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Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, após Cerimônia de Formatura do Curso Especial de Habilitação para Promoção a Sargento - Rio de Janeiro/RJ

Rio de Janeiro-RJ, 07 de junho de 2019

 

 

Jornalista: Com relação ao peso real, real peso, o que há de real, efetivamente, na constituição eventual dessa moeda, visto que o Banco Central falou que desconhece essa informação por enquanto, presidente?

 

Presidente: Foi anunciado no dia de ontem pelo nosso ministro Paulo Guedes. Essa proposta existe desde 2011 e o Paulo Guedes mostrou-se interessado, juntamente com o governo da Argentina, em voltar a estudar a questão. Rodrigo Maia ou quem quer que seja, caso tenha criticado, é um direito, é um dever, estamos em um País livre. As críticas são muito bem-vindas, que nos alertam para a possibilidade de estarmos  desviando do caminho certo. Pergunte ao Paulo Guedes. Nós herdamos um País numa crise econômica. Algumas medidas foram tomadas no governo Temer, outras em nosso governo. E pode ter certeza, se isso não tivesse ocorrido no passado, estaríamos em uma situação muito pior. O Brasil vai se recuperar e o ponto de inflexão acontecerá por ocasião da promulgação da PEC da Previdência.

 

Jornalista: O senhor está esperançoso com o mercado de trabalho? Porque essa é uma dificuldade que existe no País com cerca de 30 milhões de pessoas ou desocupadas…

 

Presidente: Parabéns, vocês estão falando o número certo agora. Parabéns, até que enfim, não é? Quando eu falava aí, diziam que eu estava  contra o IBGE. O número é assustador, realmente. A metodologia, no meu entender, tem que ser mudado, nós queremos um retrato real do desemprego no Brasil. Bem como o que não foi preparado, no tocante à mão de obra, por governos anteriores, que deixaram ao léu a questão da educação em nosso Brasil. O objetivo da educação é formar bons profissionais, bons empregados, bons patrões ou bons liberais. Isso não foi feito ao longo dos governos que nos antecederam.

 

Jornalista: Presidente, deixa uma mensagem para os sargentos que se formaram agora.

 

Presidente: Eu me sinto aqui nos anos 70, quando prestei concurso para especialista em Guaratinguetá e para Escola Preparatória de Cadetes do Exército, cheio de sonhos. Graças a Deus, consegui atingir os objetivos e outros que nem esperava, como a situação que me encontro, como presidente da República. E por causa disso, obviamente, peço a Deus que nos ilumine para bem administrar esse País maravilhoso. E essa garotada, esses jovens que estão se formando hoje, se espalha por todo o Brasil, carregarão, sim, a responsabilidade e muito, pelo destino da nossa Pátria também. Cada um exercendo o teu trabalho dentro das suas organizações militares.

 

Jornalista:  (inaudível)

 

Presidente: Quem tem que avaliar são vocês.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Olha, uma família começa com duas pessoas. A ideia foi lançada na Argentina. O que eu ouvi o Paulo Guedes dizer, que gostaria de outros países se preocupasse com isso, quem sabe fazendo uma moeda única aqui na América do Sul.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Essa seria a ideia, não é?

 

Jornalista: Depois da afirmação do deputado Rodrigo Maia, o presidente do Senado também disse que o governo não tem um projeto. Qual é a resposta para isso aí?

 

Presidente: Não vou... Olha, os projetos o presidente pode ter, as Casas legislativas podem ter, todo mundo pode ter projetos. A iniciativa das leis não são exclusivas do Presidente da República, o Parlamento, os parlamentares, os outros poderes podem apresentar. Uma vez apresentando, no que depender de nós faremos o possível para aprovar. Eu não quero a paternidade de nada, eu só quero é que o País vá para frente.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Olha, o que acontece? Para nós termos investimento tem que mostrar, para o Brasil e para o mundo, que nós temos responsabilidade. Hoje em dia está gastando mais do que arrecadamos, assim sendo não despertamos a confiança de ninguém, ninguém quer investir num País que de déficits bilionários anos após anos. O objetivo é buscar o ponto de inflexão, dar o recado que temos responsabilidade, não tem populismo da nossa parte e vem os investimentos, para o bem de todos e, obviamente, aí sim, como você bem disse há pouco, vem a questão de empregos também nesse pacote.

 

Jornalista: (...) da Lei de Trânsito recebeu críticas, principalmente no ponto da cadeirinha, sobre as crianças, inclusive do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. O senhor reavalia essa possibilidade de tirar esse ponto do projeto encaminhado?

 

Presidente: Olha, obrigado pela pergunta. Primeiramente, a questão da multagem e pontuação para  quem não usa cadeirinha é uma resolução do Contran. Todo mundo  que recorreu à Justiça ganhou. Então, não existe no momento, até o momento, nenhuma punição pecuniária ou pontuação na carteira para quem não usa cadeirinha. Eu apresentei o projeto, não impondo uma punição pecuniária, apenas como advertência, eu acho que dei o primeiro passo. Eu estou mostrando que tem que ter responsabilidade no tocante a isso. Então, quem está me criticando não teve o devido cuidado em estudar a situação. No mais, a segurança dos nossos filhos são de nós, pais e mães, em primeiro lugar, não é por não está na lei que eu vou deixar o meu filho ou a minha filha fazer o que bem entender ou conduzi-lo de forma irresponsável dentro de um carro particular meu. E eu devolveria a pergunta. Porque que não  se exige em ônibus? Criança não anda em ônibus? Criança não anda em táxi? Poxa não estou entendendo porque essa bronca toda. Então, eu estudei uma maneira, sinalizei da nossa preocupação de quem não usa cadeirinha, advertindo os pais, ou melhor, o pai, quem porventura esteja dirigindo o veículo naquele local. Eu deveria ser elogiado por vocês e por todos esses outros, e não criticado.

 

Jornalista: E em relação ao exame toxicológico para os caminhoneiros?

 

Presidente: Questão do Supremo Tribunal Federal. Eu quero elogiar o Supremo Tribunal Federal, tomou uma decisão patriótica ontem, não  exigindo que para privatizar estatais passe pelo crivo do Parlamento, exceto aquelas que chamam estatais-mãe. Então, parabéns ao Supremo Tribunal Federal, que está em comum acordo vamos assim dizer na mesma sintonia do governo federal. Nós queremos menos Estado. Temos aqui bons representantantes, o Marcel Van Hattem ao meu lado, o Hélio, nosso prefeito, o governador, que pensam da mesma maneira nossa, menos Estado. Nós queremos que vocês digam para onde o Estado deve ir e não o contrário. Um país quanto mais leis tem, mais decretos, mais portarias, mais instruções normativas, no meu entender, é pior de viver nesse País, é pior de se empreender. Queremos um Estado mais leve. Parabéns ao Supremo Tribunal Federal que, agindo dessa maneira, de certa forma desamarrou a questão das privatizações.

 

Jornalista: Agora, quanto a ausência do exame toxicológico para os caminhoneiros, nós ouvimos caminhoneiros ontem que disseram que isso é um perigo e que eles sabem, enfim, de que muitos realmente tomam estimulantes, remédios para não dormir e que isso traz um perigo grande para as estradas.

 

Presidente:  Olha, as informações que eu tive é do Ministério da Infraestrutura, que em efetividade é nula nessa questão. Inclusive, gastamos muito dinheiro para fora do Brasil, mandando que esses exames realizados lá fora. Se o parlamento entender de maneira diferente, mantenha como está, sem problema nenhum. Eu não sou o dono das leis. Eu pretendo mudá-las, agora, espero outras perguntas também nesse sentido.

Eu acho que todo mundo gostou da possibilidade de passar de 5 para 10 anos a validade da carteira de motorista. Eu acho que todo mundo gostou que nós tiramos do monopólio do Detran indicar as clínicas de saúde para conceder o atestado médico. Você pode ir em qualquer médico. Os colegas da Marinha aqui, podem ir no Hospital Naval Marcílio Dias e de graça, conseguir esse atestado que custa em média no momento, 300 reais aqui fora. Vamos diminuir o preço da Carteira de Motorista.

Outra coisa também, conversando com Marcel van Hattem aqui:  a questão dos simuladores. No meu tempo não tinha isso. E isso aí encarece a carteira em torno de 300 reais a mais. O nosso querido ministro Tarcísio, da Infraestrutura, está muito favorável a extinguir isso. Porque não é lei, são resoluções nossa, interna.

 

Jornalista: Presidente, TV Marinha. Eu queria que o senhor falasse para os jovens que pretendem seguir a carreira militar, essa formatura de hoje, estamos numa formatura militar. O que o senhor pode falar para esses jovens que pretendem seguir carreira militar?

 

Presidente: Olha, obviamente, não existe profissão mais nobre de que servir à Pátria. Aqui ninguém tem direito trabalhista. Aqui todo mundo está à disposição do Brasil, 24 horas por dia. E muitos que passaram por aqui hoje estão em outras profissões, também exercendo sua profissão com muita galhardia, com muito patriotismo. Como tenho, por exemplo, aqui, o tenente Witzel, nosso governador e o nosso querido Crivella, aqui tenente do Exército também. E o subtenente Hélio Bolsonaro, é meu irmão, acreditem, tá ok? É meu irmão de muito tempo, conheço há muito tempo e hoje é um parlamentar honrado, que exerce com muita responsabilidade a sua função. Ministros, o próprio Tarcísio é capitão do Exército, formado pela Academia, pelo IME, primeiro concursado para Câmara, única vaga. O Wagner Rosário na CGU também. Então, temos muitos militares em tudo quanto é lugar do Brasil. E obviamente essa profissão aqui foi que me colocou na situação que me encontro no momento

 

Jornalista: Presidente, queria saber precisamente qual esse prazo que o governo brasileiro está analisando, e se isso tem a ver também com a perspectiva eleitoral na Argentina, visto que se a chapa da Kirchner vencer acho que dificilmente eles vão apoiar esse acordo, não é?

 

Presidente: Vamos por partes aí. Primeiramente, esse acordo já vem discutindo há vinte anos. Se Deus quiser, nós resolveremos esse ano essa questão, poderemos assinar esse ano. É igual, por exemplo, a Ferrovia Norte-Sul, 33 anos no papel. O Tarcísio resolveu agora, daqui a três anos, com o dinheiro privado, vamos construir essa ferrovia. Br-163, a mesma coisa: o Exército Brasileiro está participando do seu asfaltamento. Há outras questões. Não fui fazer política na Argentina, mas obviamente existe uma preocupação, por parte de todos que são amantes da democracia e da liberdade, dos destinos que porventura a Argentina pode tomar. Agora, aqui, eu posso falar, lá eu não poderia falar que é o país deles, por questão de respeito. Me preocupo, sim, caso, que você bem disse aí, se a senhora Cristina kirchner retornar ao poder naquele País há uma preocupação sim. Temos um exemplo claro, mais ao norte aqui, a Venezuela, depois que se chega à situação em que se encontra a Venezuela, para voltar atrás e restabelecer a normalidade é muito difícil. Então nós torcemos. Em vários momentos eu falei lá que gostaria que o povo votasse de acordo com a razão e não com a emoção, e deixe de lado o populismo, que será oferecido pela esquerda agora, pelo partido da Cristina kirchner.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Não, não tem nada ver, a Argentina continua lá, depende do comportamento dele, ela não é cabeça de chapa, depende de quem seja cabeça de chapa. Queremos fazer negócios com o mundo todo sem o viés ideológico, ok?

 

Jornalista: Mas o Mercosul não fica ameaçado, Presidente?

 

Presidente: Não, não tem ameaça nenhuma.

 

Jornalista: Se ela ganhar.

 

Presidente: Não, olha só, os grandes  países, nas questões comerciais,  deixa a ideologia de lado. O Brasil tinha essa ideologia no passado, o Mercosul foi usado, sim,  ideologicamente para fazer negócio. A senhora Dilma  Roussef ficou um ano sem receber as credenciais do embaixador de Israel. Esse tipo de política não mais vai ser feita aqui no Brasil.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Olha só, a questão da moeda… Tá, tudo bem, é a preocupação de todo mundo. Eu acho que quanto mais gente importante falar, com conhecimento de causa, com fundamento, e ele é filho de um economista, é muito bem-vindo isso. O que chega para mim eu levo à equipe econômica para discutir esse assunto. Agora, uma nova moeda é como um casamento você ganha de um lado e perde de outro. Você, às vezes, que ir ver teu botafogo jogar e não consegue porque a tua esposa que ir no shopping, e às vezes acontece o contrário também, está certo? Você quer levar a tua esposa para ver o Mengão jogar e não consegue, tá? Então, Mas, como um todo, no casamento, a gente mais ganha do que perde. Na moeda também eu vejo que nós temos muito mais a ganhar do que perder. Eu acho que, com essa moeda única, nós estaremos dando uma trava àquelas aventuras socialistas que acontece em alguns países da América do Sul.