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Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, após Cerimônia de inauguração da Usina Fotovoltaica Flutuante -Sobradinho/BA

Sobradinho/BA, 05 de agosto de 2019



Presidente: Boa tarde. Pois não?

 

Jornalista: Presidente, boa tarde. É Gabriela Noronha, da TV Brasil. Eu gostaria de saber se o governo federal pretende investir em outros projetos como esse que foi inaugurado aqui, em Sobradinho? E se o senhor pode adiantar, aí, a diretriz energética para os próximos anos.

 

Presidente: Olha, quando nós montamos o Ministério, até o Paulo Guedes falou em crescer 3%, não é? Daqui a dois, três anos. É consenso, ele sabia, o Bento sabia, que nós temos que ter energia para tal. Sem energia não temos como crescer, até porque já passamos por dois momentos com praticamente um colapso na geração de energia por falta d’água.

Então, essa, não nova forma, não é? Mas a nova forma de buscar energia com placas fotovoltaicas em cima de um lago como esse aqui é bem-vinda ao Brasil. E as informações que tive, do pessoal da Chesf, aos quais eu cumprimento, é que se nós formos utilizar o máximo do potencial do espelho d’água do lago de Sobradinho, nós podemos gerar 60 vezes mais energia do que as próprias turbinas geram aqui. Você vai para lago de Itaipu, sei que é dividido com o Paraguai, mas você vai para Itaipu e as demais hidrelétricas, além de nós estarmos colaborando com a não evaporação da água do local.

Então, isso aqui é bem-vindo. É uma experiência inédita. Parabenizando a eles, ao prefeito de Petrolina também, que trabalhou nesse projeto, e o Brasil tem muito a ganhar.

 

Jornalista: Presidente, boa tarde. Mauro Anchieta, da Rede Globo. O senhor se referiu agora, no seu discurso, sobre maus brasileiros que divulgam dados errados sobre a Amazônia. A gente faz uma relação disso com o Inpe. Eu gostaria de saber do senhor o seguinte: o ministro Marcos Pontes disse hoje que pode, cogita nomear um militar para dirigir o Inpe. Eu gostaria de lhe perguntar se é um desejo seu, o senhor quer, realmente, um militar no comando do Inpe?

 

Presidente: Olha, o que eu decidi, junto aos meus ministros - aqui tem o Bento aqui, do meu lado, tem o Canuto - eles têm liberdade total para fazer a composição do seu respectiva ministério. E eu tenho o poder de veto, como já exerci no passado. Não é uma questão de ser militar ou ser um civil. Nós devemos ter uma pessoa extremamente responsável e competente na frente de todos os órgãos que compõem a administração federal. Você pode ver, um dado como esse, o que que ele tinha que fazer, o chefe do Inpe? Antes de qualquer divulgação, procurar o seu ministro, no caso, o Marcos Pontes. E o Marcos Pontes, dada a gravidade do assunto, me procurar também e nós conversarmos, nós três. E o que eu exigiria, num momento imediato? Chequem os dados, certifiquem-se da veracidade dos números, que os números não mentem. Porque a partir do momento que esses números, de forma irresponsável, vazam, o Brasil tem um prejuízo enorme junto aos outros países.

Nós não queremos censurar e nem vetar qualquer divulgação de números. Mas temos que ter a certeza quando for divulgá-lo. E, mais ainda, as explicações dadas pelo ministro do Meio Ambiente para mim foi que o Inpe computou áreas superpostas ao desmatamento.

E outra, a questão da suspeita ou alerta de desmatamento, ao contrário do que aqueles do Inpe falaram há poucos dias, ela pode não ser verdadeira, por quê? Um fazendeiro pode, por exemplo, Região Amazônica, onde ele tem que preservar 80% da sua terra, 20% que ele pode desmatar, ao desmatar, ou ao novamente desmatar, porque foi muito tempo que ele não usou aquela área, ao ser desmatado, esses dados do Inpe, agora, computaram como novos desmatamentos. Isso é péssimo para nós. Nós acabamos de assinar um acordo enorme com o Mercosul, já 

começam, já, ruídos. Estamos a caminho de assinar um acordo semelhante do Mercosul com o Japão, Coreia do Sul, e começamos a conversar com os Estados Unidos. Então, isso traz um prejuízo enorme para o Brasil.

Não temos medo da verdade. Nós somos fiéis a João 8:32. Agora, não posso admitir irresponsabilidade na divulgação de certos números por parte de funcionários. Lamento apenas que ele tem mandato. Então, nós estamos arranjando uma maneira de substituí-lo.

 

Jornalista: Presidente, bom dia. Eu sou Simone Queiroz, do SBT. Tanto no seu discurso quanto nos anteriores a gente percebeu um esforço muito grande de mostrar o quanto o Nordeste é importante no seu governo. Eu queria saber se isso é um esforço também para demonstrar que aquele episódio de Vitória da Conquista são águas passadas, quando o senhor se referiu aos governadores como “paraíbas”? Ao mesmo tempo que o senhor, em seguida, também no seu discurso, mencionou que o Nordeste não é propriedade de alguns governadores. O senhor poderia falar, por favor, sobre esse caso?

 

Presidente: Isso é simples. Primeiro que eu não fiz discurso nenhum sobre Paraíba e Nordeste. Eu cochichei no ouvido do ministro Onyx Lorenzoni e me referi ao governador da Paraíba e do Maranhão, porque eles procuram o nosso ministério, conseguem coisas, como outro qualquer, chegam nos seus respectivos estados, alardeiam a façanha de ter conseguido recurso para o seu estado e descem a borduna em cima de mim.

Então, o que que eu quero desses dois governadores? Não vou negar nada para o estado, mas se eles quiserem que realmente isso tudo seja atendido, eles vão ter que falar que estão trabalhando com o presidente Jair Bolsonaro. Caso contrário, eu não vou ter conversa com eles, vamos divulgar obras junto a prefeituras, o que eu acho que poderia ser ou não ser producente. Eu não quero fazer política, mas não posso admitir que governadores como o da Bahia e da Paraíba, ou melhor, do Maranhão e da Paraíba façam politicalha no tocante à minha pessoa.

O Nordeste tem recebido recursos abundantes. Não estou vindo aqui para fazer média. Não estou aqui, com colegas nordestinos, para fazer média. O Cajado, entre outros aqui, o João, conviveram comigo muito tempo dentro da Câmara. Não existe essa história de preconceito. Agora, eu tenho preconceito com governador ladrão, que não faz nada para o seu estado.

 

Jornalista: Presidente, aqui, Marina, do Valor Econômico. Eu queria saber, pela segunda vez o senhor esteve no Nordeste e o governador do estado não esteve acompanhado a visita. Como é que o senhor avalia que está essa relação com os governadores da região? E o que que você projeta para esse futuro, dessa relação?

 

Presidente: O meu relacionamento é com o povo do Nordeste. Ninguém proibiu o governador de vir aqui. Na vez passada, quando estive em Vitória da Conquista, inclusive ele determinou, via comandante da Polícia Militar, que a polícia não participasse da nossa segurança. Então, quem tem algum preconceito é ele. O governador, caso estivesse aqui, seria muito bem-vindo. Não teria sido, em momento algum, falado algo contra ele ou hostilizado, sei lá o que for, depende dele. Agora, quem está com medo de encarar o seu próprio povo é ele e não eu.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Não, eu não sei. Você tira suas conclusões aí.

 

Jornalista: Karine Paixão, da Grande Rio FM. Em relação ao consórcio do Nordeste, que foi formado recentemente pelos governadores nordestinos, como é que o governo federal observa esse movimento?

 

Presidente: Olha, seguindo o exemplo de Caxias, lá atrás. O Brasil é um só. Não queiram dividir regiões. Como eu disse ali: tem alguns que acham que aquela região é dele e não do povo. Isso não existe, isso não pode existir. O Nordeste é Brasil. Somos um só povo, uma só pátria. Somos 8 milhões e meio de quilômetros quadrados, e ponto final.

 

Jornalista: Bom dia, presidente. João Pedro, da Folha de São Paulo. Eu queria saber se o senhor já escolheu o novo Procurador-Geral da República, quando o senhor deve anunciar, e se o senhor está satisfeito com o trabalho da atual procuradora?

 

Presidente: Olha, eu não vou falar pelo MP atual, não tenho nenhum problema com a senhora Raquel Dodge. Obviamente que o nome será escolhido entre os quase 80 que estão aí à disposição. Temos excelentes nomes. Está sendo muito difícil, sim, bater o martelo por um nome. E pretendo, nos próximos dias, semana que vem no máximo, anunciar esse nome aí.

 

Jornalista: Boa tarde, boa tarde, presidente. Marco Aurélio, da Rádio Jornal Pernambuco. Questionamento rápido. Presidente, qual o planejamento do governo em relação à transposição do Rio São Francisco?

 

Presidente: Acho que a pessoa mais adequada para falar é o Canuto. Canuto, fala aí rapidinho, um minuto, Canuto.

 

Ministro Canuto: A transposição está em andamento. Como o Eixo Leste teve retomado o seu bombeamento, as obras continuam. No final do mês o dique próximo a Negreiros, que estava em obras, finalizará as suas obras, também voltará, iniciaremos o bombeamento do Eixo Norte. E até o final, começo do ano que vem a água chegará a Jati e garantirá o abastecimento da região metropolitana de Fortaleza.

Hoje, com o decreto que o presidente assinou, demonstra a importância estratégica do Projeto de Integração do São Francisco, colocando dentro do Programa de Parcerias de Investimento como estratégico e prioritário.

Além disso, o ministro Bento autorizando o leilão e o presidente colocando que será colocado o Conselho Nacional de Política Energética, a possibilidade de um leilão estruturante, que garante a demanda de energia e, com isso, torna mais atrativa a futura concessão da operação e manutenção do Projeto de Integração do São Francisco, demonstra o esforço que o governo, o presidente Jair Bolsonaro, faz para que não só a obra seja finalizada, mas que a sua operação seja sustentável e que o custo da água que vai chegar aos estados e à população do Nordeste seja viável de ser paga pelos governos dos estados, pela população nordestina.

 

Ministro Bento: (...) só apenas um complemento. Esse decreto que o presidente assinou hoje, nós vamos realizar um leilão de energia para os canais do São Francisco, do PISF, no terceiro trimestre do próximo ano que serão investimentos da iniciativa privada da ordem de R$ 15 bilhões, com geração de 12 mil empregos diretos.

 

Presidente: (incompreensível) Você, por ser mulher, merece mais duas.

 

Jornalista: Obrigada. Presidente, a gente observou...

 

Presidente: Você é da Folha? Ah, você é SBT? Pode, também, mais uma.

 

Jornalista: Na gestão de Michel Temer...

 

Presidente: Cadê a Folha? Desde que não fale que eu não posso mais cortar o cabelo durante o expediente, nem fazer pum, pum, eu permito mais uma pergunta.

 

Jornalista: Na gestão de Michel Temer foi colocada a possibilidade de privatização da Eletrobras e suas subsidiárias, não é? Na sua gestão, como é que o senhor observa isso? É possível pensar também nesse ponto de privatização da Eletrobras?

 

Presidente: Nós vamos… Estamos (incompreensível) uma nova forma até de privatização. O almirante Bento pode falar melhor do que eu. O problema que nós temos no Brasil é que, no passado, estatais foram tomadas por pessoas que não tinham conhecimento muito adequado, com as honrosas exceções, e o Brasil mergulhou numa situação bastante complicada. Então, o objetivo da privatização, de não todas, mas grande parte das estatais, visa, exatamente a eficiência das mesmas e a transparência. Deixei bem claro, com exceções, não é? O pessoal da Chesf aí...

 

Jornalista: Presidente, eu queria insistir nessa questão da capitalização da Eletrobras. A gente sabe que, na prática, está encaminhando para o governo não ter mais o controle acionário da Eletrobras e, consequentemente, da Chesf. Queria que o senhor falasse sobre isso, sobretudo porque os governadores do Nordeste também… tem controvérsia com essa questão (...) Já soltaram carta, no ano passado, relacionado a isso.

 

Presidente: Pessoal, com todo respeito, a grande parte dos governadores do Nordeste são socialistas. Eles gostariam de estar aqui com o Haddad, com o Maduro do lado, quem sabe discutindo outra coisa e não o que nós discutimos aqui, agora. Vocês sabem para onde o Brasil estava indo com esse tipo de administração. Nós temos que acreditar no livre mercado, acreditar no povo, tirar o Estado do cangote do povo, desburocratizar, desregulamentar. Fazer o que os países evoluídos fizeram com a sua respectiva economia.

Agora, eu vi hoje uma matéria na Carta Capital, o Flávio Dino como o melhor governador do Brasil. Pago, das três páginas, uma paga por dinheiro dos governadores do próprio Nordeste, para fazer campanha publicitária na Carta Capital. É o fim da picada, pô. Não é isso que nós precisamos.

E o pessoal dos jornais, aí, com toda certeza, vai ter uma boa notícia durante a semana, aqui, vocês vão gostar, tá ok? Tenho certeza disso.

 

Jornalista: Pode mais uma?

 

Presidente: Para você pode. A saideira.

 

Jornalista: Presidente, o senhor sempre se refere aos governos passados, e o senhor estava ali no palanque, no palco, com um representante do governo Dilma, que foi ministro das Minas e Energia. O senhor fica à vontade? O senhor se sente um pouco constrangido com as críticas que o senhor faz aos governos anteriores, mas tendo um ministro do governo dela no seu… junto com o senhor, numa solenidade?

 

Presidente: Olha, teve gente da minha família que votou no Lula lá atrás. Eu vou agora dar  um cartão vermelho para esse parente meu? Serviram às vezes porque aquilo era o governo. Como, por exemplo, talvez o futuro PGR tenha uma foto dele com alguém alguém do PT, no passado. Algum problema? Eu também já tive foto com esses caras. Eu já dormi no mesmo quarto que o Genoíno, numa viagem ao (incompreensível), nem por isso eu me contaminei. Agora… E nem teve nada demais também, não, fiquem tranquilos aí, tá? Até porque eu e ele somos bastante feios.

Então, aqui… E eu sou, como cristão, acredito na recuperação de muitas pessoas. Agora, se essa pessoa for continuar agindo como agia no… como porventura, talvez tivesse agido no passado, daí a gente tomaria uma decisão, não é? No tocante a ela permanecer ou não. Fora isso, o Bezerra já esteve no governo… Você esteve também, do PT? Então, já votou alguma proposta do Lula, da Dilma. Eu também já votei, algumas já votei também, sem problema nenhum. Não devemos desunir o Brasil. Queremos unir o Brasil. Mais alguma coisa aí? Você é da Folha? 

 

Jornalista: Da Globo.

 

Presidente: Ô, parabéns pela manchete do O Globo, heim? Cento e dois parentes no meu gabinete. Mas nem se eu fosse, tivesse como ídolo o Deus Príapo eu conseguiria fazer tudo isso aí. Mas está bem, continue.

 

Jornalista: Presidente, o ministro da Economia, ministério, está cogitando, vai propor, na verdade, uma emenda constitucional para transferir recursos dos fundos regionais, para aumentar em 50% as verbas do Fundeb. Eu queria uma análise do senhor dessa iniciativa.

 

Presidente: Olha, também tem propostas desses fundos, em parte, atender os estados. Nós estamos com um problema de caixa enorme. Nós não podemos abandonar a educação. Sentimos muito quando somos obrigados a contingenciar alguma coisa. Agora, fundos que estão aí, que podem ser utilizados para um bem, como é a educação, em havendo - você falou bem, não é? - Proposta de Emenda à Constituição e o Parlamento concordando, obviamente, a gente vai fazer uso desse recurso.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Não, começa amanhã. Já tenho um bom relacionamento com o Rodrigo Maia, parabéns a ele pela condução dos trabalhos, extensivo a todos os deputados e, agora, os senadores, não é?  Se Deus quiser, semana que vem, já começa a trabalhar na Nova Previdência. Nós somos obrigados a fazê-la. Eu tinha uma opinião diferente da reforma da Previdência. Quando eu vi números na minha frente, eu caí para trás. E os números não mentem, não é?

Nós, daqui a um ou dois anos, no máximo, se nada fizermos, o Brasil para, trava. Se essa proposta não for para frente a nossa economia começa, aí, a entrar num círculo vicioso negativo que a gente não sabe onde vai parar. E todos sofrerão, cada categoria, todo mundo está perdendo, uns menos, outros mais. Está contribuindo para que o Brasil realmente decole, porque acredito que ninguém tem, até entre os políticos aqui, um plano B para a reforma da Previdência.

E digo mais, a reforma da Previdência é praticamente como é uma quimioterapia: você tem que fazer. Vai dar certo? Eu acredito que sim, mas não temos outra alternativa.

 

Jornalista: Presidente, o senhor pretende voltar muitas vezes ao Nordeste (...)?

 

Presidente: Se você me convidar, pô, uma buchada de bode, alguma coisa...

 

Jornalista: Não, eu sou jornalista, trabalho em Brasília.

 

Presidente: Depende da oportunidade. Eu vou estar, agora, no interior de São Paulo, amanhã. Tenho viagem marcada, para onde mais? Para o Rio de Janeiro também, agora em agosto, pras Paraíba também, para Parnaíba e também para… Parnaíba é Piauí, e Campina Grande, Paraíba. Vamos lá ver como vou ser recebido entre os paraibanos. Tenho certeza que serei muito bem recebido, como sou em qualquer lugar do Brasil.

Agora, pessoal - está todo mundo aqui -, a gente não pode mais contar uma piada, no Brasil. Na campanha, eu estava no aeroporto, chegou um cara do Piauí para mim: “Ô, Bolsonaro, tudo bem?”. Eu falei: “Opa! O Piauí fica aonde, na Ásia?”. Tinha alguém filmando atrás. Arrebentaram comigo no Piauí. Não posso mais contar piada de cabeçudo, contar piada de goiano, de gaúcho, de cearense cabra da peste. Não pode mais contar piada, não pode ter uma liberdade mais nesse País. Não pode brincar mais, tudo é politicamente incorreto. Agora, se alguém falar que você está denegrindo a imagem de alguém, isso é racismo. Onde é que nós vamos chegar? Ficar mudos? É isso que vai salvar o Brasil? Preconceito, um idiota que tenha, a própria sociedade que está do seu lado afasta do convívio.

A decisão de há pouco, de tipificar o homofobia como racismo… Eu estou numa pelada, nós dois, um entra com uma voadora no pescoço do outro, o que acontece? O outro fala: “seu maricón”. Pronto! Três anos de cadeia. Não posso falar “maricón” mais. Onde nós vamos chegar? E a nossa alegria de viver, um país maravilhoso como esse.

Quem está nos dividindo? Essa esquerdalha canalha, branco e negro, Nordeste e sulista, nordestino e sulista, pai e mãe, patrão e empregado, homem e mulher. Dividindo o Brasil. Para quê? Para governar. E agora alguns, a maioria dos governadores, o Nordeste e o resto. Vocês querem fazer disso aqui uma Cuba? Porque a educação que eles destinaram à garotada, ao longo dos anos, nós temos demonstrado, através do Pisa, que está horrível, está piorando cada vez mais.

O PT dobrou os recursos com a educação e a qualidade caiu. Não se forma, em grande parte, ou em parte considerável, bons profissionais nas universidades. Formam-se militantes. Daí eu falo que dinheiro público não é para fazer filme com a Bruna Surfistinha, dizem que eu quero censurar. Eu não quero censurar nada, pô. Faz da Bruna Surfistinha, do Jece Valadão, (incompreensível), seja lá o que for. Agora, com o dinheiro público não.

O governo mudou. É um governo conservador, que respeita a família, que não quer sacanagem em sala de aula, que respeita as religiões, que tem consciência que o Estado é laico, mas eu cristão e ponto final. E mudou. E eu quero o bem do Brasil. Estamos fazendo um bom trabalho junto ao Parlamento brasileiro. O que que nós queremos? Que o Brasil vá para frente, pô. E como é que vai para frente? Usando, aqui, as pessoas de bem no Brasil, não só para compor o nosso Ministério, nossas prefeituras, nossas governadorias, está certo? Mas pessoas que invistam. Tem inteligência nessa obra aqui do lado, aqui, da plataforma aqui, inteligência.

Falei lá dentro de uma menina, afrodescendente, que está na Inglaterra, ultimando ali a peneira de grafeno, que vai dessalinizar a água do mar. Já imaginou que maravilha? Uma água de poço artesiano, que é salobra, deixar de ser? Quanto nós vamos pagar por essa tecnologia? Falam tanto em igualar todo mundo, querem igualar por baixo, na verdade. Mas uma pessoa como essa tem que ser trazida para o nosso meio, como estamos buscando contato, para que nós possamos investir nela.

Queremos o nosso Vale do Silício, que seria o Vale do Grafeno, ou o Vale do Nióbio, não é? Em algum lugar do Brasil, que a gente possa juntar os pólos de desenvolvimento que nós temos num só e desenvolver o Brasil. Quando acabar o nosso commodity a gente vai viver do quê? De capim? Só vai ter capim para a gente comer. Deixa acabar, aí, o nosso minério, exaurir a nossa terra. E alguns querem vender terra para estrangeiro ainda, não é? Vamos abrir mão da nossa segurança alimentar. A gente vai viver do quê? De capim? Todo mundo igual. Já que falam tanto, a Folha, que falei palavrão, deixa eu falar de novo: viver todo mundo igual, na merda. É isso que queremos? É isso que grande parte da imprensa quer?

O papel da imprensa é excepcional. Vai continuar vendendo manchete. Ontem, 80% do Jornal Nacional, 102 parentes. Tenha vergonha na cara! Família Marinho, aí, estão os filhos lá, na imprensa. Não me fala que é particular, que não é não, porque é concessão pública.

É comum a gente, quando está do lado, ali, e alguém vai embora, botar alguém do círculo de amizade dos que estão ali no seu gabinete. Agora, botam na minha conta 102? Como se eu fosse o maior nepotista do mundo. Não botaram a minha esposa por quê? Bota a minha esposa, ela trabalhou na Câmara comigo. Porra, bota lá, porra. Agora, foi empregada comigo quando a gente estava namorando. Quando eu casei, alguns meses depois foi embora. Lá atrás deram porrada em mim. Bota agora de novo. Ou filho de político agora tudo é vagabundo, sem vergonha, não presta?

Se o filho de vocês, não vocês que estão aqui, não é? Se o filho dos editores, donos da imprensa, não presta, tirem ele do negócio de vocês, pô. Deixa de ficar do teu lado, te assessorando. Agora, cada pai agora é obrigado, o pai que planta, por exemplo, aqui, manga. O filho dele vai aprender o quê? Mexer com manga. Ele tem que sair dali e ir plantar abacaxi porque ele não pode, porque é nepotismo? Larga de idiotice, pô. Larga de frescura, nessa questão.

E o parlamentar que, porventura, bota parente ali, para ter outra vantagem que não seja o bem do serviço, esse cara vai ter que ser alijado. Não estou defendo o fim do nepotismo, não, fiquem tranquilos, está ok?

Se Deus quiser, meu filho está indo para os Estados Unidos agora, o 03. Não é fritador de hamburguer apenas, não é? Ele também entrega pizza - pode escrever “entregar pizza” - e fala inglês, fala espanhol, é policial federal concursado, é advogado, passou na OAB, esteve agora nos Emirados Árabes. Ele inclusive falou lá, com sheiks, sobre compra de KC-390. Já tem imbecil falando que “ele não é diplomata”. Qualquer um de vocês que for para o exterior, vocês podem vender o bom nome do Brasil, falar da manga de Petrolina. Apesar de você nunca ter pego uma enxada e plantado nada. Nós temos que vender o bom nome do Brasil aí fora. Não ficar com essa mesquinharia.

Alguém acha que eu ia indicar meu filho para uma embaixada tão importante, que é a dos Estados Unidos, para pagar vexame? E, mais ainda, o embaixador é um cartão de visita. Ele é amigo da família Trump. Querem melhor do que isso? Imaginem se o Macri tivesse um filho embaixador no Brasil, querendo falar comigo? Eu ia falar o quê? Semana que vem eu te atendo? Vem para cá imediatamente. É o filho do presidente Macri, filho do Marito, do Paraguai, do Piñera, do Chile, ou seja quem for.

Vamos parar com essa história, essa bobeira. A campanha acabou para a imprensa. Eu ganhei. A imprensa tem que entender que eu, Johnny Bravo, Jair Bolsonaro, ganhou, porra. Ganhou, porra! Vamos entender isso. Vamos trabalhar juntos pelo Brasil. O trabalho de vocês é excelente, desde que seja bem feito. É muito importante para o futuro do Brasil. Posso ir embora?

 

Jornalista: Presidente, o senhor acha que o seu filho vai conseguir dizer “não” ao governo dos Estados Unidos sendo, como o senhor acabou de dizer, amigo do presidente Trump, da família Trump?

 

Presidente: Pior se fossem os filhos de petistas, que diziam “sim” para Cuba e para a Venezuela o tempo todo, está ok? Obrigado aí.

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