Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, após o almoço com os Oficiais-Generais da Aeronáutica - Brasília/DF
Brasília/DF, 22 de julho de 2019
Jornalista: Presidente, algum avanço aí nas investigações, no caso do avião…?
Presidente: Não, nós ainda não, nossa equipe não foi para a Espanha. Já foi feito o contato, (...) nos deve atualizar e daí (...) manda um pessoal para ouví-lo.
Jornalista: A conversa hoje aqui com o pessoal …
Presidente: Vários assuntos. É aniversário do chefe (...), o brigadeiro Botelho. Ele colocou agora no seu comando aqui uma reunião semestral com todos os brigadeiros. Conversei com o brigadeiro Damasceno, demos mais um passo no Colégio Militar de São Paulo, se Deus quiser o faremos no Campo de Marte, o maior Colégio Militar do Brasil. E no mais foi amenidades, uma confraternização.
Jornalista: Indicação do filho do senhor para a Embaixada está confirmada?
Presidente: Aguardo o retorno dos Estados Unidos.
Jornalista: Ainda não deram?
Presidente: Não, não.
Jornalista: Já foi enviado um (...)?
Presidente: Foi. Eu acho que já foi.Não tenho certeza não.
Jornalista: E sobre contingenciamento, presidente? Já está definido o ministério?
Presidente: Todos nós, todos os ministérios estão com dificuldades. Temos conversado com Paulo Guedes nesse sentido. Nós não podemos avançar a Lei de Responsabilidade Fiscal, o orçamento que nós herdamos. Agora, o próprio Paulo Guedes já vem dizendo que a economia já dá sinais de recuperação. Obviamente, andando a nova Previdência e isso no nosso entendimento será uma realidade.
Jornalista: O senhor vai para o Nordeste amanhã, o senhor acha que pode haver alguma reação em relação às declarações do senhor no final de semana ?
Presidente: Você reparou que o pessoal sempre fala Nordeste como se fosse um outro país. O Nordeste, Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul é um país só. Estamos indo, sim, para a Bahia amanhã, inauguração do aeroporto, sem problema nenhum.
Jornalista: Vai para algum outro estado, além da Bahia?
Presidente: Eu nem sei se tem mais viagem esta semana. Tem mais duas viagens esta semana, tem mais duas. Goiânia e talvez sábado eu vá na formatura na Brigada Paraquedista.
Jornalista: FGTS, presidente (...)
Presidente: Hoje comecei rapidamente com Paulo Guedes, acredito que nos próximos dias ele vai definir o desenho final do FGTS.
Jornalista: Incompreensível
Presidente: Não, não sei. Olha, eu não falei que ia acabar com a multa. Até porque não tenho poder para isso. Passaria pelo parlamento,não existe isso aí.
Jornalista: Mas os senhores trabalham com a ideia de (...)
Presidente: Não, não, não, não enviei nada. O que acontece? O Paulo Guedes está ultimando também a sua reforma tributária, que mexe com impostos federais apenas. É isso que está bastante avançada por parte dele. Semana que vem temos nova reunião de ministros, esse assunto com toda certeza vai dominar a pauta da reunião de ministros.
Jornalista: Presidente, greve dos caminhoneiros, presidente?
Presidente: A greve dos caminhoneiros, começamos a trabalhar desde ontem à tarde para noite, foi até meia-noite reuniões. Hoje de manhã novas reuniões, mais pessoas envolvidas. E o Tarcísio passou a ser o homem da negociação. Eu tive informes, que não são informações, que estaria resolvido o caso. Dei algumas diretrizes, outras determinações da reunião que participei hoje de manhã e nós temos que, mais o que ter a capacidade de se antecipar problemas, não é? Deve estar muito bem informado, em especial por parte do GSI, que o nosso lado de informações está lá, para tomarmos decisões adequadas, do futuro, para o futuro do Brasil.
Jornalista: (...) suspensão da tabela do frete pelo ministro?
Presidente: Não, olha só. Ele tem carta branca, foi tratada para negociar essa daí. Eu não tinha informação agora, parece que aconteceu em poucos minutos atrás. E se ele revogou nova tabela, é decisão dele. Todo nosso governo apoia a decisão tomada nos limites dado ao ministro Tarcísio.
Jornalista: Com relação ao Conselho de Política sobre Drogas, houve uma, enfim, exclusão de especialistas do Conselho…? Já existem algumas críticas nesse sentido?
Presidente: Como regra, a gente não pode ter Conselho que não decide nada. Dada a quantidade de pessoas envolvidas, a decisão é quase impossível de ser tomada. Então, nós queremos enxugar os Conselhos, extinguir a grande maioria deles, para que o governo possa funcionar. Não podemos ficar refém de Conselhos. Muitos deles por pessoas indicadas por outros governos, vamos respeitar o prazo, tudo bem. Mas que tinha uma mentalidade diferente no tocante a drogas. O meu governo é contra a descriminação das drogas, é diferente a nossa proposta. E governos anteriores que eram favoráveis ou eram em cima do muro.
Jornalista: (...) os cafés da manhã com os jornalistas vão continuar e o senhor está satisfeito com o trabalho do Rêgo Barros?
Presidente: Sem problema com o Rêgo Barros. Grande maioria quer que acabe o café, conversa nossa. E eu pretendo manter isso daí.
Jornalista: Presidente, sobre os diálogos que mostram o Deltan Dallagnol falando sobre o processo envolvendo o filho do senhor, Flávio Bolsonaro. O que que o senhor achou desses áudios?
Presidente: Primeiro vamos esclarecer. Houve um estardalhaço na mídia em três momentos. Em primeiro que ele teria pego um milhão de reais e pago uma dívida com a construtora. Está constatado, documentado, quem pagou a dívida foi a Caixa Econômica Federal. Então, o primeiro escândalo está afastado. O outro depósito de 2.000 reais, para fugir do COAF. Esse depósito feito por envelope, o limite é de 2.000 reais. Eu não sei quantas, talvez alguns milhões de depósitos são feito por semana nesse sentido. O outro, alguns imóveis que comprou na planta e está pagando a mensalidade e um tempo depois vendeu. O MP Estadual do Rio Janeiro disse, levou em conta, que aqui o valor total da, do preço estimado (...), não é verdade, está sobrando apenas ouvir o Queiroz.(..)
Jornalista: Presidente, sobre a questão do desmatamento (...)
Presidente: Olha, o que acontece? Eu estou acostumado com hierarquia e disciplina. E um governo, eu sei que a grande maioria são civis, nós devemos no mínimo, ter isso também no mínimo. Então, quando o INPE detecta um dado qualquer, ele não tem que subir esses dados. No caso o ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, antes passando pelo Ibama, para divulgar. Não pode na ponta da linha alguém simplesmente resolver divulgar esses dados, porque pode haver algum equívoco, pode. E nesse caso, como divulgou, há um enorme estrago para o Brasil. A questão ambiental, o mundo todo leva em conta. Outros países que estamos negociando a questão do Mercosul ou até uns acordos bilaterais, nos dificulta com a divulgação desses dados. Então, tem que ter responsabilidade e, no meu entendimento, houve um percentual muito grande de desmatamento. Então, você pega os dados, você compara levando-se em conta cinco dias, que é de cinco em cinco dias ou um prazo de uma hora ou menor, a pessoa conduz para aquele lado. Então, o que nós queremos é isso. Aí o chefe do INPE vai ser ouvido sim pelos ministros, para conversar com ele, para que…. Isso não pode continuar acontecendo. Você pode ver, é mesma coisa que um sargento aqui, um cabo, passa para frente uma notícia, sem passar pelo capitão, coronel ou brigadeiro. Não está certo isso daí.
Jornalista: Você defenderia que esses dados não deveriam ter sidos divulgados no momento?
Presidente: Você pode divulgar os dados, mas tem que passar pelas autoridades, para não ser surpreendido. Até por mim, eu não posso ser surpreendido com uma informação tão importante como essa daí. Eu não posso ser pego de calças curtas, por aí como acabei de falar para vocês. As informações têm que chegar o nosso conhecimento, de modo que nós possamos tomar decisões precisas em cima das informações e não ser surpreendido.
Jornalista: Mas então foi precipitada a declaração do senhor de que as informações do INPE não eram verdadeiras?
Presidente: Olha, levando-se em conta até a época são exageradas. (...) sendo exageradas, você pode adjetivá-las da maneira que você achar melhor.
Jornalista: Obrigado, presidente.