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22-02-2016 - Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante cerimônia de assinatura de contrato entre o Ministério da Saúde e a Fundação Butantan para o desenvolvimento da vacina da dengue - São Paulo/SP

São Paulo - SP, 22 de fevereiro de 2016

 

Boa tarde a todos.

Eu queria cumprimentar o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin,

Cumprimentar os ministros de Estado que me acompanham nessa solenidade, Marcelo Castro, ministro da Saúde, Aldo Rebelo, ministro da Defesa,

Queria cumprimentar o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad,

Queria cumprimentar Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde,

Os deputados federais Willian Woo, Marcelo Squassoni e Fausto Pinato,

Cumprimentar o doutor David Uip, Secretário de Saúde do Estado de São Paulo,

O senhor André Franco Montoro Filho, presidente da Fundação Butantan,

Doutor Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan,

Doutor José Otávio Costa Auler Júnior, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo,

Doutor Ésper Kallas, diretor de testes clínicos da Faculdade de Medicina da USP,

Queria cumprimentar aos senhores e senhoras cientistas, pesquisadores e professores,

Cumprimentar os senhores e senhoras jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas.

 

O dia de hoje, sem dúvida, representa um avanço para o nosso País. E representa um avanço para o nosso País porque, sem sombra de dúvida, a vacina contra os quatro sorotipos da dengue é um avanço para o Brasil.

É um avanço para o Brasil em dois sentidos: primeiro porque vai assegurar uma cobertura muito grande para a nossa população de uma doença que é a dengue, que atinge muitas pessoas. Milhões de pessoas. E, em segundo lugar, porque também afirma o papel do Brasil, e aí o Instituto Butantan está de parabéns, como tendo um laboratório capaz de produzir uma vacina que hoje, sem sombra de dúvidas, seria usada por uma parte importante da humanidade. Enfim, trata-se de um momento extremamente auspicioso.

Eu, antes de chegar aqui, eu assisti a aplicação da primeira dose nos três voluntários, a primeira dose da vacina. E como disse o nosso governador, ela não doeu nada. Foi só soprar que passou a dor.

Mas eu tenho certeza que, com isso, se inaugura no Brasil, eu acho um momento muito especial, e um momento muito especial porque nós estamos diante de um desafio. Nós estamos diante do desafio que, afinal, tem a ver tanto com essa doença dengue, mas também tem a ver com a febre chikungunya e com o vírus zika. E é uma imensa satisfação eu estar aqui, em nome de todo o governo federal, assinando esse apoio que nós damos a esse processo de desenvolvimento dos testes da terceira fase da vacina, em torno de (R$) 100 milhões, que completa os outros dois aportes do BNDES e da Finep, totalizando, com os três aportes, (R$) 300 milhões.

            E, além disso, também o desenvolvimento desse soro que é para tratamento daqueles que já pegaram zika, e que melhoraria a situação deles, que nós também estamos apoiando.

            Então o governo de São Paulo e o Instituto Butantan estão de parabéns, e eu acho que esse contrato, ele também tem a sua sustentação no marco, aliás, no novo marco legal que nós assinamos recentemente aprovando a lei do novo modelo de apoio e suporte à ciência, tecnologia e inovação no Brasil. Ele tornou possível, inclusive, com uma certa rapidez, esse acordo.

            Enfim, nós estamos hoje diante de um desafio. O Brasil tem fortes instituições de pesquisas, grandes laboratórios, grandes instituições de pesquisas. E o Butantan, sem sombra de dúvida, é um deles, e dá um passo muito significativo com esse momento que hoje, aqui, nós estamos presenciando. E a gente tem diante de nós um desafio, e para esse desafio nós vamos percorrer vários caminhos. Um dos caminhos, aliás, o desafio é chegar a vacina contra o zika vírus. Um dos caminhos é esse de transformar essa vacina tetravalente em uma vacina pentavalente, que cobriria também o vírus da dengue, ou, como disse o governador, desenvolver uma vacina exclusiva para esse fim.

            Nós temos um conjunto de parcerias, temos feito uma parceria com o Instituto Bio-Maguinhos e o Instituto Evandro Chagas, estão fazendo uma parceria com a Universidade do Texas para desenvolver uma vacina contra o zika vírus. Nós tivemos um contato com o governo americano e, na semana passada, na quinta e na sexta-feira esteve aí tanto o representante do Instituto Nacional de Saúde como da FBA, o nosso equivalente da Anvisa, e também a secretária de saúde dos Estados Unidos.

            Amanhã nós teremos uma reunião com a Margaret Chan, que é a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde. Com isso, nós pretendemos ter uma série de caminhos para chegar a essa, que é uma questão decisiva, que é a vacina também contra o zika vírus. E acredito que o desenvolvimento que hoje nós assinamos, que foi a segunda assinatura, é algo bastante relevante, porque é um soro, o soro que pode permitir o tratamento das pessoas que foram contaminadas, contagiadas com o vírus zika.

            E eu queria, para finalizar, dizer que nós estamos entre esse momento atual e o momento que a gente, eu tenho certeza que o esforço dos nossos pesquisadores, o esforço dos grandes laboratórios de pesquisa desse País e, vejam só, o Butantan faz 115 anos. É uma idade significativa para um País novo como o nosso. E eu queria antecipar meus parabéns ao Butantan pelo seu aniversário amanhã, viu, Kalil.

E dizer para vocês o seguinte, que entre esse momento em que nós ainda não temos a vacina e o momento em que nós tivermos a vacina, nós temos que tomar uma atitude efetiva contra a única forma de nós tentarmos evitar que mais crianças nasçam com microcefalia e mais pessoas tenham dengue, tenham chikungunya. E isso só se dá através de um processo que é o extermínio dos criadouros do mosquito, que se dá em água parada, suja ou limpa, em vários locais. Mas, sobretudo, e esses são dados que nós temos como efetivos, se dá no mínimo, no que se refere aonde ele aparece, dois terços estão dentro das nossas residências, dois terços. Tem lugares que chega a mais do que dois terços .

Eu tive uma informação que, pelo menos, aqui em São Paulo, na cidade de São Paulo, quase 80% dos criadouros se encontram dentro das casas. Por isso, a campanha que nós temos feito é no sentido de garantir que pelo menos uma vez por semana, por 15 minutos, as pessoas façam uma faxina em relação as águas paradas, eliminando os criadouros. Seja em vasos de flores, seja em plantas, sejam, por exemplo, bromélias que tem um local que acumula água, seja em pneus velhos, seja em resíduos sólidos dos mais variados que vão desde garrafas pet até tampinhas de garrafas pet, enfim, em todos aqueles lugares que a água parada se acumula. Nos painéis das geladeiras, naqueles painéis horizontais que acumulam água, enfim, em todos os lugares. A gente pede 15 minutos, uma vez por semana, para que nós possamos, de fato, enfrentar de forma efetiva esse vírus.

A gente tem feito campanhas junto com os governos de estado, e tem feito campanhas utilizando as Forças Armadas, o Corpo de Bombeiros, a Força Nacional de Segurança Pública, e, recentemente, fizemos também aulas nos colégios.

Então nós pedimos para as pessoas fazerem um grande esforço de divulgação porque só tem uma única forma entre agora a vacina e soro, de enfrentar o zika vírus, é não deixar o mosquito nascer. E não deixar o mosquito nascer passa necessariamente pela eliminação dos criadouros.

Eu agradeço aos senhores, e tenho certeza que o mosquito, como nós dissemos na nossa campanha, não é mais forte que a consciência da sociedade civil, de todos nós da população brasileira organizada. Até lá, nós temos esse compromisso conosco mesmo.

Muito obrigado. Foi um prazer estar aqui.

E cumprimento mais uma vez o Instituto Butantan por essa realização que enche de orgulho o nosso País.

Muito obrigada.

 

Ouça a íntegra do discurso (11min11s) da presidenta Dilma.