Entrevista concedida pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro após a Solenidade comemorativa do 211º Aniversário da Justiça Militar da União e entrega de Condecorações da Ordem do Mérito Judiciário Militar - Brasília/DF
Brasília-DF, 28 de março de 2019
Jornalista: Presidente, o senhor pode dizer para a gente, em que pé que tá, esse diálogo do senhor com o presidente da Câmara Rodrigo Maia, que sequer compareceu aqui hoje, a gente esperava que estivessem juntos hoje?
Presidente: O motivo do não comparecimento eu não sei. Para mim, isso foi um chuva de verão, o sol está lindo e o Brasil está acima de nós.
Jornalista: Agora o senhor vai procurá-lo, para abaixar essa temperatura, vai deixar a coisa (incompreensível)?
Presidente: Olha, tive um excelente diálogo com Davi Alcolumbre agora, tô à disposição do Rodrigo Maia, como disse o Brasil está acima de nós tá ok. Da minha parte não tem problema nenhum e vamos em frente.
Jornalista:(inaudível) comentou sobre a conversa com o Maia hoje de manhã?
Presidente: Ele falou que esteve com o Maia uma conversa muito saudável, amigável e tudo bem. É assim a nossa vida, de vez enquanto há uns percalços mas não podemos esquecer o que nós representamos.
Jornalista: E a articulação da reforma presidente e a articulação da reforma?
Jornalista: Com essas declarações dele do senhor não presidir, ao senhor não fazer (inaudível).
Presidente: Página virada. Um abraço Rodrigo Maia. O Brasil está acima de tudo. Vamos em frente, acontece, é uma chuva de verão, outros problemas acontecerão com toda certeza, mas pode ter certeza na minha cabeça e na dele, Brasil acima de tudo e Deus acima de todos.
Jornalista: (inaudível) Presidente e o ministro da Educação, ele continua no cargo?
Presidente: Quem?
Jornalista: O ministro Vélez da Educação.
Presidente: Olha eu estava em São Paulo ontem e estou tomando pé da situação. Não procede a informação de ontem que ele teria sido exonerado. Jamais ia exonerar alguém por telefone. Temos conversado juntamente com outros ministros, e é Educação né tem que dar certo no Brasil. É um dos ministérios mais importantes.
Jornalista: (inaudível) Disse ontem que falaria com ele quando voltasse de Israel, não é muito tempo não? (Inaudível).
Presidente: Não, falo com todos os ministros. Quando voltar de Israel tem uma fila de ministros para falar comigo. O ministério que teve algum ruído no passado sempre a gente busca conciliar, acertar e estamos continuando nessa linha.
Jornalista: Mas ele vai ser mantido no cargo, realmente presidente? (Inaudível) um trimestre parado sem nenhum movimento nesse ministério?
Presidente: Olha tem problema sim. Ele é novo no assunto, não tem o tato político. Vou conversar com ele e tomar a decisão que tem que tomar.
Jornalista: Ele tá na berlinda para ser demitido presidente? Ele tá na berlinda?
Presidente: Não, não, não. Eu não vou ameaçar nenhum ministro aqui publicamente, tá certo. Vamos conversar e se tiver qualquer coisa que não esteja dentro da normalidade a gente acerta.
Jornalista: (inaudível) E a reforma da previdência, como é que tá?
Presidente: A reforma continua, conversei rapidamente com o Alcolumbre agora, é ideia dele também é a nossa, com toda certeza o Rodrigo Maia, ela é importante não é para mim, para o meu governo é para o Brasil, não se discute.
Jornalista: Presidente, as farpas entre o Maia e o Moro preocupam para o andamento do pacote anticrime, as farpas entre o Maia e o Moro preocupam?
Presidente: Não, eu não sei o que eles conversaram hoje de manhã.
Jornalista: Então até semana que vem o senhor conversa com os líderes de partidos?
Presidente: Olha eu gostaria de atender mais políticos no Planalto, mas o dia só tem 24 horas, eu tenho que 5, 6 horas dormir sabe, por isso que eu não atendo mais gente.
Jornalista: (inaudível)
Presidente: Hoje tá previsto, hoje tá previsto alguns parlamentares eu conversar.
Jornalista: Orçamento impositivo presidente, o que o senhor achou da aprovação pela Câmara?
Presidente: Olha, essa proposta nossa vai além do que foi aprovado essa semana, porque lá, o impositivo em torno de 8 bilhões aquelas emendas de bancada, a emenda vai carimbada para os estados. O que nós queremos, o Paulo Guedes quer é que após a votação da previdência, seja votado o pacto federativo e vá em recurso para o Estado onde a assembleia legislativa de cada Estado, juntamente com governadores e sociedade decidam para onde vai o dinheiro. Eles sabem com muito mais propriedade onde tem que ser aplicado o dinheiro nos estados do que nós aqui em Brasília.
Jornalista: Não engessou o ministro Guedes? Não engessou?
Presidente: Se aprovar a Previdência, no pacto federativo, se essa emenda, se essa proposta for uma emenda, com toda certeza ela vai ser revogada porque a gente vai mandar recurso para o Estado.
Jornalista: Presidente, o governador Caiado saiu do Planalto ontem dizendo que o senhor vai receber mais parlamentares a partir de agora, e vai viajar pelo País. O senhor pode detalhar um pouco?
Presidente: Não, conversei com Caiado, meu amigo de muito tempo, acho que 89, votei nele para a presidência se eu não me engano. É um amigo, é um parceiro e andar por Brasil faz parte da vida nossa né, e eu vou…
Jornalista: Alguma viagem prevista?
Presidente: Não, por enquanto tem algumas previstas sim, tem várias e nós vamos decidir. Tem Pará, tem Amazonas, tem na Paraíba, com o prefeito Romero, que vai entregar umas casas populares lá em Campina Grande, tem várias, tem Agrishow, mas eu… oi?
Jornalista: Alguma data marcada dessas viagens?
Presidente: Não, o que acontece, a gente bota na pré-agenda e 15 dias antes decide.
Jornalista: O senhor já tem a base aliada garantida para começar essa votação na Comissão de Constituição e Justiça e essa tramitação?
Presidente: Olha, não existe base aliada garantida. Os parlamentares são independentes e eles vão decidir de acordo com o entendimento de cada um. É isso que faz a democracia ficar forte.
Jornalista: O senhor percebe uma dificuldade de apoio na reforma?
Presidente: É natural, eu fui deputado por 28 anos, o pessoal tem metade da Câmara, eles são novos, são jovens, que vão aprendendo o trejeito político com o tempo.
Jornalista: O senhor havia falado que participaria da articulação da Reforma da Previdência. Como que tá isso, o senhor de fato (inaudível) mais efetivamente?
Presidente: Articulação é conversar. Metade da Câmara que tem são velhos amigos meus.
Jornalista: Presidente (incompreensível) 31 de março, o senhor vai fazer alguma menção, alguma celebração (inaudível) existe uma...
Presidente: O ministro da Defesa já fez. É a história, é a história isso aí, tem datas ali, eu não botei o primeiro parágrafo do julgamento da revolução de 07 de outubro de 1984, é uma realidade, você quer que eu repita para você aqui? Eu repito.
Jornalista: (inaudível)
Presidente: Participamos da revolução de março, quer que eu continue?
Jornalista: Presidente e essa homenagem o que representa presidente por favor.
Presidente: Eu já fui homenageado no passado e agora subiu de grau, vamos assim dizer assim. Eu fico feliz em ser reconhecido dessa forma juntamente com muitas outras personalidades.
Jornalista: Ministro a ordem do dia que está assinado pelos comandantes e o ministro da Defesa estabelece que num contexto de guerra fria que houve o 31 de março e há uma cobrança até das vítimas e de algumas instituições que acabaram sendo prejudicadas nesse período, reclamando até na justiça, dizendo que o governo não faz um mea culpa de que também exagerou e passou do limite.
Presidente: Oh Délis, vamos supor que nós fossemos casados, tivéssemos um problema e resolvemos nos perdoar na frente. É para não voltar naquele assunto do passado que houve aquele mal entendido entre nós. A lei da anistia tá aí valeu para todos. Inclusive o governo militar (incompreensível) anistia, fez com que ela fosse ampla, geral e irrestrita, que alguns setores de dentro do parlamento, não queria que certas pessoas voltassem do exílio porque os atrapalhariam os seus projetos políticos aqui dentro. Lei da anistia vamos respeitar para todo mundo e ponto final, não toca mais no assunto.
Jornalista: Mas como que o senhor pede para comemorar o 31 de março se não volta nesse passado?
Presidente: Não foi comemorar, rememorar, rever, ver o que tá errado, o que tá certo e usar isso para o bem do Brasil no futuro.
Jornalista: (inaudível)
Presidente: Muita coisa.
Jornalista: Vai mudar a embaixada lá? O senhor vai almoçar lá?
Presidente: Nós já começamos a votar de acordo com a verdade, na ONU, Israel, Estados Unidos, Brasil. Mais alguns outros países já começaram a votar diferentemente da forma tradicional que era o lado da Palestina, por exemplo é defendendo, coisas adotadas por Cuba. Nós voltamos a uma realidade, nós queremos direitos humanos de verdade e ponto final. Questão de Israel, quem define as questões de estado é o estado de Israel ponto final. Trump levou 9 meses para decidir, dar a palavra final para que a embaixada fosse né. Nós talvez abramos um escritório de negócios, em Jerusalém.
Jornalista: O clima lá tá tenso e o senhor vai assim mesmo correndo risco de segurança?
Presidente: Não, não, não tem problema nenhum!
Jornalista : Já foi orientado a não ir.
Presidente: Orientação houve mas a decisão, palavra final é minha, estarei em Israel se Deus quiser no domingo.