Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante solenidade de entrega de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida - Blumenau/SC
Blumenau-SC, 09 de junho de 2011
Eu queria, primeiro, dar boa tarde a todas as mulheres de Blumenau. E queria também desejar um cumprimento muito fraterno a todos os nossos companheiros homens aqui presentes.
Um abraço para a imprensa, para os senhores fotógrafos e cinegrafistas.
Gostaria de começar cumprimentando o governador Colombo, de Santa Catarina,
Queria cumprimentar aqui os ministros de Estado presentes na cerimônia: a ministra Miriam Belchior, do Planejamento; o ministro Mário Negromonte, das Cidades; e uma catarinense, a ministra Ideli Salvatti, da Pesca.
Queria cumprimentar o prefeito João Paulo Kleinübing, prefeito de Blumenau, em nome de quem eu cumprimento todos os prefeitos aqui presentes.
Cumprimentar o senador Paulo Roberto Bauer, de Santa Catarina,
E os deputados federais Décio Lima e Luci Choinacki,
Os deputados e deputadas estaduais aqui presentes, ao cumprimentar a Ana Paula e mais dois deputados: Jean Kuhlmann e Ismael dos Santos,
Queria cumprimentar também todos os funcionários da Caixa, e quero fazer isso ao saudar o presidente da Caixa, Jorge Hereda,
Queria também cumprimentar o Cedenil, aqui, que foi um dos que falaram aqui hoje, presidente da Federação da Associação dos Moradores do Estado de Santa Catarina,
Quero também cumprimentar o Pedro Eccel, presidente da Associação dos Municípios do Meio [Médio] Vale do Itajaí, e queria... Paulo Eccel. Você vê que o pessoal às vezes erra. Peço desculpa ao Paulo, mas escreveram Pedro, viu? Pois é, houve uma pequena confusão.
E cumprimentar também os moradores, em especial a eles, os moradores do conjunto habitacional Mathias Bornhofen.
E queria também saudar aqui todos os moradores desta região de Santa Catarina, especialmente, aqui, o Vale do Itajaí, a querida Blumenau.
Esta é a primeira vez que eu venho a Santa Catarina depois de me eleger presidente da República. E venho aqui em Blumenau neste dia com imenso prazer de estar aqui. Primeiro, porque eu acho que o governador Colombo falou uma grande verdade ao dizer que aqui nós comemoramos também valores.
Eu estive aqui quando as intempéries, as chuvas, os deslizamentos, o aumento do nível dos rios causou tanto sofrimento, causou tanta perda para as famílias catarinenses. E eu vi aqui, naquele momento, eu vi aqui uma grande determinação, uma força imensa e uma energia de resistência. Mas uma energia muito forte, não era a passividade que a gente via, a gente via a determinação de reconstruir, de assumir, nas mãos de cada um, e voltar a construir uma situação ainda melhor para aqueles atingidos pelas enchentes e pelos deslizamentos.
Queria dizer que hoje, para mim, é um prazer estar aqui entregando essas 580 residências, esses 580 lares, sendo que, desses, 200 são para aquela população atingida. E, com isso, nós zeramos aquilo que, no programa Minha Casa, Minha Vida, era destinado para essa população que tinha sofrido as consequências desse grande desastre natural.
E eu venho aqui com muita alegria porque o programa Minha Casa, Minha Vida, que é de onde saíram essas 580 casas, é um programa que ele tem um sentido social e de valores. Social, porque, um país como o nosso, não pode ter uma parte da sua população – e uma parte muito significativa da sua população, milhões e milhões de pessoas – sem teto, sem um lar, sem uma casa própria.
Esse compromisso com a construção de uma casa própria, de um lar onde criar seus filhos é algo que transforma o Brasil, transforma em vários sentidos. No sentido econômico, sim, porque construir essas residências faz com que a nossa construção civil tenha o crescimento que teve, gerando empregos, produzindo, também, mais cimento, mais alumínio, mais equipamentos, para que o Brasil possa continuar crescendo, uma parte puxada pela construção civil.
Então, além disso, porque ter um teto é uma questão de segurança. Ter uma família e ter um local onde você possa desenvolver suas relações afetivas é o direito de todo ser humano, das mulheres, porque é lá que elas criam seus filhos, é lá que ela estabelece essa relação familiar que vai criar brasileirinhos e brasileirinhas para serem os futuros adultos.
A casa é, eu diria, um símbolo do cerne de uma nação. É lá que um país tem segurança também, porque essa primeira segurança de saber que seus filhos vão ter abrigo, essa questão da proteção, que é algo que a Humanidade busca desde que começou a se transformar e virar cada vez mais humana, nós precisamos de abrigo, porque o abrigo nos dá proteção.
Todos os brasileiros têm direito à proteção de um teto, de um lar onde criar seus filhos. Por isso eu tenho imenso orgulho desse programa, Minha Casa, Minha Vida. Orgulho não porque o Estado brasileiro parou de achar que todo mundo tinha de encontrar um jeito de ter casa, independente de quanto ganhava. E nós mudamos essa compreensão, porque a equação nunca fechava. Como que uma pessoa que ganha até três salários mínimos vai comprar um apartamento de R$ 54 mil? Como? E aí que nós entramos, assegurando recursos para essa pessoa poder comprar a sua casa. Porque isso não é uma dádiva, isso é uma obrigação do Estado brasileiro, isso é uma obrigação do Estado brasileiro com a sua população mais pobre.
Por isso, eu fico muito feliz. Porque aqui nós estamos somando dois valores: o valor da solidariedade, o valor da capacidade de resistência do nosso povo, expresso aqui nessa população valorosa de Santa Catarina; e o outro valor, que é o valor de ter um lar para criar seus filhos e sua família. Esses dois valores se encontraram aqui, e eu tenho por isso muito prazer de ter vindo aqui hoje, porque eu acredito que esta é uma cerimônia simbólica. Simbólica da nossa capacidade de construir, da nossa capacidade de criar, e, sobretudo, por um outro motivo: aqui, em Santa Catarina, nós temos uma parceria com o governo estadual e com o governo municipal.
Essa parceria é uma parceria em que nós não perguntamos entre nós de que partido nós somos. Nós não somos do mesmo partido, mas nós temos obrigação com o povo de Santa Catarina e do Brasil, de trabalhar junto com o povo de Blumenau.
Existem várias possibilidades de eu ir inaugurar residências do Minha Casa, Minha Vida, em todo o Brasil. Mas eu escolhi vir aqui em Santa Catarina, porque é simbólico desta relação republicana que existe entre o governo federal, entre o governo do estado, através do governador Colombo, e o prefeito Kleinübing. Nós não somos do mesmo partido, mas o governo federal não olha, não olha nem governo, nem prefeitura por critério de partido, mas por critério da população que cada um do prefeito e do governador aqui eleitos representam. É o voto de vocês que nos levou - eu à Presidência, o outro companheiro a governador e o outro a prefeito. E é o voto de vocês que nós temos de respeitar, trabalhando para vocês.
Eu queria dizer que vocês podem ficar descansados: a questão da duplicação da BR-470 é uma questão de honra para mim. A BR-470 vai ser duplicada, eu asseguro a vocês. Nesta última semana, eu conversei com os diretores do Dnit e do Ministério dos Transportes, e asseguro para vocês que a BR-470 será duplicada e será duplicada o mais rápido possível. Eu, pessoalmente, cobrarei a construção desta duplicação do Ministério dos Transportes e do Dnit, e dos prazos que eles me deram. Vocês vão ter em mim uma pessoa que vai ficar ali, em cima, amolando eles.
Quanto à federalização da Furb... calma, calma... Eu não prometo coisa que eu não faço. Eu vou olhar com todo o cuidado a questão da federalização da Furb e eu externarei o meu compromisso a partir dessa avaliação séria. Com isso, eu quero dizer para vocês o seguinte: a BR-470 eu estou dizendo que será feita, a Furb, eu não posso assumir esse compromisso porque eu não tenho ideia de toda a repercussão.
Mas, eu quero dizer para vocês que aqui, na cidade [estado] de Santa Catarina, um instituto federal tecnológico está sendo implantado. Aqui... desculpa... Santa Catarina não é cidade, é estado, gente. Aqui, em Blumenau, nesta cidade de Santa Catarina, nós iremos implantar um instituto federal tecnológico de educação e isso é muito importante porque um dos maiores desafios que nós vamos ter nos próximos anos é a questão da formação tecnológica, é a questão da formação profissional.
Este país tem de combater a miséria, mas ele tem de fazer, simultaneamente, várias coisas: combater a miséria e tirar da miséria 16 milhões de brasileiros e brasileiras, e nós vamos fazer isso. E, ao mesmo tempo, nós temos de cuidar porque nós, o nosso futuro, é apostar no caminho da Educação e, para apostar no caminho da Educação, nós temos de apostar em cada vez mais ampliar as oportunidades de Educação, por isso é que eu vou olhar a Furb com todo o cuidado.
Mas eu quero dizer sobre o instituto federal de educação tecnológica como sendo uma das questões centrais do governo. E, junto com isso tudo, eu queria dizer: sim, nós vamos lançar o programa Minha Casa, Minha Vida 2 agora na metade do mês de julho.
Nós começamos... Eu vou contar uma pequena história para vocês: quando nós começamos a fazer o Minha Casa, Minha Vida, o pessoal dizia – o pessoal das empresas que nós chamamos – dizia que só dava conta de fazer 200 mil. Aí, a coisa foi indo e, hoje, eles estão fazendo 1 milhão. Quando aprenderam a fazer 1 milhão, nós resolvemos mudar a meta, porque meta que se alcança, ela tem de ser mudada. Então, nós vamos fazer, com o Minha Casa, Minha Vida 2, 2 milhões de moradias. Por isso aqui, em Blumenau, nesta cidade do estado de Santa Catarina, eu quero dizer para vocês: quem ainda não teve acesso à sua casa própria terá uma oportunidade, agora, de ter acesso à sua casa própria.
E, finalizando, eu pretendo voltar aqui várias vezes, nesta terra... Não é só em Blumenau, gente, eu tenho de voltar em outras cidades de Santa Catarina. Mas, eu pretendo voltar aqui, porque este é um dos estados que mais cresce, no Brasil. E nós, no Brasil, temos de olhar, com um olhar especial, para cada estado e saber que é do crescimento de cada um, resolvendo os problemas de cada um, que nós conseguiremos fazer com que este país continue crescendo e se transforme numa das maiores economias do mundo. Hoje, nós somos o 7º, mas nós não vamos ficar por aí, nós vamos querer sempre mais, este país vai crescer sempre mais, vai gerar empregos, mas vai também querer que os nossos valores sejam valores fortes, republicanos, democráticos, que proteja as mulheres, as crianças, a família, e que incentive também a participação dos nossos jovens e dos nossos trabalhadores e empresários a cada vez produzir mais.
Um abraço, assim, do fundo do coração, para cada mulher e para cada homem aqui, de Blumenau; para cada mulher e para cada homem de Santa Catarina. Um beijo.
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