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Entrevista concedida à imprensa do senhor Presidente da República, Jair Bolsonaro no retorno ao King David Hotel após jantar - Jerusalém/Israel

Jerusalém/Israel, 01 de abril de 2019.

 

 

Jornalista: Amanhã, o senhor tem agenda com empresários.

 

Presidente: Empresários pela manhã.

 

Jornalista: Depois, o senhor vai no Museu do Holocausto.

 

Presidente: Museu do Holocausto. Mais alguma coisa? À tarde, tem evento?

 

Jornalista: (Inaudível) Essa questão de investimentos, o que que o senhor acha que dá para trazer de tecnologia para o Brasil?

 

Presidente: Olha, Israel é um país irmão, me dou muito bem com Netanyahu. Tivemos afastados por um tempo, durante o PT, volta à normalidade. Agora, o Brasil tem que mostrar que está fazendo o dever de casa, né? Nossas contas desequilibradas e a reforma da Previdência é necessária para isso. Reequilibrando nossas contas, o investimento virá para o Brasil.

 

Jornalista: Presidente, o senhor não pretende se reunir com líderes partidários?

 

Presidente: Não, olha só, a decisão está com o Parlamento. No que depender de mim, farei gestões; eu conheço mais da metade dos parlamentares, fiquei 28 anos lá dentro, sei como funciona aquilo, poderia até dar sugestões, mas não quero me meter porque agora tô em outra casa, tá ok?

 

Jornalista: Mas, o senhor vai se reunir com os líderes partidários?

 

Presidente: Sim, na quinta-feira, já tem reunião prevista com alguns líderes partidários sim. A próxima viagem minha deve ser, se ocorrer, depois do primeiro turno das eleições, eleições não, depois do primeiro turno da Previdência.

 

Jornalista: O senhor acha que dá para aprovar até junho? … (inaudível)

 

Presidente: Acredito que sim. Nós mandamos uma proposta. Não é uma proposta minha nem do governo, é do Brasil. Nós não temos outra alternativa. Chegou a esse ponto, a previdência está deficitária, realmente, e temos que fazer essa reforma. Espero que o Congresso aprove sem que ela seja muito desidratada.

 

Jornalista: Essa questão dos militares o senhor acha que pode dificultar a aprovação?

 

Presidente: Não tem nada a ver. O militar não é Previdência. Eu sou suspeito para falar porque eu sou capitão do Exército, tá certo, mas é uma vida aí completamente diferente. O militar trabalha 24 horas por dia, situações extraordinárias da tropa, é GLT, é GLO, é as interferências nossas, é as nossas missões as mais variadas possíveis. Em todos os momentos, nós somos os primeiros a ser chamados, estamos na fronteira, então é uma vida complicada, tá certo?

 

Jornalista: Então é do jeito que está? O senhor acha… (inaudível).

 

Presidente: Não é como tá. Se você pegar o que nós mandamos para lá, com a Medida Provisória 2215, que é originariamente em 2000, a única reforma da Previdência feita em 2000 foi a nossa. Fernando Henrique Cardoso queria fazer de todo mundo, ele mandou a nossa via MP, só nós entramos na reforma previdenciária de 2000 e ninguém mais entrou. Se juntar essas duas, você vai ver que a nossa é muito mais profunda do que a dos demais.

 

Jornalista: Presidente, com relação, o senhor fez essa sinalização e o anúncio do escritório de negócios, não com uma representação diplomática, aqui em Jerusalém, e logo depois houve a repercussão da Autoridade Palestina. A informação que a gente tem é que o embaixador brasileiro em Ramallah, já conversou com os representantes sobre isso e que o clima já teria ficado mais ameno, com relação à Autoridade Palestina. Houve essa conversa, o governo pretende conversar com os países árabes?

 

Presidente: Olha, eu não pretendo ter atrito com ninguém no mundo, tá? Temos viagem marcada para a China e iremos, com toda a certeza, a apenas um país ao norte da África no segundo semestre também. Nós queremos aprofundar negócios com o mundo todo. Agora, Israel tem o seu direito de escolher a sua capital, ponto final. Se o Brasil hoje fosse abrir, por exemplo, abrir a sua diplomacia com Israel. Onde é que seria a embaixada? Seria em Jerusalém, seria aqui, tá certo? Então, essa questão aí é simbólica por um lado, o outro lado é respeitar as decisões do respectivo estado.

 

Jornalista: E porque o senhor decidiu ir, hoje, acompanhado do primeiro-ministro no Muro?

 

Presidente: Ele é que decidiu me acompanhar. Para mim foi motivo de honra e satisfação ir com ele no Muro das Lamentações.

 

Jornalista: Obrigado, senhor presidente.

 

Presidente: Valeu aí, obrigado e até mais.

 

Jornalista: Bom descanso.

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