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Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, após solenidade de comemoração do 196º Aniversário da criação do Batalhão do Imperador e o 59º de sua Transferência para a Capital Federal - Brasília/DF

Brasília-DF, 05 de julho de 2019

 

 

Presidente: Somos todos infantes. O Exército é um só. E é um momento a mais onde reconhecer o trabalho que esses homens prestam à nação brasileira. Estou muito bem com o GSI, general Heleno. Me sinto muito seguro, tranquilo. Não existe segurança 100%, infalível, não é? Qualquer presidente, nós temos notícia, de vez em quando sofre um tipo ou outro de atentado, etc. Mas eu confio 100% no general Heleno à frente do GSI.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Olha, fizemos a nossa parte, entramos para o projeto. Agora,  o governo não é absoluto, não é? Não é infalível. Algumas questões serão corrigidas, com toda certeza, junto ao Plenário. O comando, agora, está com o nosso presidente Rodrigo Maia. Tenho certeza que ele vai, nós vamos conversar e vamos trazer o Paulo Guedes para conversar também, que é o homem da economia, trazer mais lideranças. E quem quiser conversar de forma bastante civilizada, nós estamos dispostos a conversar. E temos certeza que podemos ainda corrigir possíveis… não digo injustiça, não é? Mas possíveis equívocos que porventura ocorreram até o momento.

 

Jornalista: Qual é a expectativa para o Plenário?

 

Presidente: É aprovar. Olha, não é uma proposta minha, do Rodrigo Maia, do Alcolumbre, do Dias Toffoli, de quem quer que seja chefe de poder, é do Brasil. Todos nós temos consciência que se não aprovar essa Nova Previdência a economia vai ter sérios problemas para sobreviver.

Tivemos uma vitória maravilhosa no G20, por coincidência ali também o anúncio do nosso acordo do Mercosul com a União Europeia. Mostramos para o primeiro mundo que o presidente Jair Bolsonaro não é igual os (inaudível). Que iam lá pedir a mim levar pito de presidentes sobre a questão ambiental. O Brasil está mostrando que é B maiúsculo. E essa sinalização da Previdência é para o mercado externo e mercado interno, no tocante a investimento. E o Brasil tem que fazer o seu dever de casa. Lamentavelmente chegamos onde nos encontramos. Falta de entendimento de chefe de Executivo do passado, bem como por parte do Parlamento, não havia esse entendimento. Hoje em dia existe esse entendimento.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Não, eu não fui… Tem equívoco, tem mal-entendido, às vezes se exagera, ou se atenua uma coisa ou outra. E com a sensibilidade que existe no Parlamento isso vai ser corrigido. Não acabou a reforma da Previdência ainda. Mais ainda, depois da Câmara tem lá o Senado. Se o Davi Alcolumbre, com seus líderes, achar que algo mais deve ser mudado, eles podem alterar também. Eu pouco tenho o que fazer agora, no tocante à Previdência.

 

Jornalista: Quando o senhor vai se encontrar com o Maia?

 

Presidente: Ah, não sei. Não é… Pode ser daqui a pouco. É um prazer encontrar com o Maia.

 

Jornalista: (...) foi satisfatória, presidente? (inaudível)

 

Presidente: Olha, pequena sim, como um todo sim. Foi muito bom, eu acho que pouca coisa tem que ser mexido, para a gente ter o...

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Ah, não. Não vou entrar em detalhe, está com o Parlamento essa questão. Qualquer posição vai ser de forma reservada, com o Rodrigo Maia e com os líderes partidários. O governo tem que fazer de tudo para que essa Previdência não morra. Uma boa Previdência é aquela que vai ser aprovada e não comete injustiça com quem quer que seja. Reconhecemos a especificidade de várias carreiras, existe sim. Mas todos têm que contribuir com alguma coisa.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Pretendo, domingo, não só ir assistir a final do Brasil com o Peru, bem como, se for possível, se a segurança me permitir, irei com o Sergio Moro junto ao gramado. E o povo vai dizer se nós estamos certos ou não.

 

Jornalista: (inaudível) o senhor trabalhou quando era criança e isso é uma repercussão, o senhor defende o trabalho (inaudível) 

 

Presidente: Não, não, eu falei na própria live - você viu um pedaço -, que não defenderia, que não enviaria nenhum projeto nesse sentido, mas eu trabalhei desde os oito anos de idade, quebrando milho, plantando milho com matraca, colhendo banana, cacho de banana nas costas, com dez anos de idade, e estudava. E hoje eu sou o que eu sou. Isso não é demagogia, isso é verdade. Inclusive eu falei que estive com o senhor Jorge Alves de Lima, que era o dono da fazenda, mas ele raramente estava na fazenda. Quem era o capataz, o aliciador, era um tal de Percy Geraldo Bolsonaro, me botava para ralar e para estudar. Hoje em dia a gente vê um moleque aí fumando um paralelepípedo de crack, ninguém fala nada, acha normal. Trabalhar enobrece. Eu não estou defendendo o trabalho infantil, muito menos escravo. Mas me fez muito bem trabalhar, me transformou até fisicamente muito bem. Depois fui ser pentatleta das Forças Armadas, dado ao que eu ralei lá no passado. Mais do que trabalhar quebrando milho. Quantas e quantas vezes eu ia lancear, arrastar rede de meia noite às 6 da manhã, que era a hora que o peixe cascudo ia para a pesca das praias do Rio Ribeira de Iguape, não tem problema trabalhar. Se hoje em dia pegam um moleque lavando um carro é um escândalo. Agora, se furtar, fumar uma pedra de crack, não tem problema nenhum.

          Então, é o seguinte: o trabalho enobrece a todo mundo e se aprende a dar valor ao dinheiro desde cedo, quando você trabalha.

 

Jornalista:  (Inaudível) umas vaias no Mineirão (inaudível)

 

Presidente: Só você ouviu. Houve vaia quando a seleção da Argentina entrou. E daí jogaram a câmera para cima de mim. Queria o quê? Você acha que, de imediato, eu, com paletó e gravata, num Mineirão enorme, uma vaia estrondosa de repente proporcionado por mim? Não tem cabimento isso. Quem do outro lado sabia que era eu? Ninguém sabia. A vaia foi para a seleção da Argentina. Olha, foi igual aquele caso da menina, quando perguntei se ela era Palmeiras ou não, ela era Flamengo, e a imprensa aqui… Foi O Estado de São Paulo que começou com essa história, dizendo que ela fez cara feia para mim. Depois nós recuperamos o áudio, isso foi desmascarado. Obrigado pela pergunta, ajuda a desfazer mais um fake news. E se um dia eu levar uma vaia, eu vou, logicamente, pensar: “Onde é que estou errando?”.

 

Jornalista: Presidente, não tem nenhum receio, então, se o senhor for ao Maracanã? 

 

Presidente: Não, sem problema nenhum. Aqui, com todo respeito aqui, pode ter alguém infiltrado aqui, e fazer alguma coisa. Eu não acredito, mas pode acontecer. Agora, falam tanto na questão do Moro, não é? Telefone, etc. Poxa, cadê o caso Adélio? Vocês não vão dar nenhuma forcinha para o caso Adélio? Tem uns telefones lá, que estão guardados. A OAB entrou com uma ação impedindo que se entre no telefone celular de alguns, que se entrar vão saber quem foi o mandante da tentativa de homicídio da minha parte.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: De vez em quando eu tomo conhecimento. Não, não tenho acesso aos autos, mas converso com o Sergio Moro. Tem informações que chegam para mim que eu passo para ele apurar também, isso é natural. Agora, não quero que inventem responsável pela tentativa de assassinato à minha pessoa, eu quero é chegar à solução. Agora, achar que aquele cara, que aquele cara que já esteve num clube de tiro em Santa Catarina, onde meu filho frequentava, que foi no restaurante onde eu estava, que estava desempregado, quando estava empregado era ajudante de pedreiro, viajava o Brasil todo. Logo antes de 24 horas da tentativa de homicídio, quatro advogados compareceram lá, dizendo que era uma questão humanitária. Como eu sou educado, não vou falar palavrão aqui. Alguém tentar entrar na Câmara usando o nome dele, seria o álibi perfeito, caso ele não fosse preso, detido, lá em Juiz de Fora.

          Agora, eu acho que quem programou isso tudo tinha quase que certeza que ele seria linchado naquele momento. Só que quem está do meu lado não é bandido, não são bandidos. Se fosse alguém tentando fazer algo contra o candidato do PT, com toda certeza ele seria linchado. O nosso pessoal está ao lado da lei, da ordem. E nós esperamos que a nossa Polícia Federal chegue realmente à elucidação dos fatos, não é? Muita coisa está acontecendo, eu tenho conhecimento mas não posso falar, que não é o caso, vai atrapalhar as investigações. Espero que chegue à solução. Agora, dá uma forcinha para o Adélio aí, tá legal? Marielle ficou um ano na...

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Não, se eu tivesse dormido com o Maia teria falado com ele de manhã. Mas como eu não dormi com ele, ainda não falei com ele não.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Olha, eu falo com o Maia, ele fala comigo, o Alcolumbre, por telefone, sem problema. Quando encontro com vocês, o que acontece? É para conversa, não é isso? Quando encontro com o Maia são informações. O Maia, ele quer o melhor para o Brasil também. Ele está se empenhando para aprovar a Previdência. Ele sabe - o pai dele é economista, não é? -, ele sabe que essa reforma é necessária. Ele sabe que todo mundo vai ter que pagar um pouquinho, para que a gente consiga tirar o Brasil da situação em que se encontra.

          Em todas as viagens minhas ao mundo é patente, não é? Vou para os Emirados Árabes, para a China, no segundo semestre ainda, eles querem investir. Gente de dentro do Brasil quer investir também. Agora, precisa de uma sinalização que nós estamos fazendo a nossa parte; que nós, aqui, estamos sendo responsáveis na questão da economia. Eu gostaria que nada disso tivesse que ser feito, mas infelizmente os governos anteriores não fizeram.

          Como falo publicamente, também, a questão do Mercosul. Devemos, em parte, a Michel Temer. Eu não vou tirar o Michel Temer fora. Uma negociação que se arrastava há 20 anos. O Michel Temer começou, realmente, a tratar desse assunto com seriedade, e depois nós impulsionamos tendo em vista os ministros que nós convidamos e aceitaram para levar avante essa proposta.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Olha, eu e o Trump, está faltando só anunciar o casamento. Estamos noivos, tá? Saindo por aí, conversando. Talvez, como propus para ele agora, no Japão, talvez ele venha aqui, à América do Sul, a gente vai reunir os presidentes aí de Argentina, Paraguai, Chile, Peru, Colômbia. Porque, realmente, pelo que eu sinto, temos um problema chamado Venezuela e queremos que essa questão seja solucionada, e não apareçam outros aqui, na América do Sul.

 

Jornalista: Já tem data marcada?

 

Presidente: Não, não tem data não.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: É normalidade. O Parlamento é a Casa onde todo mundo fala e tem liberdade para falar, e tem que continuar sendo assim.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Bem, eu li no O Globo de hoje que o atual candidato a presidente da Argentina, que tem o vice a senhora Cristina Kirchner, estariam vindo visitar o Lula aqui, ok? Na mesma matéria, que é verdadeira, também tem o meu posicionamento lá. Eu espero que a Argentina não volte para as mãos de quem sempre defendeu Folha de São Paulo. E o Brasil também, para o bem de todos. Porque a primeira vítima, se a esquerda voltar aqui no Brasil, vão ser vocês da imprensa. Quantas e quantas vezes Lula e Dilma não tentaram o controle social da mídia?

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Eu não me empenho, eu não vou me imiscuir em questões internas de outros países, não é? O Macri ficou muito feliz naquele momento. O Macri colaborou, e muito, para a questão do Acordo do Mercosul, que existia algumas pequenas… umas pequenas coisas que tinham que ser acertadas, de um lado o (...) cedeu, o Macri cedeu, nós cedemos também. E assinamos um acordo excepcional para os quatro países do Mercosul, bem como para os 28, se não me engano, 28, (...) para a União Europeia.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Bem, pelo que eu sei, os Estados Unidos não está na União Europeia. Eu não conversei sobre esse assunto com ele. Não, sobre esse assunto não. Ele não está na União Europeia. O que eu acho é que, com essa assinatura, como disse o Ernesto Araújo, que foi uma das pessoas importantíssimas, junto com a Tereza Cristina, nessa questão, poderemos ter o efeito dominó. Eu convidei o primeiro-ministro, o ministro japonês, para começarmos a namorar, aqui, um acordo Mercosul com eles. Inclusive falei lá, em dois momentos. Me criticaram aqui, que no dia que eu cheguei eu fui numa galeria. Fui. Foi recomendado não dormir e, depois, à noite, comi um churrasco, com carne australiana, e achei uma diferença enorme, não é? E daí eu convidei na equipe japonesa: como vão para o Chile esse ano, passem no Brasil, no horário do almoço, que eu vou bancar um churrasco com carne brasileira. Daí, com toda certeza, basicamente o pessoal ali, orientais, não é? Que é do Japão, Coreia do Sul. Vão se preocupar e vão querer fazer negócio com a nossa carne, que é muitíssimo melhor que a australiana. A australiana é genérica perto da nossa.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Hoje falei com ele. Parabenizei-o mais uma vez. Eu queria criticar o Onyx mas não consigo, não é? Parabenizei-o mais uma vez pela sua ação no dia de ontem, por ocasião da Previdência, juntamente com o Major Vitor Hugo. Mais alguma coisa?

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Ministro o quê? Ah, quando se fala em economia, eu sou ingênuo mesmo. Eu tenho humildade para reconhecer, não é? Porque os economistas do passado quebraram o Brasil. Quando eu falei também que eu não nasci para ser presidente, levei crítica, os outros que nasceram para ser presidente estão presos, respondendo processo ou ensacando vento, está certo? Então, humildade acima de tudo. Por exemplo, a minha bagagem cultural com o general Heleno não dá para comparar. Além da idade, é uma pessoa que foi exemplar em todas as funções que ocupou aqui pelo Brasil.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Olha, o bom é o parto de nove meses. Quando é de sete tem algum problema, quando é de 10 nasce o meu irmão aí, do negão, está certo? Não é racismo, que ele autorizou. Tantas vezes ele fala isso daí. Então, tem que ser de nove meses esse parto aí. E acho que vai ser normal, não é? Não vai ser cesariana não, vai ser normal.

 

Jornalista: Realmente, parto tem previsão não é, presidente?

 

Presidente: Tem, nove meses. Ainda bem que o homem não engravida. Dizem que um dia a ciência vai chegar a um ponto de o homem engravidar. Não sei se vão implantar um útero na gente, não sei. Mas eu não estou pensando nisso daí não.

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Não, porque não tem, não dá. Tem a Câmara agora, semana que vem...

 

Jornalista: (inaudível)

 

Presidente: Não, eu acho que na semana que vem… Você mata na Câmara semana talvez, não? Fala aí, Major.

 

Major Olímpio: O presidente Rodrigo Maia já sinalizou que na semana que vem vai tentar fazer a votação. Há a possibilidade de um interstício entre os dois turnos, inclusive terminar na Câmara, na semana que vem. É o que o Brasil espera. Eu tenho certeza que é o que na coalizão de partidos que está querendo aprovar a Nova Previdência também quer.

 

Jornalista: Obrigada.

 

Presidente: Posso ir para um coquetel aqui? É um catanho que vai ter, que eu estou sabendo: sanduíche e marmelada, ovo, o que mais aí? Tang. Estou indo para o coquetel aqui, da Infantaria.

 

Jornalista: Posso ir também?

 

Presidente: Pode ir. Da minha parte pode ir, não tem problema. Aqui tem um Comandante, acho que ele não terá nada a se opor aqui, está certo. Pessoal, obrigado aí, cada vez mais estou apaixonado por vocês, está ok? Valeu.