele vai ter que reduzir a velocidade, que a velocidade vai ser monitorada. Se ele se presta, simplesmente, a gerar uma multa, ele não está servindo à finalidade para a qual ele foi projetado. A gente utiliza esse equipamento para salvar vidas.

 

Jornalista: (inaudível) ...sobre a suspensão das verbas da Alemanha e da Noruega, o senhor não teme que isso pode  (...) a imagem do Brasil no exterior?

 

Presidente: A imagem péssima que o Brasil tinha era subserviência a essas potências. Eles não estão de olho na Floresta Amazônica. Eles querem a sua soberania e a sua riqueza. Isso eu falo na Câmara desde 1991, até a questão do Triplo A, entre outros. Nós, na Amazônia, temos coisa que o mundo não tem mais, e o pessoal está de olho nisso.

Agora, eu fico surpreso em ver a Angela Merkel e a sua ministra lá, do Meio Ambiente, anunciando isso, como se o país dela fosse algum exemplo para o mundo, na questão de preservação ambiental, bem como na geração de energia limpa.

Olha, não tem prazer maior do que você chegar na reunião do G20 representando o seu país, sem dever nada para ninguém. E ali você expor o que você tem que falar, da forma como falei, educada, com a Angela Merkel e Macron, dizendo que o Brasil está sob nova direção.

Quando estive em Davos, também, Al Gore falou comigo, pena que não foi gravado. Ele falou também da questão da Amazônia, etc. Uma grande autoridade em meter o bedelho em outros países, está certo? E eu respondi-lhe: “Olha, adoro o povo americano, gosto do governo americano, mas vossa senhoria não entende nada de Amazonas”. Agora, a Amazônia, nós temos que brigar para ela ser nossa, porque estamos perdendo a guerra da informação nessa questão tão importante.

Ninguém tem o que nós temos. Peguem o mapa metalogenético e vejam as questões - o meu é de [19]73, completamente desatualizado -, e vejam o que nós temos lá, ninguém tem aquilo. Só nós conseguirmos explorar com racionalidade e agregando valor, nós saímos dessa situação crítica que nos encontramos, econômica, para o Brasil voar, ir para o espaço, não é? Quem devia ser o presidente da República, nessa situação, nem eu, devia ser o Marcos Pontes, o astronauta.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Olha, você é casado?

 

Jornalista: Não.

 

Presidente: Não. Então, quem é casado aqui? Casou no dia seguinte? Ele está namorando o Senado. Ele está conversando, demonstrando humildade, estudando sabatinas anteriores, é igual uma prova. Eu fui de concurso para a Academia Militar das Agulhas Negras, você foi concurso também, ou não?

 

Ministro: Preparatória.

 

Presidente: Fez Escola Preparatória. Foi de concurso para o IME, foi de concurso para a Câmara. Se preparou ou “vamos lá, vamos passar”? Não. É humildade acima de tudo, respeitando o Senado Federal. Porque a gente sabe que uma derrota nossa a gente fica chateado. Quem não fica chateado? Não vou tirar o Ernesto Araújo do MRE. Não vou, fiquem tranquilos. Poderia fazê-lo. Imagine, você não tem condição de ser cabo, mas vai ser general, está certo?

E outra, eu entendo que o meu garoto, meu garoto, não é? Tem condições de ser aprovado lá. Ele esteve agora nos Emirados Árabes, falou do KC-390, teve crítica aqui, no Brasil, que ele estava agindo como embaixador. Todos nós somos embaixadores do Brasil. Temos que levar o bom nome do Brasil lá fora, e levar aquilo que é verdadeiro. E assim nós podemos tirar o Brasil da situação que se encontra.

Nunca o Brasil esteve numa situação como temos no  momento. Ministro escolhido por critério técnico, o Parlamento votando conosco, dando uma margem de voto muito superior, no passado, completamente ciente da sua responsabilidade. Como disse agora, me referi a todos os poderes juntos, sozinho ninguém faz nada. Até que se fizesse seria até bom, não é? Mas juntos nós podemos fazer tudo pela nossa pátria e colocar o Brasil no local que nós merecemos estar.

registrado em: ,