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08-04-2016 - Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante Cerimônia de entrega de unidades habitacionais no Rio de Janeiro/RJ e entregas simultâneas em Balsas/MA, em Canaã dos Carajás/PA, em Tailândia/PA, em Jaciara/MT e em Belo Horizonte/MG - Rio de Janeiro/RJ

Rio de Janeiro/RJ, 08 de abril de 2016

 

Boa tarde.

Eu cumprimento a Maria do Socorro, e, em nome da Maria do Socorro, eu cumprimento cada uma das famílias aqui que recebem hoje a chave da sua casa própria.

Queria abraçar cada uma das mulheres, dos homens, das crianças, enfim, das famílias, dos moradores dos residenciais Mykonos e Santorini. Parabéns para vocês.

Quero também cumprimentar aqui os participantes das cerimônias, porque nós estamos fazendo agora um link com o Pará, na cidade de Tailândia, residencial Jardim Primavera.

Cumprimento lá em Tailândia a ministra Tereza Campello e também o prefeito de Tailândia, o Ney da Saúde; cumprimento a Márcia Conceição Celestino, que é a pessoa que, em nome das demais, está recebendo a chave pelas famílias de Tailândia.

Ainda lá no Pará, na cidade de Canaã dos Carajás, cumprimento o ministro Helder Barbalho, chefe da Secretaria de Portos; o prefeito de Canaã de Carajás, Jeová Andrade e a beneficiária Joiza dos Santos Cândido.

Agora nós vamos para Belo Horizonte. Em Belo Horizonte, eu cumprimento, no residencial Pinheiros, o ministro Patrus Ananias, do Desenvolvimento Agrário; o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda e a beneficiária, aquela que está recebendo a chave em nome de todas as famílias, a Vanessa da Silveira Moreira. Um abraço, Vanessa.

Agora nós vamos para o Maranhão, lá para a cidade de Balsas. Lá está o ministro Aldo Rebelo, da Defesa; o prefeito de Balsas, Luiz Rocha Filho, e a beneficiária Maria Joelma de Souza.

Cumprimento agora, lá no Mato Grosso, em Jaciara, na cidade de Jaciara, no Residencial Aeroporto II, o ministro Gilberto Kassab, ministro das Cidades. Cumprimento o vice-governador do Mato Grosso, Carlos Fávaro, o prefeito de Jaciara, Denias Gaspar de Lima, e a beneficiária, a Maricélia dos Santos, que recebe a chave em nome de todas as famílias.

Agora nós voltamos para cá, aqui para o Rio de Janeiro, para o Residencial Mikonos e Santorini. Quero cumprimetar, aqui, o nosso governador em exercício, meu querido Francisco Dornelles.

Quero cumprimentar, ainda, o ministro Celso Pansera, da Ciência, Tecnologia e Inovação,

Cumprimentar a presidente da Caixa, Miriam Belchior,

Cumprimentar o vice-prefeito do Rio de Janeiro, Adilson Pires,

Cumprimentar o Marcos Alexandre Barbosa, diretor comercial da Construtora Novolar S/A,

Gostaria de cumprimentar também o Sebastião Luiz da Silva. O Sebastião -levanta, Sebastião -, o Sebastião é o primeiro morador de rua aqui, no Rio de Janeiro, a ser beneficiado pelo Programa Minha Casa Minha Vida. Umas palmas para o Sebastião.

Queria cumprimentar também os jornalistas, os fotógrafos e os cinegrafistas aqui presentes,

Gente, hoje, só para vocês terem uma ideia, 4.452 famílias estão aqui conosco recebendo a chave da casa própria. São brasileiras e brasileiros aqui do Rio de Janeiro, aqui do Residencial Santorini e Mikonos, mas também lá de Balsas, no Maranhão; de duas cidades do Pará, Canaã dos Carajás e Tailândia; de Jaciara, no Mato Grosso e de Belo Horizonte, Minas Gerais. No total, são 4.452 famílias que, neste link, nesta cerimônia, recebem a chave da sua casa própria. A gente sabe que ter a sua casa própria é uma mudança de vida, uma mudança muito boa para todas as famílias que passam a ter um lar seu. Não é mais um aluguel, nem é morar de favor em casa de parentes, e muito menos em moradias precárias em áreas de risco.

Agora, não. Agora é cada um morando na sua casa. Sem dúvida nenhuma é um ganho para essas famílias, porque uma casa, um lar, é mais do que o cimento, do que o concreto, do que o azulejo, do que o piso. Uma casa é o lugar onde a gente cria os filhos, onde a gente recebe os amigos, onde a gente passa uma parte importante da vida da gente e é onde a gente desenvolve os laços afetivos, as relações afetivas.

E por isso também é bom que essa casa seja uma casa confortável, uma casa que tenha um acabamento adequado, que seja uma casa digna de se morar. E eu tenho certeza que vocês aqui hoje estão recebendo uma casa de qualidade. Eu visitei uma e vi a alegria no rosto da Maria do Socorro, das crianças, da Gabriele, da Emanuele, que receberam aqui no palco as chaves.

E eu queria dizer para vocês que nós fizemos uma escolha quando construímos o programa Minha Casa Minha Vida, lá atrás, ainda durante o governo Lula. Foi bem no finalzinho do governo, em 2009, que nós começamos esse programa Minha Casa Minha Vida. O que é que nós pensávamos? Nós pensávamos o seguinte: tudo o que uma família quer é ter uma casa própria. Se você perguntar para qualquer família no Brasil, de qualquer classe social, a primeira coisa que vem à cabeça de uma família é: “eu quero minha casa própria”. E aí, se a prestação de uma casa própria não cabia no bolso da pessoa, como é que ela ia comprar?

Se a gente deixasse só entregue ao mercado, aos bancos, para financiar, ninguém teria acesso à casa própria. Então, o que nós resolvemos? Nós resolvemos usar o dinheiro dos impostos e completar com eles a renda das famílias para garantir que as famílias tenham acesso à sua casa própria. Não pode pegar e gastar toda a renda porque, senão, como é que vai comer? Como é que vai botar os filhos no colégio? Como é que vai pagar uma passagem de ônibus? Enfim, como é que vai pagar a sua vestimenta, a vestimenta da família? Então, a prestação da casa própria tinha de caber no bolso das famílias. E de quem? De quem precisava, das famílias que mais precisavam. Era justamente aquela família que a gente tinha de beneficiar. E é isso que nós fizemos.

Mas tem ainda uma outra coisa: quando você constrói moradias para as pessoas, você também cria empregos, você mexe a roda da economia, você faz com que os empresários contratem trabalhadores e você cria, então, mais empregos também. Então, o Programa Minha Casa Minha Vida tem dois fatores que devem ser elogiados. Primeiro, garante a casa própria para as pessoas e famílias que mais precisam. Segundo, também é uma fonte de emprego, uma fonte de emprego  importante na construção civil.

Daí porque eu fico muito feliz de estar aqui hoje com essas 4.452 famílias. E qual é a boa notícia? Vamos ver o que nós já entregamos até hoje? Vamos ver. Nós já entregamos, como nós estamos fazendo aqui hoje, nós já entregamos 2,63 milhões de chaves para 630 mil famílias [2,63 milhões de famílias], essa é uma boa notícia, já entregamos. Mas a melhor notícia ainda é que faltam entregar ainda mais 1,5 milhão moradias, chaves, para novas famílias. Essas 1.500 [1,5 milhão] estou arredondando para baixo, é 1.500 e poucas [1,5 milhão], mas 1.500 [1,5 milhão] para vocês guardarem, essas estão em construção contratas em perfeitas condições.

Por isso, nós, quase toda semana, entregamos, como nessa cerimônia aqui, em link porque não dá para estar em todos os lugares ao mesmo tempo, chaves para as famílias, que, como vocês, tiveram acesso a sua casa própria. Mas aí você poderiam falar para mim: “e aí, parou? Acabou?”. Não, não acabou. Ainda mais 2 milhões serão feitas até o final de 2018.

Com isso, vocês podem ter certeza que nós estamos fazendo o maior programa habitacional proporcionalmente à população, do mundo. Você pode até ter na China um número maior, mas também lá a população é maior. Aqui, nós chegaremos ao final de 2018 com mais de 6 milhões de moradias construídas pelo Programa Minha Casa Minha Vida. No Brasil, desde que Pedro Alvares Cabral chegou aqui, nunca houve um programa dessas dimensões.

E eu quero dizer para vocês que nada nesse mundo vai fazer com que a gente pare esse programa. Não há hipótese de nenhuma dificuldade financeira, nenhuma dificuldade pela qual o País passa, interromper esse programa. Nós temos os recursos reservados para o Minha Casa Minha Vida, mas, sobretudo, nós temos o compromisso com esse povo aqui de jamais interromper esse programa.

Eu queria dizer para vocês, aproveitando esse refrão “não vai ter golpe, vai ter luta”, que o governo está fazendo um grande esforço. Primeiro, para não parar esses programas sociais tão importantes. Mas também nós queremos que a inflação continue caindo, nós queremos que os empregos voltem a crescer, que o Brasil volte a crescer. Para isso, é muito importante que as pessoas, algumas pessoas, têm de parar de torcer para o “quanto pior, melhor”. O que é torcer para o “quanto pior, melhor”? É aquele vizinho da gente que sempre bota olho gordo e quer que as coisas não deem certo. Vocês conhecem gente assim. São pessoas que querem pescar em águas turvas. O que é pescar em águas turvas? Se piorar, as pessoas acham que podem facilitar a vida delas e chegar ao poder, não através do voto, mas através de um golpe.

Dizem que o impeachment está na Constituição. É verdade, o impeachment está na Constituição. Está lá escrito que é possível fazer o impeachment do presidente. Agora, esquecem de completar: desde que o presidente tenha cometido crime de responsabilidade. Qual é o problema? O problema é que eu não cometi nenhum crime de responsabilidade. Por isso é que o pessoal aqui da frente grita: “não vai ter golpe”. Não vai ter golpe porque isso seria uma afronta à nossa democracia.

Além disso, quem pretende interromper o meu mandato é justamente aquele tipo de projeto que considera um erro do governo federal colocar recursos para fazer um programa como o Minha Casa Minha Vida. Nós não concordamos com esse tipo de posição, nós continuaremos a fazer programas que beneficie o nosso povo. Por quê? Eu fui eleita para governar para 204 milhões. Estou fazendo um programa para vocês. Aí, pode vir uma pessoa e falar: “mas eles não são os 204 milhões”. E eu vou explicar para vocês que vocês são os 204 milhões. Por quê? Fazer um programa como esse, o Minha Casa Minha Vida, beneficia, eu falei para vocês: até o final do meu governo vai beneficiar 6 milhões de famílias. Multiplicando, por baixo, por quatro, daria 24 milhões de pessoas, o que é muito. Um programa de moradia beneficiar 24 milhões de pessoas é muito. Mas aí, é só 24 milhões? Não é não. Porque essas famílias beneficiadas, elas terão uma vida melhor, seus filhos terão mais oportunidades. Com isso, todo o Brasil se beneficia, todo o Brasil cresce quando sua população tem melhores condições de vida. Todo o Brasil.

Não se pode ter visão egoísta. A visão egoísta só vê a árvore, não vê a floresta. O que é a floresta? A floresta é o seguinte - o que é a maior riqueza do Brasil? Aqui nós estamos em um estado que tem grandes riquezas. Aqui tem petróleo, tem minério, tem indústria, mas a maior riqueza do Brasil é ter 204 milhões de habitantes. É ter a possibilidade de esses 204 milhões consumam, gastem, coloquem seus filhos na escola e agora formem essas crianças, formem esses jovens.

Eu não sei se vocês sabem que por conta dos programas que nós fizemos para ampliar o acesso das pessoas, principalmente das pessoas mais pobres do nosso País, à universidade, esse ano, quando a gente foi olhar, o final de contas, quantas, qual o percentual dessas meninas e desses meninos que se formaram na universidade que são os primeiros a terem uma universidade nas suas famílias? Sabe quantos? Trinta e cinco por cento eram os primeiros da família a terem um curso universitário. O que nós queremos? Nós, que saímos de um valor mínimo no Brasil, queremos que 100% das famílias possam ter um formando na universidade. Isso é bom só para aquela família? Não, isso é bom para o Brasil. Aumenta a produtividade, melhora o País, faz com que o país seja um país desenvolvido. Um país é um país desenvolvido quando a sua população é desenvolvida.

Se a gente fizer hoje uma pesquisa e perguntar “qual é uma das políticas que você mais deseja?” Vão falar: “segurança pública”. Segurança pública implica também em moradia decente. O Programa Minha Casa Minha Vida dá segurança para essas famílias morarem aqui, criarem aqui um ambiente de paz, um ambiente de tranquilidade.

Por isso, eu quero dizer para vocês que eu fico muito feliz de estar aqui hoje com vocês, com as famílias, as mais de mil famílias aqui, e as 4.452 famílias que estão nos assistindo.

E quero dizer uma coisa para vocês. O meu governo é um governo que tem um compromisso, e esse compromisso é um compromisso do qual nós não arredamos pé. Com o quê? Com a igualdade de oportunidades. Cada um de nós é diferente: eu sou de um jeito, ela é de outro, o senhor ali é do outro, cada um de nós. Nós não seremos nunca iguais. Agora, as nossas oportunidades tem de ser iguais. Não existe motivo para que cada brasileirinho, cada brasileirinha não tenham a mesma oportunidade na vida. Não existe motivo para que as famílias não possam criar seus filhos e fazer com que seus filhos tenham oportunidade de estudar, de ter saúde, de ter educação decente. Daí porque um dos passos fundamentais é a casa própria.

Cumprimento a cada uma e a cada um de vocês. Quero dar um grande abraço a todos aqueles que hoje passam a ter a chave a sua casa, vão abrir a porta e entrem com a certeza que essa casa é sua, porque os impostos vocês pagam. Ninguém aqui está fazendo nenhum, mas nenhum, nenhum milagre, nem nenhum benefício indevido. Isso é devido ao povo deste País, são os impostos que vocês pagam. Um grande abraço. Um beijo em cada uma e cada um.

 

Ouça a íntegra do discurso (24min24s) da presidenta Dilma.