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Entrevista concedida pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, à Rede Massa de TV

Transcrição do Áudio

 

Ponta Grossa-PR, 16 de julho de 2013


Jornalista: Nesse momento nós estamos aqui, na sede do Douglas, aqui, e ao nosso lado está a nossa presidente da República, nossa presidenta Dilma Rousseff, que fala conosco agora, com a Rede Massa, para o Paraná, para Ponta Grossa.
Primeiro, presidente, primeira vez que a senhora vem a Ponta Grossa. O último presidente foi o Collor, que esteve aqui, e agora a senhora, depois de tantos anos, recebendo o carinho do povo de Ponta Grossa e de toda a região. Grande abraço e obrigado por ter vindo conhecer a nossa cidade e falar com o nosso povo.

Presidenta: Olha, Joselito, e assim eu queria dar um bom dia para todos os nossos telespectadores da Rede Massa. Para mim é um prazer estar aqui e ser, nos últimos 20 anos, a primeira presidenta e o primeiro presidente – tanto presidenta como presidente – a vir aqui em Ponta Grossa.
E hoje eu venho aqui – viu, Joselito? -, com grande prazer. Eu venho aqui num momento muito especial para mim. Eu tenho um grande orgulho desse Programa Minha Casa, Minha Vida. Por quê? Porque eu acredito que cada um de nós sabe o quanto importa você ter uma casa para criar seus filhos, para receber seus parentes, enfim, para você viver a vida. A sua vida privada, ela se passa dentro de casa. E eu acredito que nos últimos 10 anos nós melhoramos muito a vida de cada um dos brasileiros, dos paranaenses e dos moradores aqui, de Ponta Grossa. E ainda temos muito para fazer, não é?

Jornalista: Agora há pouco eu entrevistei no rádio, na difusora, agora há pouco, eu entrevistei um senhor, que diz o seguinte: ele mora na casa do sogro, e é difícil morar na casa do sogro. Ele queria, a partir de agora, ganhar a sua casa, pagando R$ 31,00 e ainda estava feliz, porque ele vai também poder ganhar os móveis, estava feliz, estava emocionado no rádio, agora há pouco.

Presidenta: É verdade, ele vai poder comprar móveis em condições ultraespeciais: juros de 5%, 48 meses de carência, e ele vai receber um cartão com um valor, um cartão de crédito com um valor de R$ 5 mil. Com isso ele vai poder comprar aqui, em Ponta Grossa, tem 29 lojas que são credenciadas. E nessas lojas credenciadas é possível comprar: geladeira, fogão, máquina de lavar. Eu sempre falo das máquinas de lavar, sabe por que, Joselito? Porque eu sei como é que vive uma mulher dona de casa e mãe. Máquina de lavar, ela permite não só você sair daquele trabalho mais braçal, mas permite também um conforto: você pode botar as roupas na máquina, fazer outro trabalho, e aí ela está lavada. E uma mulher sabe perfeitamente, uma dona de casa que tem filhos sabe perfeitamente essa vantagem.
E para nós é muito importante também por uma outra razão: todos, todos, mas todos mesmos, esses eletrodomésticos, têm um selo Procel. O que é o selo Procel? É o selo da eficiência energética. Então, a pessoa também vai pagar menos conta de luz por usar, por exemplo, uma geladeira nova. E ela vai economizar também na sua conta de luz porque a geladeira nova gasta muito menos energia que as antigas, e ela tem, por isso, o selo Procel, que é o selo da eficiência energética. Então você mata dois coelhos de uma cajadada só: o conforto da família, o direito a ter acesso aos bens e também um compromisso com o meio ambiente.

Jornalista: Esse contato com o povo, as casas, os grandes programas é o que mais lhe anima, nesse momento, ser presidenta da República?

Presidenta: Ah, eu te garanto que é. É um contato muito, muito forte, uma... O povo brasileiro é muito carinhoso, é muito emotivo, então... além disso, te passa uma ótima energia. É a satisfação de você ver que você está contribuindo para melhorar a vida dos brasileiros e, ao mesmo tempo, é esse calor que os brasileiros e as brasileiras têm.

Jornalista: Presidenta, a senhora tem falado muito de saúde e isso tem sido uma discussão nacional. A senhora tem falado de saúde, tem discutido a falta de médicos. Como resolver isso, Presidenta?

Presidenta: Olha, nós achamos que são várias medidas numa só. A primeira medida é ampliar as escolas de Medicina, tanto no que se refere à graduação como no que se refere a oportunidades de residência. O que a gente precisa? A gente precisa de pediatras, nós precisamos de anestesiologistas, nós precisamos de oncologistas, enfim, nós precisamos de médicos especialistas. Então, você tem de ampliar a oportunidade para que mais brasileiros tenham acesso ao estudo da Medicina e uma formação médica de qualidade, de padrão internacional. Essa é a primeira questão.
A segunda questão, ela diz respeito ao fato de que é necessário que você tenha médicos em número suficiente no Brasil. O Brasil, se você comparar com outros países do mundo, como, por exemplo, até a Argentina, aqui próxima, tem muito menos médicos por mil habitantes, muito menos. A Argentina chega a quase... um pouco mais de três, entre 2,7 e três, e o Brasil tem hoje em torno de 1,8 médicos por mil habitantes, e tem regiões que isso está muito mal distribuído, esses 1,8, viu, Joselito? Por exemplo, você tem regiões... você tem 700 municípios no Brasil que não têm nenhum médico. Então o que é que nós vamos fazer? Nós vamos abrir uma chamada pública para preencher esses locais onde não existe médico. Preencher com quem? Com médicos brasileiros formados no Brasil. Caso nós não consigamos completar esse número de médicos, nós iremos chamar médicos brasileiros formados no exterior e médicos formados no exterior. Por que isso? Porque... se você também comparar aos outros países do mundo, você vai perceber que nenhum dos grandes países, dos mais desenvolvidos, conta só com médico formado no próprio país. Muitas vezes, e eu te diria, na grande maioria deles, eles têm um percentual de mais de 20% de médicos formados fora do país. Isso vale para os Estados Unidos, para a Inglaterra, para o Canadá. Tem países que até têm mais, têm mais de 30%. Então, o Brasil só tem 1,78% dos médicos formados fora do país. Então nós podemos, perfeitamente, de forma provisória, completar o número de médicos necessários para assegurar que vários lugares do Brasil... por exemplo, a Amazônia, a Amazônia é uma dificuldade ter médico. E esses médicos, eles não são médicos especialistas, eles não vão concorrer com os médicos aqui do Brasil. Eles vão ser médicos que vão atuar, basicamente, no que a gente chama de postos de saúde e Unidades de Pronto Atendimento, como as UPAs. Com isso o que é que você vai garantir? Você vai garantir que a nossa população tenha acesso àquela medicina básica, àquela que impede que as pessoas, inclusive, adoeçam, ela tem um lado, também, preventivo.
E é por isso que eu digo para você o seguinte. Eu acredito que o programa Mais Médicos vai atuar numa questão que hoje é uma grande preocupação da população brasileira, do Oiapoque ao Chuí, de leste a oeste, que é o fato de que a saúde tem, no Brasil, alguns problemas. Eles não começaram hoje, não começaram ontem. Eles vêm se arrastando ao longo dos anos. Agora, nós queremos ter uma ação efetiva para mudar isso. Nós podemos e vamos melhorar a saúde no Brasil.

Jornalista: Presidenta, para encerrar – a senhora tem uma solenidade, o povo está lhe aguardando e a senhora não quer deixar o povo esperando, não é?

Presidenta: Não.

Jornalista: Então, eu queria que a senhora mandasse uma mensagem a todo o povo do Paraná que está acompanhando a Rede Massa nesse momento, uma mensagem sua ao povo paranaense que todo nesse momento está lhe acompanhando.

Presidenta: Joselito, eu queria dar... primeiro, agradecer esta oportunidade para a Rede Massa, dessa oportunidade de falar diretamente com o povo do Paraná. Dizer ao povo do Paraná que eu tenho uma grande admiração pelo povo paranaense, porque é um povo trabalhador, é um povo empreendedor, e eu acho que o Brasil é isso. O Brasil é um país de empreendedores e de trabalhadores, é um país que não se conforma com o que tem. Por que o que caracteriza um trabalhador e um empreendedor? É querer mais. E é isso que eu acho que o Brasil é. O Brasil também é um país que quer mais.
Por isso, fico muito feliz de ter estado aqui neste programa com você, neste dia tão bonito e fazendo uma atividade que eu acho tão importante, que é a casa própria para as pessoas.

Jornalista: Presidenta, e, para finalizar, mandar um recado para o Ratinho, né? A televisão é do Ratinho aqui no Paraná, então a senhora tem a oportunidade de mandar um recado agora para o nosso comandante do SBT do Paraná, o Ratinho, que nós vamos mandar para ele depois, diretamente de Ponta Grossa, a Rede Massa, para o Ratinho em nível nacional.

Presidenta: Eu mando, não só o meu agradecimento, mas eu mando um abraço ao Ratinho, esse grande comunicador do país, e esse comunicador popular, que é uma coisa muito importante, fala para o povo diretamente.

 

 

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