19-02-2016 - Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante cerimônia de entrega de 2.432 unidades habitacionais em Petrolina/PE e entregas simultâneas de 580 em Belo Horizonte/MG, 496 em Franca/SP, 400 em São José dos Campos/SP, 200 em Mogi das Cruzes/SP, 496 em Cachoeiro de Itapemirim/ES e 300 em Canoas/RS - Petrolina/PE
Petrolina/PE, 19 de fevereiro de 2016
Eu queria primeiro aqui cumprimentar a Enilma, que representa todas as famílias aqui, que estão recebendo, no Residencial Vivendas de Petrolina I e II, a chave da casa própria. Eu queria cumprimentar e abraçar a cada uma das famílias, que nesse dia de hoje estão recebendo. Mas eu quero também, além da Enilma, cumprimentar os participantes das cerimônias que, ao mesmo tempo que aqui em Petrolina, lá em São José dos Campos - São Paulo, também nós temos essa mesma cerimônia de entrega da chave da casa própria.
Então, lá em São José dos Campos, eu queria cumprimentar, ali está o ministro Edinho Silva, ministro da Comunicação Social,
Cumprimentar o prefeito Carlinhos Almeida e também cumprimentar a Beatriz Silva Santos Graciano, que está com a sua filha no colo, e que também receberá a chave da sua casa própria.
Queria cumprimentar, também ainda em São Paulo, no município e na cidade de Franca, no Residencial Bernardino Pucci; primeiro a presidente da Caixa, a Miriam Belchior; o prefeito Alexandre Ferreira, e a Franciele Aparecida Hartman, que vai receber a chave da casa própria.
Queria cumprimentar em Mogi das Cruzes, São Paulo, o secretário Carlos Gabas, da Previdência Social; o prefeito Marcos Bertaiolli; e a senhora Damares Santos Rosa, que vai receber a chave.
Agora, lá em Canoas, no Rio Grande do Sul, eu quero cumprimentar o ministro Miguel Rossetto, ministro do Trabalho e da Previdência Social; o prefeito - um abraço Jairo Jorge - e também a senhora Karla Cristina Bião Ferreira, que vai receber as chaves.
Agora, em Belo Horizonte, Minas Gerais, eu quero cumprimentar o prefeito, [o ministro] Patrus Ananias, do Desenvolvimento Agrário; e a Beatriz Ferreira dos Reis, que vai receber a chave da casa própria.
Queira também ir agora para Cachoeiro do Itapemirim, cumprimentando ali - um abraço governador Paulo Hartung; um abraço ministro Gilberto Kassab, das Cidades; um abraço prefeito Carlos Casteglione; um abraço Ludineia Rosa, que vai receber as chaves da casa própria.
Agora eu volto aqui para nossa Petrolina. Eles também vão nos acompanhar. E queria dizer e estender agora meus cumprimentos todos especiais ao governador de Pernambuco Paulo Câmara, ao ministro Jaques Wagner, da Casa Civil.
Agora, eu queria agradecer esse grande prefeito que é o Júlio Lossio. Agora, eu quero agradecer ao Júlio Lossio pelo entusiasmo e pela parceria - e pela força. Porque o Júlio Lossio me contou uma história que eu achei muito interessante: ele tem um contato com as crianças das escolas, sistematicamente. Então, ele estava - e ele responde perguntas. Uma criança então perguntou para ele: “Vem cá, prefeito, esse programa Minha Casa Minha Vida, de quem que é mesmo? É um programa que é da prefeitura aqui de Petrolina ou é um programa que é do governo federal, da presidente Dilma?”. E ele respondeu da forma mais clara: “Você não tem um pai e uma mãe? Então, você tem dois pais. Esse programa também tem dois pais”. E por quê tem dois pais? Tem dois pais porque, ao mesmo tempo, o governo federal, junto com a Caixa Econômica, nós viabilizamos a construção das moradias.
Mas as moradias, elas não vivem sem o local em que elas estão instaladas. Então tem de ter todo o arruamento, toda a água, todo o encanamento que vai levar a água, todo o saneamento, toda a estrutura que vai garantir que as pessoas aqui tenham uma vida digna. Como por exemplo, as creches; como por exemplo, as instalações que garantem às pessoas uma vida mais saudável.
Então eu agradeço muito ao prefeito Júlio Lossio por essa parceria, não só nessa área. Quando ele diz que ele agradece ao governo federal pelo programa Mais Médicos, eu queria lembrar que muitos prefeitos demoraram a pedir o programa Mais Médicos. Vocês não só receberam o programa Mais Médicos, mas transformaram esse programa em algo melhor - e isso é o que nos interessa.
Da mesma forma é com o governo do estado, sem parceria nenhum de nós vai ser capaz de atender os desafios que nós enfrentamos. É que em uma família: se a gente se une, independentemente de qualquer outra divergência que eventualmente possa existir, nós somos capazes de enfrentar os problemas. Por isso, que também eu agradeço ao governador Paulo Câmara todas as obras que nós temos em conjunto, tanto na segurança hídrica quanto também na mobilidade urbana, em todas as áreas que nós atuamos em parceria.
Queria cumprimentar aqui um senador extremamente importante para todo o Brasil, mas fundamentalmente para Pernambuco e também para toda a região do Nordeste do País, que é o senador Humberto Costa, pela sua parceria. E também os deputados federais. O Afonso Florence, eu tenho dificuldade de falar Florence, eu sempre chamei ele de Afonso Florence que é assim que a gente fala mais ao Sul, então tem de acostumar: Afonso Florence e o nosso Fernando Monteiro. O Afonso, inclusive, foi meu ministro de Desenvolvimento Agrário e teve um grande desempenho no governo.
Queria cumprimentar, também, o deputado Odacy Amorim; o secretário da Casa Civil, Antônio Carlos Figueira; a secretária municipal de Habitação, a Maria Dinalva da Costa Gomes,
Cumprimentar também a superintendente da Caixa, Simone; o diretor-presidente da empresa que construiu esse residencial, Paulo Roberto Nunes de Oliveira,
E queria dirigir um cumprimento especial, eles não estão aqui presentes, mas nós temos de lembrar deles, que foram os trabalhadores que construíram esses prédios. E que são responsáveis pela qualidade também dessa obra junto com o empresário Paulo Roberto.
Cumprimentar os senhores jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas.
Hoje, para gente ter uma ideia, se a gente computar a cidade, aqui de Petrolina, Belo Horizonte, Franca, São José dos Campos, Mogi das Cruzes, Cachoeiro do Itapemirim e Canoas, nós chegaremos a quase 5 mil casas sendo entregues. Na conta, é 4.904 casas.
Sem dúvida nenhuma, como vocês aqui que são, como disse o Lossio, a maioria das pessoas que hoje recebe a chave da casa própria, das famílias que recebem - porque a casa é, principalmente, o local onde as famílias vivem, onde as famílias se reúnem, onde elas criam seus filhos, onde elas têm seu lazer, onde elas enfrentam juntas suas dificuldades. E também seus momentos de extrema alegria.
Hoje, então, as 4904 famílias que recebem a chave da casa, eu sei que é um dia de festa. Hoje, 19 de fevereiro, é um dia que marca a vida dessas pessoas. Por quê? Porque vocês ou deixaram de pagar o aluguel, que pesava tanto no bolso e às vezes no coração, deixaram de morar em áreas de risco, e muitas vezes - por mais que as pessoas sejam amigas ou parentes - morar de favor em casa de alguém é muito complicado. Então, hoje vocês vão entrar, vão pegar a chave, abrir a porta e entrar na casa própria de cada um de vocês.
Essa sensação é uma sensação de liberdade. De liberdade, porque vocês conquistaram um - eu acredito - que é aquele local da onde a gente vai, e vai para o mundo, vai para luta, vai batalhar e vai correr atrás dos nossos sonhos. Mas é preciso ter essa base. É preciso que as crianças tenham a proteção do lar é preciso que as crianças tenham a proteção da casa própria.
Eu sei, muito bem, como é difícil não ter a casa própria. Por isso, eu quero dizer a vocês que nós fizemos um imenso esforço. Por que fizemos o esforço? Porque a gente sabia que qualquer família aqui, que passasse na frente de um banco e que, pedisse um financiamento para a sua casa, muitas vezes não ia ter como financiar. Pra gente falar a verdade: não iam ter como financiar sua casa própria. O banco não emprestava. E aí a coisa ficaria assim, a pessoa continuava a pagar aluguel daquilo que não era dela, continuava morando de favor ou em área de risco.
Então, o que nós fizemos? Nós reconhecemos esse fato. E vimos que aquelas pessoas que mais precisavam eram aquelas que não podiam entrar no banco e comprar a casa. E, aí, o governo passou a ter uma política chamada Minha Casa Minha Vida para essas pessoas. Se a gente supor que o valor da casa, em média, seja 50 mil reais, o governo entra com 47,500 mil e vocês entram com a diferença. E a casa passa a ser de vocês, isso em 10 anos. Nesse período, a única coisa, a partir de hoje que o governo pede é que vocês paguem a prestação de vocês em dia, para que a gente possa continuar fazendo o programa. E cuidem da casa que agora é patrimônio e propriedade de vocês.
Para vocês terem uma ideia, nós já entregamos, como essas casas aqui, nós já entregamos para 2,513 milhões de famílias em todo o Brasil a chave da casa própria. Tem ainda, sendo construídas, 1,644 milhão casas. E nós vamos continuar entregando casas, inclusive, segundo o próprio Lossio, aqui ainda faltam algumas, que nós vamos montar e entregar novamente.
E aí, para vocês terem uma ideia, é mais ou menos como se a cada dia o governo federal entregasse para 1220 famílias a chave da casa própria, todos os dias ao longo de todo o ano passado, por exemplo. Mesmo num ano de dificuldade nós mantivemos esse programa. E mantivemos esse programas, no ano passado a gente chegou quase a entregar 500 mil casas, 445 mil. Esse ano nós vamos continuar no mesmo ritmo. E a boa notícia é que nós vamos fazer a terceira fase do programa e vamos anunciá-la ainda no mês de março.
Eu queria dizer para vocês, portanto, que hoje eu tenho certeza: vai ficar marcado na família de vocês. Vocês conquistaram mais, muito mais, do que um local de alvenaria - eu vi que está bem acabado, com piso de cerâmica, com azulejo na cozinha e no banheiro, com acabamento de qualidade na casa -vocês ganharam muito mais do que isso para vocês mesmos. Ganharam aquilo que para cada um de nós é a essência da vida, o local que a gente cria os filhos, tem as nossas relações efetivas, convive com os vizinhos e parentes.
E aí, eu queria dizer para vocês que eu vim aqui, em Petrolina, primeiro para fazer esse anúncio e entregar a chave. Mas, também, eu vou aqui na cidade aqui, na cidade gêmea aqui de Petrolina, eu vou dar uma aula. Uma aula numa escola. Por que eu vou dar uma aula numa escola? Porque hoje é um dia de mobilização nacional. Uma mobilização nacional na área da educação.
Todos os ministros, todos os agentes públicos do governo federal irão em uma escola do País, explicar uma das questões mais graves que nós estamos vivendo, que é a relação entre aquele velho conhecido, que é o mosquito da dengue, e agora o zika. O zika que é o novo vírus e que, aqui em Pernambuco onde ele mais se desenvolveu, até por que aqui houve mais notificações. Porque a Secretaria de Saúde teve um grande empenho em detectar, avisar ao Ministério da Saúde. E, agora, nós sermos capazes de combater o vírus zika, que está sendo o causador da microcefalia. O que é a microcefalia? É uma doença que ataca, sobretudo, as mulheres grávidas, aliás, os bebes das mulheres grávidas, que nascem com o crânio e a massa cerebral menor. Provocando uma grave lesão neurológica na criança.
Por que que nós estamos fazendo essa aula? Para combater esse chamado vírus zika. Aliás, eu queria dizer para vocês que ele se chama zika porque ele surgiu na África, numa região que é perto de uma montanha que se chama Zika. Ele saiu da África, foi para Ásia, para a Oceania e agora ele chegou às Américas. Ele está atingindo as Américas. E a própria Oorganização Mundial de Saúde diz que só o Canadá e o Chile é que não tem hoje esse vírus chamado zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
O que que nos preocupa? Nós vamos usar todos os nossos recursos para garantir uma vacina contra esse vírus. Mas, até a gente criar a vacina produzir e distribuir, nós temos de combater o vírus de qualquer jeito. E como é que a gente combate esse vírus, se não tem a vacina, vocês podiam me perguntar. Aí eu responderia: olha, só tem um jeito que é matar o mosquito, não deixar o mosquito nascer.
A gente sabe que o mosquito, esse, o mosquito, que antes era da dengue, agora é da dengue, da chikungunya e do zika, ele, principalmente a mosquita, ela põe ovos em água parada. A água pode ser limpa ou pode ser suja, não interessa. Onde tiver água parada, ela coloca seus ovos. E, aí, onde tem água parada? Sobretudo nas casas das pessoas, de cada três lugares onde o mosquito se cria, dois estão nas nossas casas.
Então, nós temos de combater o mosquito nas nossas casas. Por que que ele está nas nossas casas? Porque se o mosquito gosta de fruta, de inseto, enfim, o mosquito não é o mosquito macho. Ele não pica as pessoas, quem pica e gosta de se alimentar do sangue humano é a mosquita. E ela é sensível ao cheiro. Ela procura lugares onde tem água parada e é escuro para reproduzir seus ovos. Aí, o que a gente tem de fazer? Em cada casa de um de nós, nós temos de vê aonde tem água parada.
Pode ser desde uma tampa de garrafa de refrigerante, de garrafa PET, que ficou jogado em algum canto, que acumulou água, até uma caixa de água destampada. Desde um reservatório de água, quando a gente vive, como é o caso aqui, em muitos momentos, em muitos lugares do Nordeste, a gente vive tendo de reservar água por conta da seca. Então eles vivem ali. Eu não vou falar: vai lá e joga fora, toda a água do reservatório, não é isso. Limpe as paredes. Por que aonde ela põe o ovo? É nas paredes - ou da tampinha, ou do pneu, na parede do pneu que acumulou água, ou no vaso ou no naquela tampa do vaso, tem de limpar.
E aí, o que eu peço a vocês? Quinze minutos uma vez por semana, só 15 minutos, faça uma vistoria na casa de vocês. Fale com seus parentes, fale para seus vizinhos. Porque veja vocês como é a coisa: se a mosquita produz 1.500 ovos, se tiver numa rua, vamos supor que tenha 20 casas. Se todas as 19 casas combater o mosquito e uma não combater, já serviu para o mosquito fazer a festa.
Como nós não podemos deixar o mosquito fazer a festa, a gente tem de proteger as nossas crianças, o que eu peço é o seguinte: só tem um jeito, é que cada um de nós use 15 minutos uma vez por semana e limpe onde tiver água parada, Porque aí ele não pica. porque ele não nasce. Ele não pica, e aí ele não picando ele não transmite o vírus. Ele não transmitindo o vírus, as nossas queridas grávidas desse País, que carregam em seus ventres o futuro desse País, que são os nossos bebês, elas não serão, não terão a tristeza que é ter um filho que tenha microcefalia.
E, aí, eu digo para vocês: também nós temos de assegurar a essas crianças - e o governo assegura - uma bolsa específica. Mas, também, temos, nós, governo federal, prefeitura e estado, de receber essas mães, protege-las, acolhe-las e ajuda-las nessa hora, que é uma hora que nós sabemos que é muito dura.
Então, eu queria dizer para vocês: um mosquito não pode derrotar 204 milhões de pessoas. Nós somos muito mais fortes que esse mosquito. Aliás, serve de exemplo, de símbolo para nós; nós hoje enfrentamos dificuldades em nosso País. Agora, eu quero dizer para vocês: nós, juntos vamos superar essas dificuldades. Esse País vai crescer, esse País vai gerar empregos, esse País vai continuar fazendo programas como esse, Minha Casa Minha Vida.
E às famílias, aqui de Petrolina, que recebem hoje as chaves eu desejo a cada uma delas que olhem para o futuro. E que, agora, em condições melhores, sejam capazes de realizar todos os sonhos que têm para si e para os seus.
Muito obrigada. Um beijo no coração.
Ouça a íntegra do discurso (26min23s) da presidenta Dilma.