Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, após reunião com o ex-presidente George W. Bush - Dallas/EUA
Dallas/EUA, 15 de maio de 2019
Presidente: Foi um encontro bastante cordial. Você, obviamente, tem algumas experiências. É uma pessoa bastante alegre, muito simpática, muito receptiva à nossa visita. E deu sinalizações muito grandes que tem uma grande simpatia e respeito pelo Brasil.
Jornalista: O que o senhor tratou com o ex-presidente Bush?
Presidente: Assuntos os mais variados possíveis. Logicamente é tradição dos ex-presidentes não se envolver na política atual, nem, criticar ou elogiar o presidente de momento, não é? Mas o que ele nos falou mostra uma democracia bastante amadurecida aqui, gostaríamos que isso chegasse ao Brasil, de modo que é uma continuidade de governo, não é? É uma América grande, é o país deles, e realmente sendo protagonista das políticas, em especial econômica, no mundo todo.
Jornalista: O senhor tem um jantar à noite com o governador, com o prefeito?
Presidente: Sim, já temos várias autoridades hoje, amanhã tem mais uma parte do evento. E essa vinda aqui nossa é demonstrar, cada vez mais, o nosso profundo respeito e interesse de cada vez mais se aproximar dos Estados Unidos, na área econômica, direitos humanos...
Jornalista: Presidente, o que o senhor procurava quando pediu o encontro com o ex-presidente Bush? O que o senhor disse para ele? Qual era a sua intenção com esse encontro?
Presidente: Quando foi decidido vir para cá, logicamente o nome do Bush foi levado em conta. E interessava à gente ter esse contato com ele, e ele de pronto se manifestou favorável também. Então, tivemos uma reunião bastante proveitosa.
Jornalista: Os senhores conversaram sobre Venezuela, presidente?
Presidente: Olha, entrou a Venezuela sim. Agora, eu rapidamente passei da Venezuela para a Argentina, porque a Argentina, há a possibilidade de voltar a senhora ex-presidente. E, em voltando, nós podemos correr o risco de, dada a economia deles não estar indo bem e o populismo voltar àquele local, nós termos uma nova Venezuela no sul da América do Sul. Então, há interesse nosso, apesar de nós não nos envolvermos na política externa, como cidadão, como patriota, como democrata e amante da liberdade, nós gostaríamos que a Argentina não retrocedesse nessa questão ideológica.
Jornalista: E ele compartilhou da sua preocupação quanto ao retorno da Cristina?
Presidente: Com toda certeza, pelo semblante, eu acredito que sim. Não sei, não sou vidente, mas, pelo semblante, eu entendi que ele tem preocupação, não só com a Venezuela bem como…
Jornalista: O vice-presidente Mourão...
Presidente: Deixa eu falar?
Jornalista: Desculpa.
Presidente: Bem como a questão da Argentina. Então, nós queremos sim, sabemos da dificuldade da Venezuela voltar à normalidade, mas, mais importante que fazer um gol, é evitar um outro. E esse gol contra serviria da Argentina voltando para as mãos da Kirchner.
Jornalista: O que o senhor disse ao vice-presidente Mourão para tratar na China, neste momento em que ele (...)?
Presidente: Olha, ele tem toda a liberdade de tratar desses assuntos. Tem uma parte nossa que é voltada para isso e nós confiamos na tratativa dele, assim como a senhora ministra da Agricultura se encontra na China no momento, tratando de vários assuntos. E, coincidentemente, temos um pequeno problema econômico Estados Unidos e China, não digo que nós vamos tirar proveito disso, o proveito disso cai naturalmente, como se fosse pela manobra, nós tivéssemos um ganho nessa guerra comercial que existe no mundo todo.
Jornalista: O que o senhor achou do vice-presidente Mourão ter afirmado que as manifestações dos estudantes no Brasil são normais, são pacíficas, enquanto que o senhor, de manhã, disse que são feitas, em grande parte, com massa de manobra?
Presidente: Olha só, o que eu entendo é que grande parte são militantes. As provas do Pisa, que têm a ver com o ensino fundamental, mostram a nossa decadência desde o ano 2000, quando começou esse tipo de prova. Então, o que nós queremos é resgatar a educação. Queremos que a garotada, não só no ensino fundamental, ensino médio em especial, já tenha um curso técnico. E quem puder fazer o curso superior, que tenha um diploma onde realmente esteja apto a exercer aquela profissão.
Jornalista: Mas há uma divergência entre o senhor e o vice-presidente?
Presidente: Não tem divergência nenhuma entre nós. Somos formados na mesma Academia Militar das Agulhas Negras, somos de Artilharia, somos paraquedistas, é muita coisa em comum. Uma pequenas diferenças, até no casamento existem algumas pequenas divergências. O Mourão está fazendo um papel, no meu entender, muito bom e proveitoso para o Brasil.
Jornalista: O senhor está acompanhando os desdobramentos das manifestações no Brasil, presidente?
Presidente: Devagar, sim, na internet, sim. Tem o general Heleno aqui, que é o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, que periodicamente me passa informações do que está acontecendo lá, está ok? Muito obrigado, pessoal.
Jornalista: Obrigada, presidente.