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Declaração à imprensa concedida pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, após reunião de trabalho - Buenos Aires/Argentina

Transcrição do Áudio

 

Buenos Aires-Argentina, 25 de abril de 2013

 

Eu queria iniciar cumprimentando a presidenta da Nação Argentina, minha querida amiga Cristina Fernández de Kirchner.

Cumprimentar os senhores e as senhoras brasileiros e argentinos que participaram desta jornada de discussões.

Cumprimentar os senhores jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas.

É com um grande prazer que venho à Argentina. Eu venho aqui sempre com a consciência da importância que o Brasil e a Argentina têm nesta região do mundo. E eu começo agradecendo a hospitalidade com que eu e minha comitiva somos sempre recebidos.

Além disso, eu acredito que Argentina e Brasil têm um papel muito importante. São dois países aqui na região, paises que buscam, de forma determinada, seu desenvolvimento, que compartilham interesses comuns tanto do ponto de vista da justiça social, da democracia e da construção da prosperidade aqui na região. E, para isso, nós temos dois níveis de atividades. Nós temos um papel que eu considero cada vez mais, um papel estratégico quando se trata dos órgãos multilaterais: Mercosul, Unasul e Celac. Aliás, lembrando o processo de constituição desses organismos nós temos sempre que saudar a fantástica contribuição dada por dois latino-americanos – Néstor Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva – quando se trata da construção dessa perspectiva multilateral de desenvolvimento, de atuação, e o papel democrático que estes órgãos têm desempenhado aqui na região.

Aí eu me refiro, primeiro, à questão relativa ao Paraguai. Acho que o desenrolar dos últimos fatos demonstram que é possível afirmar a democracia, manter a estabilidade, o equilíbrio e a unidade aqui nesta região. Nós somos representantes, governos que têm as mais variadas origens do ponto de vista ideológico, político, de posicionamentos. Nós conseguimos construir uma unidade e isso foi muito importante dentro dos 12 países da Unasul.

Ao mesmo tempo, quero lembrar também a recente atuação da Unasul no que refere à eleição do novo presidente constitucional da Venezuela, o Nicolás Maduro, e concordo completamente com a presidenta Cristina quando ela enfatiza a qualidade da nota que nós construímos em conjunto com os presidentes dos outros países latino-americanos na madrugada de sábado, lá em Lima, antes de irmos todos à posse de Nicolás Maduro. Acredito que esse papel democrático, ele também representa um papel de estabilidade aqui na região. Nós sabemos que temos uma região sem guerras, sem conflitos étnicos, sem conflitos religiosos, e com uma capacidade de estruturar consensos extremamente elevada e acho que serve de exemplo para o mundo.

De outro lado, nós também repassamos os principais temas da nossa relação bilateral. Eu acredito que nós conseguimos uma compreensão cada vez maior da situação em que nós nos encontramos. Nós estamos, talvez, há mais de cinco anos, em uma conjuntura de consequências bastante dramáticas para os países desenvolvidos. De uma forma ou de outra, fomos afetados, mas sem sombra de dúvidas, muito menos que esses países desenvolvidos. E a nossa concepção em matéria de relação bilateral – eu acredito que falo também tendo a mesma concepção da presidenta Cristina – é que nós enfrentamos essa crise não com menos, mas com mais integração. Mais e mais integração é a nossa resposta para essa crise.

Daí, cada vez mais a importância que temos de atribuir as nossas relações bilaterais, que são pautadas pelo diálogo, pela transparência e pelo fato de que nós temos que construir o crescimento e a prosperidade de nossos países e da nossa população.

Por isso eu considero que nós fizemos um grande esforço esta tarde e este esforço vai se coroar com as reuniões técnicas dos encontros que serão efetivados quando da reunião do Mercosul, em Montevidéu. Nós aproveitaremos e continuaremos – porque íamos continuar amanhã, né, Cristina -, e preferimos transferir isso para daqui a uma semana, no máximo, onde faremos, então, todo o desdobramento dos princípios que levantamos hoje.

Eu queria destacar uma questão. Eu queria destacar a questão do diálogo, a importância das relações entre o Brasil e a Argentina justifica a firme convicção que eu, representando o Brasil, tenho de que o diálogo é o melhor caminho para se encontrar soluções. Daí porque temos firme convicção de que a empresa brasileira Vale do Rio Doce vai encontrar o caminho para construir o melhor acordo possível com as autoridades aqui da Argentina.

Finalmente, eu quero dizer que nós sabemos da importância tanto das nossas relações comerciais quanto dos investimentos recíprocos, quanto também das relações que existem entre os nossos países nas mais diferentes áreas. E eu quero dizer que eu tenho, e quero externar aqui a minha convicção, da importância de ampliar o comércio, da importância de ampliar os investimentos e da importância, não só de ampliar o comércio e os investimentos, mas os fluxos financeiros, as atividades educacionais de pesquisa, ciência, tecnologia e inovação, e também as atividades culturais.

Acabo de ter com a presidenta Cristina uma conversa que eu queria, finalizando, dizer a respeito de algo que todos os brasileiros que me acompanham nesta jornada têm: uma grande admiração pelo cinema argentino. Então passamos os últimos momentos comentando alguns filmes argentinos e a presidenta Cristina me prometeu, também, me enviar alguns filmes que dizem respeito a esse período - Infância Clandestina -. Sou, como alguns ministros meus, uma leitora de vários livros sobre a questão daquela época aqui na Argentina, especialmente um livro de um escritor chamado Bonasso, que é “Recuerdos de la Muerte”.

 

 

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