Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, após Cerimônia de Liberação de Trecho (47 Km) de Duplicação da Rodovia BR-116 - Pelotas/RS
Pelotas-RS, 12 de agosto de 2019
Jornalista: Presidente, o senhor pode falar novamente para a gente aqui, sobre a importância dessa duplicação do trecho, dos 47 km, aqui da 116?
Presidente: Olha, nós determinamos que, na medida do possível, não deixaríamos obras inacabadas, essa é uma delas, é prioridade. Tanto é que hoje de manhã há vários parlamentares lá no aeroporto, em Brasília, recebi um telefonema do Paulo Guedes, está difícil, mas arranjou mais 100 milhões para 55 km, para mais 55 Km, para ver se a gente... nesse trecho, aí de Pelotas a Porto Alegre, seja logo concluída sua duplicação.
Jornalista: Rádio Acústica FM, presidente, aqui ó. Eu queria uma informação do senhor, do Tarcísio. É a respeito sobre o evento de nós usarmos a Lagoa dos Patos, a parte lacustre para gerar novos negócios?
Ministro Tarcísio: Lagoa dos Patos, faz parte do que a gente chama de Hidrovia do Sul. A gente vai priorizar dragagem da Lagoa dos Patos, assim como no Taquari. Vamos refazer as eclusas que estão com problema, isso é uma coisa que a gente já está combinando recurso inclusive, com a bancada do Rio Grande do Sul, para fazer com que o transporte hidroviário aqui, que é importante, tem uma relevância, continue tendo mais relevância ainda. Então, a gente tem um potencial muito grande para ser explorado e vamos investir, tanto no Rio Taquari, quanto a Lagoa dos Patos.
__________: Ele já está constitucionando o Porto de Estrela e o Porto de Charqueadas, no Rio Jacuí e outras mais vão vir.
Jornalista: Bom dia, presidente. Vitória, do Jornal Tradição. Eu gostaria de saber sobre a questão da educação. Aqui na região nós temos a Ufpel, que é grande... os gaúchos têm grande benefício. Como está a questão da negociação aqui, da questão do corte de verbas?
__________: Bom primeiro não houve nenhum corte. O governo fez apenas contingenciamento. O que é isso? Guardar para prover, ou seja, ao longo do exercício até dezembro, as verbas devem ser realizado, de custeio, integralmente.
Jornalista: Presidente, Renata do (...), tudo bem? Gostaria de uma pergunta relacionada então, ao assunto de hoje, que é a rodovia. Seria o Exército, então, após 12 anos aí na luta, o grande responsável, claro, no seu governo, para que fosse então concluída essa obra?
Presidente: Olha, é um dos agentes para conclusão desta obra. Porque nós nos socorremos do Exército? Eu, Tarcísio, por coincidência somos capitães do Exército. É a certeza que a obra será concluída no prazo certo, ela tem muito mais previsibilidade, sem qualquer discriminação com as demais empreiteiras e também fica mais barato, porque a mão de obra está aí. E é isso que nós buscamos nessas parcerias com o Exército. Assim como, a BR-163 que é importantíssima para escoar pela via rodoviária, os commodities produzidos no Centro-Oeste.
Jornalista: Presidente, o senhor vem mencionando a questão do cenário político na Argentina. O senhor teme que o Rio Grande do Sul vire uma nova Roraima?
Presidente: Olha, o que eu quis dizer com isso daí? Você, como você perguntou, deve saber o que está acontecendo com Roraima. Está recebendo um aporte muito grande de refugiados, que estão fugindo da ditadura e da fome. Por quê? Dado a um socialismo que deu certo com Chávez e com Maduro. A volta da Cristina Kirchner ali, o meu entendimento, é que estará a Argentina no caminho da Venezuela e nós não queremos nossos irmãos argentinos fugindo para cá. Nós queremos que nossos irmãos argentinos progridam, sejam prósperos e preservem o que há de mais importante em nosso meio, que é a nossa liberdade. Então, eu torço para que a velha política do Folha de São Paulo, de Cristina Kirchner, de Dilma Rousseff, de Chávez, de Maduro, de Fidel Castro, que já se foi, não volte a renascer aqui na Argentina.
Jornalista: Presidente, Eduardo Matos, da Rádio Gaúcha, aqui. Duas perguntas. O senhor já definiu o nome do novo procurador-geral da República? E outra, qual o encaminhamento que senhor já tem definido, pelo menos em parte, em relação à reforma tributária?
Presidente: Olha só, PGR, é uma pessoa importantíssima, é o chefe lá do MP, fiscal da lei. E nós não podemos ter um chefe do MP que não esteja alinhado com o desenvolvimento do Brasil. Você pode ver, obras, nós temos lá Porto Velho-Manaus. Temos problemas ambientais que o MP vem criando situações que dificulta a retomada de projetos como esse. Questão indígena, estamos aí há 6 anos, não começou comigo, começou lá atrás, buscar construir um linhão de Manaus a Boa Vista. Questão indigenista. Um MP que se preocupa em combater a corrupção mas, também, infraestrutura, não seja um xiita ambiental, que entenda as questões de minoria com a importância que ela tem que ter e não como supervalorizada. Um MP que seja chefe desse órgão importante e pense, e trabalhe para que o Brasil vá para frente. A questão da outra, o que que é?
Jornalista: Reforma tributária.
Presidente: Olha só, tem uma proposta na Câmara, tem uma no Senado e tem a nossa. O que eu tenho falado, eu convenço os ministros muitas vezes, eu não imponho muitas vezes, de vez em enquanto obrigado impor uma coisa outra. Acontece, “Não, Onyx, tem que dar uma de capitão aí”, porque há o confronto, a gente discute, discute, discute, não é? E pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão. Daí, a gente decide essa questão. Então, você perguntou a reforma tributária. Nós temos a nossa já bastante adiantada com o Paulo Guedes. Nós queremos tratar, nós, o Executivo, tratar a reforma tributária federal. Tem aqui a do Heinz, aqui, que no Senado tem uma também, tem uma na Câmara, todas... E eu sou talvez o mais velho de Câmara aqui, tenho 28 anos de Câmara, toda vez que se tentou uma reforma tributária envolvendo os entes da Federação, União, estados e municípios, não saiu do papel.
Jornalista: Presidente, Adilson, Jornal Tradição Regional. Qual a importância que o senhor vê a zona sul do estado, Pelotas e a região do desenvolvimento dessa região e do Brasil, no Sul do Brasil, onde que vem sendo da região que mais sofreu em falta de infraestrutura e investimento dos últimos anos?
Presidente: Olha, falta de infraestrutura é pela roubalheira que tínhamos no Brasil. Assalto, assalto, quase assalto a mão armada. Olhe o que a aconteceu com a Petrobras, com os Fundos de Pensões, com o BNDES, quase meio trilhão entregue para ditaduras e para amigos do rei aqui dentro. Então, e por isso faltou dinheiro aqui dentro. Pegamos um Brasil arrebentado econômica, moral e eticamente, estamos tentando reconstruí-lo. Em havendo recurso, nós, como disse agora há pouco, vamos manter todas as obras vivas para que elas sejam concluídas e não fiquem paradas.
Jornalista: Presidente, Ana Paula, da Assessoria da Unidade Local aqui do Denit. Talvez do ministro Tarcísio também pode nos apoiar. Além da BR-116 e do Contorno de Pelotas, temos o lote 4 também, que é o acesso ao Porto de Rio Grande. Temos alguma novidade a respeito desse projeto?
Ministro Tarcísio: Não, nós vamos trabalhar no acesso a porto de Rio Grande, na duplicação. Aliás, é bom que se diga que estamos fazendo agora a dragagem no Porto de Rio Grande, a gente deve concluir dragagem em setembro, outubro. Então, o acesso para nós é importante, a gente já está combinando com a bancada também, esse investimento. Nós vamos fazer uma duplicação na chegada do porto, na chegada de terminal de container. E seguir, tanto com o contorno de Pelotas, como com a duplicação da 116.
Presidente: Quando fala em terminal de container, vale a pena. Há anos o terminal de container aqui no Paraná, se não me engano, não sai do papel por quê? Precisa agora, também, de um laudo ambiental da FUNAI. O cara vai lá, se encontrar - já que está na moda - um cocozinho petrificado de índio, já era. Não pode fazer mais nada ali. Temos que acabar com isso no Brasil. Integrar o índio à sociedade e buscar o progresso do nosso País.
Deixe bem claro: não vou me imiscuir na questão da Argentina. Estou dando uma opinião, aqui, pessoal, com visão, com o passado que eu tenho, da questão ideológica no Brasil, que a gente espera que não aconteça na Argentina.
Jornalista: Presidente, Lennon Haas, da Rádio Camaquense. As obras começaram sete anos atrás, mas somente agora estão sendo entregues esses primeiros 47 quilômetros. O que o senhor considera que o seu governo está fazendo de diferente dos anteriores, para o progresso dessas obras?
Presidente: Não meter a mão, não petralhar, não roubar, não acertar com empreiteiras escondidinho para lá e para cá, não dar propina em caixa de não se do quê, não depositar dinheiro em paraíso fiscal. Basicamente é por aí. É um País riquíssimo. Eu tenho dito, sempre: olhe o que Israel não tem e vejam o que eles são; olhem o que o Brasil tem e vejam o que nós não somos. Falta isso apenas.
Não vou dizer que meu governo está imune à corrupção. Pode acontecer um caso? Pode. Mas se acontecer vai ser voadora no pescoço, pode ter certeza disso.
Jornalista: Presidente, Igor Garcia do Portal Gazeta Regional online. O senhor (falha no áudio) final do seu mandato a entrega dos 211, (...) quilômetros da duplicação da BR-116?
Ministro Tarcísio: Vai ser bem antes, é?
Presidente: Quando tu acha que vai acabar meu mandato, em que ano? Que ano você acha que vai acabar meu mandato? Olha o petralha aqui.
Jornalista: Presidente, por gentileza. Quando o senhor faz declarações e até mesmo respostas com tom irônico e tudo o mais, o senhor acredita que isso não pode ajudar ainda mais a polarizar o País? Como o senhor visualiza isso?
Presidente: Não entendi, as minhas respostas…
Jornalista: As suas respostas com tom irônico…
Presidente: Olha, você quer que eu seja o quê? Um vaselina? Um politicamente correto? Ouo - desculpa aqui, tá? - um insentão? “Ah, salvo melhor juízo e…”. Não, a resposta é direta. Fui eleito assim, não vou fugir à minha característica, com todo respeito que eu tenho a todo mundo.
Quando falei a questão do cocô, foi uma resposta - não é você nã, tá? - a uma pergunta idiota de um jornalista lá em Brasília. O idiota perguntou para mim, depois de eu ter explicado que o mundo cresce 70 milhões de habitantes por ano, o Brasil cresce um pouco mais de 2 milhões de habitantes por ano, não dá para plantar na lua, nem em marte, não é? Assim como não dá para estocar vento, tá? E eu respondi o seguinte: é só você cagar menos que, com toda certeza, a questão ambiental vai ser resolvida. Isso que eu respondi para ele.
Agora, não é compatível com o presidente, vote no outro, em 2022. É muito simples. Muito obrigado aí.