04-10-2013 - Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante cerimônia de entrega de máquinas e de assinatura das ordens de serviço da BR-158 e da BR-487 - Campo Mourão/PR
Campo Mourão-PR, 04 de outubro de 2013
Boa tarde. Eu gosto muito de aplausos, mas acho que vocês estão com a barriga vazia. Então, também eu tenho consideração e apreço pela fome de vocês todos.
Queria dizer para vocês e iniciar cumprimentando aqui... Eu tenho muito prazer de estar aqui em Campo Mourão, portanto, eu queria cumprimentar, primeiro, todos os moradores e as moradoras aqui, de Campo Mourão.
Mas dizer que estou muito feliz de estar aqui no Paraná mais uma vez, e estar aqui nesta região, e participar desta cerimônia.
E aí, eu tenho que iniciar cumprimentando aqui os nossos prefeitos, os prefeitos aqui e as prefeitas, porque eu vi muitas prefeitas, o que muito me orgulha ver que o Brasil crescentemente dá representação às mulheres. Porque é muito importante no nosso país que isso ocorra. Nós somos 50% da população, um pouquinho mais, não é, gente? E aí não tem... Eu vi aqui que teve, num primeiro momento, algum problema de dizer só as prefeitas? Não, as prefeitas, agora, os prefeitos não podem achar ruim, não, porque todo prefeito tem uma mãe, todo prefeito tem uma mãe e está todo mundo em casa.
Então queria primeiro dizer da importância que é o fato principalmente dos prefeitos e das prefeitas dos municípios de até 50 mil habitantes no Brasil, 50 mil habitantes. E nós sabemos que 90%, mais de 90% dos municípios têm até 50 mil habitantes no nosso país. Então, primeiro, eu cumprimento eles.
Depois eu queria cumprimentar, também, essa região, pela força aqui da agricultura. Da agricultura do grande, do médio e do pequeno produtor, da agricultura que tem uma tradição de cooperativas, que é muito importante no nosso Brasil. E fico muito feliz de estar aqui, também, discutindo tanto a infraestrutura, no que se refere a rodovias, quanto... porque armazenagem também é logística, armazenagem é uma questão estratégica para o nosso país.
Então eu queria aproveitar, cumprimentar vocês, iniciar cumprimentando o nosso governador do Paraná, o governador Beto Richa.
Cumprimentar o deputado, também do Paraná, o presidente em exercício da Câmara dos Deputados, André Vargas,
Queria cumprimentar os ministros: a ministra Gleisi Hoffmann, que é, de fato, falaram aqui que ela é minha mão direita. Ela é minha mão direita, minha mão esquerda, não é, Gleisi? É várias mãos.
Cumprimentar o nosso ministro dos Transportes, César Borges; cumprimentar o ministro também paranaense, o nosso querido Paulo Bernardo, das Comunicações; cumprimentar o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.
Ô gente, pessoal dos Correios, outro dia eu fui pedir para não vaiarem uma governadora, e aí o jornal deu o seguinte: “Presidente Dilma é vaiada quando tenta não deixar vaiar uma governadora”. Então, estou pedindo aqui para vocês, vou tentar impedir que vocês não vaiem o Paulo Bernardo. Então, vocês não me vaiem não, heim? Sabem por que eu estou pedindo, gente? Eu sei que a vaia é uma manifestação, mas estou pedindo porque nós estamos aqui num momento de... Não, nós estamos num momento de confraternização. Eu entendo e acho legítimo o pleito de vocês. Nós vivemos numa democracia, todo mundo tem direito, no nosso país, de pleitear, reivindicar, debater, discutir, não estou tirando a razão de ninguém. Mas, um abraço para todos vocês.
Queria também cumprimentar a secretária de Comunicação Social, a ministra que é chefe da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas,
Dar um abraço à prefeita de Campo Mourão, Regina do Vale. E cumprimentar também seu marido, Laércio do Vale. Vale, não é?
Queria cumprimentar o Luiz Lázaro Sorvos, presidente da Associação dos Municípios do Paraná e prefeito de Nova Olímpia.
Cumprimentar o senador Sérgio Souza,
Os deputados federais Alex Canziani, o Edmar Arruda, Nelson Padovani, Odílio Balbinotti, Osmar Serraglio e o Zeca Dirceu.
Cumprimentar a todos os secretários estaduais,
Cumprimentar o José Aroldo Gallassini, diretor-presidente da Coamo, que, com muita honra, nós podemos dizer que é a maior cooperativa da América Latina.
Cumprimentar o Osmar Dias, vice-presidente do Banco do Brasil, e também uma liderança paranaense.
Cumprimentar o general Jorge Fraxe, do Dnit,
Cumprimentar os produtores Nório Tomita e Edson Tomita,
Cumprimentar os senhores e as senhoras jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas.
Eu queria também dizer para a Regina que eu gostaria muito – viu, Regina? – de voltar aqui em algum momento e comer um carneiro no buraco. Nesse momento do dia, eu acho que todos nós sonhamos com um carneiro no buraco.
Eu queria iniciar dizendo para vocês o seguinte: eu acredito que esta cerimônia, ela tem muito a ver com a celebração da força da competitividade, da excelência produtiva, dos produtores rurais aqui do Paraná. Tem a ver também com a força que nós devemos reconhecer que as prefeituras de até 50 mil habitantes têm no nosso país. Um dos prefeitos, ou alguns dos prefeitos me disseram uma coisa que a mim toca muito, que é o fato que muitas vezes as pequenas prefeituras não têm a atenção que merecem ter. Eu tenho certeza que as prefeituras de até 50 mil habitantes ocupam um papel estratégico, não só na estrutura produtiva do país, mas também no atendimento da população brasileira, na questão social.
Por isso nós... eu quero começar explicando por que nós fizemos esse programa do kit. O kit motoniveladora, retroescavadeira e caminhão-caçamba. Nós fizemos por um motivo: pelo fato de que nós achamos que é fundamental que os prefeitos, além de tudo que o Pepe falou, tenham autonomia, que os prefeitos possam, com o conhecimento deles, com o fato de eles viverem lá perto da população, de eles viverem os problemas do seu município, de eles terem alguns instrumentos para atuar e garantir condições para a sua população transitar.
Eu perguntei, enquanto recebia os prefeitos: “prefeito, quantos quilômetros de estrada vicinal tem seu município?” Recebi algumas respostas muito significativas. Tem município que tem mil quilômetros de estrada vicinal linear, tem município que tem 500 quilômetros. Isso significa que por ali, por essas estradas, elas são verdadeiras veias de alimentação do organismo econômico. Por isso que o governo federal resolveu fazer isso através de doação. Nós estamos doando, passando, como se diz, com papel assinado, esses equipamentos, porque achamos que muitos, também me disseram aqui e em outros lugares do país, que os equipamentos estavam sucateados. Na verdade, nós estamos fazendo um esforço para fornecer, para o Brasil inteiro – são 5.061 municípios, 5.061 municípios no Brasil inteiro, mais ou menos 90% de todos os municípios –, fornecer esse kit, dar esse kit aos prefeitos e dar máquinas e equipamentos de qualidade. Não é um equipamento qualquer, é um equipamento que nós procuramos o que havia de melhor, das melhores fábricas que produzem aqui no Brasil.
E por que é que tinham que ser fábricas que produzem aqui no Brasil? Porque um programa desses, que é feito com recursos que nós cobramos dos contribuintes, nós temos que sempre olhar como é que devolvemos para o contribuinte a melhor e o melhor efeito e condição. Por isso exigimos que fossem produzidos aqui e que gerassem aqui emprego, que garantissem... beneficiarão os municípios de até 50 mil habitantes, fundamentalmente zona rural, mas beneficiarão também a população urbana porque eles geram emprego. A demanda é de vocês, agora, ganha também a cidade porque vai ganhar em melhoria do emprego e aumento da produção.
Queria dizer para vocês que nós também olhamos para a questão dos 50 mil habitantes, até 50 mil, e modificamos as condições do Minha Casa, Minha Vida. Agora o Minha Casa, Minha Vida para municípios de até 50 mil habitantes é feito pela Caixa Econômica, é feito pela Caixa Econômica nas mesmas condições e regras dos municípios acima de 50 mil. No passado, houve uma determinação legal que fosse feito através de pequenas operadoras financeiras. Não deu tão certo como estava dando com as grandes cidades acima de 50 mil, por isso nós fizemos esse movimento para enquadrar também as prefeituras de até 50 mil nas mesmas condições do chamado Minha Casa, Minha Vida rural.
Quero também lembrar a vocês uma outra questão relativa a todos os municípios, que é a questão do Mais Médicos. O Mais Médicos, eu sempre escuto os prefeitos. Por que é que eu escuto os prefeitos? Porque é lá que está a população do país, ninguém mora na União, ninguém mora... “Onde você mora?” “Ah, eu moro no Federal.” Não tem isso, você mora no município, porque mora na cidade. Então escuto os prefeitos porque lá está a fala da população.
E eu queria dizer que uma das maiores reclamações, reivindicações, análises que eu escutei dos prefeitos, era falta de médico, a falta de médico. De outro lado, os governadores também falam a mesma coisa, os senhores governadores também, de outro lado, o Ministério da Saúde também fala a mesma coisa. De outro lado, se você olhar as pesquisas, o que é que as pesquisas dizem? Ah, as pesquisas dizem o seguinte: o que é que a população quer? melhor saúde. E o que é que ela diz que é um problema para ela? “Eu quero que haja um atendimento médico para mim”, é isso que a pessoa responde. Ela quer ter acesso a um médico, e quer um tratamento humanizado. Isso em todas as pesquisas, qualitativas e quantitativas. Eu estou falando de pesquisas específicas de Saúde, não estou falando de pesquisa política. Específica de Saúde, contratadas por todos os órgãos que fazem análises sobre isso.
Então, nós criamos o Mais Médicos para: Como? Fazer o quê? Por quê? São as perguntas. Quando? Para, primeiro, ter mais médicos no Brasil, dando prioridade primeiro para aqueles médicos com diploma tirado e obtido aqui no Brasil. Mas, também, não olhamos com nenhum preconceito médico formado fora do Brasil. Ah, por que é que não olhamos? É porque nós, nós inventamos isso? Não. Vocês sabem que o Brasil tem um dos menores percentuais de médicos trabalhando aqui, que obtiveram diploma fora daqui. Para gente ter uma ideia, se pegar os Estados Unidos, a Inglaterra, o Canadá, e qualquer outro país desenvolvido, o que é que você vai constatar? Que entre 20 a 35% dos médicos que atendem nesses países obtiveram diploma fora desses países, e isso porque eles são ricos, e isso porque eles são ricos. Eles utilizam médicos formados fora do país numa proporção muito maior que a nossa, sabem quanto é a nossa? 1,78 [%]. Enquanto eles usam entre 20 e 35 [%], nós usamos 1,78 [%]. Isso não está certo. Nós temos quee dar primeiro importância para os médicos formados aqui, por quê? Por um motivo muito simples: é com o esforço do Brasil que eles se formaram, é com os recursos do Brasil que eles se formaram.
Eu acho importantíssimo que haja mais faculdades de medicina e mais médicos formados através da especialização e residência médica. Até aplaudo, porque a prefeita briga, a prefeita vai à luta, vai lá e briga lá no MEC para ter uma faculdade de Medicina. Sabe por quê? Por que ela está certa? Porque todos os estudos demonstram que há uma tendência do médico de ficar onde ele faz a sua formação acadêmica e a sua residência. Então a prefeita está certa, ela tem que ir lá, batalhar mesmo para conseguir um médico, uma formação aqui. Nós também, nós vamos espalhar curso de medicina de qualidade no nosso país. Nós vamos aumentar em 11 mil as vagas da graduação, e na mesma quantidade, as de residências. Porém, no ínterim, nós precisamos de mais médicos, e trataremos esses médicos do exterior. Muitos municípios pleitearam uma quantidade determinada de médicos.
Hoje eu quero aqui explicar que nós vamos distribuí-los de acordo com o seguinte: população. Por que população? Porque nós queremos que a maior quantidade de pessoas seja atendida, daí o critério população. Quanto mais população, mais carência de médico, é ou não é? Segundo critério: pobreza. Nós somos um país que tem que focar na questão da pobreza, sim. Por isso, o outro critério é pobreza, porque a pobreza, ela não está em um lugar só do Brasil. O Brasil é um país que não tem a pobreza... que você fala, “olha, ela se localiza ali”, “ela se localiza lá”. Não, ela é bastante espalhada, e é... ela é territorialmente localizada, se a gente considerar o percentual, mas todo estado da Federação tem seus núcleos mais pobres. Nós sabemos que no Brasil ela se concentra mais no Norte e no Nordeste, porém nós sabemos que ela está nas grandes regiões metropolitanas, ela tem lugar no interior, e aí nós temos que usar o critério de pobreza para distribuir. E o último critério, que a gente joga em cima desse, da escassez. Onde tem menos, tem prioridade; onde tem menos, tem prioridade. E isso nós começaremos a distribuir sistematicamente.
Quero alertar que esses médicos atuam na atenção básica, nos postos de saúde e nas UPAs. Recebem uma bolsa do governo federal. O governo federal paga essa bolsa integralmente e, além disso – de R$ 10 mil reais para cada médico – e, além disso, mais R$ 4 mil para sua equipe. O governo federal arcará com esses custos. Eu paro no Mais Médicos porque eu sei a importância que tem para a população ter um bom atendimento. Nós sabemos o que é uma mãe, e criança geralmente gosta de ter asma de madrugada, ou bronquite ou qualquer coisa, não é no horário comercial, criança tem... dá problema é de madrugada, então nós sabemos que não é possível haja municípios no Brasil onde não tem nenhum médico morando. São 701 municípios. Então esses municípios também terão prioridade.
Mas voltando à questão das pequenas prefeituras, dos municípios. Eu acredito que esse programa das retroescavadeiras é um programa de independência desses municípios. Queria também falar que junto com essa estrutura, como o ministro Pepe disse, por onde passa um caminhão com a safra, passa, eu gostaria de falar do ônibus escolar, passa o ônibus escolar. Por que é que eu falo primeiro do ônibus escolar? Porque eu acho que esteja... seja, seja urbano ou rural, seja agricultura, indústria ou serviços, nosso país só será um grande país se nós formos capazes de mudar a qualidade da educação no nosso país.
Eu escutei também de vários prefeitos, inclusive agradeço os convites que me foram feitos para as creches. Acredito que nós temos de aplicar na educação, da creche à pós-graduação, mas acho que esta lei que nós aprovamos no Congresso, dos royalties da educação, essa lei, ela é fundamental para o presente e para o futuro do país. Só com os royalties que já se recebe a partir de agora, nós teremos, de agora até daqui a 10 anos, são R$ 112 bilhões que entrarão. É bom vocês saberem disso: R$ 112 bilhões em 10 anos.
Mas não para aí. Se parasse aí já estava bom, mas não é o suficiente, mas não para aí não. Nós vamos, no dia 21 de outubro, licitar o Campo de Libra. E é sabido que 75% do Fundo Social que sairá de Libra, nós teremos também uma quantidade expressiva de recursos. Eles variarão, depende do que for o resultado do leilão, mas o valor da avaliação, para vocês terem uma ideia, é entre R$ 300 bilhões e R$ 700 bilhões arrecadados em 35 anos, só nesse campo, no Campo de Libra. É por isso que nós dissemos que esses recursos são nosso passaporte para o futuro. Porque ninguém aqui acredita que é possível fazer educação de qualidade sem professor. Ninguém aqui acredita. Nem os prefeitos, nem eu, nem o governador, ninguém. Mas todos nós, prefeitos, governador, e Presidenta da República, somos responsáveis. Sabemos que se não tiver esses recursos, como é que nós vamos melhorar o salário dos professores? Como é que nós vamos formá-los de forma cada vez melhor, porque é isso que vai dar qualidade para a nossa educação.
Agora nós temos dinheiro e é por isso que é passaporte para o futuro. Nós sabemos que o único jeito, com toda a política social que este governo fez, o governo do presidente Lula fez – Bolsa Família e Programa Brasil Sem Miséria –, para a gente garantir que a nossa população nunca mais volte para a pobreza, nós temos quee dar educação a ela. Por isso que é importantíssimo para os prefeitos, para nós, do governo federal, e para o governador, esse programa de royalties e Fundo Social do Petróleo. O petróleo um dia acaba. Se nós mudarmos a qualidade da educação do Brasil, os brasileiros e as brasileiras, os brasileirinhos e as brasileirinhas, pelas creches que nós estamos fazendo, e pelo fato de nós termos que dar muita importância para a professora que alfabetiza as crianças. Isso é o nosso futuro, e nós temos quee agarrar isso com as duas mãos.
Ninguém vai poder ficar fazendo aquela... porque tem hora que tem isso. O cara faz demagogia, o cara ou a cara. Faz demagogia, diz “ah, eu tenho que melhorar o salário”, agora, não diz de onde a gente tira o dinheiro. Desse jeito, não, nós sabemos de onde está saindo esse dinheiro. Esse dinheiro é carimbado. Esse dinheiro é para a nossa... nós gastarmos com isso, com educação. As crianças deste país, aos oito anos, elas têm que saber português, interpretar um texto simplinho, saber escrever um texto simples, ler um texto simples, têm que saber as quatro operações aritméticas elementares.
Nós temos que ter educação em dois turnos, e no segundo turno, eu, muitas vezes brinco, não é para aprender nem crochê nem bolo. É para aprender matemática, português, uma língua e ciências. Se nós queremos ser um país desenvolvido, é isso que nós temos que fazer, em qualquer circunstância.
E eu quero dizer também para os prefeitos e as prefeitas aqui presentes que é muito importante um programa do governo federal chamado Pronatec, Pronatec. A parte - e eu estou me referindo aqui a duas partes: à parte que é o chamado Pronatec Bolsa Família, ou melhor, Pronatec Brasil sem Miséria, e à parte chamada Pronatec capacitação profissional.
Eu tenho ido em várias cidades, e... outro dia estive em Ceará-Mirim, no Rio Grande do Norte, em uma formatura de 4.500 alunos. Estavam tendo um curso entre três a seis meses de capacitação profissional no Sistema S. E Estive também no Tocantins, em que a capacitação não era dada pelo Senai nem pelo Senac, era pelo Senar, o sistema ligado ao agronegócio e à agricultura familiar, mas basicamente ao agronegócio, em que estavam formando operadores de colheitadeiras, operadores de máquinas para a agricultura.
Então, eu quero dizer aos prefeitos: o governo federal tem muitos programas, agora, eu me orgulho muito de um programa, eu me orgulho muito do Minha Casa, Minha Vida. O Programa Minha Casa, Minha Vida, o governo federal só fez porque nós acabamos com uma visão errada de como se faz programa habitacional no Brasil. Até o Programa Minha Casa, Minha Vida, o Brasil achava que era possível fazer casa própria, que custa entre R$ 45 mil a R$ 60 mil– eu estou fazendo um intervalo – uma, ou apartamento, ou casa, para uma pessoa que ganha até R$ 1,6 mil, sem subsídio. Não tem não. Ninguém que ganha até R$ 1,6 mil tem como comprar uma casa de R$ 50 mil, de R$ 40 mil, não tem. A equação não fecha. Só tem um jeito de fechar, um único jeito, não tem dois: o governo federal bota nisso algo, como subsídio, de R$ 120 bilhões. É isso que colocamos no Minha Casa, Minha Vida, para a população que ganha até R$ 1,6 mil. Nós botamos o maior subsídio da história do país. Se vocês olharem lá qual é, o que nós gastamos em subsídio, é por aí. Depois tem a faixa dois. Na faixa um, a pessoa tem que dar um percentual, tem que pagar um percentual, tem que pagar tipo R$ 25,00, R$ 50,00, dependendo da renda dela.
Mas, o que acho mais importante no Minha Casa, Minha Vida é o seguinte: nós estamos fazendo um programa para dois milhões e setecentas e cinquenta mil casas, nos quatro anos do meu governo. Nos dois últimos anos do Lula nós fizemos um milhão, contratamos. Uma parte foi feita no meu governo, outra parte foi feita no governo do Lula. Totalizamos, daquele momento que foi lançado o Minha Casa, Minha Vida, até 2014, nós teremos...nós vamos contratar tudo e vamos entregar em torno de 2,5 milhões, 2,7 milhões, até três milhões nós vamos conseguir entregar a chave.
Hoje eu só queria contar uma única coisa para vocês. Junto ao Minha Casa, Minha Vida, para as pessoas do Minha Casa, Minha Vida tem um programa que se chama Minha Casa Melhor. O Minha Casa Melhor é assim: você dá cinco mil reais em um cartão da Caixa Econômica Federal para aquele beneficiário do Minha Casa, Minha Vida. Esse beneficiário do Minha Casa, Minha Vida pega esse cartão, que é de cinco mil reais e tem direito, durante um ano, de comprar, com juro subsidiado e prestações que duram cinco anos, tem direito de comprar o quê? Fogão, geladeira, televisão de plasma, e para nós, mulheres, uma máquina de lavar automática. Não é tanquinho, é máquina de lavar automática. Tira a mulher do tanque. E eu estou de olho no tanque, viu, meninas? Tira a mulher do tanque. Pode comprar ou tablet ou computador, e móveis. Tudo isso beneficia... nós fizemos um acordo com o varejo, fizemos um acordo com o varejo, tem limite de preços, e as pessoas podem ter acesso a isso. Estou falando isso porque muitos de vocês... tem gente do Minha Casa, Minha Vida, então tem que ajudar a gente a divulgar o programa, avisar para a pessoa “olha, você tem direito a isso”. Se você não tem colchão, você pode comprar colchão. Ele não precisa comprar tudo, pode comprar o que ele quiser e tem um ano, pode comprar devagar, tem um ano para escolher.
Finalmente, eu quero, antes de encerrar porque todo mundo está com fome, eu quero falar sobre esse programa... sobre três coisas. Primeiro, eu tentarei voltar aqui, lá em Maringá, para o Contorno Norte de Maringá, em novembro. Eu acho importantíssimo a gente fazer a Boiadeira. Darei o meu maior empenho, ficarei sempre disponível para que nós superemos todos os entraves que eventualmente possam ocorrer. E, terceiro, eu acredito que o Programa de Armazenagem é um dos programas mais importantes do meu governo. Eu incomodo todo santo dia o Osmar. Cadê o Osmar? Todo santo dia eu incomodo o Osmar, e todo santo dia ele me incomoda também. Então nós nos incomodamos por um objetivo muito bom, não é, Osmar? Nós queremos gastar, nós queremos... porque tem gente que não quer. O governo federal quer, nós queremos gastar, todos os anos, R$ 5 bilhões e fazer armazéns por esse país afora. Hoje nós vimos, nós vimos dois momentos importantes para o Brasil. É bom que o Brasil veja que dois produtores, dois produtores tomaram dinheiro para fazer armazenagem. É um dinheiro baratíssimo, e com razão, tem que ser barato porque o Brasil, como o Osmar disse, tem um déficit de armazenagem. E essa região é uma das que mais sofrem com isso. Então, dois produtores tomaram dinheiro, o que prova que os produtores estão interessados em fazer armazenagem. Mas, também, outro fator importantíssimo: A cooperativa Coamo tomou o dinheiro pra fazer 16 armazéns. Eu acho que 16 armazéns, assim, soa muito, mas é um primeiro passo. O pessoal sempre me alerta: a necessidade é muito maior que isso.
Então, eu tenho muito orgulho, porque todo mundo fala de logística e etc, mas armazém é algo fundamental para um país que tem, e para um estado que tem uma das melhores agriculturas do mundo, uma das melhores agriculturas do mundo, não só pela qualidade do solo, não só pelo clima, não só pela ensolação, nem pela quantidade da água, mas pela qualidade dos seus homens e mulheres que lidam na agricultura.
Um país que, esse ano, tudo indica, será o maior produtor de soja do mundo, por quê? Porque nós fizemos por onde, e os outros tiveram um certo azar climático. Mas é, de fato, pelo nosso esforço. E eu quero dizer isso porque nós temos que valorizar aquilo que é bom para o país. O nosso país tem que aprender a, inclusive, ter orgulho daquilo em que ele é excelente. Assim como nós somos bons no futebol, e ninguém duvida disso, nós somos muito bons na área da agricultura, nós somos bons pela qualidade dos nossos homens e mulheres, mas também porque esses homens e mulheres produziram não só a semente, não só plantaram, não só os alimentos, produziram tecnologia para tornar essa produção cada vez mais produtiva.
Daí porque eu quero encerrar dizendo o seguinte: aqui, hoje, nós, mais uma vez, mostramos que nós temos que acreditar em nós mesmos. Nós somos capazes, este país é um país de gente gigante, gigante não na sua estatura física, gigante no seu esforço, na sua capacidade de trabalho e na estatura moral.
Um beijo e um abraço a todos vocês.
Ouça a íntegra (37min25s) do discurso da Presidenta Dilma
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