07-04-2014 - Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante cerimônia de formatura do Pronatec - Belo Horizonte/MG
Belo Horizonte-MG, 07 de abril de 2014
Eu quero iniciar dirigindo um cumprimento especial a todos os formandos aqui presentes. E vou cumprimentar primeiro a Ana Maria, oradora da turma, e o Lúcio Alves Nascimento, que fez o juramento. Mas eu queria saudar a cada um de vocês, então eu vou pedir que o pessoal formado pelo Senai se levante, o pessoal das camisetas vermelhas, e a gente aqui aplaude, parabéns para vocês. Agora, eu vou pedir que o pessoal das camisetas brancas aqui na frente, do IFMG, parabéns para vocês. Agora, o pessoal das camisetas brancas atrás, do Senac, parabéns para vocês. E agora, as brancas da lateral direita, Sest/Senat. Portanto, parabéns a todos vocês. E eu também quero dirigir um cumprimento especial para aqueles que são essenciais no Pronatec, que são os professores e profissionais de educação aqui presentes.
Queria também cumprimentar os ministros de Estado: o Henrique Paim, da Educação, nosso ministro da Educação, um dos responsáveis pelo Programa Pronatec. Quero cumprimentar o Mauro Borges, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio; o Miguel Rossetto, do Desenvolvimento Agrário; Thomas Traumann, da Secretaria de Comunicação Social. Quero cumprimentar também meu ex-ministro do MDIC, Fernando Pimentel.
Dirijo um cumprimento especial aos deputados federais aqui presentes: o Gabriel Guimarães, o George Hilton, a Jô Moraes, o Miguel Correia e o Reginaldo Lopes.
Queria cumprimentar a secretária municipal de Educação, a Sueli Maria Baliza Dias. E por intermédio dela eu cumprimento todos os demais secretários e autoridades municipais aqui presentes.
Cumprimentar os nossos parceiros. Ter parceiro é uma coisa muito importante, cada um de vocês sabe disso na vida. E aqui nós temos alguns parceiros que eu queria cumprimentar: queria cumprimentar o Caio Mário Bueno da Silva, reitor do Instituto Federal de Minas Gerais.
Cumprimentar um outro grande parceiro nosso, o Olavo Machado Júnior, presidente da Federação das Indústrias do estado de Minas Gerais, representando o Senai.
Queria cumprimenta o Luciano de Assis Fagundes, que é diretor regional do Senac de Minas Gerais.
Queria também cumprimentar o Vander Francisco costa, presidente do Conselho Regional do Sest/Senat de Minas Gerais.
Cumprimentar as senhoras e os senhores jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas.
Olha, gente, cada formatura que eu vou do Pronatec, eu sempre me comovo, e mais de uma vez hoje, não só eu, mas o pessoal que estava sentado ao meu lado, nós todos nos comovemos quando foi feito o juramento que é o juramento, que é o juramento que marca o início desta cerimônia do Pronatec. Além disso, também, todos nós nos comovemos com as palavras da Ana Maria, e também do Lúcio. E por que nós nos comovemos? Porque vocês mostram uma coisa que é absolutamente fantástica: como vocês tiveram garra, como vocês se empenharam, como vocês se esforçaram nesse curso que vocês fizeram.
E aí, hoje, nós estamos aqui comemorando. Comemorando primeiro de tudo, o esforço de vocês. Essa determinação que nós sabemos que os brasileiros têm, quando eles têm uma oportunidade, agarram a oportunidade com as duas mãos, com as duas mãos e vamos que vamos. Por isso eu, hoje, começo esse ato elogiando esse esforço e essa dedicação. Sei que muita gente aqui teve de abrir mão, teve de abrir mão de algumas coisas para fazer o curso.
A segunda coisa que quero falar é sobre as famílias de vocês. Os pais, as mães, os irmãos, os namorados, as mulheres, as esposas, as amigas, os amigos, enfim, aqueles que cercam vocês e que apóiam vocês. Também eles hoje estão imensamente orgulhosos pelo que vocês conquistaram. Se tem gente que é orgulhosa, eu sei, é mãe, mãe fica num orgulho só, e isso é muito importante para cada um de nós.
E eu acho que aí entra em terceiro lugar, o papel do governo e dos nossos parceiros por termos olhado o Brasil e visto que o caminho, a Ana Maria disse aqui: o caminho do crescimento humano, Ana Maria disse. Ana Maria disse assim: “O caminho do crescimento humano é a educação”. A educação de fato é o caminho. Qual o papel do governo? É abrir as portas das oportunidades. E hoje nós temos aqui o que significa abrir a porta de oportunidade. Significa uma pessoa formada em mineração, a outra formada em operador automotivo, o outro formado em auxiliar administrativo, o outro deve estar formado em imensas e variadas. Parabéns para você que se formou no trabalho. E é bom que a pessoa grite porque mostra que ela tem orgulho do que fez, senão ela não tinha gritado. Mas pelo amor de Deus todo mundo não grita agora, não, porque senão não vai dar. Mas eu estou dizendo que esse exemplo, ele é importante.
Agora, gente, eu quero falar uma coisa para vocês: o que é abrir as portas da oportunidade? É o seguinte: nós, primeiro, nós escolhemos o que havia de melhor em curso profissionalizante. O que havia de melhor em curso profissionalizante? Os cursos do Senai, os cursos do Senac, os cursos do Senat, do Sest. Nós escolhemos uma imensa variedade de cursos. Por que nós escolhemos os cursos melhores e colocamos os institutos federais no suporte e na garantia desse programa? Os institutos federais tecnológicos, que são ligados ao MEC, que são do governo federal, eles também cumpriram, junto com o Sistema S, um papel estratégico, que é dar suporte para o melhor curso profissional possível. Não é aquele curso de segundo nível, não! Foram cursos de primeira categoria o que tinha de melhor no Brasil. E isso por quê? Porque esse é um programa que, como o nome diz, quer assegurar ensino o ensino técnico e o emprego. Quer melhorar para a pessoa, como disse o juramento de vocês: vocês juram para vocês, vocês juram para a comunidade, e vocês juram para o país. E é isso que nós queremos: melhorar a formação profissional de cada um. Com isso melhora a renda, melhora o emprego, melhora também as condições para a família de cada um.
Segundo, melhorar para a comunidade. Uma pessoa melhor formada vai chegar na comunidade e ter atitude muito mais positiva, mas também vai contar para os outros que tem Pronatec. E melhora para o país, melhora para o país porque o país precisa de pessoas bem formadas. Nós não podemos nos conformar em ser só aquilo que nós chegamos até agora. Nós sempre queremos um país... É como cada pessoa, ele tem sempre de querer fazer mais. E para fazer mais, tem coisa que a gente carrega com a gente, é a única no mundo que seja o que seja que aconteça, nós carregamos com cada um de nós porque é nosso patrimônio, que é a educação.
E o Brasil precisa de educação. Por dois motivos nós precisamos de educação. Primeiro, porque nos últimos anos, vocês sabem que o Brasil elevou para a classe média 42 milhões de pessoas, tirou da extrema pobreza 36 milhões. Se tirou... - às vezes a gente torce a língua, gente. Não ri, não! Vocês também torcem a língua -. Então, continuando, nós tiramos essas pessoas, criamos oportunidades, melhoramos a vida delas, mas como que nós vamos garantir que isso seja permanente, duradouro e que não volte atrás? Uma das coisas essenciais: o Pronatec. O Pronatec cria todas as oportunidades de trabalho para a gente garantir que o Brasil seja competitivo, que o Brasil seja produtivo, mais que os outros. Por isso tem de apostar num país de técnicos, num país com capacitação técnica, tem de ter universitários, cientistas, pesquisadores, mas tem de ter gente bem formada. Além disso, por outro motivo a educação é importante. A educação é importante porque para você construir um país que entre na chamada economia do conhecimento, que entre na tecnologia, que utilize a internet em seu próprio benefício e em benefício de todos, que utilize a biotecnologia, enfim, que utilize tudo que a ciência pode nos dar, nós temos de ter brasileiros e brasileiras muito bem formados. A educação é essencial.
E aí entra uma terceira coisa aí, uma terceira coisa: se nós queremos, de fato, que o Brasil seja cada vez mais um país de oportunidades iguais, não estou falando em igualdade entre as pessoas, no sentido de que cada um de nós é diferente do outro, mas cada um de nós tem de ter direito às mesmas oportunidades. A criança, ela, o brasileirinho e a brasileirinha, eles têm de ter acesso à mesma qualidade de educação. Por isso nós fazemos creches, por isso tem alfabetização na idade certa, porque quanto mais a alfabetização se dê aos 8 anos, mais a criança vai ser capaz de aprender. Por isso, nós queremos educação em tempo integral. Então, hoje, aqui, nós estamos num momento importantíssimo, que é o chamado ensino técnico. O Brasil tem de valorizar as pessoas que fizeram capacitação profissional. Eu venho aqui porque eu mostro, com a presença da Presidenta da República, que educação profissional é fundamental para o destino do nosso país.
Vou contar uma coisa para vocês terem uma ideia: nos países desenvolvidos, e vou dar um exemplo: na Alemanha. Na Alemanha, para cada conjunto de universitários, vamos supor para cada 10 universitários, eles formam entre 6 a 8 técnicos. Por que isso? Porque muitas vezes a formação técnica, ela é essencial para as coisas andarem. Sem o técnico não anda o país. Daí porque a importância que damos para o Pronatec, o orgulho que nós temos do Pronatec, o orgulho que nós temos de vocês. É um orgulho que nasce da certeza que o país vai virar uma grande nação, quando todos os brasileiros e brasileiras como vocês tiverem oportunidade de fazer um curso técnico, um curso profissionalizante.
Eu queria falar mais uma coisa: eu estou vendo aqui muitas mulheres, estou vendo. Pelos meus dados, é bom os homens prestarem atenção nisso: pelos dados que me deram aqui, dos 1.500 formandos, dos 1.500 formandos, 56% são mulheres. 56%! Sem demérito para os nossos companheiros homens, porque eles tiveram oportunidades maiores antes. Por isso, hoje tem menos homens fazendo, porque tiveram mais oportunidades. Mas eu saúdo isso porque é muito importante, e a história da Ana Maria mostra isso. Ana Maria está indo estudar depois que criou os filhos, depois que deu um rumo para as crianças. Mas o que eu estou tentando dizer aqui também é que agora nós podemos começar antes. Na nossa época, Ana Maria, era assim, mas agora a gente pode começar a estudar logo. Então também fiquei muito feliz de saber que uma parte expressiva aqui é de jovens até 29 anos. São 70%. Eu gosto muito dos outros 30%, porque eu acho que adulto, a gente nunca pode parar de estudar. Eu, Presidenta da República, não posso parar de estudar. Cada um de nós não pode parar de estudar. Esse é um ganho que nós damos para cada um de nós mesmos.
E aí, eu queria dizer uma coisa para vocês: é um arco de força, é como se fosse um arco de força, no centro estão vocês, de um lado, a família dando suporte, a família dando apoio, dando carinho, dando compreensão. Do outro, o governo dando oportunidade. É só esse trio que faz as coisas andarem. Eu falei governo, mas não é só o governo, não. É governo e os parceiros, é o governo, o Senai, o Senac, o Sest e tem... o Senat, aliás, e tem em alguns lugares que tem também área agrícola, que é o Senar. Todo o Sistema S está empenhado, todas as universidades federais e todas as escolas estaduais, onde existem.
O governo entrou com R$ 14 bilhões, por quê? Porque tem uma última coisa que é fundamental nesse programa e que diz respeito às oportunidades. A gente não queria fazer com que esse curso a seleção fosse quem tem mais renda faz o curso, quem não tem, não faz. Nós queríamos que todos que quisessem fazer, fizessem um curso. Por isso colocamos os recursos que nós arrecadamos de cada um dos brasileiros e brasileiras para fazer o curso que garanta a cada um dos brasileiros e brasileiras a formação técnica, a formação profissional. Quando nós começamos, e eu disse: nós vamos fazer, nós vamos criar, até o final de 2014, 8 milhões de oportunidades, 8 milhões de matrículas. Por que era 8 milhões? Porque nós temos de correr atrás do tempo. Vai ser 8 milhões, depois vai ter de ser outros 8 milhões, e nós vamos ficar fazendo cursos sem parar, primeiro para conseguir atender o déficit que tem. Depois, para todas as vezes que alguém quiser melhorar sua capacitação, ele vai encontrar um curso gratuito, garantido, da melhor qualidade, e com cobertura generalizada.
Eu quero, então, voltar aonde eu comecei. Eu vou falar agora que aqui tem 37 municípios. Eu vou ler os nomes dos municípios, porque eu acho importante que cada um de vocês possam se identificar aqui dentro e, por isso... Eu ia ler os nomes, não vou mais. Por que não vou mais? Eu não estou achando os nomes. Logo, não posso lê-los.
Mas eu vou finalizar dizendo para vocês uma coisa: vocês tenham imenso orgulho... Não adianta, assim não adianta. Tá bom, eu vou achar os nomes. Já achei. Então vou começar a ler. Vamos começar: Bambuí, Belo Vale, Betim, Bom Despacho, Caeté, Capitólio, Congonhas, Contagem, Formiga, Geceaba, Governador Valadares, Guanhães, Iguadama, Itaúna, Jequeri, Lafaiete, Lagoa da Prata, Luisburgo, Mariana, Matosinho, Medeiros, Nova Lima, Nova Serrana – tinha muita gente de Nova Lima, heim? –, Nova Serrana, Ouro Branco, Ouro Preto, Pains, Pedra Dourada, Pedro Leopoldo, Perdões, Ribeirão das Neves, Sabará, Santa Luzia, Santo Antônio do Amparo, São João Evangelista, São José da Lapa, Serra Verde, Sete Lagoas, Vespasiano, Virginópolis, e Belo Horizonte.
Eu sempre sei, todas as vezes que eu leio, sempre falta cidade. Eles não conseguem me dar completo. Toda vez.... Córrego Dantas - meu filho, eu não entendo o que você está falando. Não escuto -... Moeda. E olha que Moeda tinha muita gente, hein? Moema.
Bom, essa é a hora da descontração, então, agora que nós já nos descontraímos, eu quero encerrar dizendo… Peçanha. Contagem? Gente, Contagem, eu já falei.
Perfeito, agora a gente não falta mais nome não, tudo o que está dito, está dito, e nós vamos fazer o enceramento. O encerramento é uma homenagem a vocês. Nós todos aqui que vemos o esforço de vocês, que vemos a importância desse curso na vida de cada um e de cada uma, na vida do nosso país, nós todos aqui de pé, estamos agora aplaudindo cada um e cada uma dos formandos.
Ouça a íntegra do discurso (27min53s) da Presidenta Dilma Rousseff