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28-08-2015 - Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante cerimônia de entrega de unidades habitacionais em Caucaia/CE e entregas simultâneas em Fortaleza/CE, em Maracanaú/CE, em Castanhal/PA, em Colinas do Tocantins/TO e em Bom Conselho/PE do Programa Minha Casa Minha Vida - Caucaia/CE

Caucaia-CE, 28 de agosto de 2015

 

Boa tarde a todos.

Eu queria começar cumprimentando, aqui, todos e todas as famílias que estão recebendo, nesse dia, a chave das suas casas, a chave dos seus lares. Gostaria de cumprimentar cada uma de vocês, cada um de vocês, mas eu vou cumprimentar, aqui, algumas das pessoas que receberam as chaves.

Quero cumprimentar, aqui de Caucaia, a Ioneide do Nascimento, a Ana Maria Brandão e a Alexandra Gomes, que receberam aqui as chaves de suas casas próprias, dos seus lares. Queria saudar, então, ao abraçar, como eu abracei cada uma delas e as crianças, eu queria abraçar todos os moradores aqui, do Residencial José Lino da Silveira VI. Quero cumprimentar, ainda, a Mariana de Oliveira Lopes e a família, que recebeu a chave lá  em Maracanaú. Em nome dela, do seu irmão e da sua irmã, que têm uma história de vida fantástica, eu cumprimento, lá, todos os moradores do residencial Demócrito Dummar. Mas que queria lembrar que a Mariana teve uma oportunidade, e essa oportunidade é muito importante porque começa, para eles três, uma nova fase. Eles viveram em abrigo e, certamente, as irmãs, as freiras que os apoiaram deram a eles amor e carinho, e agora eles receberam a chave da casa própria. Queria abraçá-los e dizer: meus parabéns. Vocês estudem, vocês trabalhem e agora vocês têm a oportunidade de ter a vida de vocês e agradeço aqui às irmãs, que estão aparecendo na tela, vamos dar uma salva de palmas para as irmãs. Lá em Maracanaú, eu queria também saudar todos os moradores que receberam as chaves.

Cumprimento, também, os moradores do Residencial Cidade Jardim II: a Lucilene Nunes da Silva e a família dela e cumprimento, por meio deles, cada uma das famílias do Residencial Cidade Jardim III. A história também da Lucilene, vejam vocês, é uma história comovente. Ela vivia nas margens do rio Cocó. E aí, quando o rio Cocó enchia, ela tinha uma situação de grande vulnerabilidade, além de ter problemas de saúde pública. Fico muito feliz de ver a Lucilene e seus quatro filhos ali recebendo a chave da casa própria. E quero dizer que isso é aquilo que nós queremos conquistar. Nós queremos que as pessoas que vivem em área de risco tenham acesso à sua casa, ao seu lar.

Depois eu quero cumprimentar a Adenilda Ferreira da Silva e a família da Adenilda, que recebeu a sua chave em Bom Conselho, em Pernambuco. E, em nome delas, eu cumprimento todas as famílias quilombolas, que estão tendo o seu direito reconhecido. E cumprimento todos os moradores de Angico III, IV e V. Esse reconhecimento é o reconhecimento do povo brasileiro e do governo do Brasil de que nós, brasileiros, temos definitivamente de superar uma das maiores máculas, uma das maiores manchas da nossa história, que foi a escravidão. Por isso, fico muito feliz de estarmos aqui com a Nilma, com o prefeito e com a Adenilda, reconhecendo, nesse ato, a importância do Minha Casa Minha Vida Rural. E gostei muito, também, de ver a cisterna, quando as imagens apareceram. Acredito que, como está verdejante o local, é uma cisterna de produção. Ao mesmo tempo, é unidade de biogás.

Quero cumprimentar, ainda, a Elaís de Souza, que recebeu a chave em Colinas do Tocantins. E cumprimento a todos os moradores de Colina do Tocantins, do Residencial Estrela do Norte I e II. É importante destacar que, na Colina do Tocantins, nós temos uma história também muito bonita. Uma história de superação e, por isso, eu cumprimento, com muito carinho, a Elaís de Souza.

Quero também cumprimentar a Diléia Lima Moreira e a família dela, que recebeu a chave da casa lá em Castanhal, no Pará. E, em nome dela, eu cumprimento todas as famílias. A história também é uma história comovente. E quero cumprimentar a todos os moradores que hoje têm essa alegria, essa felicidade imensa.

Mas vou voltar aqui para Caucaia, porque nós estamos aqui em Caucaia em link com todas essas cidades, tanto do Ceará quanto do Pará, como de Pernambuco; nós estamos nesse link junto com algumas pessoas que eu queria agradecer e cumprimentar.

Cumprimento o governador do Ceará, o Camilo Santana. O governador era um parceiro forte quando era secretário das Cidades e é responsável por uma parte importantíssima do que nós fizemos aqui, na construção do Minha Casa Minha Vida. Cumprimento, também, a primeira-dama, Onélia Leite, que me disse hoje uma das coisas mais importantes, que era que ela estava lançando um programa - tinha lançado, se eu não me engano, essa semana -, um programa que contempla as crianças, que olha para as crianças que, na verdade, é o Mais Criança: é criança estudando em creche, criança brincando em praça e criança, Onélia, sendo acompanhada, cuidada pelo governo do estado. Nós apoiamos esse programa Onélia, nós apoiamos com nossos investimentos em creche, mas eu te cumprimento porque acho que essa é uma das mais importantes políticas que um governo pode ter. Porque dá para os nossos brasileirinhos e para nossas brasileirinhas, dá a eles as condições e as oportunidades que os meninos mais ricos têm. Os nossos meninos das classes populares do povo brasileiro têm de ter a mesmas oportunidades. Meus parabéns, Onélia.

Quero cumprimentar, ainda, aqui presentes e também os ministros que acompanharam todo o lançamento: os ministros de Estado, a Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e combate à Fome, que lançou e entregou as casas lá em Maracanaú; o ministro da Saúde, Arthur Chioro, que entregou lá em Fortaleza; o Gilberto Kassab, ministro das Cidades, que entregou em Colinas do Tocantins; o Helder Barbalho, da Pesca e Aquicultura, que entregou em Castanhal, Pará; a Nilma Lino Gomes, de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, que entregou em Bom Conselho, em Pernambuco,

Cumprimento, aqui, também, os nossos senadores que nos ajudam, lá em Brasília, a viabilizar esses programas, Eunício Oliveira e José Pimentel. Eunício Oliveira, líder do PMDB na Câmara; e José Pimentel líder, aliás, desculpa, Eunício, líder do governo no Senado; e o José Pimentel, líder do governo no Senado.

Cumprimento os deputados federais José Guimarães, esse sim, líder do governo na Câmara dos Deputados. O Eunício é líder do PMDB no Senado. O José Ayrton Cirilo, o Chico Lopes, o ex-ministro Leônidas Cristino, ex-ministro dos Portos.

Queria também cumprimentar o deputado federal Domingos Neto,

Cumprimento a Cláudia Lelis, vice-governadora do Tocantins, que estava lá em Colinas do Tocantins.

Cumprimento o Washington Luiz Gois, nosso prefeito de Caucaia, e a senhora Ester Gois,

Cumprimento o Roberto Cláudio, que estava lá em Fortaleza, podia aparecer o Roberto Cláudio - ali ele.

Cumprimento o Danilo Vieira, de Bom Conselho, Pernambuco,

Cumprimento o José Santana Neto, de Colinas do Tocantins, e o Paulo Titan, de Castanhal, no Pará.

Quero também cumprimentar aqui o Paulo Guerra, vice-prefeito de Caucaia,

Cumprimento a Miriam, presidente da Caixa, Miriam Belchior, presidente da Caixa,

O Maurício, secretário do Programa de Aceleração do Crescimento,

Quero cumprimentar o secretário das Cidades do Ceará, em nome de quem eu cumprimento todos os secretários, o Lúcio Ferreira Gomes.

Cumprimento o Brasiliano da Cruz, presidente do Movimento Quilombola de Pernambuco, em Bom Conselho, lá em Pernambuco. Ele apareceu no nosso link, o Brasiliano apareceu no link - ele está ali, ó.

Quero também cumprimentar o Francisco Wil, vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores do Ceará,

Cumprimento, ainda, o Luis Roberto Studart Filho, diretor da construtora Engeplan, aqui, que construiu essas moradias, apartamentos aqui em Caucaia.

Cumprimento, também, uma liderança aqui de Caucaia, a Lia Ferreira Gomes.

Cumprimento as senhoras e os senhores jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas.

 

Olha, gente, eu fico muito feliz de ver essas histórias. Porque aqui nós não estamos lidando com concreto armado, telha; nós não estamos lidando com janelas e portas e salas, quartos, banheiros e cozinhas. Nós estamos lidando é com o local que as pessoas vão morar, vão ter seus filhos, vão receber seus amigos, vão conversar com os parentes, vão criar as cranças e os jovens. Onde as mulheres sempre mandaram da porta para dentro - os homens mandam da porta para fora. Daí porque eu sei perfeitamente que essa quantidade de mulheres que aparecem recebendo a chave, é porque mulher, casa, família e filho rima, não é? Dá não só uma rima, mas leva para frente o Brasil. E os nossos queridos companheiros ajudam na criação das crianças, ajudam com toda sua força e seu empenho.

Daí porque eu sei que a aquisição da casa própria é um sonho. Daí o Programa Minha Casa Minha Vida, que tinha que ser Minha Casa Minha Vida Meu Sonho, mas o sonho a gente acrescenta, hoje, quando vocês recebem a chave. Fico orgulhosa, viu gente? Eu estou aqui com vocês e também com todos eles que estão nos vendo, aqui, e são 2.701 famílias que vão receber, nesta sexta-feira, suas casas.

Para muitos que nós entregamos a chave eu perguntei: Quando é que vocês mudam? Aí me disseram, uns me disseram “hoje ainda”; outros me disseram, “o mais rápido possível”. Então eu sei que cada um de vocês quer entrar, quer entrar com pé direito pela porta da frente. E vocês vão entrar com o pé direito pela porta da frente, porque isso é um esforço que vocês fizeram. Mas esse esforço que vocês fizeram faz parte, porque é isso mesmo, vocês se esforçaram, vocês trabalharam, vocês lutaram. Aí vocês passavam na porta de um banco, o banco não emprestava, não cabia, e quando emprestava o dinheiro, não cabia no rendimento que vocês tinham, vocês se esforçaram, se esforçaram, e não tinham uma casa própria. Qual é o papel do governo? O papel do governo é… Não é que ele vai, o governo pega e resolve tudo. Não, uma parte é o esforço de vocês e isso tem que ficar claro. O que o governo pode fazer? Garantir oportunidade, dar oportunidade, garantir que as pessoas que moram de aluguel e pagam aluguel, as pessoas que moravam na rua e não tinham como ter acesso a uma casa, porque era muito cara a prestação, possam ter uma casa. É esse o papel do governo.

E quero dizer que esses, esses apartamentos aqui de Caucaia, as casas que apareceram, as casas de Angico, lá do Quilombo de Angico; as casas de Fortaleza; de Maracanaú; de Castanhal, do Pará, cada uma delas tem algo em comum com essa: primeiro, é a realização de um sonho. Mas não é só isso não. É o lugar onde vocês vão criar os filhos e a família, isto é, todas ficam em uma área com urbanização, mesmo aquela em zona rural: lá tem água, luz, esgoto e tem condições de vida. Todos vão ter acesso a serviços públicos, todos vão contar com postos de saúde e com escolas nas proximidades. É essa a visão que nós temos de casa: casa é onde você mora, mas é também o local que você sai na porta de casa e quer ter o lugar para botar seu filho na escola, quer ter acesso, também, o mais rápido que você puder, a um posto de saúde ou a uma UPA.

Eu quero dizer para vocês que eu fico muito feliz de presenciar isso. E quero dizer mais uma coisa: vocês têm de cuidar bem dessas casas. Eu hoje estou aqui, elas estão assim, mas se eu voltar daqui a um ano, cada casa vai ter uma cara diferente, porque a gente coloca na casa uma parte do que a gente é. E aí eu peço para vocês cuidarem bem dessas áreas, de vocês criarem uma forma de se organizar e cuidar da casa. Sabe por quê? Porque elas serão um patrimônio de vocês. A partir de agora não é só que vocês têm uma casa, vocês têm um patrimônio, que é de cada uma das famílias e a gente sempre dá preferência, para quem for a cabeça da família, ter a casa registrada naquele nome da pessoa. Geralmente, a gente faz isso para a mulher, mãe de família, que vive sozinha, e por isso, eu quero dizer para vocês: não vendam essas casas, não aceitem, nesse início, propostas de compra e venda, guardem esse patrimônio porque ele é de vocês. Eu vou me embora, vocês vão ficar nas casas. Então, eu peço só isso. O que eu peço de retorno para o governo? Eu peço que vocês cuidem daquilo que agora é de vocês.

Foi um grande esforço construir, para o governo - eu quero dizer para vocês -, que foi um grande esforço construir. Nós começamos com um milhão, mas esse um milhão tinha gente que dizia que ele não sairia do papel, que nós íamos ter dificuldade. É claro que nós tivemos dificuldades; é claro que muitas vezes as coisas não deram certo da primeira vez, mas é claro, também, que nós conseguimos. Está aí a prova. Aqueles que diziam que não ia acontecer o Minha Casa Minha Vida, hoje nós estamos dando uma boa resposta. Está aí o Minha Casa Minha Vida, estão aí vocês dentro dessas casas.

E eu quero dizer mais outra coisa. Para mim, é muito importante que vocês tenham condições de pagar as casas. Vocês sabem que a prestação é bem menor, hoje, que um aluguel e, além disso, a casa é de vocês. Então, se vocês pagarem direitinho, vocês estão ajudando o governo a fazer mais casa. Porque nós queremos fazer mais casas e o nosso objetivo é fazer mais três milhões de casas. Com isso nós chegaremos a mais de seis milhões e aí, vai ter no Brasil, pelo menos até 2018, no final, com muito esforço, em torno de 27 milhões de pessoas com a casa própria. Eu conto com vocês. Conto com vocês para cuidar da casa e para ter esse retorno que é para fazer mais casas para mais brasileiros, para mais famílias. E uma coisa muito importante ocorreu hoje. Hoje, ao entregar essas 2.700 casas, é importante que vocês saibam que nós atingimos uma marca muito forte: 500 mil dessas casas são para pessoas que recebiam Bolsa Família, ou seja, para aquelas pessoas do Brasil mais pobres. Dentre as pobres, as mais pobres. E aí é um momento de comemoração.

Eu sei que nós, hoje no Brasil, estamos passando dificuldades. Vocês, muitos de vocês, temem, acham que a situação está incerta, acham que a inflação ainda está alta, têm medo de perder o emprego. Eu quero dizer para vocês que o meu governo pensa em duas coisas: em como aumentar o emprego, garantir que o país volte a crescer, primeira coisa; segunda coisa, em reduzir a inflação, porque nós sabemos como a inflação corrói a renda do trabalho, a renda do empreendedor. E aí eu vou assumir aqui, com vocês, alguns compromissos: Primeiro compromisso: nós não vamos abrir mão das políticas que têm ajudado o povo brasileiro a melhorar de vida. O Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família, o Prouni - que garantiu que a filha, como dizia o pessoal, a filha do pedreiro pode virar doutora, ou o filho do pedreiro pode virar doutor -, garantir também o Fies, que foi o financiamento para a educação; garantir, ainda, o Pronatec, que cria oportunidade de emprego, que é um programa a favor do emprego porque forma os jovens trabalhadores desse país. Quero também falar do Pronaf, que é o programa para a agricultura familiar, que também vai continuar. Todos eles, mas tem um especial, que eu tenho um carinho imenso: é o Mais Médicos. O Mais Médicos, eu tenho um carinho, porque no Brasil, tinha municípios que não tinham nenhum médico, nem unzinho. Hoje eu perguntei aqui para o governador, “governador, diga para mim uma coisa: quantos médicos do Mais Médicos nós temos aqui no Ceará?” O governador me respondeu: 1.218 médicos. Sabe, tem um número da Organização Mundial de Saúde que diz o seguinte: cada médico tem, da atenção básica, desse tipo de médico que atende em posto de saúde, ele atende por ano, no mínimo 3.500 pessoas. Esse é o número que eles consideram adequado. Pois bem, se a gente fizer todos os cálculos, no Brasil, com o programa Mais Médicos, que chegou a mais de 18 mil médicos, nós chegamos a 63 milhões de pessoas que não tinham atendimento básico e que agora têm. E aqui a gente tem de multiplicar os 1.218 por 3.500, o que vai dar, mais ou menos, quatro milhões, eu acho, e 263… quatro milhões e 300. Eles são rapidinhos nas contas,vocês viram, não é? Gente rapidinha nas contas é ótimo.

Bom, por que eu estou falando isso? Porque esse foi o primeiro passo para garantir que as pessoas tivessem acesso à saúde, o que é importantíssimo, porque é aquele medico que toca em você, que toma a sua pressão, que pergunta o que aconteceu contigo, que é o que todo mundo quer. Ninguém quer um médico impessoal, não é? Que você...que não chega perto de ti e tal.

E aí, além desse eu tenho outro. E eu estive, e eu estive aqui no passado visitando toda a ligação, lá do Castanhão até Fortaleza, que garante o abastecimento de água aqui em Fortaleza. E aí eu quero dizer uma coisa, eu quero reconhecer aqui,  porque o governo federal entrou nisso ajudando, mas a visão, perceber que Fortaleza precisava de água, a gente deve ao governador, ao Cid e ao Camilo, que viram isso e falaram: “Não, tem de construir, é Cinturão das Águas, e tem de fazer isso porque senão vai faltar água”. E por isso, eu tenho muito orgulho de ter vindo aqui, não foi esse ano, foi o ano passado, eu vim inaugurar o Cinturão das Águas, que garante a água aqui para Caucaia. Ah é, porque vocês, nós temos o Cinturão, que é o outro. Eu confundo os dois, se é Eixão ou Cinturão. Agora vocês vão concordar comigo que parece, não é? Cinturão ou Eixão. Bom, mas é esse canal que sai lá do Castanhão e chega aqui, vai até, se eu não me engano vai até Pecem e o porto de Pecém. Isso para mim é muito importante, porque aqui teve uma seca brava durante quatro anos. Essa seca brava nós ajudamos, nós fizemos uma parceria e nós encaramos ela.

E eu estive, na semana passada, na interligação do São Francisco, e quero dizer para vocês que a interligação do São Francisco está virando cada dia mais uma realidade: serão 12 milhões de pessoas entre o Piauí, aliás, entre o Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, que serão atendidas no primeiro momento; os outros estados do Nordeste também vão se beneficiar. E isso para mim é um orgulho, quero dizer pra vocês, é um orgulho.

Finalmente eu quero dizer uma coisa para vocês. Tem muita gente no Brasil que é forte, que tem orgulho de ser brasileiro, que tem otimismo em relação ao país, que sabe que esse país é um país com condições de crescer, de avançar, e mais do que isso, um país que demonstrou que pode fazer, e que fez, nos últimos 13 anos. O Nordeste brasileiro foi completamente transformado. Falta muito a fazer? Falta. Mas nós mostramos que, juntos, somos capazes. Essa é a maioria do Brasil. Agora, tem uma minoria que aposta sempre no “quanto pior, melhor”. É aquele pessoal que pesca em águas turvas, que quando as águas estão claras, nunca conseguem o que querem, mas quando elas ficam um pouquinho turvas, eles pescam em águas turvas. Nós vamos ter clareza de afirmar, não só que o Brasil é um país forte, que vai crescer, vai superar as dificuldades que tem e são momentâneas, mas também que nós temos muito o que preservar. Nós conquistamos muita coisa. Não vamos deixar haver retrocesso nesse país. Nem no que se refere aos programas, nem no que se refere à questão da democracia. Nós todos sofremos as consequências de ter um país que não era democrático, que não respeitava as leis e que não deixava as pessoas dar sua opinião e manifestar sua opinião. Esse País conquistou a democracia quando conquistou o direito de votar. Ao conquistar o direito de votar, nós mudamos a história do nosso País, assim como toda a América Latina mudou a história dela, que era história de golpes e de ditaduras. O Brasil não. O Brasil, hoje, é um país democrático e um país que sabe superar suas dificuldades. Como todos os países do mundo, nós temos a garra de superar as nossas dificuldades. Mas tem uma característica especial do brasileiro: nós superamos isso com muita esperança e muito amor no coração e com nadinha de amargura ou de ódio.

Nós somos um país tolerante, um país que respeita os outros, um país que quer ver os seus filhos e suas filhas sendo criadas em um mundo de paz.

Muito obrigada.

 

 

Ouça a íntegra(34min31s) do discurso da Presidenta Dilma Rousseff