Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, após Cerimônia de troca da Grande Guarda Presidencial -Brasília/DF
Brasília/DF, 31 de julho de 2019
Jornalista: Agora?
Presidente: Agora, daqui a 20 minutos.
Jornalista: Qual vai ser o teor da conversa?
Presidente: Com o ministro? Vai ser daqui a pouco.
Jornalista: E quais assuntos?
Presidente: Ele é o futuro presidente do Supremo. Tenho que começar a namorá-lo a partir de agora.
Jornalista: Decisão de PGR, alguma coisa assim?
Jornalista: Sobre o namoro com os Estados Unidos, fala um pouquinho para a gente.
Presidente: O (...) a partir de 30 minutos. Vai continuar a conversa com o Paulo Guedes. Nós estamos nos aproximando.
Jornalista: O Flamengo vai ganhar do Emelec hoje.
Presidente: Depois daquele elogio do Trump de ontem, pô, eu estou cada vez mais apaixonado por ele também. Não é só por você não, Délio, é por ele também, tá?
Jornalista: Presidente, fala um pouquinho sobre a novidade.
Presidente: Ahn?
Jornalista: (inaudível)
Presidente: Novidade de quê?
Jornalista: O senhor falou que tinha uma novidade sobre o desmatamento.
Presidente: Dele, nós estamos analisando os dados do INPE. É o Ricardo Salles e Marcos Pontes estão analisando aqui.
Jornalista: Mas vai sair pelo ministério?
Presidente: Deve sair hoje a resposta, aí.
Jornalista: Estavam errados os dados?
Presidente: Olha, suspeita de desmatamento é uma coisa, desmatamento é outra.
Jornalista: Mas os dados do INPE...
Presidente: Olha só, que que é a suspeita? Eu suspeito que você… Está satisfeita? Vocês cansam de fazer isso na imprensa. É suspeita. E nós temos que casar os dados. As informações têm que ser precisas para vocês. Não pode ser. Um fazendeiro da Amazônia, por exemplo, ele tem uma reserva de 80%. Aqueles 20%, ele está anos sem usar, quando ele desmata, porque cresce mato, o INPE não pode dizer que aquilo é desmatamento, é suspeita. Tem que ir lá alguém do Ibama e comprovar. Não pode jogar esses números. É o que eu disse, vale a pena falar: você gasta em média 200 reais de conta de luz por mês, se pinta 400, tem alguma coisa errada. O que está errado? Está certo?
Jornalista: (inaudível)
Presidente: Olha, os dados vão ser compilados agora. Não é hoje, já está sendo feita, vai ser discutido com todo mundo, para passar os números exatos. Esses números errados, como o Lula falava lá atrás, tinham 30 milhões de crianças na rua, atrapalha a gente. Ou nós aí, o Trump ontem falou da aproximação conosco. Quem sabe um acordo semelhante à União Europeia. Então, atrapalha a gente.
Jornalista: (inaudível)
Presidente: Não, mas (...). Já, já.
Jornalista: (inaudível)
Presidente: Tá tudo certo. Não, tá… Nós queremos é a verdade, só isso. Não vou dizer se está errado ou não, estamos analisando.
Jornalista: E a reunião com o representante americano, o que que foi...
Presidente: Foi excelente o encontro com ele. Falou do interesse dos Estados Unidos. Está seguindo a linha que eu já conversei com o Trump lá atrás. Nós não podemos… Eu acho que o nosso comércio, dois países que têm um pouco mais de 500 milhões de habitantes, o comércio está muito fraco.
Jornalista: A impressão que ele deixou, lá em São Paulo, é de que os Estados Unidos está muito preocupado com esse acordo Mercosul-União Europeia. Ele chegou a tocar nesse assunto?
Presidente: Lógico que tocou. Todo mundo está preocupado com algumas armadilhas, não é? Todo mundo está preocupado com isso daí, que talvez possa ter, no acordo do Mercosul, que tenha algum problema assinar um acordo com os Estados Unidos. Todo mundo… Isso aí vai em cima até da questão de inteligência, não é?
Jornalista: (inaudível)
Presidente: Que você tem que se preocupar com isso daí. Você tem que saber se porventura há armadilhas ou não há, a gente parte do princípio que não haja.
Jornalista: (inaudível)
Presidente: Tem. Já demos mais um passo no Japão, Coreia do Sul. A Bolívia está conversando conosco, o Evo Morales está sinalizando muito bem. Não participou do Foro de São Paulo, entregou o Battisti, quer comprar um KC-390 nosso, quer agilizar a questão aduana lá com Rondônia. O próprio Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, já deu um sinal aí, que a Venezuela não é o sonho que eles tinham no passado. Está indo bem as coisas, tá ok?
Jornalista: A França pode retaliar o Acordo, Presidente?
Presidente: Ah, não sei. Você fala “pode”. Não, eu não sei. Não tem nenhum problema com a França. A França tem interesse comercial conosco, todo mundo tem.
Jornalista: O impeachment no Paraguai...
Presidente: Lá você sabe como funciona, não é? Lá é muito rápido o impeachment. Ontem conversei com o Silva e Luna, o presidente da parte brasileiro de Itaipu. Estamos resolvendo esse assunto. Pode deixar que, com toda certeza, o Marito vai ser reconhecido pelo bom trabalho que está fazendo no Paraguai.
Jornalista: Ele tem apoio do Brasil?
Jornalista: (inaudível)
Presidente: Estamos começando o acordo. Estamos um olhando para o outro ainda, não é?
Jornalista: Muito no começo, não é?
Presidente: Tá, está no começo. Está.
Jornalista: (inaudível)
Presidente: Nós passamos praticamente 15 anos com o Mercosul voltado como um instrumento ideológico, para fazer a grande América do Sul bolivariana. E estamos desfazendo isso daí.
Jornalista: Sobre o presidente do Paraguai, o senhor vai manifestar algum ato de apoio? Amanhã vem uma comitiva do Paraguai (...)
Presidente: Eu acho que não está previsto conversar comigo. Olha, nosso relacionamento com o Paraguai é excepcional, excelente. E estamos dispostos a fazer justiça nessa questão de Itaipu Binacional, que é importantíssimo para o Paraguai e muito importante para nós também.
Jornalista: O Brasil deve ceder, então, nesse caso?
Presidente: Não, não é questão de ceder. Qual é o acordo lá atrás? Não é meio a meio? A princípio é por aí. Algumas pequenas derivações a gente acerta. Tá ok? Valeu, pessoal. Obrigado.