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27-08-2015 - Discurso da presidenta da República, Dilma Rousseff, durante a cerimônia de recepção às delegações do Brasil nos Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos de Toronto 2015 e homenagem aos 10 anos do Programa Bolsa Atleta - Brasília/DF

Palácio do Planalto - DF, 27 de agosto de 2015

 

Boa tarde a todos.

Queria cumprimentar o Thiago, a Terezinha Guilhermina e o Marcel. E, cumprimentando os três, eu queria cumprimentar cada um de vocês com quem eu tirei muitos retratos e selfies. E queria dizer para vocês que para mim é uma grande honra receber vocês aqui.

E quero também cumprimentar a todos os atletas olímpicos e paralímpicos, a todos vocês que ganharam o Pan-Americano e o Parapan-Americano.

Queria cumprimentar o George Hilton,

Queria cumprimentar, também, aqui o nosso querido Parsons,

E deixei por último, quero cumprimentar o Nuzman, que é para onde, Nuzman e Parsons, o nosso caminho que hoje nós comemoramos aqui para onde ele se dirige: Rio 2016.

Quero cumprimentar também o George Hilton, do Esporte; o general José Elito, do Gabinete de Segurança Institucional; e o ministro Pepe Vargas, da Secretaria de Direitos Humanos,

Dirijo um cumprimento especial tanto à Miriam Belchior, da Caixa Econômica Federal, quanto o Wagner, dos Correios,

Quero cumprimentar o ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, que, além de ter nome de cantor, né Orlando? Foi um excepcional ministro dos Esportes, tendo também ampliado as bolsas durante a sua gestão.

Quero cumprimentar o deputado federal Márcio Marinho, presidente da Comissão do Esporte, o Deley e a Soraya Santos,

Cumprimentar o senhor Mosiah Rodrigues, ex-integrante da Seleção Brasileira de Ginástica e coordenador do Bolsa Atleta.

Eu cumprimento, também, as senhoras e os senhores dirigentes de confederações esportivas que nos dão a honra da sua presença,

Cumprimento as senhoras e senhores presidentes de empresas e entidades patrocinadoras do esporte,

Cumprimento, também, neste quesito, a Infraero, com o Gustavo Vali,

Cumprimento as senhoras e os senhores treinadores e guias, pessoas tão importantes junto aos atletas.

E cumprimento as senhoras e senhores jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas.

 

Eu queria começar dizendo que sempre é comovente a gente ver histórias de superação e todos os atletas têm uma história de superação. Tem algumas que nos comovem muito, nos levam às lágrimas, como é o caso da história do Zé. E quero dizer que todas elas são um exemplo de conduta de vida, de compromisso, eu vou dizer, com a ética. Têm necessariamente alguns ensinamentos que o esporte mostra para todos nós. Mostra para todo o povo brasileiro. Esse ensinamento é, necessariamente, uma história de superação. Supera obstáculos, as limitações, supera a lei da gravidade, supera todas aquelas limitações que cada um de nós temos, supera os medos e, ao mesmo tempo, é uma história muito bonita.

Junto com os esportes individuais, os esportes coletivos mostram que as pessoas têm de lutar juntas, mesmo individual, porque está ali o treinador, está ali toda a equipe que dá suporte, que sustenta aquela trajetória atlética de cada um dos vencedores. Mas também nos esportes coletivos mostra que a cooperação, a forma pela qual há esse relacionamento fantástico dentro de uma equipe, ela pode levar à vitória. Mostra também que, como disse aqui os nossos atletas que falaram, mostra também que é possível sofrer derrotas, é possível sofrer dificuldades no caminho, mas que todo atleta levanta e segue em frente. Muitas vezes não ganha na primeira, mas ganha na segunda ou ganha na terceira e segue lutando para ganhar e respeita também o resultado do outro atleta que é o vencedor. Eu queria, inclusive, dizer que eu fiquei muito feliz em saber que o Thiago ganhou por uma medalha - não é isso, Tiago?   - do cubano, ele tem 23 e o cubano tinha 22, e aí ele é o maior atleta pan-americano, olímpico pan-americano. É óbvio que ele respeita o cubano que tem 22, mas é inequívoco que ele é que é o primeiro nessa história. Essa é uma da ética do esporte: você vence, mas respeita o adversário, porque o adversário ele qualifica o vencedor. Não é nada, não é nada, um cubano com 22 medalhas atemoriza qualquer um, mas agora um brasileiro com 23 atemoriza mais. Então, eu quero dizer que esses ensinamentos são muito importantes para os jovens, para as crianças e para todos nós, que de fato, Terezinha Guilhermina, temos obrigação de acompanhar vocês, temos obrigação de torcer, porque vocês representam o Brasil nos pódios. E isso é uma afirmação da força do país, é uma afirmação do povo brasileiro, é uma afirmação da nossa capacidade de luta e superação.

Por isso, eu parabenizo toda a delegação que integrou os Jogos Pan-Americanos e os Parapan-Americanos. As conquistas de vocês, sem dúvida, nos inspiram e inspiram todo o Brasil. Esse exemplo de coragem e determinação que vocês dão a nós, esse exemplo de determinação e coragem na superação dos seus limites. E aí eu queria destacar os atletas parapan-americanos. Eles também demonstram que é possível viver sem limites, que o atleta parapan-americano, o atleta paralímpico [paralímpico], tem também, um símbolo muito forte para cada um de nós, que é ver vocês brilhando no primeiro lugar nesse hemisfério. Então, quero cumprimentá-los de uma forma muito especial.

Eu sei que foram muitas as vitórias de Toronto; eu sei que o time brasileiro no Pan-Americano trouxe 141 medalhas ao país e que a delegação do Parapan trouxe 257. Ganhamos o terceiro lugar, e, pela terceira vez, ganhamos o primeiro no Parapan-Americano. Então, eu queria dizer a vocês que um dos meus maiores orgulhos foi saber que 78% dos competidores que defenderam o Brasil no Canadá recebiam apoio do governo. E aí eu quero comentar um pouquinho essa questão. O esforço é de vocês. Foi o esforço de vocês que garantiu a medalha. Foi o apoio das famílias de vocês. Certamente tem muitas mães dando apoio, dando estímulo e falando “vai que você consegue”. Porque mãe faz isso. Muitos pais também dando apoio. Sem sombra de dúvida é uma vitória que vocês conquistam. O que é o orgulho do governo? É ter garantido a oportunidade, é ter dado a oportunidade. Nós não damos vitória, nós só damos oportunidades. Quem dá a vitória são vocês mesmos, quem conquista a vitória. Daí porque eu fiquei muito feliz que os 78% recebam Bolsa Atleta.

Nós sabemos que essa foi uma trajetória, porque o Brasil não pode ser um país - porque todo país, todo o governo apoia o atletismo e toda a sociedade também deve apoiar o atletismo. Aí não é só o governo, as empresas devem apoiar o atletismo, as empresas devem… os esportes olímpicos e não olímpicos, como disse o Marcel, devem apoiar a sustentação do atleta.  Porque como ele disse muito bem, o Thiago, o atleta tem todas as necessidades de qualquer um brasileiro ou brasileira, mas ele tem uma necessidade fundamental que é diferente, ele tem de se dedicar substantivamente, dar todo o seu tempo, dar o seu empenho e a sua concentração para o esporte. Daí porque a oportunidade o governo tem de oferecer. As empresas ligadas ao governo também têm. Mas as empresas privadas também devem fazê-lo. Para que nós tenhamos uma quantidade cada vez maior de recursos e aumentemos as oportunidades e asseguremos para todos aqueles que possam desempenhar um esporte tenham suporte, tenham apoio e possam nos representar muito bem. Esporte é pré-condição também para uma boa educação. Esporte não é algo restrito a si mesmo. Esporte assegura, não só muito mais capacidade de aprendizagem em todas as áreas, mas também integra a cultura de um país, daí porque eu acredito que esse é um processo que nós devemos fazer um balanço.

Ao completar a primeira década de vida - o Bolsa Atleta começa lá atrás no governo do presidente Lula -, o Bolsa Atleta, que foi objeto de muitas dúvidas, muitos falavam que o programa não ia dar certo, porque o programa precisava de escala e precisava de ter continuidade. Ora, nesses dez anos, quando a gente faz o balanço, a gente vê que no teste de escala o programa passou. Por quê? Nós concedemos agora, em 2015, 6.093 bolsas e em 2005 eram 975. Vocês vejam que a escala foi crescendo, até que nós chegamos a 43 mil bolsas nesses dez anos. E garantimos, também, que essas bolsas tivessem continuidade ao longo dos dez anos. Eu quero dizer que, somente na modalidade olímpica e paraolímpica [paralímpica] do Bolsa Atleta, que aliás nós vamos começar a pagar no próximo mês de setembro, nós mostramos que o programa por esses dois critérios foi um sucesso. Hoje podemos afirmar que o Bolsa Atleta é o maior programa de patrocínio individual do mundo na área esportiva.

Com esse ânimo é que nós pretendemos caminhar para assegurar que o maior legado da nossa Olimpíada e Paraolimpíada [Paralimpíada] Rio 2016 seja o legado dessa formação de atletas de alto rendimento e de massificação do atletismo e de todos os demais esportes. Eu falo atletismo não no sentido específico da palavra, mas no sentido amplo da palavra.

Quero dizer que esse mesmo ânimo que guia um atleta e guia cada um de vocês deve estar presente na nossa determinação de apoiá-los. Sabemos também que, além do valor da bolsa que nós já destacamos, eu quero dizer que para nós é muito importante a criação dos centros de treinamento por todo o Brasil. A criação dos centros de treinamento por todo o Brasil, ele é um elemento para nós garantirmos que esse suporte seja dado na maior variedade de regiões e estados da Federação. São 18 centros de treinamento capazes de atender desde as categorias de base até as equipes de alto rendimento. Inclusive, nós temos um centro que nós nos orgulhamos muito dele que é o Centro de Treinamento paralímpico, em São Paulo. E é essa infraestrutura espalhada por todas as regiões do Brasil que vai nos permitir disseminar a cultura esportiva entre as crianças e os jovens. E, repito mais uma vez: será o maior legado que deixaremos dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016. Nós, como eu disse, queremos que os jovens do Brasil inteiro tenham oportunidade de desenvolver seu talento e seu potencial esportivo. Quem sabe um desses jovens não supere o recorde do nadador Thiago Pereira, que ele conquistou com sua 23ª medalha em Toronto? Quem sabe se uma atleta não bata os dois recordes mundial no arremesso de peso e lançamento de disco como fez a Rosiane Ferreira dos Santos, a Rosinha, que depois de vencer a luta contra o câncer, voltou a competir no Parapan de Toronto e trouxe mais uma medalha para a sua e para a nossa coleção.

Nós vamos continuar investindo de forma determinada, consistente, no esporte nacional; vamos continuar aprimorando o Bolsa Atleta, o Brasil Medalhas, o Bolsa Pódio e vamos dar suporte para todos aqueles atletas que permitam que o Brasil mostre a sua força e a sua capacidade nos jogos em todas as etapas, do 2020 e 2024.

Gostaria de dizer para vocês, por último, da importância que os Jogos Olímpicos e os Jogos Paralímpicos têm no sentido de mobilizar, também, toda a sociedade brasileira: empresários, todos nós, no sentido de apoiar cada vez mais o esporte de competição no Brasil; de apoiar também o esporte amador. Porque também, não é Marcel, é do esporte amador que saíram muito dos nossos grandes, dos nossos maiores atletas olímpicos e paralímpicos.

Quero reafirmar, por fim, que terão todo o apoio do meu governo. E tenho certeza da entusiasmada, da dedicada, da torcedora torcida de 203 milhões de torcedores que esse país tem. Vocês podem ter certeza, e mais uma vez eu concordo com a Terezinha Guilhermina: torcer nesse país é, não só algo que integra o nosso lazer, mas é um dever e uma obrigação de cada um de nós.

Um grande abraço.

 

Ouça a íntegra do discurso (20min20s) da presidenta Dilma.