18-08-2015 - Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante cerimônia de inauguração da Escola Nacional de Gestão Agropecuária - ENAGRO
Brasília-DF, 18 de agosto de 2015
Boa noite a todos. Eu queria começar cumprimentando a ministra Kátia Abreu, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Cumprimento a Kátia Abreu, não protocolarmente, Kátia, mas eu te cumprimento porque essa, de fato, é uma iniciativa fundamental para o nosso País. Faz parte da Pátria Educadora, faz parte do reconhecimento da importância do agronegócio, e faz parte, também, desse processo fantástico que é sermos capazes de transformar conhecimento em produção, emprego e renda para a nossa população, para os nossos brasileiros e para as nossas brasileiras.
Cumprimento, também, o ministro da Educação, Renato Janine, que prestigia esta solenidade, que dá a ela todo o reconhecimento que o sistema de educação formal deste país tem de dar a iniciativas como essa Escola Nacional de Gestão Agropecuária.
Cumprimento a Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, e é algo bastante significativo que a ministra do Meio Ambiente e a ministra do MAPA estejam juntas nesta cerimônia, porque mostra que nós somos um país que foi capaz de superar as chamadas “diferenças fáceis”. Nós só podemos ter diferenças difíceis e as fáceis nós superamos.
Acredito que o Código Florestal mostrou que é possível, perfeitamente, produzir e conservar, e acho que é esse o nosso diferencial, que torna este país uma das fronteiras, aí não fronteira agrícola mas fronteira, eu acredito, do conhecimento e da sustentabilidade.
Cumprimento, também, o presidente da Conab, o Rubens Rodrigues dos Santos,
Cumprimento a Ângela Peres, diretora da Escola Nacional de Gestão Agropecuária, e desejo a ela muito trabalho.
Cumprimento aqui, também, todos os sindicatos aqui presentes, todas as associações do setor agrícola e pecuário. E, ao cumprimentá-los, eu queria destacar a presença, aqui, do nosso Martins, que representa a CNA.
Cumprimento os alunos e professores da ENAP,
Queria dirigir um cumprimento especial aos servidores do MAPA. Os servidores do MAPA representam o funcionalismo público do nosso País, o servidor público, aquele que tem por obrigação servir à população do nosso País. Muitas vezes com dificuldades, outras sem condições, outras sem valorização. Daí porque essa iniciativa ela marca um momento especial e acredito, ministra Kátia Abreu, que a senhora ficará como uma das pessoas que modificou, de forma profunda, a agricultura do nosso país. Porque o que nós estamos aqui hoje tem um valor de curto prazo, mas sobretudo, tem um valor de longo prazo. Sobretudo, ele molda e dá um descortínio diferenciado para os caminhos que nós vamos percorrer.
E queria, também, cumprimentar os senhores jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas.
Eu vou começar a minha brevíssima intervenção dizendo, repetindo a frase que está escrita na placa que nós acabamos de inaugurar: o sucesso do agronegócio brasileiro começa aqui, na capacitação, na valorização e na motivação do capital humano do MAPA. Começa aqui. Começa aqui porque, sem homens e mulheres que se dediquem a essa questão fundamental para o nosso país, que é um setor no qual nós temos excelência, no qual nós conseguimos a equação mais, eu diria, mais eficiente, mais produtiva, que é juntar a nossa maravilhosa terra, a insolação, a quantidade de água com a capacitação humana, o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação, tendo uma - sem sombra de dúvida -, uma instituição de excelência, que é a Embrapa.
Acredito que aqui também uma outra Embrapa se inicia, a Embrapa da educação e da formação e da capacidade de gestão. Porque o conhecimento, se ele não é difundido, ele não se materializa em avanços, em benefícios para o conjunto da população.
Vocês sabem que recentemente eu estive nos Estados Unidos, e uma das instituições que eu visitei ela tinha uma função. A função que ela tinha era articular as pesquisas básicas que se desenvolvem nas instituições públicas americanas - pela NASA, pela ARPA, pela DARPA, enfim, por todas as instituições de pesquisa básica -, articular essas pesquisas com o setor tecnológico e com o setor produtivo e, localizavam nessas articulações a maior dificuldade.
Eu acredito que aqui nós damos mais um passo para melhorar essa articulação, com a formação da Escola Nacional de Gestão nesta área tão estratégica para o país que é esse setor que conseguiu, de fato, mostrar que é possível que nós tenhamos uma agricultura de altíssima qualidade. Mas nós não nos contentamos com isso, não basta isso, por isso a Escola Nacional de Gestão Agropecuária. Porque tem homens e mulheres que se preocupam com o futuro que nós estamos aqui hoje.
O Brasil é um país especial, nós somos a sétima economia do mundo. Hoje nós enfrentamos dificuldades, todo mundo aqui nessa sala sabe disso, inclusive, sabemos também que outros países no mundo enfrentam dificuldades. Ninguém imaginava, alguns anos atrás, nem mesmo há um ano atrás, que nós teríamos a China enfrentando também seus problemas. Ninguém imaginaria que esta é uma situação que diferencia o Brasil dos outros países. Por que ninguém imaginaria isso? Porque o Brasil até então tinha tido um desempenho fantástico. Nós tínhamos conseguido superar os seis anos de crise recorrendo a um conjunto de políticas.
Hoje nós não temos mais como dar suporte a tudo que fizemos. Desoneramos a folha das empresas; desoneramos a cesta básica; desoneramos uma série de investimentos produtivos, principalmente investimentos. Vamos continuar mantendo as desonerações, em alguns casos, na sua integralidade - é o caso da, por exemplo, é o caso da cesta básica -, e outros casos nós teremos de reduzir o nível de desoneração. Por que nós temos de fazer isso? Para transitar, é uma travessia que nós estamos. Nessa travessia, algumas coisas nós não podemos permitir que voltem atrás ou que tenha retrocesso. Dentro disso está o agronegócio, este agronegócio que deu tantos ganhos para o nosso país. É por isso que nós aumentamos, mesmo em um momento de dificuldades, em 20% os recursos de financiamento e para as políticas do Plano Safra desse período.
Acredito que isso é o reconhecimento, também, por parte do governo, da importância, da imensa importância desse setor. E acho que, de fato, é uma visão muito estreita supor que há uma oposição entre governos e o setor privado. Falei governos porque estou incluindo também os estaduais e os municipais, e o setor privado. Isso é impossível. Nós, só juntos, podemos de fato chegar lá; só juntos nós conseguiremos, unindo o que tiver de melhor em cada um, chegar a uma nação que seja uma nação que, pelo menos, no mínimo, seja uma nação de classe média.
Gostaria de dizer ao senhores que um dos grandes esforços que nós estamos fazendo é na área dos acordos comerciais. Estou dizendo isso porque, a partir de amanhã, nós teremos aqui mais uma das visitas que recebemos de chefes de Estado e de Governo. A chanceler, no caso de amanhã, chega a chanceler Merkel. E nós pretendemos sinalizar que o Brasil está disposto, está pronto para apresentar a sua oferta de acordo comercial, o que também irá beneficiar bastante o setor industrial e, sobretudo, o setor agrícola e pecuário do nosso país.
Eu sei que, além dessa escola, dessa fantástica conquista, uma outra conquista tem sido característica da atividade da ministra Kátia Abreu. São os acordos comerciais muito bem-sucedidos que nós temos conseguido fazer neste momento em que temos uma competitividade ainda maior, não só a competitividade normal do agronegócio, mas, ainda, o benefício de uma taxa de câmbio, agora, muito mais adequada às nossas exportações.
Por isso eu, mais uma vez, cumprimento, queria cumprimentar a Ângela, e queria cumprimentar a Kátia. São duas mulheres que têm, agora, a missão de transformar a Pátria Educadora em uma Pátria da agropecuária. A agropecuária integra, a partir de agora, a Pátria Educadora. E o ministro, certamente, vai cuidar bastante dessa escola, e vai cuidar bastante a ENAP. Parabéns Kátia, parabéns Angela, parabéns todos funcionários aqui do MAPA e parabéns todos os empresários aqui do agronegócio, com suas associações. E tenho certeza que a partir daqui nós estamos, também, construindo um Brasil melhor, um Brasil de futuro.
Muito obrigada.
Ouça a íntegra (12min45s) do discurso da Presidenta Dilma Rousseff