Entrevista coletiva concedida pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, após Solenidade Militar de Formatura da 248ª Turma do Curso de Formação de Sargentos da Aeronáutica - Guaratinguetá/SP
Guaratinguetá/SP, 19 de junho de 2019
Presidente: Tenho convicção que não extrapolei a lei. Nós não podemos deixar o cidadão de bem desarmado e a bandidada muito bem armada. Eu não sei qual a decisão final do Supremo neste sentido. Tenho certeza que a Câmara, se for na votação, semana que vem, depois da decisão do Senado, a gente ganha na Câmara. Mas, então, não é compromisso de campanha meu, é o povo que quer isso, é o povo que, em 2005, optou pelo legítimo direito de ter uma arma dentro de casa. Hoje, malandro entra, faz barbaridades na casa do cidadão de bem e praticamente fica por isso mesmo. Eu quero é armar o cidadão de bem, é um legítimo direito dele, tendo em vista o referendo em 2005, tendo em vista o próprio Estatuto do Desarmamento. Eu não extrapolei da lei, tenho certeza disso. Agora, tem gente que é desarmentista. Eu lamento que ideologias façam parte de julgamentos pelo Brasil, como um todo, ainda.
Jornalista: O senhor vai aceitar a demissão do presidente dos Correios?
Presidente: Não é demissão. Ele que pediu para sair.
Jornalista: O ministro Sergio Moro disse que não tem apego ao cargo.
Presidente: Eu também não tenho apego ao meu cargo também.
Jornalista: Mas o senhor acha que ele (incompreensível)
Presidente: Eu também não tenho apego ao meu cargo. Qualquer um ministro é livre para tomar decisões que bem entender.
Jornalista: Mas o senhor acha que o Moro pode…?
Presidente: O Sergio Moro é um patrimônio nacional, não é do presidente da República, não.
Jornalista: Mas ele pode sair do governo?
Presidente: Se depender de mim, não.
Jornalista: Presidente, o senhor teve da última vez aqui em Guaratinguetá, falou que o Vale do Paraíba ia ser o Vale do grafeno e nióbio. O que está sendo feito para concretizar essa promessa?
Presidente: O Marcos Pontes está trabalhando nesse sentido. Eu amanhã vou sobrevoar a região de Miracatu, tem uma montanha de grafite lá e estamos trabalhando nesse sentido. Tem um pesquisador de Campinas que tem uma nova tecnologia para separar o grafeno do grafite. Quem não conhece ainda, se apresente ao grafeno. Uma maravilha que o mundo descobriu em 2004 agora, está novinho, tem tem 15 anos o grafeno. Mas vai revolucionar toda a indústria mundial.
Jornalista: Além da reforma da Previdência, o que que o senhor está fazendo para reduzir o desemprego no País? Treze milhões de pessoas... Emprego, qual é a política, presidente?
Jornalista: O que que o senhor almeja para esses (...) novos sargentos que vão integrar o corpo (...)
Presidente: Boa sorte a eles, é uma profissão de sacrifícios, de risco, de entrega. Essa garotada aí, merece a minha continência.
Jornalista: Política para o emprego, presidente, no País?
Jornalista: PGR, o senhor vai escolher...
Presidente: PGR? Ontem saiu lista. Eu vou estudar a lista. Eu vou seguir a Constituição.
Jornalista: A reforma da Previdência, presidente?
Jornalista: (inaudível)
Presidente: Eu estou mexendo os quadradinhos embaixo daqueles três ministérios que estão lá dentro, para que seja melhor definida a função de cada um. Nós queremos é cumprir o objetivo.
Jornalista: Presidente, reforma da Previdência. Maia está otimista agora.
Presidente: Também estou.
Jornalista: Passa no primeiro semestre?
Presidente: Olha, dificilmente vai passar um texto como chegou do Executivo. O Legislativo tem autonomia e legitimidade para fazer a mudança que achar que tem que mudar. O que for feito, obviamente, como é uma Proposta Emenda à Constituição, o próprio Congresso é que promulgá-la e não eu.
Jornalista: A capitalização vai ser enviada à parte?
Presidente: É, pode. Se não passar agora, a ideia nossa é enviar um projeto à parte depois.
Jornalista: Presidente, diminuir o desemprego, a população quer uma palavra sobre isso.
Presidente: Também quero. Eu também quero combater o desemprego, quem que não quer, não é?
Jornalista: Como, presidente, como?
Presidente: Como, não é? É o que nós estamos fazendo. A medida provisória da liberdade econômica, desburocratizando muita coisa. Tirando o Estado de cima de quem produz. O nosso projeto parece que é pouca coisa, mas ajuda e muita em muito, a questão de diminuir multas em estradas, acabar com os pardais aí, aumentar a validade da carteira de motorista. É uma infinidade de coisas que cada ministério está fazendo que está indo bem a economia, por incrível que pareça.
A questão da produção rural, nós subimos em torno de 18% em relação ao mesmo período do ano passado. Agora, a economia nossa como um grande navio, não é de uma hora para outra que você vai redirecioná-lo para o lado ou para o outro. Vai devagar. Não está faltando emprego, (...) de todos para buscar reduzir a questão do desemprego. Se nós aprovarmos a Previdência, pode ter certeza, recursos de fora e de dentro do País voltarão para o mercado, para todas as áreas que nós precisamos, o emprego aparecerá automaticamente.
Jornalista: Os estados e municípios que ficaram de fora, presidente?
Presidente: Olha, a decisão... Eu não tenho comando sobre o Parlamento, eu tenho sobre o Executivo. O comando sobre o Parlamento nem sempre é dos presidentes das Casas, são dos líderes partidários, eles é quem decidem. E logicamente, o presidente de cada Casa, é que é o dono da pauta, define a hora certa de colocá-la no plenário. E agora, parece que tem governador que quer que aprove a reforma da Previdência e a sua bancada vai votar contra para não sofrer desgaste. Ent/ao, a tendência no Parlamento, pelo que estou vendo, (...) é tirar fora estados e municípios e vamos apenas tratar da questão federal.
Jornalista: Prejudica isso, presidente?
Presidente: Pergunta para os governadores. Eu vou resolver a questão da União. Os governadores que depois busquem a sua respectiva Assembleia Legislativa para buscar a reforma da Previdência deles. A maioria dos estados estão quebrados. Seria bom que eles embarcassem conosco nesse barco agora. Mas, eu não quero ter desgaste.
Jornalista: Presidente, e sobre a mudança na demarcação de terra indígena?
Presidente: Olha só, o que nós fizemos, a iniciativa de mudar é nossa, é privativa nossa. O Legislativo, não pode fazer o que fez. O que que nós fizemos? Nós revogamos, na MP 870, o que eles tinham mudado lá, e imediatamente apresentamos uma medida provisória, respeitando o que eles mudaram. Olha, a questão da reserva indígena, quem decide na ponta da linha, sou eu. Eu quem assino o decreto demarcatório. E eu não vou assinar nenhuma nova reserva indígena no Brasil. Nós temos uma área maior que a região Sudeste. Rio, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais como terra indígena. Reserva yanomami. Duas vezes o tamanho do Rio de Janeiro para 9 mil índios. Não parece que tem algo de anormal? É uma pressão externa, a pressão de ONGs de fora do Brasil. E só tem reserva indígena praticamente em área rica. Nós queremos é integrar o índio à sociedade.
O índio é um ser igual eu e você. Quando ele se apresenta a nós, ele quer televisão, quer internet, quer futebol, quer ir para o cinema, ele quer fazer o que nós fazemos, quer um médico, quer um dentista, é isso que nós queremos para o índio, é integrá-lo à sociedade. Ele é um ser humano igual a nós. Os outros que tiveram para trás, querem tratar o índio como se fosse um ser humano pré-histórico. Ficar enclausurado em sua reserva a vida toda. Não, o índio vai ser o nosso parceiro no desenvolvimento do Brasil.
Jornalista: Presidente, Sínodo da Amazônia, preocupa o governo, de alguma forma?
Presidente: É lógico que preocupa. Tem o general Heleno aqui, seria uma excelente pessoa aqui para você perguntar.
Jornalista: O senhor pode pedir para ele, por favor, para falar com a gente?
Presidente: Pode. Ele vai te responder com muito mais propriedade do que eu. Reconheço que ele tem muito mais capacidade e vivência do que eu para tratar desse assunto. Porque eles estão tratando é o seguinte: é criar novos países aqui dentro. O Triplo A, 136 milhões de hectares no Andes, Amazônia e Atlântico. É uma grande faixa ai que ficará sob jurisdição do mundo, em nome da preservação do meio ambiente. Não é, eles querem é roubar a nossa Amazônia. E o pessoal não acorda para isso. A imprensa lá fora diz que eu quero destruir a Amazônia. Eu quero é garantir a Amazônia para nós.
Jornalista: Presidente, o senhor viu uma irregularidade grave no seu discurso ?
Presidente: Não ouvi nada de grave alí. Ninguém mais ouviu. Oh, se, se, eu não posso me casar pensando em separar um dia. Eu me caso para ficar até que a morte nos separe. Sergio Moro é dono de si. Não vi nada de anormal até agora. Esse pessoal, daquele casal, aquele casal lá, um deles inclusive, esteve detido na Inglaterra há pouco tempo, por espionagem. O outro aqui tem suspeita, suspeita de vender o mandato. E a outra menina, namorada de outro, está lá fora do Brasil. É uma grande trama aí, para… atacam quem está do meu lado, para tentar me atingir. Vão quebrar a cara. Pode procurar outro alvo, esse já era. O Sergio Moro, está... é nosso patrimônio.
Jornalista: Onde você vai passar o feriado? Com a sua mãe no Guarujá?
Presidente: Não tenho a menor ideia ainda. Gostaria do Guarujá, mas quem manda em mim nessa época, é uma tal de Michelle aí, que tenho que conversar com ela.
Jornalista: Sua visita lá, da Esperança...
Presidente: Foi excepcional. Era uma coisa que eu não conhecia. Recebi ontem um áudio de um frei e, depois, um vídeo das irmãs Clarissas, e fui comparecer lá. Fui muito bem recebido, me emocionei. Realmente eles fazem um trabalho excepcional, em parceria com o governo federal. O Osmar Terra, usou da palavra, falou um pouquinho da recuperação dessas pessoas, desses dependentes. É um trabalho maravilhoso que é feito lá. A gente agradece a Deus por ter essas pessoas na terra salvando pessoas das drogas.
Jornalista: Presidente, olha, atingiu 100 mil pontos.
Presidente: Está vendo? Só que a causa é a causa general Ramos. Sabe quem é o general Ramos? O novo ministro da Segov. Deve ser isso aí, está ok? Parabéns. Geralmente quando atinge ninguém lembra de mim. Quando cai, o pessoal inventa alguma coisa para botar a culpa em mim.
Jornalista: É a culpa do Santos Cruz a Bolsa baixa?
Presidente: Não, você que está dizendo, (...) para mim, o copo está sempre cheio. E está sempre cheio de boas notícias. Parabéns à Bolsa, lembrou bem lembrado, 100 mil pontos. Parabéns ao general Ramos que, com toda a certeza, o novo ministro é sempre bem-vindo.