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25-07-2011 - Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante cerimônia de lançamento regional do programa Brasil sem Miséria no Nordeste

Diversas medidas adotadas pelo programa visam retirar 9,6 milhões de nordestinos da extrema pobreza

 

Arapiraca-AL, 25 de julho de 2011

 

Eu queria, primeiro, cumprimentar aqui todos os agricultores e as agricultoras,

Cumprimentar também os moradores de Arapiraca, que nos recebem com tanto carinho,

Cumprimentar também todos aqueles alagoanos que nos honram com a sua presença aqui,

Dirigir um cumprimento especial às mulheres, às prefeitas e às agricultoras aqui presentes,

Governador Teotônio Vilela, é um imenso prazer estar aqui, no estado de Alagoas, lançando o Brasil sem Miséria, e assumindo um compromisso com este novo Nordeste, dando continuidade à obra do presidente Lula, com o qual eu trabalhei e tive a honra de participar dos principais atos do seu governo,

Queria cumprimentar os nossos governadores aqui presentes: o governador Eduardo Campos; o governador Ricardo Coutinho, da Paraíba; o governador Wilson Martins, do Piauí; o governador Marcelo Déda, do Sergipe; e também o nosso vice-governador do Maranhão, Washington Oliveira,

Queria dirigir um cumprimento aos parlamentares aqui presentes, saudando o senador Benedito de Lira, a deputada Célia Rocha, os deputados Givaldo Carimbão, Joaquim Beltrão, Renan Filho e Rosinha Da Adefal,

Dirigir um agradecimento pela camiseta doada,

Ao prefeito Luciano Barbosa e, por intermédio dele, eu quero saudar os prefeitos e as prefeitas aqui presentes,

Abraçar a Josicleide Mendes da Silva, diretora da Associação das Produtoras de Broas e Produtos Alimentícios Derivados da Farinha,

Cumprimentar, mais uma vez, as senhoras e os senhores agricultores.

Hoje é um dia muito importante para nós. O Brasil passou um tempo muito longo de costas para o seu povo. Quando o presidente Lula chegou ao governo, em 2003, pela primeira vez a pauta prioritária do governo passou a ser os mais pobres. Passou a ser a seguinte pergunta: o que o governo pode fazer para a parte da população mais pobre do Brasil? E o que o governo podia fazer? O governo podia dar conta da imensa dívida que este país tinha com as populações mais pobres, dívida expressa na ausência e na falta de casas, na falta de luz elétrica, na falta de água.

Nós nos esforçamos muito. Os governadores que aqui estão participaram dessa luta e desse esforço. Nós conseguimos, nesse período, contando daquela época até hoje, tirar da pobreza e transformar em classe média uma “Argentina”, uma população da Argentina: 39,5 milhões de pessoas. Quando a gente pensa que é igual a tirar da pobreza e elevar à classe média uma “Argentina”, a gente percebe o tamanho do que foi feito.

Mas aí, eu fui eleita por vocês para continuar esse projeto do governo Lula. Eu fui eleita por vocês, com a confiança de vocês e com o meu compromisso de que o Brasil ia continuar dando importância, dando prioridade, atendendo, acolhendo, protegendo as pessoas mais pobres do país. E isso nós estamos fazendo com o programa Brasil sem Miséria.

Esse programa é um programa que mostra claramente como é que o Brasil mudou. Antes, quando se olhava para os mais pobres, se achava que a culpa da pobreza era deles. Agora nós sabemos que quando se dá uma oportunidade, por menor que seja, para a população mais pobre deste país, ela agarra com as duas mãos e transforma sua vida, cria oportunidade para si e para os seus filhos. Nós aprendemos que este país só vai ser um país grande quando nós eliminarmos a pobreza e a miséria.

Por isso nós estamos aqui hoje, porque nós temos um compromisso com a população ainda extremamente pobre. Essa população, ela pode mudar, ela pode. A primeira coisa que nós temos de afirmar é que ela pode sair da pobreza, ela pode. Como é que ela pode? Se organizar o governo federal, os governadores, os prefeitos e a população pobre deste país, nós sairemos da miséria e construiremos um Brasil maior.

Hoje, aqui, o que nós estamos fazendo é afirmar: nós somos capazes de, juntos, tirar 16 milhões de brasileiros da pobreza extrema. E aqui no Nordeste, vamos fazer isso olhando também para a população pobre da zona rural, do campo nordestino, do semiárido, e aí é muito importante a questão da água, sim. A água é algo que, no passado, utilizaram como instrumento de poder, como fonte de privilégio, que se distribuía quando se queria exercer o poder sobre as populações sem água, passando sede.

Durante muito tempo o Brasil voltou as costas para a população nordestina, que saiu das suas terras, saiu dos seus estados e desenhou o mapa brasileiro, ou indo para São Paulo, ou para as plantações do Acre, ou para a Transamazônica. Agora, não.

Aí eu queria, dentro do que falou o nosso governador Teotônio, homenagear uma nordestina que saiu lá da terra do Eduardo Campos, saiu lá de Pernambuco, carregando, como sempre acontece, uma porção de filhos pequenos: a dona Lindu, mãe do presidente Lula.

Vocês vejam como é que a história é interessante. Foi justamente esse brasileiro que saiu fugindo, fugindo da seca, fugindo da falta de horizonte, fugindo da falta de esperança, que construiu um processo no qual se criou o novo Nordeste, esse brasileiro, que é o presidente Lula. Nós todos sabemos que só uma pessoa que viveu a saga dos nordestinos, a saga da sede, a saga da fome, pode dar ao Nordeste a dimensão que ele deve ter, e eu tenho muita honra de continuar esse projeto.

Porque hoje, aqui, nós estamos assinando o compromisso do meu governo com a universalização da água, afirmando que a água é um direito de todos os nordestinos, seja sob a forma de cisternas, seja sob a forma de aguadas, de pequenas barragens ou através de projetos grandes, como a transposição do São Francisco. E toda essa imensa obra, que é o Canal do Sertão Alagoano, vai levar água de forma permanente e perene para toda a população nordestina matar sua sede, matar a sede da sua criação e utilizar essa água para o seu desenvolvimento.

Eu queria dizer para vocês que o Brasil Sem Miséria é o compromisso do meu governo com o desenvolvimento da população mais pobre deste país, na certeza de que o nosso país só será uma grande potência se todos os 190 milhões de brasileiros, em especial todos aqueles que integram a população nordestina mais pobre, forem capazes de ter acesso a seus direitos, ter acesso a sua casa própria, ter acesso a saneamento, à água e, sobretudo, seus filhos terem acesso à Educação.

No caminho, nesse imenso caminho que se abre para o Brasil, no caminho que nós queremos que seja trilhado com a superação da pobreza neste país, nós precisamos de muita Educação. Para quem? Para todos os filhos dos brasileiros e das brasileiras, porque, de fato, nós só construiremos um país mais igual se todas as crianças, se todos os jovens forem... tiverem direito a ter uma profissão, uma capacitação técnica, conseguirem um trabalho decente, conseguirem desenvolver a renda nas suas propriedades.

E aqui eu fico muito orgulhosa de estar em Arapiraca, porque se aqui é a terra dos empreendedores, é a terra do trabalho, é a terra que abre essa luta imemorial do povo nordestino pela sua sobrevivência, pois é aqui mesmo que nos orgulha lançar um plano como o Brasil sem Miséria.

Eu agradeço a todos vocês. Quero dizer que, através do Bolsa Família, da aposentadoria – que nós iremos atrás – da população mais pobre, porque ela tem seu direito, e esse direito tem de ser reconhecido. Conto com os governadores, conto com os prefeitos, mas, sobretudo, eu tenho certeza de que nós contamos com essa sociedade, esse povo forte – sofrido, mas com muita garra.

Um abraço a todos.

 

Ouça na íntegra o discurso (14min32s) da Presidenta Dilma.

 

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