Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, após Solenidade de Sanção da Lei de Combate às Fraudes Previdenciárias - Palácio do Planalto
Palácio do Planalto, 18 de junho de 2019
Jornalista: A lei sancionada hoje, qual que é a expectativa do governo?
Presidente: Como disse o próprio Rogério Marinho: antes de você começar a reforma da Previdência, é combater as fraudes. Nós sabemos, são extensas as fraudes. E não é só na Previdência, no Seguro Defeso nós achamos que ⅔ é fraude, no BPC tem fraude, no Bolsa Família tem fraude. Lamentavelmente, é um País que se acostumou com a fraude. Estamos buscando um ponto de inflexão para mostrar à população que, uma vez faltando recursos, a primeira ação nossa é combater a fraude e não aumentar imposto ou criar um novo imposto, seja lá o que for.
Jornalista: O senhor fez um tuíte hoje, a respeito do menino Rhuan. E a líder do governo, a Joice, disse que o senhor comentou que seria necessário ter leis mais rígidas para casos como esse como, por exemplo, prisão perpétua. O senhor pretende mandar algum projeto? O senhor acha que é necessário prisão perpétua para casos assim?
Presidente: No capítulo das cláusulas pétreas, no Brasil não haverá pena de morte, em caráter perpétuo, cruel, banimento. Então a gente não pode nem pensar em falar isso aí. Mas a vontade que dá na gente é que essa pessoa apodreça na cadeia, quem cometeu esse ato bárbaro, não é? A própria mãe com a outra colega, um casal de lésbicas, cometeu esse crime hediondo aí. Então, o que passa na cabeça de qualquer um é uma punição eterna para quem fez uma maldade dessas. Primeiro castrando o garoto, não é? Aí vem a tal da ideologia de gênero, eu não vou polemizar em cima disso aí, que sempre combati na Câmara. E, com leis mais rígidas, não deixando que a progressão se comece muito cedo, como é o projeto do Sergio Moro, você começa a inibir esse tipo de violência. Até porque você pode ver: quase nada nós temos de concreto, no tocante à nova legislação aprovada, mas o número de mortes violentas no Brasil diminuiu em torno de 24% nos primeiros meses desse ano em relação ao ano passado.
Jornalista: Presidente, em relação à Secretaria de Governo, há uma expectativa de uma nova formulação, o PPI deve sair da Pasta?
Presidente: A PPI deve ir, está sendo discutido aqui, deve ir para… ali, para o Onyx. Não vamos ter problemas com essa nova configuração. Todos, a cada vez, se conscientizam que todo mundo trabalha para um objetivo comum, que é o bem-estar da população brasileira.
Jornalista: Secom pode sair também (...)?
Presidente: Não, não, deve ficar lá mesmo. Pouquíssimas mudanças a gente vai fazer no tocante a isso daí.
Jornalista: Quando será a posse do novo ministro?
Presidente: Ele está na ativa, vai continuar na ativa, tem uma certa burocracia. Já começa a se inteirar a partir de hoje, já começa a colocar gente que vai trabalhar, efetivamente, com ele. Eu acredito que poucas pessoas vão ser mexidas na Segov. E ele vai.. E ele é uma pessoa que tem uma vivência diferente do anterior, foi assessor parlamentar por dois anos, é conhecido por muitos de vocês da imprensa. Então isso, a parte política, vai ajudar bastante a chegada do general Ramos aqui.
Jornalista: Há uma expectativa de troca de ministros, saída de novos ministros?
Presidente: Se houver troca, a gente faz, não é? Não, por enquanto não está prevista nova troca, mas a gente está sempre monitorando, se tiver que fazer a mudança, a gente faz, sem trauma, sem problema nenhum.
Jornalista: (...) O senhor acha que os parlamentares estão entendendo o espírito que o senhor tentou imprimir?
Presidente: Eu tenho conversado com senadores… Tem aquele pessoal de esquerda, que é sempre contra, não é? Toda boa ditadura é precedida do desarmamento. Você vê, o povo venezuelano não tem como reagir, se tivesse não estaria acontecendo tudo isso lá. E nós estamos cumprindo, não estamos descumprindo a lei, estamos considerando e respeitando a decisão do povo em 2005 quando decidiu pelo direito de comprar armas e munições. Queremos o legítimo direito de defesa exercido por todos, aqui no Brasil. Porque o outro lado, a bandidagem, está muito bem armada. Eu acho que quem quer ter uma arma em casa, não tem problema nenhum, e arma legal, tem o nome, tem o número, tem o registro. Se algo acontecer de errado com aquela arma, o dono vai se responsabilizar.
Jornalista: Qual é (...) do governo, presidente, se o Decreto das Armas não der certo no Congresso, qual é o plano B do governo?
Presidente: Não tem plano B, eu não vou… Não, não, olha só, algumas coisas, a Polícia Federal, desculpa aqui, está a meu comando. Eu sou o presidente do Brasil. O grande reclamo do pessoal, no passado, era que a PF, a questão da comprovação da efetiva necessidade tinha dificuldade. Eu, como presidente, isso vai ser atenuado, porque eu vou determinar, junto ao ministro Sergio Moro, que tem a PF abaixo dele, para a gente… não é driblar, é não dificultar quem queira, porventura, ter uma arma em casa.
Jornalista: Presidente, (...) o Rogério Marinho?
Presidente: Olha, o meu sonho com o Rogério Marinho, eu o conheço há algum tempo, ele perdeu, não foi reeleito porque foi o relator da reforma da CLT, lá atrás. Está fazendo um brilhante trabalho agora. Nós temos 22 ministérios. O Marinho, deu prova mais do que suficiente que, acabando a questão da reforma da Previdência, havendo oportunidade, nós vamos dar um posto de destaque no qual ele merece.
Jornalista: Ele vai ser ministro (...)?
Presidente: Não vamos criar o 23º ministério, não pretendemos criar ministério. Mas havendo oportunidade, ele sabe que mora no meu coração.
Jornalista: Tem ocupação no Palácio do Planalto para ele?
Presidente: Não, por enquanto não, por enquanto não.
Jornalista: Obrigado.