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Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, na cerimônia de inauguração do Centro Municipal de Educação Infantil Júlia Moreira da Silva - Angra dos Reis/RJ

Transcrição do Áudio

Angra dos Reis-RJ, 18 de janeiro de 2012

  

Eu queria, primeiro, desejar boa tarde a todas as nossas queridas companheiras aqui de Angra, cariocas, e também aos nossos companheiros,

Cumprimentar este parceiro fantástico, que é o governador Sérgio Cabral, e seu vice-governador, o nosso querido Pezão,

Queria também cumprimentar o ministro da Educação, Fernando Haddad,

O ministro aqui da região, aqui de Angra, Luiz Sérgio, ministro da Pesca e da Aquicultura,

Cumprimentar o senador do Rio de Janeiro, este líder jovem, Lindbergh Farias,

Cumprimentar o deputado Fernando Jordão e a deputada Benedita da Silva,

Queria dirigir um cumprimento especial ao prefeito em exercício, o José Essiomar Gomes da Silva, e também a sua secretária da Educação, a Luciene. Queria cumprimentá-la também.

Queria cumprimentar o presidente da Câmara de Vereadores de Angra, José Antônio Azevedo Gomes,

Cumprimentar também os deputados estaduais, os vereadores,

As senhoras e os senhores deputados federais, que porventura eu não tenha mencionado, aqui presentes,

Os jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas,

Queria agradecer a todos os moradores e cidadãos aqui de Angra dos Reis, e dizer para vocês que eu vim aqui porque, para o Brasil, esta não é apenas uma construção de concreto, não é apenas uma construção bonita. Para o Brasil, este é o caminho do futuro, o caminho para transformar os bebês e as crianças nos futuros brasileiros que, de fato, com as suas mãos, com os seus cérebros, com o seu coração, vão construir este país que nós sabemos... não importa se nós vamos ser a primeira, a segunda, a terceira ou a quarta ou a quinta potência do mundo. O que importa é que nós teremos um país que será uma das maiores nações do mundo, com um povo que também usufruirá dessa riqueza e, portanto, será um povo que vai viver bem, vai ter educação e vai ter educação de qualidade.

Nós sabemos que as pessoas são diferentes, nós sabemos. Todas as pessoas, cada pessoa é diferente da outra, e talvez isso seja uma das coisas mais fantásticas. Porém, se essa diferença entre as pessoas, nós, instintivamente, sabemos que é uma coisa boa, oportunidade diferente não é uma coisa boa. É uma coisa muito ruim. Na raiz da desigualdade do nosso país está justamente uma diferença de oportunidade, e ela começa logo no início... logo depois de a pessoa nascer começa a desigualdade.

O que nós estamos aqui fazendo... e aí é muito importante que eu venha aqui agora com o ministro Fernando Haddad, um dos grandes ministros deste país na área de educação, e que viu que a educação tinha de começar e tinha de ter importância desde a pessoa e da criança ao nascer.

Quando ele cunhou a frase, que a educação era um projeto da creche à pós-graduação, passando pelo ensino básico, pelo ensino técnico, pela universidade e pela pós-graduação, ele cunhou uma coisa importantíssima para o Brasil, que é o caminho da igualdade de oportunidades. Ele é como se desse para nós um mapa: “Olha, para a gente ser um país com melhor distribuição de renda, um país que vai, de fato, considerar cada pessoa, cada mulher e cada homem, nós vamos ter de começar a olhar o bebê e a criança”.

Todo mundo sabe, e aí quem sabe mais ainda é a mãe. Eu sei que tem muitas mulheres aqui, e a mulher sabe disso pela sua pele. Ela sabe que se seu filho tiver educação, ela está feliz. Por que ela está feliz? Porque ele está conquistando o seu futuro. É isso que ele está fazendo.

Aqui nós vamos ter uma coisa muito importante: nós vamos ter uma qualidade de educação para as crianças mais pobres, que vai ser uma qualidade elevada de educação. Nós vamos utilizar o que há de mais moderno no mundo, porque descobriram, no mundo, que se você tiver um tratamento para uma criança de zero a cinco anos que garanta a essa criança os estímulos necessários, que assegure a essa criança acesso, conhecimento, pegar, olhar nos livros, ter brinquedos adequados, ter alimentação, tratamento, carinho e cuidado adequados, essa criança se transforma num adulto cheio de possibilidades de realizar seu potencial. Se você não fizer isso, você não terá um adulto assim.

Por isso, hoje nós temos aqui essa construção, e nós queremos que o padrão dela seja igual ou melhor do que o padrão de qualquer creche e pré-escola do Brasil, de qualquer lugar. Por isso que é um orgulho ver esta construção, não por causa do cimento e do aço, ou do ferro que tem aí dentro, mas porque esta escola é o caminho e daqui – quando nós não estivermos mais aqui, nem eu e nem vocês – nós teremos brasileiros capazes de dirigir este país, de serem empresários, professores, engenheiros, trabalhadores.

Esta escola é o futuro, e eu tenho muito prazer de vir aqui com o Fernando Haddad, porque... o ministro Fernando Haddad, que vai sair do meu governo, vai enfrentar uma outra realidade. Ele merece o reconhecimento do meu governo, e, tenho certeza, do presidente Lula, pela contribuição que ele deu para que nós pudéssemos aprofundar esse momento do nosso país, que é crescer. Mas não é só crescer, não é só aumentar o PIB. É distribuir renda, é garantir para a população o acesso à riqueza, é transformar este país nessa imensa força que ele já está sendo hoje, é garantir que amanhã e depois de amanhã este processo continue.

Então, eu agradeço ao Fernando Haddad por jamais ter falado “Não...” – igual se falava antes – “Não, é melhor apostar, é melhor apostar na educação superior”. Aí o outro falava: “Não, vamos apostar só na educação básica”. O que eu acho mais importante que o Fernando Haddad fez foi mostrar que educação começa lá na infância, na creche e na pré-escola, passa pelo que, na minha época, a gente chamava de ensino primário e hoje chama de fundamental. Depois vai para o ensino médio, passa pela escola profissional, passa pela universidade e pela pós-graduação, chegando até a esse novo projeto nosso, que é o Ciência sem Fronteiras, que quer permitir que as pessoas neste país tenham acesso à educação superior também lá fora – nos Estados Unidos, na Europa e nos países da Ásia.

Este é um projeto que, eu tenho certeza, cada mãe aqui, cada pai sabe, que é... o que está em questão aqui não é se nós somos A,B,C ou D. O que está em questão aqui é o futuro do nosso país e futuro a gente constrói é no presente. A gente não espera o futuro chegar para começar a construir. Isso é o futuro construído aqui e agora.

Eu queria dizer para vocês que é muito importante... eu estava conversando com a secretária e com as professoras, e elas me disseram coisas que é muito importante o país saber. Também nós garantimos aqui outra coisa. Nós garantimos aqui que... muitas vezes, a criança de uma família mais pobre, ela não tem acesso à alimentação de qualidade que a gente queria dar. Ao longo da semana, ela tem. Eu saio daqui também com uma outra coisa me preocupando, entre as muitas que já me preocupam. Eu saio daqui preocupada em como é que nós vamos garantir, sábado e domingo, comida para as crianças, desta creche, das famílias que não têm de onde tirar os recursos. Nós sabemos que muitas vezes ocorre isso e nós temos de melhorar essa situação.

Eu vou sair daqui também com essas duas questões. Primeiro, uma grande alegria, uma grande alegria porque esta é a creche que nós vamos fazer 6.400 no Brasil e que tem 500 sendo construídas hoje. E, ao mesmo tempo, eu saio querendo sempre melhorar um pouco mais o projeto, e aí isso a gente faz escutando as pessoas que estão diretamente em contato com o problema.

Eu queria dizer para vocês que eu tenho grande estímulo, grande estímulo para trabalhar com o prefeito e com o governador, grande estímulo. Por que com os prefeitos e com o governador Sérgio Cabral? Porque eu tenho visto, da parte do governador Sérgio Cabral e do vice-governador Pezão, um grande empenho em solucionar todo tipo de problema que aparece no governo, e em solucionar de forma muito profunda. É o caso, por exemplo, da construção do Minha Casa, Minha Vida, dessas casas.

Foi o caso também dessa parceria no que se refere a garantir empregos na área da construção naval. Nós, que tínhamos sido a oitava, a oitava economia produtora de navios do mundo na década de 80, nos transformamos em quase zero de produção no início deste século, e hoje nós voltamos a ser em torno da sétima ou sexta carteira de navios. E eu quero assegurar a vocês, que dão uma grande importância a esse setor, que uma das coisas que nós iremos fazer e vamos continuar fazendo é garantir que o que pode ser produzido no Brasil seja produzido no Brasil, e não importado de outros países, como foi o caso, durante muito tempo, das plataformas e dos navios.

Eu encerro dizendo para vocês que eu tenho certeza, e quero assegurar para vocês que o Brasil tem grande capacidade de crescimento, o Brasil vai continuar gerando emprego, vai continuar garantindo estruturas como esta das creches, políticas como esta das creches, assegurando que professoras que são generosas e talentosas como as que, seguramente, vão levar esta creche para frente, que elas tenham as oportunidades de transformar a vida dos nossos brasileirinhos e das nossas brasileirinhas.

Um abraço a cada um e um grande beijo no coração.

 

 

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